Presidente esquerdista do México colhe resultados frágeis diante de promessas
[mais um fracasso da esquerda - de fracasso em fracasso, chegará um momento em que ela será extirpada do mundo.]
A chegada do esquerdista Andrés Manuel López Obrador à Presidência do México, há um ano, veio cercada de enormes expectativas. O mandatário prometera durante a campanha uma agenda de transformações
profundas no país, que deveria combinar forte crescimento da economia,
combate à corrupção, redução drástica da violência e políticas voltadas
às camadas mais pobres da sociedade. Até aqui, contudo, o saldo da administração se mostra pouco auspicioso.
No âmbito econômico, em particular, o objetivo de expandir o Produto
Interno Bruto a taxas anuais de 4% vem se mostrando completamente
irrealista.
Neste 2019, a variação do PIB deve ser nula; para 2020, as previsões
apontam um percentual próximo de 1%, resultados que analistas atribuem,
sobretudo, à redução de investimentos decorrente do pessimismo da classe
empresarial. A estagnação da atividade ameaça, entre outras metas, a ambiciosa agenda
social defendida por AMLO —acrônimo pelo qual o presidente mexicano é
conhecido. O Orçamento proposto para 2020 passa longe do discurso grandioso da
campanha e traz somas relativamente modestas nas rubricas voltadas aos
mais carentes, além de cortes em alguns programas.
O governo também mostrou desempenho pífio na segurança pública. A
violência associada ao narcotráfico manteve-se altíssima, colocando em
xeque a estratégia conciliatória de combate à criminalidade, resumida no
lema “abrazos, no balazos” (abraços, não tiros). Até novembro, quase 32 mil pessoas foram assassinadas, e o recorde de 2018 deve ser batido. Além disso, embora tenha anunciado o fim da guerra às drogas, AMLO não
apresentou até o momento um plano consistente para lidar com a questão
nem se dispôs a promover um necessário debate sobre legalização das
substâncias como forma alternativa de atacar o problema, a despeito das
promessas nesse sentido.
Tais problemas, como seria de esperar, refletem-se em sua popularidade,
que caiu 20 pontos desde o início do mandato. O presidente, contudo,
ainda mantém níveis altos de aprovação, na casa do 60%. Entre seus gestos, colocou à venda o avião presidencial, converteu a
residência oficial em um centro cultural e cortou os salários mais altos
do funcionalismo público. Será necessário, entretanto, muito mais do
que medidas simbólicas para mudar a realidade mexicana.
Editorial - Folha de S. Paulo