Como são feitas interceptações de aviões suspeitos no céu do Brasil
A tensão aumenta rapidamente no céu
brasileiro: um avião bimotor suspeito sobrevoa a região de fronteira
entre o Brasil e a Bolívia. A Força Aérea Brasileira (FAB) intercepta o
avião com três aeronaves e um radar. Os militares acreditam que o
veículo transporta drogas. O piloto, advertido várias vezes, não obedece
à ordem para que mude a rota.
Os militares, então,
recorrem ao recurso extremo: o tiro de detenção. Logo que o disparo é
feito, o piloto faz um pouso forçado em um lago na região do Pantanal,
em Corumbá (MS). O avião submerge.- A misteriosa tragédia do mecânico com saudades que roubou um avião para voltar pra casa
- O ambicioso plano chinês de construir um avião hipersônico
A fiscalização do espaço aéreo é feita por meio de radares que cobrem todo o território nacional, além de partes do Oceano Atlântico. A FAB também utiliza aviões-radar E-99, capazes de identificar, em uma distância de até 450 quilômetros, aeronaves em baixa altitude - característica comum de voo entre os aviões em situação irregular. São alvos não só aeronaves suspeitas de envolvimento com narcotráfico, mas qualquer avião com falhas de identificação.
Quando há um movimento suspeito detectado pelos militares, as informações são repassadas ao Comando de Operações Aeroespaciais (Comae), em Brasília, que aciona, caso necessário, aeronaves de caça, como os jatos supersônicos F-5M e os aviões A-29.
As etapas da interceptação
Os
procedimentos para a interceptação têm início após a FAB identificar,
por meio dos radares, a aeronave em possível situação irregular. Para
que suspeite da legalidade do avião, a Força Aérea avalia informações
como a documentação do veículo e o plano de voo, considerado essencial
para que um avião possa trafegar pelo espaço aéreo. Diante da
suspeita de irregularidade, o Comando de Operações Aeroespaciais aciona
aeronaves de interceptações. Para cada avião da FAB, há um grupo de
militares - denominado esquadrão de defesa aérea - que possui uma equipe
composta por piloto, mecânico da aeronave de alerta, mecânico para a
operação do armamento e auxiliar. O grupo permanece de prontidão para
ser chamado quando o radar identificar um tráfego aéreo desconhecido ou
ilícito.Em caso de localização de um avião suspeito, uma sirene é acionada em solo e o piloto corre em direção à aeronave, que já está preparada para o procedimento. Em poucos minutos, o militar decola. Ele somente é informado sobre os detalhes da missão após deixar o solo. O condutor da aeronave passa a seguir orientações do Centro Integrado de Defesa Aérea.
MATÉRIA NA ÍNTEGRA, BBC - BRASIL