Cabe agora discutir os problemas éticos e legais levantados pelo
episódio, lamentável sob qualquer ângulo, de um grupo de senadoras
ocupando a mesa do plenário para tentar barrar, na marra, a votação da
reforma trabalhista – de mais a mais, um avanço para o restabelecimento
da normalidade nas relações entre capital e trabalho. A cena surreal
configurou um acinte ao povo, à ordem constituída, à democracia. Ninguém
que assistiu ao ocorrido encarou de forma passível, serena, tamanha
petulância.
Esse Congresso, entretanto, é extraordinário. Seus
titulares, majoritariamente os da oposição, como digníssimos
representantes ungidos pelo voto, possuem ideias por assim dizer
medievais, ultrapassadas, sobre como resistir. Não são suficientes
medidas regimentais, protestos ao microfone ou articulação de bancada.
Recorrem à obstrução física, na base da força. Imaginam-se guerrilheiros
em tempos sombrios de uma ditadura longínqua, muito embora proclamem
ter promovido a modernização e a redemocratização do País. Seja como
for, qualquer um classificaria como abominável, ridículo, beirando o
escárnio, aquele comportamento das parlamentares. Ele dá a exata
dimensão da decadência a que chegou a política brasileira. Foram as
petistas Gleisi Hoffmann, Fátima Bezerra e Regina Sousa, além de Vanessa
Grazziotin (do PCdoB), meras marionetes manipuladas como em um jogral
lobista de sindicalistas da CUT, esses contrariados principalmente com o
fim do imposto que banca as suas agremiações.
Por oito intermináveis
horas, as senadoras tomaram de assalto a Mesa Diretora e a transformaram
em um picadeiro com direito a show de palhaçadas, cafezinho, lanche e
“selfies”. Atuaram tal qual colegiais que se rebelam na sala de aula.
Faltou o corretivo da direção. O patético espetáculo é altamente
representativo do casuísmo “made in Brazil”, clássico recurso de
anarquistas quando perdem o argumento e partem para a arruaça pura e
simples, numa atitude de desespero. O ardil leguleio, contra o princípio
da razão e da dignidade, preenche o vazio do interesse público,
colocado em segundo plano quando o que se está em jogo é a disputa
partidária, a guerra pela tomada de poder. O País vive tempos difíceis,
de advogados chicaneiros, de empresários desavergonhados (alguns poucos,
é verdade) e de políticos cuja hombridade nas ações segue questionável.
Esses últimos são os piores. Os congressistas, de modo geral, habitam
um mundo onde as versões predominam sobre os fatos, as declarações e
atitudes são usadas mais para esconder do que para mostrar. Aquelas
senadoras da fuzarca não estavam preocupadas com eventuais perdas ou
retrocessos dos direitos trabalhistas. Muito menos agiam em prol do
interesse público. Contou mais o que poderiam levar no intento de
sabotar qualquer projeto desenvolvimentista do Executivo. Incorreram
naturalmente em quebra de decoro. E no caso de algumas delas, não foi
sequer a primeira falta passível de condenações judiciais. Mas para elas
pouco importa. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, recém-eleita para
comandar a sigla, que o diga. Ela adotou a tática do tumulto, das
negociatas deploráveis e da gritaria em sessões do Congresso como método
de política. Quer misturar todos no mesmo balaio de malfeitos e bagunça
para escapar de suas penas e livrar correligionários, ainda mais
graduados, do mesmo fim.
Agora Gleisi e sua trupe sonham fervorosamente
com a deposição do presidente Temer. Trabalham a qualquer custo, e
fazendo uso de métodos nada republicanos, para isso. Com estafante
insistência de uns tempos para cá falam de uma deposição a ser feita
para salvar o Brasil do caos. Não admitem que foram eles os próprios
responsáveis por tamanho caos. A decadência moral, a ambiguidade
ideológica e os fins inconfessáveis de retomada do Planalto para servir
de abrigo contra eventuais ofensivas da lei não lhes permitem esclarecer
que a transição para um novo governo em mandato-tampão não é garantia
nenhuma (ao contrário) de supressão do azougue. Os designados do
parlamento continuarão tomando cafezinho, mancomunando entre si no seu
universo paralelo e promovendo despautérios como o da semana passada, de
acordo com as suas conveniências – que quase nunca coincidem com as da
Nação.
Fonte: Editorial - Revista Isto É - Carlos José Marques, diretor editorial
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Mostrando postagens com marcador ideias medievais. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ideias medievais. Mostrar todas as postagens
sábado, 15 de julho de 2017
Selfies, cafezinho e baderna
Marcadores:
cafezinho e baderna,
ideias medievais,
petistas,
reforma trabalhista,
selfies
Assinar:
Postagens (Atom)