Baixou um Conselheiro Acácio na ministra Cármen Lúcia, presidente do
STF, na cerimônia que marcou o início dos trabalhos do STF em 2018. Ela
resolveu declarar que é preciso cumprir as decisões judiciais. É mesmo? É
claro que vai um recado aí não apenas a petistas que andam descontentes
com a condenação de Lula e falam bobagens pelos cotovelos. Também é uma
resposta às muitas vozes que começam a se dar conta da hipertrofia do
Poder Judiciário. Pois é… Um Judiciário que resolveu ocupar o centro da arena política,
que se politiza a olho nu, que toma para si atribuições do Congresso e
do Executivo, sai gritando “Fogo, fogo na floresta!”, como o coelho de
“Bâmbi” quando quer salvar os seus.
Vamos combinar uma coisa, ministra Cármen! Nunca mais um juiz
proclama que se deve cumprir a lei. Em não se cumprindo, cabe a quem
direito tomar as devidas providências. O que lhe parece a minha fórmula?
Não se repita, pois, o óbvio. Se, no entanto, a ministra tivesse
pregado que cada um dos Poderes da República deveria se ater às funções
que lhe atribui a Constituição, aí o recado já seria menos óbvio, não é
mesmo? Por exemplo, por que a própria presidente do Supremo impediu a
posse da deputada Cristiane Brasil no Ministério do Trabalho? A vereda
da dita “moralidade administrativa” pode ser pau para toda obra. Por aí,
pode-se instaurar uma ditadura do Judiciário porque se abre o campo
para as subjetividades.
Decisões da Justiça têm de ser cumpridas, diria o Conselheiro do
Óbvio. Mas quem fará com que o Judiciário cumpra as decisões do
constituinte original, que não delegou ao Supremo, por exemplo, a tarefa
de legislar sobre financiamento de campanha ou sobre foro especial por
prerrogativa de função.
Na picada aberta por Roberto Barroso, com sua
ridícula questão de ordem, não passou só um boi, mas também uma boiada. Boiada, diga-se, cujo rabo o ministro Barroso e outros decidiram
preservar, declarando a inconstitucionalidade — ora vejam! — da
vaquejada. Mas o mesmo preclaro usou a sua toga para declarar que o
aborto até o terceiro mês de gravidez não é crime. Na sua decisão, ele
escreve esta pérola:
“Passando da teoria à prática, é dominante no mundo democrático e
desenvolvido a percepção de que a criminalização da interrupção
voluntária da gestação atinge gravemente diversos direitos fundamentais
das mulheres, com reflexos inevitáveis sobre a dignidade humana”.
Se é assim, não temos mais uma Constituição, um Código Penal, um
Código Civil e outros diplomas legais. Tudo será substituído por uma
soma-síntese-mediana do que é “dominante do mundo democrático”. Como
fica difícil saber do que se fala, então a gente deixa que o ministro
Barroso resolva. Se ele tiver de sapatear sobre o Código Penal, ele
sapateia. Parece que o tal professor Conrado Hubner Mendes, o tal que perpetrou
o buliçoso artigo na Folha, sobre o qual ainda vou escrever com mais
calma, não se interessou por essas questões. É que ele estava ocupado
demais tentando pegar no pé de outro Mendes, o Gilmar. Gosta de escolher
adversários grandes com argumentos pequenos, mas que fazem barulho.
Isso fica para outra hora. Quero voltar ao ponto.
Cármen, desta feita, convidou o presidente Michel Temer para a
cerimônia de abertura dos trabalhos do Supremo, o que ela não fez no ano
passado. Três meses depois, lá naquele 2016, viria a público a
patuscada de Joesley Batista, tramada, aliás, no mês de fevereiro, que
só prosperou porque Rodrigo Janot resolveu escolher o relator de um
caso, Edson Fachin, com a complacência — ou melhor: a cumplicidade — de
Cármen. Até um flagrante forjado foi chamado de ‘Operação Controlada”. É, ministra…Vamos todos obedecer, sim, as decisões Judiciais. E fica
aqui um conselho aos juízes, inclusive à ministra Cármen: vamos todos
obedecer Montesquieu, o pai da separação dos Poderes, inclusive os
juízes, inclusive a ministra Cármen…
Que tal a minha proposta, meritíssima?
Blog do Reinaldo Azevedo
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Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018
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