Será demorada a investigação da Polícia Federal sobre o uso do WhapsApp para propagar falsidades com propósitos eleitorais. Investigam-se as duas campanhas finalistas da corrida presidencial, a de Jair Bolsonaro e a de Fernando Haddad. É nula a hipótese de conclusão do inquérito antes do término do segundo turno, no próximo domingo (28), informou ao blog uma autoridade que acompanha o caso.
Significa dizer que nem o inquérito aberto pela Polícia Federal nem os procedimentos deflagrados pelo Tribunal Superior Eleitoral produzirão efeitos capazes de modificar o processo eleitoral. Apura-se aquilo que a procuradora-geral da República Raquel Dodge classificou de “uso de recursos tecnológicos para propagar informações falsas ou ofensivas à honra e à imagem dos dois candidatos”.
Eventuais comprovações resultarão em contenciosos jurídicos a serem julgados após a eleição. Não há, por ora, definição quanto a prazos. Estima-se que a apuração pode se desdobrar em pelo menos duas fases. Numa, investigam-se as empresas de tecnologia e os financiadores da difusão de mensagens. Noutra, mais delicada, buscam-se os vínculos com as candidaturas. [buscar os vínculos com as candidaturas - fase que o autor do Blog, acertadamente, considera mais delicada - é que se procuram as provas, essenciais para que se constate os crimes (caso o reportado tenha ocorrido) possa haver responsabilização dos seus autores e mesmo punição;
até a segunda fase o que existe são meras denúncias de partidos políticos contra a candidatura Bolsonaro (baseadas em uma reportagem informativa, sem provas, da Folha) e uma solicitação da procuradora-geral da República, que alcança as duas candidaturas mas baseada apenas na aludida reportagem e outros rumores.
Além do que o cerne da reportagem é sobre o uso dos 'disparos' na semana em curso - com a reportagem, caso houvesse intenção de efetuar tais disparos, a mesma certamente foi cancelada.]
Contribuições empresariais estão proibidas nesta eleição. Em tese, a comprovação do uso de dinheiro de caixa dois em benefício de uma candidatura configuraria abuso do poder econômico. Algo que, no limite, pode levar à perda do mandato. Um aliado de Jair Bolsonaro reagiu à movimentação com ironia. Chamou de “fake news” o inquérito e o noticiário que o originou. Indagou: “Uma Justiça Eleitoral que, diante de provas irrefutáveis do uso de dinheiro sujo da Odebrecht, se negou a cassar a chapa Dilma-Temer, terá autoridade para questionar o mandato do Bolsonaro?”
Blog do Josias de Souza