Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador México. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador México. Mostrar todas as postagens

domingo, 5 de novembro de 2023

Governo recorre aos EUA para garantir saída de brasileiros de Gaza

Celso Amorim ligou para Jake Sullivan com objetivo de fazer a mensagem chegar a Benjamin Netanyahu

O assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, conversou na tarde deste sábado com o Conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, por telefone. Amorim manifestou o incômodo pela lista de retirada de estrangeiros de Gaza não incluir, pelo quarto dia consecutivo, nenhum dos 34 brasileiros que estão na área do conflito entre Israel e o Hamas. [o Brasil ficar de 'quatro' para outra nação nos governos do petista Lula não é novidade - no primeiro ou segundo mandato do petista o Brasil ficou de 'quatro' para Morales, presidente boliviano que nacionalizou, impunemente, duas refinarias da Petrobras - para os EUA pedir, e não ser atendido, não vai doer.]

O objetivo da ligação a Sullivan, conhecido de longa data de Amorim, foi tentar fazer a mensagem chegar ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. O principal país aliado de Israel é os Estados Unidos, que tem conseguido retirar cidadãos norte-americanos do país nos últimos dias. 

Após também ficar de fora da primeira lista, os estadunidenses foram incluídos nos três grupos seguintes.  
Na quinta-feira, dos 576 estrangeiros que deixaram Gaza, 400 eram americanos.  
Outras 571 pessoas com cidadania dos Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Indonésia, Alemanha e México deixaram a zona do conflito na sexta-feira. [destacamos que a  Indonésia, país muçulmano, sequer reconhece a existência de Israel.]

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ouviu do chanceler israelense, Eli Cohen, que os brasileiros vão deixar o país até a próxima quarta-feira. Há um receio, porém, de que a promessa de fato seja cumprida e, portanto, a diplomacia brasileira tenta garantias por meio dos Estados Unidos. Ao todo, 34 cidadãos do Brasil ainda estão em Gaza e um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) está a postos para repatriar o grupo.[insistimos em lembrar que todas as despesas para trazer os brasileiros, incluindo os que estavam em Israel, correm por conta do contribuinte brasileiro - países com economia mais sólida que a nossa cobram dos repatriados todas as despesas, até mesmo de cachorro, papagaio, etc.

Aproveite e saiba mais sobre o excesso de falta de prestígio do Brasil no atual DESgoverno.]

A Embaixada de Israel no Brasil publicou um comunicado em que, sem maiores explicações, culpa o Hamas de ter atrasado a retirada de estrangeiros da Faixa de Gaza.  “O Estado de Israel está fazendo absolutamente tudo que pode e que está ao seu alcance para que todos os estrangeiros deixem a Faixa de Gaza o mais rapidamente possível. Qualquer outra afirmação está errada e é fruto de fake news ou desinformação sobre essa complexa e desumana situação criada exclusivamente pelo Hamas”, diz a diplomacia israelense, em nota.

Mundo - Revista VEJA


quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Não há previsão de saída de brasileiros de Gaza, diz embaixador em Israel

O embaixador do Brasil em Israel, Fred Mayer, afirmou que o Itamaraty está em “compasso de espera” e que “inexiste previsão (por enquanto) do dia de retirada dos brasileiros de Gaza”. 

O diplomata deu as declarações em conversa com a coluna. Na nova lista de estrangeiros que podem deixar a Faixa de Gaza nesta quinta, 2 – através da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito -, não constam brasileiros. [Em nossa opinião, NÃO EXISTE A MENOR MOTIVAÇÃO para os brasileiros terem prioridade para voltar ao Brasil. Estavam na região como turistas e devem ser tratados como os turistas dos demais países. Além do mais o desempenho medíocre do Brasil na presidência do CS, só motiva a que os brasileiros não tenham qualquer preferência sobre os demais.Outro absurdo é que nós, os pagadores de impostos, estejamos bancando o regresso dos turistas brasileiros - nos demais países a passagem é cobrada normalmente, aqui é tudo de graça.]

São 576 pessoas autorizadas a atravessar a fronteira, sendo 400 dos Estados Unidos.

Cidadãos do Azerbaijão, Bahrein, Bélgica, Coreia do Sul, Croácia, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Macedônia, México, Suíça, Sri Lanka e Chade também poderão sair da região em guerra.

Segundo a embaixada do Brasil na Cisjordânia, 34 pessoas pediram a ajuda do Brasil para deixar a região controlada pelo Hamas, sendo 24 brasileiros e dez palestinos que pretendem imigrar para o Brasil. A guerra Israel-Hamas já matou ao menos 10 mil pessoas – em sua maioria civis.

Matheus Leitão, Blog em VEJA
 

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Após criticar embargo dos EUA a Cuba, Lula vai se reunir com Biden - Alexandre Garcia

Vozes - Gazeta do Povo

Relações exteriores

Antes de reunião com Biden, Lula se encontrou com o ditador cubano, Miguel Díaz-Canel.
Antes de reunião com Biden, Lula se encontrou com o ditador cubano, Miguel Díaz-Canel.| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está em Nova York para a reunião da Organização das Nações Unidas (ONU). Essas visitas a Nova York não significam uma visita ao governo americano, mas à Organização das Nações Unidas. 
Mas ele ainda assim vai ter encontro, é o que estão dizendo, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na quarta-feira (20), depois de amanhã.

Vai ter a abertura da Assembleia da ONU, em que tradicionalmente o presidente do Brasil é que fala, abrindo mais um período de sessões.[essa tradição submeteu os participantes da Assembleia da ONU, durante 13 (treze) anos seguidos, 2003 a 2015, a verdadeiras sessões anuais de tortura, sendo forçados a ouvir discursos vazios, em conteúdo e sentido, expelidos por nulidades.]  Fala-se também de um possível encontro com Volodymyr Zelenski, o presidente da Ucrânia, que não quis falar com Lula em Tóquio, na última reunião do G20.

Ele evitou falar com Lula, que estava fazendo manifestações sobre o presidente russo, Vladimir Putin, e teve aquela desculpa. Acho que foi desculpa, inclusive, dos dois lados. Porque o governo brasileiro também alegou problemas de agenda, não deu. Meu Deus do céu. E agora talvez dê. Eu estou vendo a notícia de que foi Zelenski que tomou a iniciativa dessa conversa. [Zelenski, o mestre em guerras para outros combaterem, tem muito tempo a perder e resolveu agora desperdiçar algum  com o estadista dos estadistas.]

Lula tem reunião marcada com Biden
Agora, a conversa com Biden, eu imagino o rumo que vai ter, né? 
Porque, é dois ou três dias depois de Lula ter dito em Havana, em Cuba, que a culpa do atraso econômico de Cuba é dos Estados Unidos por causa do embargo econômico. 
O embargo econômico é uma coisa unilateral de um país. 
O Brasil, por exemplo, no governo Bolsonaro ano passado, o comércio com Cuba cresceu 60%. Só que  Cuba compra mais do Brasil do que o Brasil compra de Cuba, porque Cuba tem poucas coisas a oferecer pro Brasil.
 
O Brasil já tem açúcar, não precisa do açúcar cubano, não tem charuto e não tem rum Havana branco
São mais ou menos esses os produtos, eu não sei se tem alguns medicamentos que o Brasil compra, talvez tenha um de vitiligo. 
Cuba está assim por causa do regime. O regime não funciona. Não funcionou na União Soviética, não funcionou na China.  
A China tem uma economia capitalista e um governo comunista.  
Teve que colocar a sabedoria chinesa, colocar Confúcio, e não Marx. Confúcio é muito prático.
 
G77 com Lula foi "quase um comício"
Então é esse o problema, eu não sei se o presidente está sentindo isso, porque a reunião de Cuba com 134 países foi quase comício
É G77, mas na verdade é G134 e está cheio daquilo que o presidente Lula chamou de bagrinho. Quando ele quis diminuir o Tribunal Penal Internacional (TPI), do tratado de Roma, ele disse “Ah, é um tratado que não foi assinado pelos Estados Unidos, China e nem Rússia, é só de bagrinho”.

Pois é, tem 134 países em geral do Hemisfério Sul. Como a gente sabe, no Hemisfério Sul, o Brasil está numa companhia de muitos países que têm um certo atraso em relação aos países do Hemisfério Norte. [como habitual, a generosidade leva o articulista a classificar grande atraso como 'certo atraso'. Paciência... .]   Mas, enfim, vamos ver o que dá. Lá em Cuba, Lula deu jeito de sair da agenda, foi visitar o Raúl Castro, o irmão e companheiro de Sierra Maestra do Fidel.

Os ditadores da Nicarágua e da Venezuela se uniram para dizer que é para dizer que eles estão contra a hegemonia dos Estados Unidos. 
Os Estados Unidos não estão nem aí. 
Estados Unidos, inclusive, na sua prática, estão diminuindo o comércio com a China, e aumentando as relações econômicas com os dois vizinhos, porque fica melhor, fica mais perto, não gasta frete, é só atravessar a linha de fronteira, Canadá e México.

E o México deve estar gostando muito, porque daqui a pouco não tem desemprego no México, porque as empresas americanas vão para lá para produzir automóveis, muitos dos automóveis que a gente compra aqui no Brasil foram produzidos no México.

Brasil deve reforçar poder nacional
Na prática, eu estou falando de política externa e da necessidade de ter um pragmatismo na presença nacional, tem que se impor. 
Eu recomendo a quem estiver interessado por esse assunto, e no futuro de seus filhos e netos, que leia artigo de um general quatro estrelas da ativa e não apenas da ativa como chefe do Estado Maior do Exército, general Fernando Soares e Silva, um artigo no Estadão de sábado (16).
 
No texto, o general recomenda neutralidade em política externa e reforço do poder nacional
Como a gente sabe, o poder nacional se compõe, não apenas do poder militar, mas é do poder econômico, do poder psicossocial, que é o poder da sociedade brasileira, mas o poder militar também… é a última razão dos reis, né? 
Quando cessa tudo o que a diplomacia tenta, o que a gente ouve é barulho dos canhões.
E a gente estaria preparado pra isso? Por isso é uma leitura que eu recomendo.


Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

 

 

sábado, 10 de junho de 2023

Maiorias compradas = governo Lula, perdido - Carlos Alberto Sardenberg

[de nossa parte, desejamos que o atual governo a cada dia fique mais perdido, assim, apenas estará em uma condição na qual sempre esteve.]
O plenário da Câmara dos Deputados Brenno Carvalho / Agência O Globo

Um governo de coalizão funciona bem se atendidas duas condições.

Primeira: o governo precisa de um núcleo duro no Congresso, formado por um, dois, três partidos, não importa, mas que tenham uma identidade programática. Ok, identidade programática é demais. 
Mas algum programa comum em torno de temas nacionais é indispensável. Por exemplo: razoável entendimento sobre reforma tributária, controle das contas públicas, meio ambiente, exploração de petróleo, para citar os temas mais quentes no momento.

Esse núcleo partidário governista não precisa ter a maioria no Congresso. Mas, segunda condição, deve ser forte o suficiente para atrair outros partidos e formar maiorias, ainda que caso a caso. A maioria para votar uma reforma tributária não será a mesma para definir um programa de meio ambiente.

Partindo desses parâmetros, o governo Lula está bem perdido. Primeiro, porque não tem esse núcleo duro, nem no grupo de partidos que supostamente estão no governo, nem no próprio PT. Há divergências importantes em questões essenciais.

A Petrobras, controlada pelo PT, quer porque quer explorar o petróleo da Margem Equatorial, área do litoral que vai do Amapá até o Rio Grande do Norte, onde se estima haver uma fortuna de 15 bilhões de barris, um novo pré-sal.

O Ibama, controlado pela ministra Marina Silva, da Rede, aliada do PT, negou licença para a exploração inicial de um poço no litoral do Amapá. A Petrobras pediu reconsideração e manifestou confiança na obtenção da licença não em tempo curto, mas também não infinito. Resposta do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho: o pedido da petrolífera vai para o fim da fila. Está alinhado com Marina, que, a julgar pelo que tem dito, considera simplesmente inaceitável a exploração do óleo ao largo da foz do Amazonas.

Desconfia-se que o presidente Lula, ao contrário, mostra olho gordo para os novos dólares do petróleo, que podem abarrotar cofres públicos e abrir espaço a investimentos na indústria de navios, sondas e até refinarias — algo que marcou seu primeiro governo.[ao governo petista quanto mais dólares,  mais fácil conseguir roubar o que não foi alcançado no petrolão.]

Houve enormes fracassos nessa política — as refinarias do Rio e de Pernambuco ficaram muito mais caras e nem estão concluídas, as do Ceará e Maranhão foram simplesmente canceladas, por inviáveis, depois de muito gasto em projeto e terraplenagem
Mas essa não é a interpretação de Lula. Ele acha que a política foi sabotada e já cansou de dizer que sonha em refazer a indústria petrolífera ampla. Para isso, o óleo da Margem Equatorial é essencial.
Ao mesmo tempo, Lula tem de mostrar ao mundo credenciais ambientalistas e está empenhado nisso
Pensando bem, tem um jeito de conciliar isso tudo. Muitos países compromissados com políticas ambientais continuam explorando e usando petróleo, como a Noruega. 
Mas usam o dinheiro para subsidiar programas de novas energias sustentáveis e carbono zero. Exemplo: subsidiar a troca de veículos a combustão (carros, ônibus, caminhões) por elétricos. Ou ainda: subsidiar transporte público sustentável. 
 
Ora, na sua desorientação, o governo Lula lança um programa de subsídio a veículos a gasolina, etanol e diesel. 
Ficamos assim: num momento em que o ministro Fernando Haddad tenta convencer o Congresso e a sociedade a eliminar incentivos e renúncias tributárias, o governo cria mais um incentivo para a velha indústria automobilística.

Não é coisa pequena. Neste momento, o Congresso se prepara para votar a reforma tributária — e um dos temas mais sensíveis é justamente definir que setores e empresas terão regimes especiais.

Já sabemos, nesse caso, o discurso do governo. O programa está trocando veículos velhos por novos, menos poluentes. Mas a combustão. 
 Nem uma palavra, nem um programa para os elétricos? (A propósito, Elon Musk andou procurando país para uma nova fábrica da Tesla. Não entrou nos radares de Brasília.)  
Também disseram que o programa apoia a indústria nacional. 
Mas o subsídio vale para carros importados da Argentina e do México.

Não estranha que, assim, a formação de maiorias no Congresso se dê pela pior maneira: venda de cargos e de emendas.

Coluna Opinião, em O Globo  - Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

 


quinta-feira, 6 de abril de 2023

Comissão de Direitos Humanos da OEA abraça causa abortista e se omite sobre abusos do STF - Vida e Cidadania

Vida e Cidadania

Falta imparcialidade  

CIDH da OEA
Nos eventos, a CIDH da OEA tem confirmado sua tendência a abraçar pautas ideológicas. - Foto: Reprodução
[por essas e outras é que órgãos tipo OEA,CIDH, ONU, OTAN e outros do mesmo tipo, estão crescendo para dentro =  falta de utilidade.]

Em 8 de março, um grupo de ONGs brasileiras se reuniu em Los Angeles, na Califórnia, para discutir formas de ampliar o acesso ao aborto no Brasil, em um painel chamado "Direitos reprodutivos e violência contra as mulheres e garotas no Brasil". O encontro contou com a participação de representantes do governo brasileiro e de seis entidades pró-aborto. A reunião ocorreu sob os auspícios da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), órgão ligado à OEA (Organização dos Estados Americanos). “Nos últimos anos aumentaram os processos de iniquidade em saúde sexual e reprodutiva, cuja base é o racismo patriarcal cis-hetero normativo e a LGBTQIAP+fobia”, discursou Laíse da Silva, da ong Criola.

Adriana Martins, assessora do Departamento de Direitos Humanos do Ministério das Relações Exteriores, leu um pronunciamento da ministra da Mulher, Cida Gonçalves, em que ela promete "ampliação do investimento na melhoria dos equipamentos públicos de atenção à vítima de violência sexual e de interrupção da gestação nos casos previstos em lei." A ministra também mencionou como ponto positivo a revogação de notas técnicas que representavam “retrocessos” nessa área porque dificultavam o aborto.
[essa  ministra, a exemplo dos demais integrantes do governo petista - corrigindo,  DESgoverno - não tendo  nada de útil para apresentar em prol da mulher,  resolve defender o assassinato de seres humanos inocentes e indefesos = a mulher que aborta, e os que a apoiam, é tão nojenta, tão repugnante, quanto o assassino das crianças da creche em Blumenau = apenas o número de vítimas, por vez, da aborteira é menor = só que ela pode repetir a prática criminosa por várias vezes.]

Veja Também:

    Estado brasileiro e redes sociais iniciam embate que tem direita como vítima certa

Marcos Pedrosa, do Ministério da Saúde, explicou como o governo brasileiro facilitou o aborto em casos nos quais a gestante afirma ter sido estuprada. "Revogamos uma portaria que tornava obrigatória a notificação à autoridade policial para autorização da interrupção da gravidez nos casos previstos na lei brasileira, o que trazia insegurança às mulheres e às trabalhadoras e trabalhadores de saúde, e também violava os direitos humanos, sexuais e reprodutivos”. [os assassinos, por covardia, evitam qualquer interferência da policial nos crimes que apoiam.] Na verdade, a portaria derrubada se referia especificamente aos casos de estupro — que, como crime, precisava ser informado à polícia.

Dois dias depois, Pedro Vaca, relator de liberdade de expressão da CIDH, se reuniu com Paula Guimarães, da ong pró-aborto Projeto Catarinas. “Preocupam-me suas denúncias de falta de garantias para o trabalho, incluindo o sigilo das fontes", ele afirmou. Longe de ser uma iniciativa independente e indefesa, o portal Catarinas — que tem como objetivo a promoção do aborto é financiado pela União Europeia e pela ONU Mulheres.

O mesmo relator que se manifestou preocupado com a liberdade de expressão das Catarinas não deu prosseguimento às petições apresentadas pela defesa do portal Terça Livre, que foi tirado do ar e teve as contas bloqueadas por determinação do Supremo Tribunal Federal. Estes e outros episódios mostram como a CIDH tem se descolado das demandas mais urgentes e abraçado uma pauta ideológica. No papel, a função da CIDH é “promover o respeito e a defesa dos direitos humanos e servir como órgão consultivo da Organização dos Estados Americanos em tal matéria”. No entanto, a Comissão tem dado sinais de que está se desviando de suas responsabilidades mais urgentes e focando em pautas ideológicas.

Quando o México descriminalizou o aborto, a CIDH celebrou. Mais recentemente, a CIDH levou El Salvador à Corte Interamericana de Direitos Humanos por causa do caso Beatriz, em que uma mulher com lúpus teve negado o direito de abortar seu bebê que tinha anencefalia. A CIDH alegava que o aborto era necessário para salvar a vida da gestante — mas o aborto foi negado e a mãe sobreviveu. A jovem morreu em um acidente de moto quatro anos mais tarde. Ainda assim, a CIDH tem defendido que o governo de El Salvador, onde o caso aconteceu, seja advertido.

Omissão em relação a abusos do STF
No caso do Brasil, nada impede que o tema do aborto seja tratado pelo Congresso, que possui a responsabilidade de discutir e decidir sobre mudanças na legislação. Ou seja: a atuação da CIDH não é necessária.

Por outro lado, o pleito de potenciais vítimas de abusos do Supremo Tribunal Federal já esgotou todos os recursos disponíveis na Justiça brasileira. Não há a quem recorrer dentro das instituições nacionais. Por isso mesmo, esses casos justificariam de uma análise mais aprofundada por parte da CIDH. Mas não é o que tem acontecido. “É inexplicável que a Comissão não se sensibilize diante da gravidade e da urgência das violações apresentadas em nossa denúncia. Uma empresa de mídia regularmente constituída foi fechada por uma autoridade da cúpula do judiciário, em nítida afronta à jurisprudência do sistema interamericano”, diz o advogado Renor Oliver Filho, que representa o portal Terça Livre. Em dezembro de 2021, ele apresentou uma denúncia à CIDH. De lá para cá, o órgão manteve silêncio sobre o caso.

A advogada Géssica Almeida, do movimento Advogados de Direita do Brasil, concorda que a CIDH tem se mostrado pouco receptiva, mas acredita que a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que vai investigar os atos de 8 de janeiro pode ajudar em um quesito: a produção de provas materiais. “Se as denúncias não evoluem porque esbarram nos requisitos exigidos para o conhecimento da petição, acreditamos que com a abertura da CPMI de 8 de Janeiro que conseguiremos produzir as provas necessárias exigíveis para o peticionamento na CIDH”, afirma. Ela afirma ainda que a CIDH sempre teve uma inclinação ideológica à esquerda. “O prejuízo disso é que ela prioriza a questão política mais do que a condição humana”, critica.

Até agora, a comissão tem se negado a investigar pedidos apresentados por Renor e outros advogados de pessoas investigadas pelo STF por “atos antidemocráticos” ou “fake news”.
 
Em 2021, a comissão recebeu 168 petições vindas do Brasil Dessas, seis foram admitidas. Tania Reneaum Panszi, secretária executiva da CIDH, tem um grande poder para decidir quais temas serão pautados pelo órgão. Ela participou do painel sobre o aborto no Brasil, e afirmou que "os direitos reprodutivos são direitos humanos fundamentais e devem ser respeitados, protegidos e garantidos por todos os Estados membros da OEA, incluindo o Brasil".

Um dos casos que progrediram envolve os detentos da PEM (Penitenciária Evaristo de Moraes), no Rio de Janeiro. No ano passado, a comissão defendeu que a Corte Interamericana dos Direitos Humanos interceda a favor deles devido à superlotação e da falta de condições adequadas de saúde. “As pessoas privadas de liberdade na PEM se encontram em uma situação de risco extremo e urgente de sofrer danos irreparáveis”, dizia o texto da CIDH.
[para a CIDH os bandidos possuem mais direitos do que as  crianças covardemente assassinadas pelas próprias mães.]

Gabriel de Arruda Castro, colunista - Gazeta do povo - Vida e Cidadania



terça-feira, 14 de março de 2023

Não falta comida porque alguns comem demais - Revista Oeste

Gabriel Cesar de Andrade
 

A teoria desastrosa de Lula não é novidade. Ela foi exportada para o restante do mundo a partir dos EUA há mais de meio século

 Flávio Dino e Lula | Foto: Montagem Revista Oeste/Ricardo Stuckert/PR

Flávio Dino e Lula | Foto: Montagem Revista Oeste/Ricardo Stuckert/PR
 
 Há alguns dias, ao instituir o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lula disse que: “Se tem gente com fome, significa que alguém está comendo mais do que deveria”. A fala foi tratada como piada nas redes sociais: 

Se por um lado o humor ajuda o brasileiro a superar momentos de desesperança política, não há como ignorar a gravidade da fala vinda do chefe do Executivo e todas as consequências econômicas que ela sugere para a política social, a agricultura e a economia.

Lula não é o inventor da tese segundo a qual se alguns comem mais, outros precisam passar fome. A teoria desastrosa foi exportada para o restante do mundo a partir dos Estados Unidos há mais de meio século. Em 1968, o livro The Population Bomb foi lançado, por dois respeitados professores de Stanford, e previa uma catástrofe global pelo crescimento populacional desenfreado e a fome generalizada.

Um dos autores, o ambientalista radical Paul Ehrlich, previu dois anos depois do lançamento de seu best-seller que, “em algum momento nos próximos 15 anos, o fim chegaria”.  
Segundo Ehrlich, 65 milhões de norte-americanos e 4 bilhões de pessoas em outras partes do mundo morreriam de fome até o fim da década de 1980.
Livro The Population Bomb | Foto: Divulgação

Desnecessário dizer que tais previsões se mostraram totalmente infundadas, apenas servindo como combustível para um movimento mundial de violação de direitos humanos no México, na Bolívia, no Peru, na Indonésia, em Bangladesh e na Índia, onde mais de 6 milhões de homens foram esterilizados num único ano.

Hoje, a população global é o dobro da que existia na época dessas previsões catastróficas, e a porcentagem dos que vivem em situação de miséria caiu de 25% para 10%, na média global. E não são os países ricos que estão liderando essa “cura da fome” mundial, mas, sim, os países em desenvolvimento, onde 20% da população passou a ter o que comer desde 1970.

Fonte: FAO

Com esses números, já é possível saber que a tese do ambientalista radical Paul Ehrlich estava errada, afinal a população continuou crescendo e a taxa de famintos reduziu drasticamente. Mas e quanto à tese de Lula, de que se alguém passa fome é porque alguém está comendo demais?

Processos agrícolas modernos, com aumento da produtividade das sementes, controle de pragas e uso inteligente do solo, permitiram à humanidade se alimentar muito mais do que jamais havia feito antes

Se Lula estiver correto, na série histórica em que a malnutrição do mundo desenvolvido reduziu, os mais ricos teriam deixado de comer para que os pobres tivessem acesso a alimentos. O problema é que isto também não aconteceu.

Fonte: FAO

Observando os dados, é possível verificar que, apesar das discrepâncias regionais, o mundo todo passou a consumir uma quantidade cada vez maior de calorias por dia ao longo do tempo. O que explica essa situação não é nem a tese ambientalista de Ehrlich, nem a tese socialista enferrujada de Lula. Mas, sim, a tese da globalização e do livre-comércio.

Em meio século, enquanto a área agricultável global cresceu somente 10% e a população mundial dobrou, a produção de alimentos triplicou.

Fonte: OCDE
Processos agrícolas modernos, com aumento da produtividade das sementes, controle de pragas, uso inteligente do solo, automatização e segurança jurídica para a cadeia de produção, permitiram à humanidade se alimentar muito mais do que jamais havia feito antes. 
Em meados do século 19, colher 1 tonelada de grãos levava um dia inteiro e exigia o trabalho de 25 homens. 
Hoje, uma pessoa operando uma colheitadeira consegue fazer isso em seis minutos.
 
O erro que o ambientalista norte-americano Ehrlich cometeu em sua análise apocalíptica é o mesmo que Lula comete agora: acreditar que, para alguém passar fome, existe alguém “gastando” comida demais. 
Para Ehrlich, a culpa era dos recém-nascidos e do crescimento populacional. 
Para Lula, a culpa é “dos ricos”, ou de quem come mais do que precisa. A economia mostra que ambos estão errados.

É o avanço do capital privado, em contraponto à política divisiva do nós-contra-eles, que resolve os problemas da humanidade, como a fome e a destruição em massa. O discurso enferrujado de Lula, que ignora o desenvolvimento privado e aposta num discurso sem amparo em dados, deve ser combatido com fatos.

O fato relevante para este caso é que, diferente do mercado, em que a especialização, a inovação e a troca multiplicam a produção, na relação entre Estado e cidadão, podemos falar de um “jogo de soma zero”. 
Para o Estado receber, alguém (no caso, o cidadão) tem de perder. 
E como isto se relaciona com o caso da fome?
 
Desde o início do governo Lula até a data de hoje, o Estado brasileiro arrecadou mais de R$ 550 bilhões em impostos.  
Se os mais pobres fossem realmente prioridade, como ele sempre diz, com cerca de 10% do valor arrecadado, seria possível fornecer um salário mínimo para cada beneficiário do Bolsa Família. 
Uma família de três membros receberia R$ 3,6 mil por mês — contra R$ 600 do benefício atual, seis vezes mais.
 
Se há brasileiros passando fome porque alguém está comendo demais, este alguém que come demais é o próprio governo, chefiado por Lula.  
Foi ele que escolheu o inchaço da máquina pública, com a criação de mais 14 ministérios, mais cargos e negociatas, além de se recusar a cortar despesas para escolher prioridades. 
O que se vê é o triste começo de um governo que entrou prometendo picanha e agora reclama de brasileiros que comem demais. 

 Leia também “Acredite, o mundo está melhorando” 

Gabriel Cesar de Andrade é graduado em Direito (UFSC), com foco em economia (Mises Institute)

Gabriel Cesar de Andrade, colunista - Revista Oeste


sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Presidente de conselho federal de corretores está preocupadíssimo com… a Ursal

O Globo

A atividade dos corretores de imóveis passa por período agitado, com fintechs, proptechs e outras “techs” de olho no seu filão. Mas outro assunto preocupa o presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), João Teodoro: o risco de avanço da Ursal após as eleições.

O termo designaria a União das Repúblicas Socialistas da América Latina e, como se sabe, ganhou notoriedade na boca de Cabo Daciolo na campanha 2018, quando o ex-bombeiro era candidato à Presidência.

Cunhada como uma brincadeira irônica por uma socióloga crítica a movimentos de esquerda ainda em 2001, a Ursal virou teoria da conspiração no seio da extrema-direita olavista. Após ser mencionada por Daciolo, a própria esquerda se rendeu à alucinação, mas como “meme” que tirava sarro dos opositores.

Mas o presidente do Cofeci está preocupadíssimo, e acaba de fazer o alerta em artigo no site da entidade com o título “Ursal — um projeto de poder absoluto”. Escreve João Teodoro:“Com a derrocada da União Soviética, o comunismo colapsou em todo o mundo. Os raros países que ainda o sustentam o fazem com base no autoritarismo híbrido: repressão política e economia de mercado. Na América Latina, porém, uma nova onda socialista começa a se instalar. Além de Equador e Venezuela, a esquerda prosperou em países como Argentina, México, Bolívia, Peru, Chile e Colômbia. E não é por acaso! Baseada nas teorias de Gramsci, a esquerda pretende criar na América Latina uma nova União Soviética, sob a sigla URSAL”

'Brasilidade acima de tudo'
Após reconstituir a história da União Soviética em cinco parágrafos, o representante dos corretores relaciona a eventual instauração da Ursal com o resultado das próximas eleições. Ele encerra o artigo em tom enigmático: “A organização seria liderada pelo Brasil, como a Rússia liderou a extinta União Soviética. Por isso, para a esquerda, é fundamental reconquistar a Presidência do Brasil nesta eleição. Todavia engana-se quem pensa que o candidato da esquerda será o líder da URSAL. O verdadeiro destinatário do cargo é alguém mais jovem, mais inteligente e muito mais intrépido, que já se destaca como ditador. Nunca estivemos tão ameaçados! Não podemos permitir. Nosso voto é nossa arma!”[será que é quem pensamos? com certeza é mais jovem do que o eleito, mais inteligente - não por possuidor de maior inteligência é que a que possui está sendo comparada com a pouco mais de nenhuma do eleito; intrépido, talvez defina melhor sendo substituído por atrevido.]

A mesma pena de João Teodoro já cometeu outros textos recentes sobre temas de fundamental importância para o cotidiano dos corretores de imóveis, como “Brasilidade acima de tudo” e “A genialidade transversa de Antonio Gramsci”. 

Capital - O Globo

 


sábado, 29 de outubro de 2022

Eles Estão no Meio de Nós - Documentário explica ‘infiltração’ da esquerda na Igreja Católica

“Tem-se a sensação, de que a fumaça de satanás entrou no templo de Deus por alguma fissura”. A fala do papa Paulo IV é relembrada no filme Eles Estão no Meio de Nós. Lançado na segunda-feira 24, o documentário é dirigido por Bernardo Küster e Viviane Princival.

“Essa produção faz uma análise histórica, social e filosófica da Teologia da Libertação como nunca visto antes”, explicou Küster, em entrevista a Oeste. “Construí uma tese nova sobre o assunto. Resolvemos antecipar o lançamento do filme em razão da dimensão que o debate religioso tomou nessas eleições.”

Conforme o diretor, o documentário conta a “história da infiltração esquerdista na Igreja Católica por meio da Teologia da Libertação”. O movimento surgiu na própria Igreja Católica no início do século 20 e, por meio de uma análise da realidade social, tem como pauta principal a luta pela libertação dos “pobres e oprimidos” para conquistar seus direitos.

“A Teologia da Libertação é um movimento revolucionário atuante dentro da Igreja Católica que busca reinterpretar os ensinamentos cristãos e usá-los como motor de uma revolução social comunista”, disse Küster.O documentário sobre as origens, estratégias e planos da maior ação anticristã contra a Igreja no mundo: a Teologia da Libertação. A Teologia da Libertação é uma heresia modernista que busca reinterpretar os ensinamentos Católicos e usá-los como motor de uma revolução social.

A produção conta com diversos entrevistados como o filósofo Olavo de Carvalho (1947-2022); Dom José Luiz Azcona, bispo emérito de Marajó; Ricardo Vélez, filósofo, escritor e ex-ministro da educação; entre outros. Ao todo, são 20 participantes.

Segundo o diretor, no Brasil, a Teologia da Libertação tornou-se o “alicerce para a fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e está profundamente ligada a partidos de esquerda. “O PT, que critica Bolsonaro por se unir aos evangélicos e católicos, nasceu nas sacristias e paróquias”, afirmou. “O partido apenas finge que não usou a religião”.

O documentário arrecadou recursos via financiamento coletivo — cerca de R$ 750 mil, conforme Küster. Quando os produtores iniciaram as gravações, em 2018, o diretor foi incluído na lista de investigados do Supremo Tribunal Federal (STF) no “inquérito das Fake News”.


Eles Estão no Meio de Nós

“Devido ao inquérito, os equipamentos de trabalho e de gravação do filme foram confiscados, e alguns estão até hoje sob posse da Justiça”, explicou Küster. Segundo ele, com toda a exposição, ele e Viviane tiveram suas redes sociais derrubadas e desmonetizadas.

Sofremos ameaças de morte e perdemos até parcerias”, disse. “Mudamos de cidade. Desse modo, o lançamento do documentário teve de ser adiado. Em 2022 retomamos os trabalhos”. Foram quatro anos de produção e cerca de dois anos de gravação em cinco países: Brasil, EUA, México, Itália e França.

Rute Moraes - Redação - Revista Oeste

 

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Lula mente 7 vezes em entrevista ao Flow Podcast

Petista distorceu declarações do presidente Jair Bolsonaro e disse que o PT acabou com a fome no Brasil 

Edilson Salgueiro
 
Em participação no <i>Flow Podcast</i>, Lula disse ter criado o Fies
Em participação no Flow Podcast, Lula disse ter criado o Fies | Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato ao Palácio do Planalto nas eleições de 2022, mentiu sete vezes durante entrevista ao Flow Podcast. Em conversa com Igor 3K, na terça-feira 18, o petista fez declarações falsas sobre o legado dos governos do PT.

Ao contrário do que disse Lula, o Brasil não foi o último país a legalizar o voto feminino. Argentina (1947), Chile (1949), Peru (1955) e México (1995), por exemplo, garantiram esse direito depois de 1932, ano em que as mulheres brasileiras começaram a votar.

O ex-presidente disse que o Brasil é o maior produtor de proteína animal do mundo. Segundo a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) da Organização das Nações Unidas (ONU), no entanto, a China é quem lidera o ranking. O país asiático produziu mais de 90 mil toneladas de carnes em 2021, enquanto o Brasil praticamente atingiu a marca de 30 mil toneladas.

O petista afirmou ter criado o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Contudo, essa política foi elaborada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1999, e instituída em 2001.

De acordo com Lula, 90% das categorias organizadas conquistaram aumento real no salário ao longo de seu governo. No entanto, esses números foram registrados apenas em três anos: 2006, 2007 e 2010. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese) mostra que, em 2003, 2004, 2005, 2008 e 2009, menos de 80% das categorias tiveram aumento real no salário (acima da inflação).

Os governos petistas não acabaram com a fome no Brasil, ao contrário do que disse o ex-presidente. Apesar de o menor índice de insegurança alimentar grave ter sido registrado durante a administração de Dilma Rousseff (PT), os governos do PT não resolveram o problema da fome. Desde 2004, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou as pesquisas sobre insegurança alimentar, o Brasil registra milhões de pessoas na categoria “grave”. Na prática, isso significa que muitos brasileiros ainda não têm o que comer. O melhor desempenho foi registrado em 2013: 3,6% da população, ou 7,2 milhões de pessoas.

É mentira que Lula cresceu 15 pontos porcentuais nas pesquisas de intenções de voto depois de sua prisão, em 2018. Nenhum dos levantamentos divulgados pelos institutos de pesquisas aprovados pelo “consórcio de imprensa” registrou tal variação naquela época. Datafolha e Ibope, por exemplo, mostravam que o petista tinha entre 30% e 31% das intenções de voto em abril de 2018, depois de sua prisão. Três meses antes, em outubro de 2017, Lula tinha entre 35% e 36%. As intenções de voto caíram entre 4% e 6%.

O petista afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu, durante entrevista ao canal Paparazzo Rubro-Negro, a necessidade de mentir para conseguir governar. É falso. Na ocasião, o atual presidente da República disse ter sido aconselhado diversas vezes a mentir, mas não teria seguido a sugestão.

Edilson Salgueiro - Revista Oeste

 

terça-feira, 20 de setembro de 2022

Justiça Eleitoral - Sobram motivos para ministros do STF não presidirem esta eleição - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia 

Outro dia eu comentei aqui sobre a estranheza de não se declararem impedidos por suspeição – é uma questão de mulher de César, que não basta ser honesta, tem que parecer honesta os ministros do Supremo que confirmaram a anulação dos processos de Lula, que votaram naquele 8 a 3 no STF.  
Os três do Supremo que estão na Justiça Eleitoral, dirigindo essa eleição Cármen Lúcia; Ricardo Lewandowski, vice do TSE; e Alexandre de Moraes, presidente do TSE –, votaram para anular os processos de Lula, e agora estão presidindo uma eleição de que Lula é participante. Com uma agravante: Alexandre de Moraes foi secretário do vice de Lula, quando o vice de Lula era governador de São Paulo
É vínculo demais para um juiz não se declarar impedido, não dizer que não poderia estar nesse caso por ter muito vínculo. 
Isso é óbvio, funciona assim na Justiça do mundo inteiro. É uma questão de princípio, de ética, mas no Brasil é diferente.

Alexandre de Moraes, presidente do TSE, foi um dos oito ministros do STF que votaram para anular os processos de Lula na Lava Jato.| Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

Agências de checagem estão dormindo?
Vejam que divertido. Um grande jornal, que tem um instituto de verificação que se chama Verifica, noticiou um terremoto no México, na costa do Pacífico, e informou que chegou a ser emitido um alarme de tsunami na capital, a Cidade do México. 

Isso não passou pela verificação, porque a Cidade do México fica a 280 quilômetros do litoral do Pacífico e a uma altitude de 2.240 metros acima do nível do mar. Precisaria ser um tsunami daqueles.

Lula chama reforços para sua campanha
Aliás, o candidato Lula não está acreditando nas pesquisas, porque chamou reforços. Convocou ex-candidatos à Presidência da República para uma reunião. Foram Guilherme Boulos, Luciana Genro, Cristovam Buarque, Marina Silva, Fernando Haddad, um filho de João Goulart e até Henrique Meirelles, com Lula pedindo o apoio de todos eles.

Após funeral da rainha, Bolsonaro fala na ONU

Enquanto isso, o presidente Bolsonaro fala nesta terça-feira na ONU, abrindo a Assembleia Geral depois de ter estado nos funerais da rainha Elizabeth II, em que brilharam a elegância, a classe, a postura da nossa primeira-dama, representando o Brasil. 
Aliás, uma das candidatas à Presidência da República, senadora Soraya Thronicke, pediu ao TSE para impedir Bolsonaro de mostrar as imagens de Londres. 
Eu fico pensando que esse pedido equivale a dizer que Michelle estava linda demais, elegante demais, com classe demais. Não mostrem, por favor. Parece algo assim.

Veja Também:

 Igualdade de gênero e combate à violência: as propostas dos presidenciáveis para as mulheres

Candidaturas coletivas ganham força, mas mandato compartilhado não tem previsão em lei

 Fachin quer acabar com a “violência política” com uma canetada

Diesel mais barato e previsões de inflação em queda
A partir desta terça está em vigor a terceira redução no preço do diesel. Era algo de que estávamos precisando. São 30 centavos a menos, uma redução de 5,8%. 
A gasolina, como se sabe, teve várias reduções nas últimas 12 semanas, totalizando 33%. São excelentes notícias. Cada vez mais cai a previsão de inflação: agora está em 6%. Nossa inflação está mais baixa que a dos Estados Unidos, da Alemanha, da França, da zona do euro.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos. 

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 5 de março de 2022

A Rússia é culpada – sem adversativas - Carlos Alberto Sardenberg

Como não dá a menor atenção para questões ambientais, sociais e de sustentabilidade, o presidente Putin não percebeu a enorme mudança ocorrida nas corporações privadas ocidentais: a era da responsabilidade social. E assim cometeu o maior erro de cálculo de seu ataque à Ucrânia: não imaginou que as grandes multinacionais, envolvidas em negócios bilionários com o governo e empresas russas, pudessem aderir de maneira avassaladora às sanções contra a Rússia.

Todas essas multinacionais estão perdendo muito dinheiro. A Embraer, por exemplo, informou que não vai mais prestar assistência aos 30 aviões que voam na Rússia. Nem assistência técnica, nem fornecimento de peças. Logo, deixa de receber dólares por um serviço. [nossos comentários não são narrativas, sempre refletem a verdade, comentamos o fato, não a narrativa: no exemplo, fica dificil imaginar o caos caótico produzido por 30 aviões deixarem de voar - lembrando que o prejuízo é bem maior para  a Embraer.
Outro ponto: quando alguma nação declara que vai deixar de comprar gás russo ou petróleo, surge uma pergunta inevitável: a necessidade do gás e/ou petróleo permanece - vai comprar de quem e a que preço? ]

A BP simplesmente cancelou sua participação no capital de empresas petrolíferas russas – assimilando uma perda patrimonial de US$ 25 bilhões e perdendo acesso a importantes reservas de óleo e gás. [bobagem; são insumos que não fazem falta.]

Por que fazem isso? Porque, no mundo corporativo contemporâneo contam muito os valores éticos, a responsabilidade com o público e a sociedade. [será que esses valores tão bonitos dentro do maldito politicamente correto, atendem as necessidades dos produtos dispensados?]  Muita gente dizia que isso de ESG – Environmental, social and  governance – era puro marketing. Uma enganação para parecer politicamente correto.

Mas o verdadeiro cancelamento que as multinacionais impuseram aos negócios com a Rússia tiveram efeitos devastadores. As ações das 11 maiores empresas russas listadas na bolsa americana Dow Jones viraram pó. Uma queda de 98%! Perderam riqueza empresas e pessoas russas, mas também empresas e pessoas do mundo ocidental. As sanções de governos eram esperadas. Mesmo assim foram mais fortes do que se imaginava e podem escalar com a proibição total de importação de petróleo e gás russos. A adesão tão completa das multinacionais – às vezes, mais forte do que as governamentais – é a parte nova desta história. [o complicador é que as sanções demoram a fazer efeito, apresentar resultado, já as vidas perdidas o resultado é imediato; dado a desproporção, a Ucrânia dificilmente aguenta um mês de fogo cerrado - nesse tempo ou se rende para evitar um morticínio ou o Zelenski renuncia e pede asilo - solução mais acerta,humanitária e racional. Começa o processo de reconstrução da Ucrânia e as sanções somem antes de serem percebidas na inteireza. Não é ideologia, é antecipação dos fatos.]

Assim, o isolamento global imposto à Rússia é uma atitude ao mesmo tempo geopolítica e moral. É para dizer: não, a Rússia não pode invadir a Ucrânia e ponto final. A Rússia é a criminosa, a Ucrânia, a vítima. E a ordem jurídica internacional, tal como definida na Carta da ONU, também é vítima. A Rússia viola escandalosamente o princípio de integridade territorial. São inteiramente equivocadas as análises segundo as quais a Rússia se sentiu ameaçada pelo avanço da União Europeia e da OTAN na direção do Leste europeu, dos ex-satélites soviéticos.

Sei que gente bem intencionada diz isso. Ainda assim, é um grave equívoco. E, sim, equivale a dar razão a Putin.  O fato é que a Rússia não estava sob nenhuma ameaça militar. O que estava e está se desfazendo é a ideologia sustentada por Putin, segundo a qual os valores ocidentais – liberdade individual, direitos de minorias, imprensa e partidos livres e o modo ESG – estavam em colapso.

A tremenda reação do Ocidente provou o contrário. Assim, pessoal, nada de adversativas, nada de “mas, porém”.[a ditadura da esquerda progressista estava, e ainda está, oferecendo sérios perigos aos VALORES que o Ocidente cultiva de longa data. Afinal a maldita esquerda progressista pretende destruir tudo que tem valor, tudo de bom, todo o bem, cultivado há séculos - ver que eles começam pelo incentivo ao aborto e vão em frente, em um crescente cada vez mais diabólico, sinistro e destruidor e que tem que ser contido.
O Joe Biden, uma das lideranças de tudo que a maldita esquerda pretende impor, tem como um dos seus slogans Biden também reforçou sua defesa do "direito das mulheres ao aborto".
Logo que assumiu a presidência dos EUA, expediu ordem executiva consolidando o acima destacado. ]

Compreendo que muita gente não gosta de ver que o Ocidente está do lado certo desta. Como Lula. Ele disse no México que os presidentes “envolvidos” deveriam cessar a guerra.  “Envolvidos” – eis uma expressão marota, para dizer o mínimo. Você pode estar envolvido num acidente… como vítima dele. A Ucrânia está envolvida na guerra, mas é o cúmulo do mau caráter pedir que ela, Ucrânia, cesse a guerra. E entregue tudo para Putin?

Também é equivocado e maneira indireta de dar razão a Putin dizer que é perigoso acuar o ditador russo. [logo no resto do mundo será considerado equívoco e no Brasil crime,apontar o óbvio: é extremamente perigoso acusar Putin = ele reagirá e sua reação não encontrará obstáculo - os guerreiros de palanques, de assembleias,  não terão coragem de reagir a qualquer ato praticado por Putin.Querem criminalizar o ato de falar a verdade? apontar o óbvio?] Trata-se do contrário: é perigoso para o mundo deixar que Putin execute seu imperialismo criminoso sem qualquer oposição.

Finalmente, os países do Leste europeu que aderiram ou estão aderindo à União Europeia e à OTAN o fizeram livremente. Nem precisa pensar muito para entender por que o fizeram: você preferiria aliar-se a uma Europa democrática e rica ou a uma ditadura imperialista? Também não se pode deixar de notar como as posições de Lula e Bolsonaro se aproximam. Ambos se recusam a dizer que a única culpada é a Rússia. [suprema ironia:  Quem impor a narrativa de que a Rússia é a culpada. Porém, tirem o ainda presidente da Ucrânia - parem de tratá-lo como um garoto birrento -  e a guerra acaba.]

Já não deveríamos nos espantar com isso. Só as sanções podem levar o povo russo a deter Putin. [daqui a seis meses?um ano?ainda existirá Ucrânia?]

Carlos Alberto Sardenberg, colunista 

 Coluna publicada em O Globo - Economia 5 de março de 2022


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

O QUE MATA A DEMOCRACIA É A “SUA TORCIDA” - Fernão Lara Mesquita

Imaginemos que os Estados Unidos, depois de anexar militarmente a Baja California, estacionassem 190 mil soldados, com os tanques, os lançadores de mísseis e o mais da parafernália do costume na fronteira do México, e declarasse, apenas porque Joe Biden sozinho decidiu que o momento é bom para tanto, que não reconhece a soberania do governo mexicano sobre os estados de Sonora e Chihuahua e, se calhar, sobre o resto do México inteiro. 

Qual seria a reação do mundo? E a dos próprios americanos?

Dá pra imaginar a chuva de pedras da imprensa nacional e estrangeira? As meninas bonitas das redes americanas e mundiais de TV deslocando-se em fúria para esses territórios para mostrar, em matérias pungentes, as crianças e os bebezinhos marcados para morrer? Entrevistando incessantemente, dos “especialistas” do costume aos atores de Hollywood, quem denunciasse a dimensão do genocídio planejado? As marchas planeta afora de furibundos queimadores de bandeiras ianques? Os milhares de matérias de arquivo mostrando as barbaridades “gratuitas” todas perpetradas pelos americanos em “guerras que não eram deles” (menos a do Hitler, claro)?

Agora imagine isso na Russia do envenenador de opositores com plutônio. Seria possível algo parecido?

Ha 400 anos, quase 100 dos quais depois do fim de todos os outros impérios coloniais da História Moderna, a Russia barbariza incessantemente os mesmos vizinhos que “desinvadiu” ontem na debacle soviética. Seja “para ter acesso a mares quentes”, seja pela desculpa que for, invade, massacra, escraviza, mata deliberadamente de fome (na Ucrânia mesmo), perpetra “limpezas étnicas”, esmaga “nacionalismos”, proíbe o ensino de línguas a filhos de pais que não têm outra, fuzila religiosos em porões, aterroriza e mata até que não reste na terra alheia que cobiça senão uma “maioria russa separatista”.

Como se a humanidade não tivesse aprendido nada desde que sistematizou o domínio da História, faz a mesma coisa com seus próprios nacionais. Esmaga a ferro e fogo qualquer sinal de resistência ao “César” (czar) da hora. Não ha barbaridade nos dicionários ou nos anais da tragédia humana que não tenham praticado, primordialmente contra a sua própria gente enquanto a cepa dominante foi o comunismo soviético, ou continuem praticando hoje, já sob a variante do “capitalismo de cumplicidade” depois que se assumiu como “estado bandido”, com todos os povos, culturas ou religiões que encostem ou não em suas fronteiras.

Vladimir Putin pode dizer que é ele que tem medo de ser invadido por essa Ucrânia que mantem cercada depois de tê-la invadido ainda ontem em pleno Terceiro Milênio pela mesma razão que Lula pode afirmar que assassino é quem reage a uma tentativa de assassinato: não tanto porque conta com o silêncio obsequioso de uma população interna que controla pelo terror, mas porque já conta como plenamente instalada fora da Russia a “Sociedade da Informação Adequada” que, em nome de seu único “eleitor”, Edson Fachin acaba de prometer solenemente instalar no Brasil em ritmo ”fortíssimo”. Porque tem como certa a “torcida externa” dos intelectuais e da parcela podre da imprensa que só são ainda livres para aplaudir declarações como essa graças ao sangue derramado por americanos para libertá-los da opressão nazista ou da opressão da própria Russia comunista e que, certo como que o sol nascerá amanhã, dirá que nada mais é que “alta sabedoria” de um “estadista” especialmente ladino qualquer forma de expressão da covardia e da brutalidade dele contra quem não pode se defender delas sozinho.

Putin pode invadir, oprimir e matar porque conta com essas “avaliações realistas” de uma elite ocidental que dirá que a Ucrânia nunca foi dos ucranianos, assim como tudo o mais que existe entre a Ucrânia e Berlim (ou além), que os mísseis russos não matam nem queimam criancinhas já que isso não aparece na televisão, e que resistir às suas agressões contra outros seres humanos que querem “buscar sua felicidade” como bem entenderem é prova conclusiva de falta de “refinamento geopolítico”, quando não “uma agressão” ao agressor…

Etienne de La Boétie é o autor da proposição tristemente imortal de que a existência dos tiranos depende essencialmente dessa vontade de tantos da nossa espécie de serem tiranizados. O nosso Nelson Rodrigues deu uma versão mais individualizada, teatral e freudiana à resiliência desse horror da multidão dos anões morais à grandeza dos raros que lhes põem sombras na alma: “Porque me odeias“, perguntava o seu personagem, “se eu nunca te ajudei, nunca fiz nada por você“?

É esse, enfim, o grande paradoxo da democracia: as elites que, na segurança de que desfrutam sem tê-la conquistado, se podem dar o luxo de exibir impunemente a sua corrupção moral – as que têm e as que não têm dinheiros a salvo em terras de ninguém; as assumidamente apátridas ou as supostamente patrióticas marcando a fronteira entre os comportamentos dolosos e os comportamentos apenas idiotas – imploram diariamente pela institucionalização do tiro na nuca e da injeção de plutônio que merecem. Mas mesmo assim – paciência! – é preciso lutar por elas. Não dá pra ter democracia só para a minoria que, na hora do “Vamo vê”, faz concretamente por merecê-la.

 Fernão Lara Mesquita - Publicado originalmente O Vespeiro