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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Um ano de AMLO – Editorial - Folha de S. Paulo

Presidente esquerdista do México colhe resultados frágeis diante de promessas

[mais um fracasso da esquerda - de fracasso em fracasso, chegará um momento em que ela será extirpada do mundo.]

A chegada do esquerdista Andrés Manuel López Obrador à Presidência do México, há um ano, veio cercada de enormes expectativas. O mandatário prometera durante a campanha uma agenda de transformações profundas no país, que deveria combinar forte crescimento da economia, combate à corrupção, redução drástica da violência e políticas voltadas às camadas mais pobres da sociedade. Até aqui, contudo, o saldo da administração se mostra pouco auspicioso. No âmbito econômico, em particular, o objetivo de expandir o Produto Interno Bruto a taxas anuais de 4% vem se mostrando completamente irrealista.

Neste 2019, a variação do PIB deve ser nula; para 2020, as previsões apontam um percentual próximo de 1%, resultados que analistas atribuem, sobretudo, à redução de investimentos decorrente do pessimismo da classe empresarial. A estagnação da atividade ameaça, entre outras metas, a ambiciosa agenda social defendida por AMLO —acrônimo pelo qual o presidente mexicano é conhecido.  O Orçamento proposto para 2020 passa longe do discurso grandioso da campanha e traz somas relativamente modestas nas rubricas voltadas aos mais carentes, além de cortes em alguns programas.

O governo também mostrou desempenho pífio na segurança pública. A violência associada ao narcotráfico manteve-se altíssima, colocando em xeque a estratégia conciliatória de combate à criminalidade, resumida no lema “abrazos, no balazos” (abraços, não tiros). Até novembro, quase 32 mil pessoas foram assassinadas, e o recorde de 2018 deve ser batido.  Além disso, embora tenha anunciado o fim da guerra às drogas, AMLO não apresentou até o momento um plano consistente para lidar com a questão nem se dispôs a promover um necessário debate sobre legalização das substâncias como forma alternativa de atacar o problema, a despeito das promessas nesse sentido.

Tais problemas, como seria de esperar, refletem-se em sua popularidade, que caiu 20 pontos desde o início do mandato. O presidente, contudo, ainda mantém níveis altos de aprovação, na casa do 60%.  Entre seus gestos, colocou à venda o avião presidencial, converteu a residência oficial em um centro cultural e cortou os salários mais altos do funcionalismo público. Será necessário, entretanto, muito mais do que medidas simbólicas para mudar a realidade mexicana.

 Editorial -  Folha de S. Paulo



segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Na fronteiriça Tijuana, mexicanos marcham contra caravana migrante

Centro-americanos querem cruzar fronteira aos EUA

Centenas de pessoas saíram às ruas de Tijuana , cidade mexicana perto da fronteira com os EUA , no domingo para se expressar contra os milhares de centro-americanos que integram a caravana migrante que lá repousam antes de tentar seguir viagem ao território americano. Cerca de 300 pessoas gritavam "não à invasão!", balançando bandeiras mexicanas, numa marcha contra a presença dos migrantes até o estádio onde cerca de 2.500 centro-americanos estão abrigados. Algumas dezenas de mexicanos participaram de um contra-protesto numa manifestação de solidariedade aos vizinhos centro-americanos.  


[a situação dos migrantes certamente é desconfortável, até mesmo miserável e Trump tem posturas que podem ser chamadas de 'alopradas';
mas, é inaceitável, que algumas centenas ou mesmo milhares de pessoas, nascidas e/ou residentes em um determinado país, se julguem no direito de invadir território soberano de outro país.
É uma invasão, traz prejuízos à população do país invadido, e tem que ser combatida.]

Outras mil migrantes acampam nas ruas da cidade costeira, muitos deles nas praias. A caravana viaja há mais de um mês depois de ter partido de San Pedro Sula, em Honduras, e atravessado Guatemala e México de Sul ao Norte a pé, de carona ou em ônibus. Viajam pessoas sozinhas; grupos de amigos; e também famílias, incluindo crianças e idosos, que abandonaram suas vidas em busca de empregos e segurança.  —  Eu não duvido que venham famílias, pessoas necessitadas, mas a maioria é de pessoas das gangues que cometem delitos. A prova está na violência com que entraram no país forçando as portas da fronteira com a Guatemala — disse Esther Monroy, moradora de Tijuana de 58 anos. 

Enquanto isso, um grupo menor levava cartazes brancos pedindo solidariedade aos migrantes. "O maior muro é a rejeição", "violência cria mais violência" e "não discrimine" eram algumas das frases escritas pelos manifestantes.  — Eles estão há três dias perto de nós, e não tivemos nenhum problema. Comportam-se bem. São famílias com crianças —  disse Karen Domínguez, estudante de 26 anos que vive perto de um abrigo para migrantes. 

(...) 


Após acusar a caravana de buscar uma "invasão" contra seu país, o presidente americano, Donald Trump, enviou milhares de militares à fronteira, incluindo soldados armados. Também definiu que apenas aqueles que cruzarem a fronteira em pontos oficiais de passagem poderão pedir refúgio nos EUA. No domingo, o republicano voltou a criticar a caravana — a que vem repetidamente qualificando de um grupo de "invasores" — numa publicação da sua conta oficial no Twitter:  "O prefeito de Tijuana, México, acaba de dizer que 'a cidade está mal preparada para receber todos estes migrantes, e a espera poderia ser de 6 meses'. Da mesma forma, os Estados Unidos está mal preparado para esta invasão e não a tolerará", escreveu Trump. "Eles estão causando crimes e grandes problemas no México. Vão para casa!" 

Um novo grupo de cerca de 200 migrantes salvadorenhos iniciou no domingo seu caminho para os Estados Unidos e chegou a Guatemala. Eles tentam fugir da violência e da pobreza que afetam suas comunidades, assim como os integrantes das duas primeiras caravanas que já partiram de Honduras e foram aumentando com a incorporação espontânea de novos membros pelo caminho.

O Globo