Partiu do PT uma nova
ordem que ultrapassa os limites do bom senso. O partido quer ver fora do Governo o
ministro Joaquim Levy. Não pensa
em outra coisa e conspira fortemente nesse sentido. É como se o titular da
Fazenda concentrasse agora a culpa por todos os erros econômicos que, na
verdade, foram construídos lá atrás –
como todos sabem!
– bem antes de seu embarque na equipe desse segundo
mandato. Levy tenta consertar os
problemas e é bombardeado. Virou alvo, principalmente, das maquinações de
Lula, que já traçou até um roteiro de saída do desafeto, escolheu substituto e
quer desenhar novas metas de ação, longe do necessário ajuste fiscal e do corte
de investimentos. Lula parece ter perdido, há muito
tempo, o senso de responsabilidade e aposta suas fichas unicamente no populismo
desmedido.
Não
entende que o caixa da União não é uma fonte inesgotável de recursos para
fartar seus projetos mirabolantes. Ele esquece que sai do bolso de cada contribuinte
brasileiro o pagamento do rombo financeiro construído por malversação de
recursos do bando que se locupletou no poder. O que
exatamente os arautos da catástrofe – boa parte deles enfileirados nas
hostes petistas – planejam ninguém sabe.
Na condição de aliados, são os primeiros a pressionar pelo caos. A tentar
desestabilizar o que resta do Governo.
A
crônica de reclamações só não é maior que a dos pedidos de verbas e cargos para
viabilizar seus currais eleitorais. O presidente do PT, Rui Falcão, fazendo coro a
Lula, chegou a delimitar publicamente que Levy deveria deixar o cargo caso
discorde da ideia de mudanças na política econômica. E por mudanças ele entende
uma revisão na “errada contenção do
crédito”.
Lula e Falcão falam com a
desenvoltura dos que pensam ter assumido o Planalto, numa espécie de “golpe branco” – este sim sem nenhuma legitimidade! –
relegando a mandatária Dilma ao papel de
uma rainha da Inglaterra. Levy, que já se irritou com tamanha falta de
respeito ao seu trabalho, se converteu, mesmo a contragosto dos insanos
petistas, numa âncora da economia, sem a qual o humor do capital externo pode
desandar de vez. As agências de risco estão atentas aos movimentos em falso
nessa área. Ao desautorizar ilações sobre a retirada de Levy da Fazenda, a
presidente Dilma pensou nela mesma. Sabe
que se seguir os conselhos de Lula e Falcão caminha mais rapidamente para selar
o próprio destino com o impeachment.
Fonte: Carlos José Marques, diretor
editorial - Isto É