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quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Sob chuva, manifestantes na Paulista pedem fim do STF e golpe militar

 Manifestantes também atacam o sistema eleitoral e pedem que a população evite a ascensão do comunismo

A chuva que caiu desde o início da manhã em São Paulo nesta quarta-feira chegou a dispersar o público que começou a se reunir por volta das 10h30 na Avenida Paulista, palco de manifestações bolsonaristas neste feriado de 7 de Setembro em São Paulo. Foi só o tempo abrir, no entanto, para o público se aproximar dos trios elétricos que estão estacionados na via.

Vestindo verde e amarelo, os manifestantes exibem cartazes pedindo que o presidente Jair Bolsonaro (PL) acione as Forças Armadas e “expurgue” o Supremo Tribunal Federal (STF). Há também mensagens contra o sistema eleitoral e pedindo ao povo brasileiro que evite a ascensão do comunismo (como em Brasília, há cartazes escritos em inglês), uma referência ao favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais.

Bolsonaristas protestam na Paulista durante o 7 de setembro -
Bolsonaristas protestam na Paulista durante o 7 de setembro – Sérgio Quintella/VEJA

Um dos primeiros discursos até agora foi o da ex-deputada Cristiane Brasil (PTB), que, a exemplo de seu pai, o ex-deputado Roberto Jefferson, insultou o ministro Alexandre de Moraes, do STF. De cima de um caminhão, ela chamou o magistrado de “ditador”.

Bolsonaristas protestam na Paulista durante o 7 de setembro -
Bolsonaristas protestam na Paulista durante o 7 de setembro – Sérgio Quintella/VEJA

Do outro lado da rua, uma viatura dos Boinas Negras, veteranos da Polícia Militar, foi a atração entre os manifestantes, com pedidos de selfies pelos manifestantes — pedidos que se estenderam até a policiais da ativa, que fazem a segurança na avenida, como já ocorreu em protestos anteriores.

Bolsonaristas protestam na Paulista durante o 7 de setembro -
Bolsonaristas protestam na Paulista durante o 7 de setembro – Sérgio Quintella/VEJA

Em frente ao trio elétrico do Nas Ruas, próximo ao Parque Trianon, o clima festivo só foi quebrado quando os moradores de dois apartamentos em frente expuseram e chacoalharam bandeiras vermelhas. Com gritos e insultos, o público na rua logo esqueceu os adereços. No caminhão é esperado o candidato ao governo pelo Republicanos, Tarcísio de Freitas.

Maquiavel - Revista Veja

 

quinta-feira, 4 de junho de 2020

"Prefeitos têm poderes de presidente, e Brasil caminha para a anarquia" - J.R. Guzzo

Gazeta do Povo

Após decisão do STF Prefeitos têm poderes de presidente, e Brasil caminha para a anarquia

Em São Paulo, neste domingo (24), os soldados e oficiais da Polícia Militar (PM) prestaram continência aos manifestantes de mais um protesto de rua, na Avenida Paulista, contra o confinamento e contra o governador João Doria. No Ceará, numa manifestação idêntica, a polícia prendeu participantes e confiscou seus celulares e carros, sem qualquer base na lei – eram objetos de propriedade pessoal, e não prova de crime. (Que crime? Sair na rua?)

[Esclarecimento:
Diante do fato de que vários veículos da grande mídia começam a publicar matérias insinuando que o presidente  Bolsonaro é responsável pelas mortes advindas da pandemia, estamos publicando com atraso - mas sem prejuízo aos leitores já que a matéria permanece atual - este Post.
Lembrem-se que até a OMS conspira contra o governo Bolsonaro - proibiu a cloroquina há quase um mês e esta semana voltou atrás, cancelando a proibição.]

Dois estados, dois países. Onde fomos parar? O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, dois meses atrás, acabar com a federação no Brasil, ao dar autonomia absoluta aos governadores e prefeitos no trato da Covid-19 e cassar do governo federal qualquer autoridade sobre o assunto. O resultado começa a aparecer, com episódios de anarquia como esses. Só tende a piorar, se as coisas continuarem abandonadas à sua própria natureza.


Se a lei não vale no Ceará, por que haveria de valer em São Paulo? Se o governador de São Paulo não tem de obedecer às leis nacionais, por que a PM teria de obedecer ao governador?  É o raciocínio que os policiais paulistas, na prática, parecem ter adotado em sua conduta diante da última manifestação na Avenida Paulista.

A lei, como se sabe há séculos, não pode ser aplicada por partes; ou vale por inteiro e para todos, ou não vale nada. No Brasil, por conta da irresponsabilidade de ministros do STF que tomam decisões individuais e estão empenhados apenas em impedir o Poder Executivo de governar, a legalidade se perdeu. São 27 constituições diferentes – ou milhares, porque os prefeitos também foram transformados em presidentes das repúblicas municipais. É nisso que está dando a aventura de submeter a justiça às posições políticas do Supremo.

É inútil querer anular o episódio de ontem na Avenida Paulista não falando dele – dezenas de vídeos e áudios, gravados em celulares, estão circulando pelas redes sociais. Tão inútil quanto isso foi a tentativa do governador João Dória de dizer – em nota oficial – que o apoio dos policiais à manifestação era falso; segundo ele, as continências teriam sido “em homenagem a um soldado da PM morto no sábado”.

Aí já é o desespero. Porque os policiais fariam a sua homenagem ao colega justo na hora e local do protesto de rua? 
E as palmas que bateram para os manifestantes? E os cumprimentos e selfies?

O fato é que a cada dia o Brasil dá mais um passo na direção da desordem. Há o risco real de que o governador Doria dê uma ordem à PM e não seja obedecido – que tal uma coisa dessas?  Os comandantes da tropa, é claro, jamais vão admitir que seus comandados estejam fazendo algo fora da normalidade. E isso vai mudar o quê? A realidade não pode ser anulada por notas oficiais, ou pelo fato de não aparecer no noticiário.

Quando a Suprema Corte de Justiça do país dá a um prefeito de interior o poder de decidir quais direitos o cidadão tem, e a quais obrigações precisa obedecer, a anarquia só tende a prosperar. [seja do interior ou da capital não funciona;
o prefeito da cidade de São Paulo simplesmente decidiu priorizar o combate à covid-19 comprando urnas funerárias e tomando medidas para facilitar enterros. Será que com medidas tão absurdas e ineficazes para salvar vidas, ele pretendeu ocultar sua incompetência?]

J.R. Guzzo, jornalista - Vozes - Gazeta do Povo


segunda-feira, 16 de março de 2020

'Seria um golpe isolar chefe do Executivo' diz Bolsonaro sobre críticas de Maia e Alcolumbre por participação em protesto - O Globo


Daniel Gullino

Presidente questionou 'moral' de chefes do Legislativo por terem participado antes de evento com mais de mil convidados

O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores durante manifestação em Brasília Foto: Sergio Lima/AFP/15/03/2020
O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores durante manifestação em Brasília Foto: Sergio Lima/AFP/15/03/2020
Maia afirmou que Bolsonaro cometeu um "atentado à saúde pública" ao participar da manifestação e que contrariou as orientações do seu próprio governo. Já Alcolumbre classificou a atitude como "inconsequente".

Leia'Ninguém vai botar 300 deputados no plenário', diz Maia a deputados
O presidente Bolsonaro ressaltou que Maia e Alcolumbre, além dos governadores João Doria (São Paulo) e Wilson Witzel (Rio de Janeiro), participaram de um evento em São Paulo no último dia 9 com mais de mil convidados.
— Eu não vou partir para a hipocrisia, como algumas autoridades presentes, tem (tinham) mais autoridades presentes na Oca do Ibirapuera, 1.300 pessoas. Ou seja, a elite política pode reunir 1.300 pessoas? E eu não posso chegar perto de um povo que foi pacificamente  nas ruas sem a minha convocação? — afirmou Bolsonaro, durante entrevista na "Rádio Bandeirantes".

O evento a que Bolsonaro referiu-se foi a festa de inauguração da "CNN Brasil", realizada na Oca do Ibirapuera, em São Paulo. Apesar da fala de Bolsonaro, no dia 9 não havia a recomendação do Ministério da Saúde para evitar grandes aglomerações. Além disso, no dia 11, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, publicou um decreto proibindo eventos com mais de 100 pessoas.

O presidente afirmou que há uma "luta pelo poder" e questionou qual a "moral" que essas autoridades teriam para criticá-lo: — A luta é pelo poder. Repito aqui, essas autoridades presentes com 1.300 convidados na Oca do Parque do Ibirapuera. Que moral tem esses que falaram contra e estão me criticando em ter comparecido a um evento como esse daí?
[Presidente Bolsonaro, antes de demonstrar surpresa com as críticas gratuitas, muitas vezes até frutos de intromissão indevida nos assuntos do Poder Executivo, tenha presente que Maia é o segundo na linha sucessória do Presidente da República Federativa do Brasil e Alcolumbre o terceiro da mesma lista.
Quanto as críticas daquele Felipe Santa Cruz, presidente da OAB,  são além de improcedentes, indevidas, já que não é competência daquele senhor, mesmo presidindo a OAB, usar o cargo para fazer críticas a uma autoridade eleita pelo povo, com quase 60.000.000 de votos.]
O presidente insinuou ainda que Maia fez "acertos" para deixar determinadas medida provisórias (MP) perderem a validade, como a que mudava a publicação de balanços das empresas nos jornais e que criava a carteira digital: — O Congresso, o presidente da Câmara, deixou caducar. Não botou para frente. Que acerto que ele fez com a imprensa? Que acerto ele fez com a UNE para caducar a medida provisória da carteira digital? O que está acontecendo que uma simples medida para mudar a validade de carteira de motorista não vai para frente? 

Apesar da crítica, Bolsonaro disse que está de "braços abertos" para encontrar Maia e Alcolumbre:
Estou disposto, se o Maia e o Alcolumbre quiserem conversar comigo, sem problema nenhum. Será motivo de satisfação, afinal de contas demonstro que o Brasil está acima de nossos interesses. Estou de braços abertos, pronto para conversar com eles. A solução tem que ser de nós.

Ao participar da manifestação, Bolsonaro rompeu diversos protocolos recomendados pelo Ministério da Saúde para prevenir a disseminação do novo coronavírus: cumprimentou apoiadores, encostou a cabeça nos manifestantes na hora de tirar selfies e pegou diversos celulares para fazer, ele mesmo, imagens. Na quinta-feira, ele havia sugerido que o protesto fosse adiado.

Na entrevista desta segunda-feira, o presidente afirmou que a culpa sobre uma possível propagação do vírus não pode ser atribuída a ele. Por outro lado, disse  que se tiver se contaminado, será sua responsabilidade: — Querer colocar a culpa de uma possível expansão do vírus na minha pessoa porque vim saudar alguns na frente da Presidência da República, em um movimento que eu não convoquei, é querer se ver livre da responsabilidade — disse, acrescentando depois: — Se eu me contaminei, isso é responsabilidade minha.

Bolsonaro disse diversas vezes que os protestos não foram convocados por ele. Entretanto, no dia 7 de março, ele convocou a população a participar das manifestações durante um evento em Boa Vista.
O presidente disse não apresentar sintomas do novo coronavírus e confirmou que fará um novo teste na terça-feira. Na semana passada, um primeiro exame deu negativo, de acordo com o presidente.

O Globo - Brasil


terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Bretas, um juiz no palanque - O Globo

A cena viralizou mais do que os gols do Flamengo no domingo. Ao som de um hit evangélico, Jair Bolsonaro tira Marcelo Crivella para dançar. Atrás da dupla, rodopia Marcelo Bretas, responsável por julgar os processos da Lava-Jato no Rio.  A festa gospel não foi a única agenda do juiz com o presidente. Antes de subir no palanque da Igreja Internacional da Graça de Deus, Bretas foi ao aeroporto para receber Bolsolnaro. Em seguida, acompanhou sua comitiva na inauguração de um viaduto no Caju.

O magistrado usou o Instagram para celebrar o encontro. “A Cidade Maravilhosa dá boas-vindas ao Sr. Presidente Jair Bolsonaro”, escreveu. Em outro post, ele se mostrou maravilhado com o ministro Augusto Heleno. “Registro de minha admiração”, derramou-se.

O deputado Helio Lopes, eleito com o apelido de Helio Bolsonaro, publicou uma foto ao lado do presidente e do juiz. Pelo sorriso, o papagaio de pirata oficial do bolsonarismo parecia feliz com o reforço.  Bretas começou a se aproximar do capitão na campanha de 2018. Depois celebrou a eleição do primeiro-filho ao Senado, viajou para a posse em Brasília e visitou o presidente no Alvorada.  A tabelinha pode render dividendos pessoais aos dois. Bolsonaro se associa a um magistrado que prendeu corruptos, e Bretas se cacifa para a vaga reservada a um ministro “terrivelmente evangélico” no Supremo.

O desembaraço do juiz tem incomodado colegas e investigadores da Lava-Jato. Ontem a procuradora regional eleitoral, Silvana Batini, pediu uma investigação sobre o ato na Praia de Botafogo. No ofício, ela cita a “grande projeção midiática” de Bretas.
O titular da 7ª Vara Federal já rebateu críticas pelo exibicionismo na internet. O hábito de postar selfies na academia de ginástica é problema dele, mas a mistura da toga com a política contraria a Constituição e a Lei Orgânica da Magistratura.
“A presença de um juiz no palanque contamina a imagem da Justiça, que deve ser imparcial”, critica o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. Ele pediu ao Conselho Nacional de Justiça que apure a conduta de Bretas.

Bernardo M. Franco, colunista - O Globo 


segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Jornalistas são 'raça em extinção' e ler jornal 'envenena', diz Bolsonaro - Correio Braziliense

Presidente lembrou que mandou cancelar a compra de jornais e revistas impressas ao Planalto

 Em novo ataque à imprensa, o presidente Jair Bolsonaro disse, nesta segunda-feira (6/1), que jornalistas são uma "raça em extinção" e que ler jornal "envenena". Bolsonaro afirmou que vincularia os repórteres ao Ibama, órgão que, entre outras atribuições, defende animais ameaçados. "Vocês são uma espécie em extinção. Eu acho que vou botar os jornalistas do Brasil vinculados ao Ibama. Vocês são uma raça em extinção." 

A declaração foi feita em frente ao Palácio da Alvorada, onde o presidente costuma falar com a imprensa e tirar selfies com apoiadores. Bolsonaro disse que a imprensa "não sabe nem mentir mais", mas que não iria estender as críticas a todos os jornalistas. "Para não ser processado pela ANJ (Associação Nacional de Jornais) e não sei o quê", justificou.


O presidente disse que "cada vez mais gente não confia" na imprensa. E lembrou que mandou cancelar a compra de jornais e revistas impressas ao Planalto.  A Presidência não renovou contrato para compra de periódicos - nacionais e internacionais -, que se encerrou no fim de 2019. Firmada em 2017, a compra era de R$ 582.911,40 anuais e abastecia o Palácio do Planalto e o escritório regional da Presidência em São Paulo, além de fornecer assinaturas digitais. "Todos, todos (foram cancelados). Não recebo mais papel de jornal ou revista. Quem quiser que vai comprar. Porque envenena a gente ler jornal. Chega envenenado", disse ele. O novo ataque do presidente à imprensa hoje começou após ele ser questionado se enviaria antes ao Congresso Nacional a reforma administrativa ou tributária.

Na mesma entrevista, o presidente ainda disse que tem uma vida difícil. E acusou, sem provas, que jornalistas "ensaboavam" ex-presidentes devido a pagamentos mais altos de publicidade às empresas de comunicação.  "A vida do presidente que quer fazer pelo Brasil não é fácil. Nunca vocês tiveram um presidente que conversasse tanto com vocês. Nunca. E quando conversavam, era só ensaboar, e vocês aceitavam por quê? Porque recebiam mais de R$ 1 bilhão por ano a título de propaganda. Aí, pô, fica quieto, vai dizer que papai e mamãe está tudo bem, mas não estava. O Brasil estava afundando", declarou.

Ataques à imprensa
Em 20 de dezembro, o presidente se irritou com repórteres ao ser questionado sobre a operação de busca e apreensão que teve como alvo seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). Na ocasião, Bolsonaro disse a um repórter que ele tinha "uma cara de homossexual terrível"No dia seguinte, o presidente recebeu jornalistas no Palácio da Alvorada, quando não elevou o tom de voz ao responder sobre o mesmo tema. Naquela entrevista, Bolsonaro disse que se controla ao falar com jornalistas e que a mídia o "provoca" para ter manchete. 

Bolsonaro afirmou à época que reflete sobre algumas declarações e que se arrepende, em alguns casos. Bolsonaro comparou a relação com a imprensa ao futebol e continuou, em tom irônico: "É igual futebol: ali na frente, de vez em quando, você manda seu colega para a ponta da praia (base da Marinha que teria sido usada como local de tortura na ditadura militar). Depois vai tomar uma tubaína com ele", afirmou. [o presidente usou o termo ponta da praia em substituição aquele outro, de uso corrente, e que é o conhecido: vá para a  p.q.p.]

Correio Braziliense - Notícia/Política


 

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Há vida além das curtidas - O Globo

Quando uma imagem faz sucesso, ela tende a ser repetida ao infinito. A criatividade acaba sendo a vítima mais visível do sistema

É possível viver numa rede social sem curtidas? É isso que os usuários mais jovens do Instagram estão começando a descobrir desde a semana passada, quando a empresa varreu os likes das telas dos smartphones. Quem posta ainda vê quantas curtidas recebeu, mas já não vê quantas receberam os demais. Afinal, o parâmetro é bom para saber se o seu público prefere fotos de gatos ou peixes, mas pode gerar muita angústia em quem vê nas redes um permanente concurso de popularidade, ou seja - praticamente todos que lá estamos.  A medida, anunciada pelo Instagram como um teste, e aplicada com cautela num número reduzido de países, causou comoção, e rendeu até um tuíte do 03, no seu português peculiar, como sempre se achando alvo de perseguição: "Confere que o Instagram não mostra mais o número de curtidas numa postagem? Empresa privada, ok. Se isso for real saiba que o intuito é barrar o crescimento dos que pensam de forma independente, ou seja, aqueles que estão rompendo o sistema. Quem raciocina sabe o q isso significa."

Na verdade, quem raciocina sabe que, há tempos, o número de curtidas no Instagram passou a ser mais importante do que o conteúdo postado. Qualquer clique bobo de subcelebridade rende mais curtidas em alguns minutos do que todo o trabalho de um usuário esforçado, porém desconhecido, durante anos. É difícil lidar com isso.  Os que estão na internet há mais tempo sabem que nem sempre a vida online foi pautada por likes . No Fotolog, primeira rede social para compartilhamento de fotos, criada em 2002, não existiam curtidas - e, ainda assim (ou talvez por isso mesmo), nunca houve experiência mais divertida para quem de fato gostava de produzir e de ver imagens. O Fotolog tinha uma interface limpa, não tinha anúncios, permitia a postagem de uma foto por dia e limitava o número de comentários. Quem achasse pouco podia virar assinante ("Gold Camera"): com isso, o limite passava para seis fotos diárias, e o espaço para comentários permitia 200 em vez de 20.

Estava mais do que bom, e assim poderia ter continuado para sempre, mas a rede foi vítima do próprio sucesso, e não conseguiu superar nem as dificuldades técnicas que vieram com a explosão do número de usuários, nem o desgosto da turma mais antiga diante das hordas de adolescentes que não postavam nada além de selfies. Isso foi na época da internet a vapor, bem no momento em que as fotos digitais deixaram de ser feitas em câmeras e passaram a vir de smartphones.

Outros tempos.
Pessoalmente, aprovo a mudança no Instagram. A cultura dos likes, polarizadora em redes de opinião - onde quanto mais radical o pensamento, mais popular - é homogeneizante em redes de forte apelo visual: quando uma imagem faz sucesso, ela tende a ser repetida ao infinito. A criatividade acaba sendo a vítima mais visível do sistema, acima até de egos feridos e frustração geral.  É claro que influenciadores brasileiros já estão dando o seu jeitinho: eles têm fotografado as próprias páginas, e postado para os seus seguidores. Mas aí, além do número de curtidas, o ridículo também fica visível.


Cora Ronai - O Globo


 

sexta-feira, 31 de maio de 2019

Toffoli, o novo garoto do capitão

Bolo de festa

Poderia ter soado à malvadeza, mas não foi. O presidente Jair Bolsonaro está de fato encantado com o ministro José Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, que só esta semana tomou dois cafés da manhã com ele no Palácio do Planalto.  O primeiro reuniu os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, além de ministros do governo e assessores. O segundo foi mais alegre e descontraído. Bolsonaro e Toffoli até posaram para selfies na companhia de deputadas federais e senadoras.

Foi nessa ocasião que Bolsonaro fez o elogio que ficará para sempre na biografia do mais jovem presidente da história do Supremo: – [Toffoli] tem sido uma pessoa excepcional. É muito bom nós termos aqui a Justiça ao nosso lado, ao lado do que é certo, ao lado que é razoável e ao lado do que é bom para o nosso Brasil.

O ministro sorriu agradecido. E não passou recibo do fato de Bolsonaro tê-lo usado para sugerir que a Justiça apoia seu governo porque ele é o certo, o razoável e o bom para o Brasil.  Zelasse mais pela imagem do seu cargo, Toffoli deveria ter faltado aos dois cafés da manhã. Ao primeiro porque Bolsonaro queria discutir um pacto entre os poderes da República para que ele possa governar melhor – e a Justiça não deveria meter-se nisso.
Ao segundo café porque nada de relevante se passaria ali, como não se passou. Foi só mais uma jogada de marketing de Bolsonaro para melhorar sua imagem entre as mulheres. E, no entanto, Toffoli concordou em ir para fazer papel de figurante.

 

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Rogério 157 tentou mudar aparência e sugeriu propina a policiais: "Vocês podiam fazer suas vidas"


O traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, capturado em uma ação policial na favela do Arará, zona norte do Rio de Janeiro, se entregou sem esboçar reação, reconheceu o delegado à frente das investigações e sugeriu propina aos agentes envolvidos na ação. Segundo o delegado Gabriel Ferrando, Rogério 157 o reconheceu. "Ele falou: Doutor Ferrando'", disse o policial que foi delegado da Rocinha por anos. "Doutor, vocês podiam fazer as suas vidas", teria dito o traficante no momento da prisão. A detenção ocorreu sem troca de tiros. "Ele se cobriu, tentou se disfarçar", complementou o delegado.


"Conseguimos uma prisão emblemática", afirmou o secretário de Segurança, Roberto Sá. "[Ele é um] Criminoso que há mais de dez anos vem causando problemas para o Rio de Janeiro." O delegado Gabriel Ferrando é um dos policiais que aparecem nas selfies feitas com 157. No entanto, em entrevista coletiva, ele afirmou que os policiais que fizeram as fotos "vão responder na Corregedoria".



Ferrando informou, no final da manhã, que 157 estava tentando mudar sua aparência física. "Estava tentando mudar sua aparência, estava apagando tatuagens. Ele, inclusive, estava tentando apagar uma cicatriz no braço para impedir a sua identificação", afirmou. "Os policiais destacados nesta operação, além de já conhecerem ele com muito detalhe, tinham condições de fazer um reconhecimento mais detalhado, como tatuagem, cicatrizes. Isso foi fundamental", complementou o delegado. A delegada Cristiana Bento disse que 157 vai para o presídio de segurança máxima Bangu 1. No entanto, reconhece que o ideal é que ele saia do Estado, para um presídio federal, porque a prisão estadual mantém integrantes de sua facção criminosa. Ela afirmou que 157 vinha migrando de favela em favela e que chegou ao Arará por volta das 3h de hoje. "Ele vem migrando. Ele disse que não esperava (que a operação abarcasse a favela do  Arará).


'Não, eles não vão vir aqui'. Chegou às 3h de hoje. Não ia imaginar que íamos envolver 3.000 homens no Arará, que é uma comunidade pequena".

UOL - Notícias 



157 tentou mudar aparência e sugeriu propina a policiais: "Vocês podiam fazer suas vidas"... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/12/06/157-tentou-mudar-aparencia-e-sugeriu-propina-a-policiais-doutor-voces-podiam-fazer-suas-vidas.htm?cmpid=copiaecola