O assim chamado Fundo Especial de Financiamento da
Democracia (FFD), que tem a finalidade definida em lei de “prover
recursos financeiros para o custeio das atividades eleitorais e da
realização dos plebiscitos e referendos” já nasceu inconstitucional e
poderá ser contestado no Supremo Tribunal Federal.
Quanto mais não seja porque não há previsão da fonte de recursos e
foge às limitações do teto de gastos aprovado pelo governo. Tal Fundo,
que já chamam de Democrático para amenizar a péssima impressão que deixa
na sociedade, será formado por 0,5% da Receita Corrente Líquida no
período de junho 2016 a junho de 2017, o que corresponde hoje a cerca de
R$ 3,6 bilhões. E devem se juntar ao fundo partidário, hoje em torno de R$ 800 milhões
ao ano, que os partidos recebem em nada módicas parcelas mensais
supostamente para garantir seu funcionamento. Nas primeiras propostas, o
Fundo Democrático incorporaria o Fundo Partidário, mas essa solução
ficou de fora do projeto final.
É um dinheiro absurdo para fazer campanha política no Brasil. Além
disso, as propostas de divisão do bolo também não são aceitáveis. O que
está prevalecendo é que será dividido de acordo com a votação de cada
partido, o que é muito ruim, pois um fundo para a defesa da democracia
financiado por dinheiro público deveria ser dividido igualmente.
Pela proposta aprovada na Comissão Especial e que vai ser votada no
plenário da Câmara,os recursos serão distribuídos entre os partidos
políticos, obedecidos os seguintes critérios:
I – 2% (dois por cento),
divididos igualitariamente entre todos os partidos com estatutos
registrados no Tribunal Superior Eleitoral;
II – 49% (quarenta e nove
por cento), divididos entre os partidos na proporção do percentual de
votos por eles obtidos na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados; III - 34% (trinta e quatro por cento), divididos entre os
partidos, na proporção das respectivas bancadas existentes na Câmara dos
Deputados em 10 de agosto de 2017, consideradas as legendas dos
titulares;
IV – 15% (quinze por cento), divididos entre os partidos, na
proporção das respectivas bancadas existentes no Senado Federal em 10 de
agosto de 2017, consideradas as legendas dos titulares.
Dar mais dinheiro para os partidos mais fortes não ajuda a renovação,
os partidos menores não terão as mesmas condições de disputar. Com
dinheiro público, especificamente para a campanha eleitoral, a
distribuição deveria ser igualitária. É inevitável que a discussão sobre
o financiamento privado de campanha eleitoral por pessoas jurídicas
volte à discussão, pois é inviável o financiamento público exclusivo na
dimensão em que está definido pela proposta de reforma política atual.
O que é preciso é definir limitações e controles rígidos, para que o
poder do dinheiro não distorça os resultados das eleições, como está
sendo constatado nas investigações da Operação Lava Jato. Todos os
principais marqueteiros envolvidos nas campanhas, sejam nacionais ou
estaduais, estão confessando recebimento de dinheiro por fora, muitas
vezes no exterior.
A busca de um sistema eleitoral que barateie as campanhas também
continuará, pois já temos experiências da distorção que o dinheiro sem
controle pode acarretar. O voto proporcional em lista aberta como temos
hoje só pode continuar se forem proibidas as coligações nas eleições
proporcionais e instituídas cláusulas de desempenho que limitem o número
de partidos em atuação no Congresso.
As propostas que estão em discussão, no entanto, são apenas
simulacros, pois, para serem aprovadas, estão sendo adaptadas à situação
partidária atual, para que a maioria dos partidos continue podendo ter
representação no Congresso. A criação da federação de partidos é uma
substituição das coligações proporcionais, com a diferença de que os
partidos continuarão atuando juntos na Câmara até o fim do mandato. Mas
os efeitos perversos da utilização dos votos de um partido para eleger
candidato de outro continuarão.
Fonte: Merval Pereira - O Globo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Mostrando postagens com marcador fundo inconstitucional. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador fundo inconstitucional. Mostrar todas as postagens
terça-feira, 15 de agosto de 2017
Assinar:
Postagens (Atom)