Eu ainda duvido, pois esse governo consegue se superar na infâmia todos
os dias.
O fato é que, se for apenas esta a consequência, ainda é
muito, mas muito pouco.
Senão, vejamos: o governo
brasileiro, no seu mais importante prédio no que diz respeito à defesa
da lei e da ordem, o Palácio da Justiça na Esplanada dos Ministérios,
recebeu Luciane Barbosa Farias, conhecida como “Dama do Tráfico” e
condenada em segunda instância a dez anos de reclusão, para discussões
sobre supostas torturas no sistema carcerário brasileiro.
Pior: tudo sem
o devido registro nas agendas dos agentes públicos que a receberam, em
claro descumprimento das regras da Lei 12.813, de Conflitos de
Interesse.
E quem é um dos presos que Luciane defende?
Seu próprio
marido, Clemilson dos Santos Farias – o Tio Patinhas,
condenado a 31 anos de cadeia, líder do Comando Vermelho no Amazonas, e
cuja
reputação macabra inclui atrocidades feitas contra as vítimas de
seus homicídios.Lula e o
PT não somente deixam criminosos à vontade para circular nas ruas, como
também financiam suas visitas aos prédios governamentais.
Para
acrescentar insulto à injúria, ou humor negro à tragédia, Luciane
Farias revelou com a maior naturalidade, em entrevista coletiva, que não
só aguarda publicação da sua nomeação para o Comitê de Prevenção e
Combate à Tortura do estado do Amazonas, como teve sua viagem a Brasília
custeada pelo ministério de Silvio Almeida. Pode? [AQUI, por um lapso, em muito facilitado pela INcompetência, INoperância e omissão do chamado ministério do ainda ministro Almeida, deixamos de apontá-lo como o terceiro a ser expelido do ministério petista - tem tudo para ser ainda este mês.]
É o Estado financiando, literalmente, o crime organizado.
Como
se não bastasse,
além do dinheiro do governo financiar as viagens da
Dama do Tráfico a Brasília, o próprio tráfico financia sua Organização
Não Governamental (ONG). O Instituto Liberdade do Amazonas passou recibo
de pagamentos a líderes da organização criminosa Comando Vermelho,
segundo investigação da
Polícia Civil
do estado.
Ou seja: é o Estado pagando a viagem, o tráfico pagando a
hospedagem e alimentação de quem vai a Brasília defender supostos
“direitos humanos” daqueles que mais limitam os direitos humanos à vida,
à propriedade e à liberdade dos cidadãos brasileiros, que vivem
amedrontados pela altíssima criminalidade no país.
Qual
a reação das autoridades diante de tamanho descalabro? Providências
imediatas para profunda averiguação e exemplar punição aos responsáveis,
garantindo que a sociedade sinta-se segura e saiba que o episódio foi
absolutamente isolado?
Indignação com o desleixo do segundo e terceiro
escalões do Ministério da Justiça com a ausência de checagem de
antecedentes de quem entra no Palácio?
Anúncios de novas medidas de
segurança pública contra a audácia de traficantes e do crime organizado?
Nada disso!
No meu caso e no de diversos outros parlamentares da
oposição, Flávio Dino optou por bloquear-me após a manifestação que fiz, na
qual afirmei que o impeachment de Lula e seus ministros ainda seriam
insuficientes diante da bandalheira desse governo.
Ponderei que um governo que
não dá o básico à sua população, segurança, e oferece o contrário, apoio à
criminalidade, merece que seus integrantes delinquentes tenham o mesmo destino
dos mais perigosos bandidos: a cadeia.
A crítica da oposição, por mais ácida
que seja, é parte da democracia.
No Fantástico Mundo de Dino, porém, prefere-se
não se tomar conhecimento dos opositores (que antes merecem um frígido Gulag
siberiano) e fechar-se na bolha dos bajuladores que inflam sua soberba que,
proverbialmente, costuma preceder a ruína.
O
governo ficou nas cordas.
Seus representantes preferem atacar uma
suposta “extrema-direita fascista” por repercutir as notícias, fingindo
ignorar o fato de que foram órgãos de imprensa tradicionais e
jornalistas profissionais que apuraram o caso e seguem divulgando seus
reais, verídicos e palpáveis desdobramentos.
O governo mira e alveja o
mensageiro (hoje a oposição, em breve a própria imprensa como nas
ditaduras admiradas pelos petistas), enquanto a mensagem principal
permanece intacta: Lula e o PT não somente deixam criminosos à vontade
para circular nas ruas, como também financiam suas visitas aos prédios
governamentais. Onde vamos parar?
Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
Marcel van Hattem, deputado federal - Gazeta do Povo - VOZES