Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
No
encontro de presidentes de países da América do Sul, que está
marcado para amanhã, 30, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, o
anfitrião Lula da Silva já conta com as participações dos chefes de
Estado da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana,
Paraguai, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Como a maioria dos convivas
respira COMUNISMO por todos os poros, produzindo duras consequências
para os povos de seus tristes países, já é possível imaginar o quanto de
ruim e péssimo será proposto e/ou decidido neste encontro sinistro.
MADURO
Pois,
sabendo que ganharia maior destaque na mídia, que de resto comunga
-ipsis literis-com o ideário COMUNISTA, o presidente da Venezuela,
Nicolas Maduro, foi o primeiro a desembarcar em solo brasileiro. E, para
marcar território, de imediato o ditador venezuelano manifestou,
através das redes sociais, que estaremos desenvolvendo uma AGENDA DIPLOMÁTICA QUE REFORCE A NECESSÁRIA UNIÃO DOS POVOS DO NOSSO CONTINENTE. Que tal?
ESTRATÉGIA
Por
questões de estratégia SOCIALISTA/COMUNISTA, a agenda do encontro não
foi revelada, mas até as pombas espalhadas por todas as praças do nosso
imenso Brasil sabem, perfeitamente, quais os reais interesses e
objetivos que cercam o evento preparado, cuidadosamente, com tudo que de
melhor e mais dispendioso existe para agradar os convivas.
FARRA
Na real, a
considerar a situação -gravíssima- da Argentina e Venezuela, cujos povos
estão sendo literalmente massacrados pelo REGIME DA MISÉRIA, tudo leva a
crer que Lula vai oferecer fartos financiamentos a quem estiver
disposto a seguir ou intensificar o que propõe a CARTILHA DO FORO DE SÃO
PAULO.
Ou seja, o encontro vai ser uma nova edição da legítima FARRA
patrocinada pelo povo brasileiro.
A teoria desastrosa de Lula não é novidade. Ela foi exportada para o restante do mundo a partir dos EUA há mais de meio século
Flávio Dino e Lula | Foto: Montagem Revista Oeste/Ricardo Stuckert/PR
Há alguns dias, ao instituir o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lula disse que: “Se tem gente com fome, significa que alguém está comendo mais do que deveria”. A fala foi tratada como piada nas redes sociais:
Mais uma vez só para ficar claro.
“Se tem gente passando fome, é porque tem gente comendo demais”
Se por um lado o humor ajuda o brasileiro a superar momentos de desesperança política, não há como ignorar a gravidade da fala vinda do chefe do Executivo e todas as consequências econômicas que ela sugere para a política social, a agricultura e a economia.
Lula não é o inventor da tese segundo a qual se alguns comem mais, outros precisam passar fome. A teoria desastrosa foi exportada para o restante do mundo a partir dos Estados Unidos há mais de meio século. Em 1968, o livro The Population Bomb foi lançado, por dois respeitados professores de Stanford, e previa uma catástrofe global pelo crescimento populacional desenfreado e a fome generalizada.
Um dos autores, o ambientalista radical Paul Ehrlich, previu dois anos depois do lançamento de seu best-seller que, “em algum momento nos próximos 15 anos, o fim chegaria”.
Segundo Ehrlich, 65 milhões de norte-americanos e 4 bilhões de pessoas em outras partes do mundo morreriam de fome até o fim da década de 1980.
Desnecessário dizer que tais previsões se mostraram totalmente infundadas, apenas servindo como combustível para um movimento mundial de violação de direitos humanos no México, na Bolívia, no Peru, na Indonésia, em Bangladesh e na Índia, onde mais de 6 milhões de homens foram esterilizados num único ano.
Hoje, a população global é o dobro da que existia na época dessas previsões catastróficas, e a porcentagem dos que vivem em situação de miséria caiu de 25% para 10%, na média global. E não são os países ricos que estão liderando essa “cura da fome” mundial, mas, sim, os países em desenvolvimento, onde 20% da população passou a ter o que comer desde 1970.
Com esses números, já é possível saber que a tese do ambientalista radical Paul Ehrlich estava errada, afinal a população continuou crescendo e a taxa de famintos reduziu drasticamente. Mas e quanto à tese de Lula, de que se alguém passa fome é porque alguém está comendo demais?
Processos agrícolas modernos, com aumento da produtividade das sementes, controle de pragas e uso inteligente do solo, permitiram à humanidade se alimentar muito mais do que jamais havia feito antes
Se Lula estiver correto, na série histórica em que a malnutrição do mundo desenvolvido reduziu, os mais ricos teriam deixado de comer para que os pobres tivessem acesso a alimentos. O problema é que isto também não aconteceu.
Observando os dados, é possível verificar que, apesar das discrepâncias regionais, o mundo todo passou a consumir uma quantidade cada vez maior de calorias por dia ao longo do tempo. O que explica essa situação não é nem a tese ambientalista de Ehrlich, nem a tese socialista enferrujada de Lula. Mas, sim, a tese da globalização e do livre-comércio.
Processos agrícolas modernos, com aumento da produtividade das sementes, controle de pragas, uso inteligente do solo, automatização e segurança jurídica para a cadeia de produção, permitiram à humanidade se alimentar muito mais do que jamais havia feito antes.
Em meados do século 19, colher 1 tonelada de grãos levava um dia inteiro e exigia o trabalho de 25 homens.
Hoje, uma pessoa operando uma colheitadeira consegue fazer isso em seis minutos.
O erro que o ambientalista norte-americano Ehrlich cometeu em sua análise apocalíptica é o mesmo que Lula comete agora: acreditar que, para alguém passar fome, existe alguém “gastando” comida demais.
Para Ehrlich, a culpa era dos recém-nascidos e do crescimento populacional.
Para Lula, a culpa é “dos ricos”, ou de quem come mais do que precisa. A economia mostra que ambos estão errados.
É o avanço do capital privado, em contraponto à política divisiva do nós-contra-eles, que resolve os problemas da humanidade, como a fome e a destruição em massa. O discurso enferrujado de Lula, que ignora o desenvolvimento privado e aposta num discurso sem amparo em dados, deve ser combatido com fatos.
O fato relevante para este caso é que, diferente do mercado, em que a especialização, a inovação e a troca multiplicam a produção, na relação entre Estado e cidadão, podemos falar de um “jogo de soma zero”.
Para o Estado receber, alguém (no caso, o cidadão) tem de perder.
E como isto se relaciona com o caso da fome?
Desde o início do governo Lula até a data de hoje, o Estado brasileiro arrecadou mais de R$ 550 bilhões em impostos.
Se os mais pobres fossem realmente prioridade, como ele sempre diz, com cerca de 10% do valor arrecadado, seria possível fornecer um salário mínimo para cada beneficiário do Bolsa Família.
Uma família de três membros receberia R$ 3,6 mil por mês — contra R$ 600 do benefício atual, seis vezes mais.
Se há brasileiros passando fome porque alguém está comendo demais,este alguém que come demais é o próprio governo, chefiado por Lula.
Foi ele que escolheu oinchaço da máquina pública, com a criação de mais 14 ministérios, mais cargos e negociatas, além de se recusar a cortar despesas para escolher prioridades.
O que se vê é o triste começo de um governo que entrou prometendo picanha e agora reclama de brasileiros que comem demais.
A maioria dos juízes brasileiros acredita que o uso de toga durante a realização de audiênciasé uma tradição que deve ser mantida no Poder Judiciário: 51%.No caso de Porto Rico, a aprovação à medida chega a 100%. Em último lugar no ranking de países da América Latina, o Uruguai registrou 18% de concordância.
Os dados integram a pesquisa“Perfil da Magistratura Latinoamericana”, realizado pelo Centro de Pesquisas Judiciais (CPJ) da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) em parceria com a Federação Latinoamericana de Magistrados (FLAM) e o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe).
O estudo ouviu 1.573 juízes, de 16 países, entretanto, somente 11 deles constaram do relatório final – Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Panamá, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Brasil –, pois não se obteve um quantitativo mínimo de respostas para os demais.
De acordo com o presidente da AMB, Frederico Mendes Júnior, os resultados indicam a disposição da magistratura de se conectar com o contexto atual ao mesmo tempo em que cultiva características que sempre distinguiram o Judiciário. “A toga não influencia o trabalho do juiz, mas a forma como ele é visto pela sociedade”, explicou. “No final, o que importa, claro, é a manutenção de uma postura imparcial diante das provas do processo.”
O presidente da AMB também chama a atenção para outras estatísticas apresentadas no levantamento, como a que demonstra que 96% dos juízes brasileiros concordam que os magistrados devem usar linguagem acessível em audiências e sessões, de modo que todos os presentes compreendam o que está em discussão. “O acesso à Justiça é um direito constitucional que vai além da possibilidade de o cidadão ingressar com uma ação judicicial”, complementou Frederico Mendes Júnior. “Sem compreender o que se passa nos tribunais, a população não poderá exigir a plena garantia de seus direitos.”
O sistema tributário brasileiro não é apenas ruim. É o pior do mundo – e não se trata de modo de dizer. Foi medido.
O Banco Mundial produziu até 2021 a pesquisa Fazendo
Negócios, com o objetivo de avaliar o ambiente de negócios para uma
empresa privada média. Ou, saber se esse ambiente é favorável ou
desfavorável ao empreendedor que quer ganhar dinheiro honestamente.
A pesquisa está interrompida para avaliação de métodos, mas a
análise dos sistemas tributários em geral, e do brasileiro em especial,
apresentou resultados importantes
Aqui, não medem o tamanho da carga, mas o sistema.
Basicamente: qual o custo (contadores, advogados, funcionários) de
manter as obrigações tributárias em dia; com quantas órgãos uma empresa
tem que lidar; quantas operações, ou seja, quantos DARFs a empresa tem
que emitir.
E assim vai. Em 189 países pesquisados, o sistema tributário
brasileiro ficou na 184ª. posição. Dirão: então não é pior do mundo.
Mas considerando que os quatro piores que a gente são República do
Congo, Somália, Venezuela e Bolívia …
Para quem lida com empresas por aqui, nem precisaria de
pesquisa. Tem as Receitas Federal, Estaduais (27) e Municipais (5.568),
cada uma com seus códigos. São milhares e milhares de normas que vão
saindo diariamente. Não estaria errado dizer que praticamente toda
empresa brasileira tem alguma pendência tributária.
Tudo isso para dizer que um competente Secretário da
Receita, de qualquer instância, consegue cavar uns bons trocados a
qualquer momento.Em geral, impostos não podem ser aplicados de imediato.
A
norma criada só entra em vigor depois de algum tempo, justamente para
dar tempo ao contribuinte.
Mas esse período tem sido encurtado por aqui
e, além do mais, há regras pelas quais um imposto ou taxa pode ser
cobrado com alíquota variando, por exemplo, de zero a 10%.
Por outro lado, num sistema complicado como esse, é óbvio
que existem inúmeras pendências entre contribuintes e administrações –
situação que abre espaço para a concessão de anistias. Assim: o governo
precisa de uma grana para ontem, como é o caso; aí oferece descontos e
perdões para quem desistir da disputa judiciária e pagar.
Foi manejando todas essas práticas que o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad, conseguiu juntar R$ 192 bilhões em ganhos de
receita para este ano. (Contra apenas R$ 50 bilhões de promessas de
corte de gastos).
Considerando que o déficit previsto no orçamento é de R$
231,5 bilhões, o pacote de Haddad resolve o problema para 2023. Ou,
resolveria. Como se baseia, por exemplo, na expectativa de que
contribuintes vão aceitar anistias ou na esperança de que o governo Lula
vai topar um aumento de impostos na gasolina ou na dúvida sobre o que o
Congresso pode aprovar, o próprio Haddad acha que já estará de bom
tamanho se reduzir o déficit para algo em torno dos R$ 100 bilhões.
De fato, seria um bom resultado para as circunstâncias. Mas
não deixa de ser um baita quebra-galho, provisório e baseado numa tomada
de impostos sobre atividades econômicas já muito tributadas.
Continuam faltando duas peças essenciais para colocar a
economia no caminho: a reforma tributária de verdade – não manipulação
de anistias e alíquotas – e uma regra crível de controle das contas
públicas a longo prazo.
Há dúvidas aqui. Há boas propostas para a reforma tributária
e Haddad levou para o governo nosso melhor economista nesse
departamento, o incansável Bernard Appy. Se dependesse só dele, estaria
resolvido. Mas sendo uma reforma que mexe nas relações entre as três
instâncias, a coisa só anda com liderança política do presidente Lula,
na busca de apoios dentro e fora do Congresso. Tem essa disposição.
E a regra fiscal? Haddad diz que está trabalhando nisso.
Simone Tebet também. Mas tudo que se ouve dos outros membros do governo,
incluindo o chefe, é que isso de controle do gasto público é bobagem de
mercado.
A atividade dos corretores de imóveis passa por período agitado, com fintechs, proptechs e outras “techs” de olho no seu filão. Mas outro assunto preocupa o presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), João Teodoro: o risco de avanço da Ursal após as eleições.
O termo designaria a União das Repúblicas Socialistas da América Latina e, como se sabe, ganhou notoriedade na boca de Cabo Daciolo na campanha 2018, quando o ex-bombeiro era candidato à Presidência.
Mas o presidente do Cofeci está preocupadíssimo, e acaba de fazer o alerta em artigo no site da entidadecom o título “Ursal — um projeto de poder absoluto”. Escreve João Teodoro:“Com a derrocada da União Soviética, o comunismo colapsou em todo o mundo. Os raros países que ainda o sustentam o fazem com base no autoritarismo híbrido: repressão política e economia de mercado. Na América Latina, porém, uma nova onda socialista começa a se instalar. Além de Equador e Venezuela, a esquerda prosperou em países como Argentina, México, Bolívia, Peru, Chile e Colômbia. E não é por acaso! Baseada nas teorias de Gramsci, a esquerda pretende criar na América Latina uma nova União Soviética, sob a sigla URSAL”
'Brasilidade acima de tudo' Após reconstituir a história da União Soviética em cinco parágrafos, o representante dos corretores relaciona a eventual instauração da Ursal com o resultado das próximas eleições. Ele encerra o artigo em tom enigmático: “A organização seria liderada pelo Brasil, como a Rússia liderou a extinta União Soviética. Por isso, para a esquerda, é fundamental reconquistar a Presidência do Brasil nesta eleição. Todavia engana-se quem pensa que o candidato da esquerda será o líder da URSAL. O verdadeiro destinatário do cargo é alguém mais jovem, mais inteligente e muito mais intrépido, que já se destaca como ditador. Nunca estivemos tão ameaçados! Não podemos permitir. Nosso voto é nossa arma!”[será que é quem pensamos? com certeza é mais jovem do que o eleito, mais inteligente - não por possuidor de maior inteligência é que a que possui está sendo comparada com a pouco mais de nenhuma do eleito; intrépido, talvez defina melhor sendo substituído por atrevido.]
A mesma pena de João Teodoro já cometeu outros textos recentes sobre temas de fundamental importância para o cotidiano dos corretores de imóveis, como “Brasilidade acima de tudo” e “A genialidade transversa de Antonio Gramsci”.
O que se sabe sobre a relação entre PT e PCC: até onde as siglas se misturaram na história?
Em
6 de agosto de 2019, a Polícia Federal fez uma das mais audaciosas
tentativas de estrangular o núcleo financeiro da maior facção criminosa
do país, o PCC (Primeiro Comando da Capital).
Foram expedidos 30
mandados de prisão em três Estados — São Paulo, Paraná e Mato Grosso do
Sul. Ao assiná-los, o juiz tropeçou numa informação inusitada: oito dos
investigados estavam na cadeia. Uma das tesourarias do PCC funcionava
justamente na Penitenciária Estadual de Piraquara, no Paraná.
Foto: Montagem Revista Oeste/Estadão Conteúdo/Divulgação
Uma escuta telefônica de abril daquele ano levantou mais algumas suspeitas sobre um dos grandes mistérios da política brasileira: o PCC tem um braço partidário? Há dezenas de menções nos arquivos policiais sobre o flerte de integrantes do Partido dos Trabalhadores com a bandidagem organizada. Mas é preciso separar o que já foi documentado das teorias conspiratórias.
Num diálogo interceptado pela Polícia Federal,Alexsandro Pereira, conhecido como “Elias” ou “Véio”, reclamava da transferência de presos da facção de Presidente Venceslau, a P2, no interior paulista, presídio usado para isolar os membros da cúpula do PCC. Elias era o responsável pela mensalidade que os criminosos pagam para ajudar os familiares. As chamadas “rifas” são comercializadas em garagens de empresas de ônibus e reuniões de sindicatos. Não existe prêmio de fato. “É a rifa da família”, como dizem seus vendedores.
Na época da investigação, vazada pela imprensa, o ministro da Justiça era Sergio Moro; o presidente, Jair Bolsonaro.
O trecho abaixo foi transcrito literalmente, sem correções nem retoques.
“(sic) Os caras tão no começo do mandato dos cara, você acha que os cara já começou o mandato mexendo com nois irmão. Já mexendo diretamente com a cúpula, irmão. (…) Então, se os cara começou mexendo com quem estava na linha de frente, os caras já entrou falando o quê? ‘Com nois já não tem diálogo, não, mano. Se vocês estava tendo diálogo com outros, que tava na frente, com nois já não vai ter diálogo, não’. Esse Moro aí, esse cara é um fdp*, mano. Ele veio pra atrasar. Ele começou a atrasar quando foi pra cima do PT. Pra você ver, o PT com nois tinha diálogo. O PT tinha diálogo com nois cabuloso, mano, porque… Situação que nem dá pra nois ficar conversado a caminhada aqui pelo telefone, mano”
O pano de fundo desse áudio é uma grande transferência de presos que agitou o sistema carcerário do Estado em 2019. Na lista estava Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que seria levado para Rondônia. O responsável pela transferência dos criminosos era o promotor Lincoln Gakiya.O despacho havia sido redigido em novembro de 2018, mas foi desautorizado pelo então governador, Márcio França (PSB), sucessor de Geraldo Alckmin. No ano seguinte, a transferência aconteceu, por ordem de João Doria.
O promotor resolveu afastar da chamada P2, em Presidente Venceslau, Marcola e seu braço direito, Gilberto Aparecido dos Santos, o “Fuminho”. Estava em curso um plano de fuga para o grupo montado por Fuminho, que envolvia a compra de aeronaves, muitas armas e explosivos para derrubar a muralha da penitenciária, além do apoio de traficantes de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. A P2 estava sendo monitorada por drones (veja imagem abaixo).
Um despacho assinado por Gakiya dá mais detalhes do plano: “Segundo relatos adicionais, colhidos pela inteligência das polícias da região, o grupo arregimentado por ‘Fuminho’ seria formado por grande número de homens que estão sendo treinados nas fazendas dele na Bolívia, os quais seriam originários de várias nacionalidades, inclusive soldados africanos com expertise no manuseio de armamento pesado e explosivos, divididos em várias células com funções específicas e compartimentadas”.
O promotor foi jurado de morte pelo PCC. Seu assassinato foi encomendado pelos criminosos e apareceu escrito no lado avesso do bolso da bermuda de um detento. Gakiya contou aOesteque um drone da facção o monitorava enquanto fazia cooper no condomínio em que mora, em Presidente Prudente. Sua família tem escolta e não viaja para o exterior. “Tenho mais seguranças do que o presidente”, disse, cercado por 12 policiais militares armados até os dentes.
— EmbaixadaResistência (@emb_resistencia) July 4, 2022
O fantasma de Celso Daniel São nessas garagens de empresas de ônibus — as mesmas em que são vendidas as “rifas” —que se amparam as teses qualificadas como fantasiosas pelo PT. A novela começou nos anos 1990. Naquela época, empresários do ramo estavam em guerra com os chamados “perueiros” (donos de vans autônomas que chegavam aos pontos de parada na frente dos ônibus oficiais). A rede de transporte clandestino era chefiada pelo PCC na periferia de São Paulo e no ABC Paulista.
Funcionava da seguinte forma: o bando achacava as empresas de ônibus com o aval de prefeitos petistas, como Celso Daniel, em Santo André, e repassava parte do dinheiro para financiar campanhas do PT. Na cidade do ABC Paulista,o esquema era chefiado pelo então supersecretário Klinger Luiz de Oliveira Souza, por Sergio Gomes da Silva, o “Sombra”, guarda-costas do prefeito que virou próspero empresário de transportes no Ceará, e por Ronan Maria Pinto, dono de empresas de transporte coletivo. Em 2005, quando a CPI dos Bingos no Senado investigou o caso,foi descoberta uma lista com nomes de petistas que haviam recebido propinas.
O trio, apelidado de “Três Mosqueteiros” na cidade, foi condenado por corrupção. Mas não foi esse o crime mais grave que os assombrou. Todos eles orbitavam a gestão de Celso Daniel,quando o prefeito que comandava a campanha de Lula à Presidência foi assassinado à bala, em janeiro de 2002.
Apontado como o mandante da morte pelo Ministério Público, Sombra chegou a ficar sete meses na prisão, mas foi solto por uma canetada de Nelson Jobim, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), durante o recesso do Judiciário. Depois disso, recolheu-se até morrer, em 2016, vítima de câncer.Klinger abandonou a política e desapareceu.Ronan Maria Pinto foi preso pela 27ª fase da Lava Jato, em abril de 2016.
A operação da PF foi batizada de “Carbono 14”, referência ao procedimento científico para datar fósseis. A escolha do nome se deu pela união do Petrolão ao caso Celso Daniel.A informação partiu de Marcos Valério de Souza, o lobista e operador do Mensalão.
Desde 2018, quando negociou sua delação premiada, Valério repetiu algumas histórias. O lobista pegou a pena mais pesada, de 37 anos de reclusão. Espancado diversas vezes na cadeia, numa delas foi parar na enfermaria com poucos dentes na boca.
Valério contou que foi procurado em 2005 por Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Tratava-se de um pedido de ajuda para pagar R$ 6 milhões a Ronan Maria Pinto, que estava chantageando Lula e o ex-ministro José Dirceu.
O empresário ameaçava contar às autoridades que o PT encomendou o assassinato de Celso Daniel.
O prefeito estava descontente porque aliados estariam roubando o caixa dois do próprio partido. O relato nunca foi provado.
O lobista disse que tinha R$ 100 milhões escondidos, mas se negou a conversar com Ronan. O motivo: tinha medo de morrer também. O caso é antigo — Ronan inclusive usou tornozeleira eletrônica durante anos por causa do dinheiro de propina —, mas ressurgiu nesta semana em um vídeo publicado pela revista Veja. Há dez anos, Valério tenta fazer acordo com as autoridades para diminuir suas penas.
Segundo o operador do Mensalão, o PT afastou políticos ligados ao PCC para evitar que o lamaçal respingasse em Lula. Valério disse que chegou a ser ameaçado por Paulo Okamotto, diretor do Instituto Lula. O diálogo aconteceu num antigo hotel em Brasília, durante a CPI dos Correios, que investigou o Mensalão. Okamotto afirmou que Valério teria o mesmo destino de Celso Daniel se revelasse os esquemas de corrupção.
De Celso Daniel a Palocci A conexão do PT com o crime organizado também foi relatada pelo ex-ministro Antonio Palocci Filho em acordo de delação. Preso, ele contou que o partido usou a facção para lavar dinheiro roubado de Brasília. O esquema envolvia postos de gasolina e compra de imóveis por meio da rede do doleiro Alberto Yousseff. Um dos braços políticos era o ex-deputado André Vargas, preso no começo da Lava Jato.
Palocci admitiu que o apartamento onde morava no bairro de Moema pertencia a um integrante da facção. Praticamente todas as provas citadas por Palocci foram anuladas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O PT continua recitando que a Lava Jato tentou destruir o partido.
Os irmãos Moura Outra evidência robusta dos vínculos entre o partido e a facção foi descoberta na periferia leste de São Paulo, reduto político do vereador petista Senival Moura. Fazem parte do grupo o irmão dele, Luiz, que foi deputado na Assembleia Legislativa paulista, e Vavá dos Transportes, ex-vereador.
Mais uma vez, a história envolve empresas de ônibus e um cadáver. Adauto Soares Jorge, que dirigia uma delas, a Transunião, foi assassinado. Uma testemunha protegida por sigilo na investigação da Polícia Civil afirmou que o vereador Senival Moura foi o mandante do crime e que tem forte ligação com o PCC.
O roteiro é essencialmente o mesmo. Segundo a testemunha, a facção usava o transporte público para lavar dinheiro e financiava campanhas do grupo de Senival. No entanto, o PCC descobriu que o petista operava um caixa paralelo. Sua morte chegou a ser acertada, mas ele conseguiu negociar a sobrevivência em troca dos ônibus que tinha. A investigação policial é farta de documentos, inclusive com imagens de câmeras de segurança e cheques. Tudo se baseia em provas.
Senival continua frequentando normalmente a Câmara Municipal de São Paulo. Mas seu irmão, Luiz, deixou a política pela porta dos fundos. Ele era deputado estadual quando veio à tona uma investigação do Ministério Público sobre participação em ataques a ônibus na cidade. Luiz foi flagrado numa garagem com integrantes da facção, reunidos para tratar da logística dos incêndios.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) afirmou que Senival e Luiz “são irmãos de sangue do PCC” na zona leste da capital. Eles são próximos de Jilmar Tatto, ex-secretário de Transportes, e do ex-ministro Alexandre Padilha.
Luiz Moura ainda tem no currículo duas prisões. A primeira ocorreu em 1991, no Paraná, por assalto à mão armada. Ele fugiu da cadeia depois de um ano e meio e ficou foragido por uma década, até a prescrição da pena. Depois comprou linhas de ônibus e postos de gasolina e se elegeu deputado estadual pelo PT, em 2010. A segunda foi em 2016, por tentar impedir uma ação da Polícia Federal num posto de gasolina na Lapa, zona oeste da capital paulista.
Todos esses episódios estão documentados em inquéritos que, com perturbadora frequência, dominam o noticiário político-policial. Os relatos noticiados nesta edição aparentemente compõem apenas um braço do monstro. É essencial exumar todo o cadáver para impedir que o Brasil repita a saga vivida no fim do século passado pela Colômbia.
Petista, que sempre admirou Cuba e Venezuela, promove a China a condição de regime da sua preferência
De uma coisa ninguém vai poder acusar Lula caso ele volte um dia à presidência da República, como garantem as pesquisas eleitorais que no momento lhe dão 110% dos votos,com viés de alta: de ter escondido, durante a campanha, que queria criar uma ditadura no Brasil. Isso não. É raro passar um dia inteiro sem que ele diga, com todas as palavras, que quer governar com base num regime de força (ele chama de “regime forte”), em que só manda um “partido forte”, o PT, e em que tudo se subordina a um “Estado forte” – tudo isso, claro, comandado por um “homem forte” que naturalmente só pode ser ele próprio.
Lula não tem nenhum constrangimento em dizer essas coisas em público porque tem certeza absoluta de que é isso mesmo, exatamente, o que ele quer hoje – não tem mais interesse e nem paciência, à essa altura, para ficar “negociando” cada portaria que tiver de assinar, cedendo isso ou aquilo “à direita” ou obedecendo regras que ele não criou. Ou é assim, ou então não interessa. Esqueçam o Lula de 2002, que queria tanto parecer um boa praça e seguia as instruções dos publicitários para fazer comerciais fofos na tevê. O Lula 2022 é outro homem. Está decidido a ser quem ele realmente é – e não um presidente obrigado a fingir que gosta de democracia, quando gosta exatamente do contrário.
Lula sempre foi um político dissimulado, ambíguo e sem espinha dorsal – chegou a beijar a mão de Paulo Maluf tempos atrás – mas numa coisa nunca variou: em sua admiração sem limites porFidel Castro e Cuba, e por Hugo Chávez e Venezuela. Sempre quis ser um deles, ou os dois juntos ao mesmo tempo – só não tentou porque tinha medo de não conseguir. Parece não ter mais essa preocupação; acha que “a esquerda” está levando tudo, no Chile, no Peru, na Bolívia, fora o que já levou, e que em novembro será a sua vez.
Para não deixar dúvidas, o candidato do PT e dos advogados criminalistas especializados em corrupção também está dizendo, com toda a convicção do mundo, que o Brasil deveria ser governado como aChina. Pois é: além de Cuba e Venezuela, a China, ultimamente, foi promovida a condição de regime da sua preferência.
O que deixa Lula fascinado, ali, não é o capitalismo selvagem praticado na economia, coisa que aliás nem entende direito o que seja – e sim a ditadura do Partido Comunista. Prepare-se, portanto, para ouvir falar muito de China, “modelo chinês” e mais do mesmo no palanque lulista de 2022.
Nenhuma fake news em circulação hoje se compara ao
complexo de falsificações montado para sustentar que o agronegócio
brasileiro está ameaçando o planeta
Máquina agrícola fazendo a colheita em campo de soja, no Estado do Mato Grosso | Foto: Sergio Sallovitz/Shutterstock
A dúvida é saber onde se mente mais, se no Brasil ou lá fora. Deve ser no Brasil: aqui, além da produção própria, importamos com paixão as mentiras manufaturadas na Universidade Harvard, ou no governo da Alemanha, ou no Le Monde. Qual a novidade? País subdesenvolvido é assim mesmo: copia tudo o que ouve ou que lhe mostram, e considera como verdade matemática tudo o que vem embalado em inglês, francês ou outra língua civilizada. Isso complica consideravelmente a questão.
Qualquer alucinação originada nos centros mundiais da sabedoria, da democracia e do politicamente correto entra no Brasil com a facilidade e a rapidez com que entra por aqui a cocaína da Bolívia.
Entra e cai direto no ouvido dos que mandam, influem e controlam — eis aí todo o problema. A partir daí, as mais espetaculares criações da estupidez mundial viram lei neste país, ou algo tão parecido que não se percebe a diferença.
O agronegócio brasileiro, de acordo com os militantes ambientais [em sua maioria, comprados por interesses estrangeiros] causa terremotos, erosão do solo e incêndios
De todas as mentiras de primeira grandeza que estão hoje em circulação no Brasil e no mundo, provavelmente nenhuma se compara ao complexo de falsificações montado para sustentar que o agronegócio brasileiro, e em especial a pecuária,está ameaçando a sobrevivência “do planeta”. Segundo o rei da Noruega, o diretor de marketing da multinacional high tech (e mesmo low tech) ou o cientista ambiental de Oxford, nossa soja e o nosso boi, que têm um papel cada vez mais fundamental na alimentação de talvez 1 bilhão de pessoas, ou mais gente ainda, são um terror.Juntos, destroem florestas, envenenam o mundo com “carbono” e provocam todo tipo de desastre natural — das enchentes às secas, dos incêndios à erupção dos vulcões. Não se deve discutir mais nada do ponto de vista científico, técnico ou da mera observação dos fatos — todos os que estão “conscientes” da necessidade de “salvar o planeta” concordam que a “humanidade” tem de “agir já” se quiser “sobreviver” à “crise climática”.
Imagens de bois brasileiros no pasto, ou colheitadeiras trabalhando na safra de grãos, são diretamente associadas, nos comerciais de grandes empresas, órgãos internacionais e ONGs milionárias, a tsunamis na Ásia, a inundações na Austrália ou a seca no sul do Sudão. O agronegócio brasileiro, de acordo com os militantes ambientais, causa terremotos, erosão do solo e incêndios — mesmo os incêndios da Califórnia ou do Canadá. É responsável pela fome na África.(Não tente entender: o Brasil está produzindo neste ano quase 300 milhões de toneladas de alimentos, mas o cientista político da Sorbonne garante que agricultura e pecuária modernas são geradoras de miséria.)
Nem é preciso falar, é claro, da Amazônia. Os cientistas, especialistas, ambientalistas etc. do mundo inteiro dão como indiscutível, há anos, que o trabalho rural está destruindo, ou já destruiu, a Floresta Amazônica.
A Amazônia está lá, visível para todos — continua sendo, disparado, a maior reserva florestal do mundo. Praticamente a totalidade dos grãos brasileiros é produzida em Mato Grosso, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul e áreas desenvolvidas do Nordeste — que diabo esses lugares teriam a ver com a Amazônia?
O produtor rural no Brasil é o único no mundo obrigado a reservar 20% de suas propriedades, nem 1 metro quadrado a menos, para áreas de mata; não recebe um tostão furado por isso. (O que aconteceria se os agricultores americanos ou europeus tivessem de fazer a mesma coisa?)Mas nada disso importa; ninguém levanta essas questões, ou se permite alguma dúvida. A agropecuária está destruindo a Amazônia, o Brasil e o mundo, dizem eles. É proibido apresentar fatos desmentindo isso, ou simplesmente discutir o assunto.
Toda essa mentira poderia fazer parte, apenas, de um mundo que não está aqui, ou de realidades que não são as nossas — como o ski nos Alpes suíços ou o Carnaval de Veneza.
Querem achar que o zebu está causando poluição em Berlim, ou que a soja destrói “a floresta”?
Pois que achem. O que se vai fazer? Mas as contrafações produzidas no exterior não ficam no exterior. São metabolizadas imediatamente pela mídia, o mundo político e as classes intelectuais do Brasil, e passam a fazer parte da nossa realidade formal e imediata. São mentiras ativas. Determinam quais as decisões que devem ser tomadas, a começar pelas sentenças da Justiça. Estabelecem quem está com a razão. Definem como o país tem de ser governado. São as mentiras mais potentes em circulação hoje em dia. Mentira brasileira pega ou não pega; muitas não pegam. Mentira construída na Europa ou nos Estados Unidos pega sempre.
As exportações não sofrem absolutamente nada com a “imagem” do Brasil no exterior; ao contrário, acabam de bater um recorde histórico
Os meios de comunicação são uma peça-chave nesse embuste todo. Uma mentira não deixa de ser mentira por ter sido dita, por exemplo, pelo presidente Macron — por sinal ele já mentiu pesado, tempos atrás, exibindo fotos falsas de um incêndio “na Amazônia”. Mas quem liga para isso? Se é Macron quem diz, a imprensa brasileira passa a ter certeza instantânea de que é verdade. É por isso que você poderá ler, a qualquer momento, uma manchete assim: “Bois brasileiros estão comendo as árvores da Amazônia, denuncia Macron”.
Ou: “Macron revela que bois brasileiros estão soltando carbono demais na atmosfera, incentivados por Bolsonaro”.
Tire Macron e ponha algum outro, uma Merkel ou um Leonardo DiCaprio da vida, ou umEl País qualquer. Vai dar exatamente na mesma — seja lá o que digam, a mídia brasileira vai transformar em verdade indiscutível.
As áreas de vegetação preservadas pelos agricultores brasileiros equivalem à superfície de 14 países europeus Foto: Divulgação Embrapa
O problema não está nas pretensas “implicações econômicas” que as mentiras estrangeiras podem causar, porque não há implicação nenhuma: o Brasil exporta mais para a Tailândia do que para a França, ou mais para a Malásia do que para a Inglaterra, ou mais para a Índia do que para a Itália. As exportações brasileiras não sofrem absolutamente nada com a “imagem” do Brasil no exterior; ao contrário, acabam de bater um recorde histórico, com US$ 280 bilhões(e um superávit superior a US$ 60 bi) em 2021. Que raio de “impacto negativo” é esse?
Como seria possível estar em crise comercial externa com números assim?
Mais: o Brasil é o país ocidental que tem o maior saldo comercial com a China; exporta para lá mais do que para os Estados Unidos, a União Europeia e o Mercosul juntos.
Como a China dá importância zero para o que dizem sobre o meio ambiente os professores de Princeton ou os comunicadores da Suécia — e menos ainda para os jornalistas e militantes ambientais brasileiros —,toda essa mentirada não dói no bolso do agronegócio brasileiro, nem afeta o seu crescimento cada vez maior.
Mas constrói-se assim uma história de falsificação. Desmoralizam a ciência. Proíbem a verificação dos fatos mais simples. Enganam os jovens. Intoxicam os currículos das escolas. A soma disso tudo é muito ruim.
A pecuária, neste momento, é onde se concentra o grosso das calúnias contra o agronegócio brasileiro. Até o Bradesco entrou nesse linchamento; a exemplo de tantas outras grandes empresas brasileiras fanatizadas pelas causas “identitárias”, “progressistas” e socialisteiras, colocou no ar uma campanha publicitária pelo “carbono neutro” na qual denunciava a pecuária brasileira pela“crise” ambiental e convocava a população a comer menos carne.
É um despropósito completo, do ponto de vista dos fatos.
A pecuária, segundo a comprovação científica mais séria, neutra e fundamentada na experiência, gera efeitos exatamente contrários ao que a militância ecológica espalha pelo mundo afora.
A criação de bois, em qualquer escala, faz o solo absorver carbono, e não espalhar veneno na atmosfera, como acreditam nove entre dez “influenciadores” de opinião. É fundamental para preservar a boa qualidade do solo — e para combater a expansão de desertos.
É o que mais se recomenda para salvar as terras secas da África, melhorar o ambiente natural e prover o sustento de populações inteiras sem agredir a natureza nem a vegetação nativa.
Não há miséria, nem solo devastado, onde há pecuária.
Da mesma forma, é evidente que não há criação de gado na Floresta Amazônica.
Como poderia haver? Não faz sentido nenhum: quem iria criar boi no meio do mato?
O Brasil tem o maior rebanho comercial do mundo, com cerca de 220 milhões de cabeças. É o maior exportador mundial de carne, com US$ 8 bilhões em 2021. A maior empresa brasileira do setor, a JBS, fatura perto de R$ 350 bilhões — mais do que todas as montadoras de automóveis, caminhões e demais veículos somadas.
Como seria possível um país sair praticamente do zero e tornar-se o número 1 do mundo na exportação de carne com métodos primitivos de criação, tal como dizem os militantes do antiagronegócio?
O Brasil só tem os números apresentados acima por força do avanço tecnológico e da competência dos pecuaristas, pelo investimento e pela excelência da terra ocupada pelas pastagens, ou das técnicas de confinamento — não porque está cortando árvores para ocupar o terreno com gado, ou por estar destruindo a natureza.
Não é possível, simplesmente, um país ter o maior rebanho de bois do mundo e, ao mesmo tempo, comportar-se de maneira selvagem na sua pecuária.
Mas qual a honestidade do atual debate ambientalista? A verdade é o que menos interessa; só vale a fé nos próprios desejos, ideias e interesses.
A ciência, no mundo de hoje, passou a ser uma questão de crença e, como crença, transformou-se em religião.
Não se trata mais de questionar, investigar nem observar fatos; trata-se de decretar que a realidade é como querem os proprietários da virtude. Estamos em plena Era da Mentira Universal.
A liberdade dos bandidos do petrolão e a prisão de
Roberto Jefferson deixam claras as injustiças da Justiça brasileira
André do Rap, Lula e Dirceu refletem a impunidade da Justiça brasileira -
Foto: Montagem/Agência Brasil
Em outubro do ano passado, o país acordou com uma
manchete que assustou até os plantonistas dos “direitos humanos” nas
redações e nos famosos escritórios de advocacia.O narcotraficante André
Oliveira Macedo, de 43 anos, conhecido pelo apelido de André do Rap na
facção Primeiro Comando da Capital (PCC), saiu pela porta da frente da
penitenciária de Presidente Venceslau, no interior paulista. A soltura
fora determinada pelo então ministro Marco Aurélio Mello, no apagar das
luzes de sua aposentadoria do gabinete do Supremo Tribunal Federal
(STF).
Segundo o promotor Lincoln Gakya,que enfrenta o PCC com os punhos
erguidos há décadas, ao deixar a prisão, André do Rap fugiu para a
Bolívia. Ele é um dos responsáveis pelo fluxo internacional de drogas
escoado diariamente pelo Porto de Santos, onde a fiscalização é frouxa.
Em 2019, antes de ser preso em uma mansão de luxo em Angra dos Reis
(RJ), tinha lancha, helicóptero e dirigia um Porsche. Ao ganhar a
liberdade, faltavam mais de 25 anos de cadeia para cumprir. Então por
que foi solto?
Porque o Brasil é um país onde o crime compensa. A polícia prende,
mas o Judiciário solta. Como não tinha condenação definitiva desde 2019,
Marco Aurélio decidiu que ninguém pode permanecer mais de 90 dias em
prisão provisória sem revisão, conforme determina o pacote anticrime
aprovado pelo Congresso Nacional no ano passado. Horas depois da
concessão do habeas corpus, até o presidente do STF, Luiz Fux,
reagiu com espanto e revogou a canetada.
Tarde demais. O criminoso já
havia cruzado a fronteira.
O ex-corruptos
Foi assim também em 2021 com os bandidos de colarinho-branco, os
famosos assaltantes dos pagadores de impostos. Uma boa parte deles caiu
na malha fina da Lava Jato durante os sete anos de duração da operação —
que foi perdendo fôlego à medida que os arranjos políticos em Brasília
ganharam envergadura. Um dos casos mais emblemáticos foi o do ladrão
sincero Pedro Barusco, funcionário do terceiro escalão da Petrobras.
Ao
ser flagrado roubando o cofre da estatal, devolveu sem titubear US$ 100
milhões que estavam escondidos na Suíça. Em troca, a promessa de não
passar mais de uma década atrás das grades.
“A coisa foi acontecendo, um oferece e o outro recebe. O
relacionamento vai se estreitando e, quando a gente vê, está no meio
desse processo. É uma coisa contínua”
O jornal O Estado de S.Paulo fez um levantamento no início
do mês sobre a anulação de penas por tribunais superiores. O número é
escandaloso: 277 anos. Como o STF não para, a reportagem de Oeste ultrapassou
a marca de 300 anos.
Ao menos 15 políticos tiveram suas condenações
anuladas por tribunais superiores, entre eles o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
O fato é que o único político graúdo ainda encarcerado no Brasil é
Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro. Ainda assim, ele está
conseguindo, mês a mês, reduzir a pena de 400 anos de prisão — são 21
condenações. O ex-ministro Antonio Palocci também — até a tornozeleira
já foi tirada.
Já o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, está preso num
inquérito cuja base não tem respaldo na história.
O STF inventouum
guarda-chuva jurídico para prender quem critica as decisões dos
magistrados.
O mesmo aconteceu — como nunca antes neste país — com o
deputado federal Daniel Silveira, do Rio de Janeiro.
O parlamentar foi preso não por ter roubado o país, como os
ex-tesoureiros do PT João Vaccari Neto e Delúbio Soares, mas por ter
gravado um vídeo recheado de grosserias. Ambos têm como defensor o
advogado Cristiano Zanin Martins.
Zanin estaria condenado ao eterno anonimato se não tivesse casado com
a filha do advogado Roberto Teixeira, que virou um dos mais queridos
amigos de Lula ao ceder-lhe gratuitamente o apartamento em São Bernardo
ocupado anos a fio pela família do futuro presidente. “Ali Lula
descobriu como mora gente rica”, observou Augusto Nunes, colunista de Oeste, num artigo publicado no portal R7.
“Ali também aprendeu que é possível ser dono de imóveis sem perder
tempo com regularização de escrituras. Ali acabou por tornar-se parceiro
de Roberto Teixeira em negócios suspeitíssimos.”
Como alguns desses negócios aconselharam o sogro a não assumir
ostensivamente a defesa do amigo no esforço para livrá-lo das
descobertas da Lava Jato, o genro virou advogado de Lula. Também ganhou a
admiração de ministros do STF, como Gilmar Mendes:“Gostaria, neste momento, senhores ministros, e acho que falo em nome do
tribunal, de reconhecer o brilhante trabalho da defesa. É um advogado
que não se cansou de trazer questões ao tribunal. Muitas vezes, foi até
censurado, incompreendido”
A origem dessa bagunça começou no dia 8 de março deste ano, quando o
ministro do STF Luiz Edson Fachin anulou com uma só canetada todas as
condenações do ex-presidente Lula — triplex do Guarujá, sítio em Atibaia
e terreno do instituto na capital paulista. “Verificou-se que os supostos atos ilícitos não envolviam diretamente
apenas a Petrobras, mas ainda outros órgãos da administração pública.”
Com essa frase, Fachin determinou que todos os processos envolvendo
agentes políticos denunciados pela PGR, entre eles o do ex-presidente,
deveriam ser transferidos para a Primeira Instância.A impunidade foi
recuperada.
Há algo de errado com a Justiça de um país que se
sente muito mais seguro juridicamente quando o Supremo Tribunal Federal
entra em recesso.