Hora da xepa no Planalto!
A
presidente Dilma transformou o Palácio do Planalto numa casa de
tolerância. Fatiou seu governo, fez liquidação de cargos, queima total
das verbas (já à míngua) e um escambo descarado, à plena luz do dia, com
parlamentares de partidos nanicos, arrivistas da pior espécie. Ali,
quem topar ficar com ela nesse abraço de afogados – e lhe dar o apoio
necessário para que siga com uma gestão absolutamente temerária, sem a
menor viabilidade - leva o que quiser.
Paga-se bem! Com o dinheiro
alheio. Serão quase 600 vagas na esfera pública e R$ 50 bilhões
concedidos em emendas parlamentares. Perto de R$ 9 bilhões já liberados
através do PACo para projetos eleitoreiros. Recurso suado de cada um dos
brasileiros que recolhe impostos e não imagina o destino perverso que
está sendo dado a sua contribuição. Eis aí o verdadeiro golpe em curso,
praticado por ninguém menos que a chefe de Estado em pessoa! A banca do
Tesouro vai quebrar para garantir a farra. E vem depois ela dizer que
precisa, mais do que nunca, da CPMF para sanear as contas que dilapida
sem dó nem piedade na busca de aliados para seus mirabolantes projetos
pessoais!
Com que autoridade a presidente imagina conduzir a Nação daqui
por diante? O que acontece por esses dias na sede do
poder é de uma vergonha inominável. Dilma Rousseff perdeu o senso de
respeito pelo cargo que ocupa. No balcão de negociatas armado no
Planalto, chegou a hora da xepa! Um feirão para entregar a direção do
País a preço de banana! A mandatária já havia transferido informalmente
suas funções ao padrinho investigado Lula. Agora repassa o Brasil
inteiro à raia miúda das legendas de aluguel.
Sem qualquer critério
técnico, sem exigência de qualificações. Não é isso que esta em jogo!
Não interessa se o futuro ocupante do ministério da saúde ou o dos
transportes saiba alguma coisa sobre o tema ou tenha a mais vaga ideia
de como resolver os problemas da pasta regateada. Para ganhar a boquinha
vale tão somente a disposição de votar a favor da mandatária ou de não
votar pelo seu impeachment. Já imaginou a qualidade da equipe que pode
sair dessa barganha? E o tipo de governo que tal grupo será capaz de
fazer mais adiante? Loteiam o nosso futuro. A pajelança imunda terá
troco! Certamente os eleitores não vão perdoar a baixaria que está sendo
engendrada em seu nome.
Cada político que entrar no balaio de
oportunistas do baixo clero receberá a resposta nas urnas – como
ocorreu, décadas atrás, com os simpatizantes do deposto Collor, banidos
da cena política como malditos. Dilma por sua vez, como última
alternativa, rende-se de maneira deprimente a tropa de fisiológicos que,
provavelmente, vai traí-la logo adiante. Sem programa de governo, sem
base de sustentação política no Congresso para aprovar nada, sem um
mínimo de noção de responsabilidade pela coisa pública, ela parte para o
desespero. Perde-se em desvarios e se apega unicamente a vontade insana
de se manter no posto, como um esconderijo de onde se sente blindada
contra as investigações que avançam sobre seus crimes de
responsabilidade.
No atual estágio da crise fica claro a
todos que a gestão Dilma está ingovernável. Ela não reúne mais qualquer
condição política, econômica e nem mesmo moral – dada a série de crimes
que lhe são imputados – para continuar no cargo e deve ser destituída o
quanto antes, sob risco de arruinar o que sobrou do País. Pesquisa Ibope
divulgada na semana passada é reveladora do desejo majoritário da
sociedade: 82% dos entrevistados reprovam o governo Dilma. Dos quais 70%
o consideram ruim ou péssimo. Não seria preciso mais nada para acender
na mente dos senhores parlamentares que se dão ao respeito a lembrança
sobre quem os colocou ali e de como eles deveriam agir em obediência aos
votos que receberam.
A presidente, que gosta de invocar o argumento da
legitimidade, esqueceu-se que a tal legitimidade não era um cheque em
branco em nome do qual ela poderia fazer o que bem quisesse sem prestar
contas. Dilma continua a agir assim. Dá para enxergar o desmando em cada
ação recente dela. Nos derradeiros momentos, o seu bunker foi
transformado em palanque de campanha de incitações irresponsáveis,
enquanto ela se converteu numa panfletária com estridentes gritos de
guerra, falando em golpes – porque não tem mais nada a dizer -, com
ataques descabidos às instituições. Pode Dilma espernear o quanto
quiser.
Até entrar em modo de negação da realidade. Mas os desvios
cometidos em seu mandato, tipificados claramente na letra da lei, não
devem ser relegados. Há materialidade para o embasamento jurídico do
impeachment e, em nome do interesse geral dos brasileiros e da
estabilidade da democracia, é forçoso cumprir o que rege a Constituição
nesses casos. Nenhuma motivação política, de interesses escusos, pode se
interpor a tal processo. Dilma maquiou contas por causa das eleições.
Tomou dinheiro público ilegalmente. Surrupiou a esperança do povo. Abriu
as portas à corrupção. Avançou em atos contra a justiça. Fez “o diabo”!
E tem que sair por seus delitos.
Por: Carlos José Marques, diretor editorial - Revista Isto É