J. R. Guzzo
Praticamente não se fala mais dos crimes cometidos no ataque do dia 7 de outubro e exige-se que Israel cesse ‘as hostilidades’
Depois dos ataques selvagens que Israel sofreu dos terroristas do Hamas,
com o massacre de inocentes, entre eles três brasileiros, o assassinato
de bebês, o sequestro de reféns, tortura e estupros, a reação imediata e
quase unânime das classes intelectuais civilizadas foi pedir “a
cessação imediata das hostilidades” por parte dos “dois lados”.
É uma
pena, realmente, que não tenham feito seus apelos de paz antes da
chacina executada pela “resistência do povo palestino”.
Não teria
havido, então, a morte de nenhum “civil palestino”, nem os bombardeios
contra os centros de operação do Hamas em Gaza, nem a fuga de refugiados
das zonas de guerra – que os terroristas, aliás, tentam impedir
bloqueando estradas e obrigando a população a sofrer com as bombas da
reação israelense.
Sem a agressão, na verdade, haveria a paz, como
ocorre com outros vizinhos do Estado de Israel. Mas a ditadura dos
grupos terroristas em Gaza não existe com paz – só consegue sobreviver
com a guerra e o apoio que recebe da esquerda mundial.
O
que se exige de Israel, entre os professores universitários, peritos em
“questões internacionais” que dão entrevistas na mídia, formadores de
opinião e o restante deste bioma, é uma decisão impossível de ser
tomada. Depois do assassinato a sangue frio de 1.400 israelenses,
recomendam eles todos, Israel não deveria reagir com nenhuma medida de
força; teria de convidar o Hamas, a ONU e a Anistia Internacional para
“negociações de paz”, e ficar esperando o próximo massacre.
Praticamente não se fala mais dos crimes cometidos no ataque do dia 7 de
outubro.
A preocupação é começar um diálogo para o atendimento das
reivindicações palestinas – algo muito pouco provável, considerando-se
que o objetivo oficial do Hamas é a extinção material do Estado de
Israel e a expulsão dos 9 milhões de judeus que vivem ali.
O que a
esquerda sugere que Israel faça, então? Não é viável propor que os
israelenses se suicidem, ou entreguem tudo o que têm ao Hamas. Exige-se,
então, que cessem “as hostilidades”. O que mais? Mais nada. [comentário = mais uma vez destacamos que expressamos nossa opinião sem nenhum viés ideológico e sim, considerando apenas o ASPECTO HUMANITÁRIO.
Os autores dos atos lamentáveis e reprováveis praticados contra o território israelense em 7 p.p., tiveram tempo mais que suficiente para estarem abrigados em local seguro e a salvo de qualquer reação de Israel e certamente não escolheram como abrigo a Faixa de Gaza - área que além de ser continuamente bombardeada por Israel, também se encontra sob cerco que impede a entrada de AJUDA HUMANITÁRIA tais como alimentos, água, energia, gás, medicamentos etc.
E é esta área que após mais de 10 dias do ataque de 7 de outubro continua sob intenso bombardeio das forças militares de Israel e tem como alvo apenas civis palestinos, incluindo, por óbvio, além dos homens, as mulheres, crianças, idosos, etc.]
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Há
uma pregação maciça, universal e permanente para Israel tratar “as
populações civis” com a humanidade que o Hamas jamais teve em relação ao
povo israelense.
É extraordinário, a esse propósito, que o mais trágico
ataque ao povo de Gaza até agora veio dos próprios terroristas – um grupo rival do Hamas errou a pontaria ao disparar um míssil,
e matou 500 pessoas dentro de um hospital.
Nunca se menciona que só há
vítimas entre os palestinos porque Israel foi agredido com um ataque
criminoso; ninguém teria sido ferido ou morto, de nenhum dos lados, se o
Hamas não tivesse feito o que acaba e fazer. Israel não está executando
uma vingança, e nem agride inocentes para aterrorizar pessoas, como fez
o Hamas.
Está combatendo um inimigo militar que prega abertamente a sua
destruição. Pode até conviver com ele, cada um do seu lado da
fronteira. Mas não pode deixar que os terroristas invadam o seu
território, exterminem seres humanos e destruam alvos civis – e não
dispare um tiro em legítima defesa.[legitima defesa??? mais de uma semana após o ataque motivador da eventual ação aqui chamada de 'legitima defesa'?]
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo