Hamilton Mourão (PRTB) será vice na chapa do candidato
do PSL [gostando ou não, vão ter que engolir Bolsonaro.]
Quando se
lançou pré-candidato à Presidência, logo após obter a maior votação para
deputado federal no Rio em 2014, Bolsonaro era conhecido apenas como um
militar da reserva atuante na pauta conservadora. Desde então, com um eficiente
trabalho de redes sociais, conseguiu transbordar seu discurso para o setor
rural, o meio produtivo e conquistou simpatia até da elite financeira de São
Paulo.
Depois de
flertar sem sucesso com diversos partidos, anunciou neste domingo a aliança com
o miúdo PRTB, eternamente presidido por Levy Fidelix, cuja única pauta
conhecida das vezes que disputou a Presidência da República é o chamado
“aerotrem”. Como a legenda aumenta em apenas dois segundo o tempo de TV do
ex-capitão, a face efetivamente relevante do acordo será a indicação do general da reserva Hamilton Mourão como vice
de Bolsonaro.
A opção
por um militar vai na contramão da estratégia básica de candidatos ao poder
Executivo, que tentam escolher vices que ajudem a diminuir as resistências que
sofrem em determinados setores ou agreguem votos e máquinas partidárias. Mourão
tem exatamente o mesmo perfil do cabeça da chapa: é militar, conservador,
antipetista e chegou a propor uma intervenção militar. [os críticos esquecem de considerar que pode ser este o perfil que o brasileiro quer e o Brasil precisa?]
Após ter
conquistado cerca de 20% do eleitorado, e estabilizado nesse patamar, Bolsonaro
precisa hoje agregar votos de setores que não rezam fielmente por toda a sua
cartilha. A indicação de Mourão, no entanto, só fortalece o núcleo mais radical
de sua base de apoio, que embora tenha sido a origem do movimento que o levou a
liderar a disputa pré-eleitoral - também é o cerne de seus altos índices de
rejeição.