Moscou já mira conquistar outros territórios na Ucrânia
A Rússia informou, nesta quarta-feira, 20, que os objetivos militares na Ucrânia vão além do domínio da região leste de Donbass. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, as realidades geográficas no país invadido mudaram. Isso ocorreu desde que os russos e os ucranianos realizaram a última rodada de negociações de paz, no fim de março.
Naquela época, Lavrov disse que o foco estava nas Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk, autodenominadas entidades separatistas no leste da Ucrânia, das quais a Rússia pretende expulsar as forças do governo ucraniano. “Agora a geografia é diferente, está longe de ser apenas Donetsk e Luhansk, também são as regiões de Kherson e Zaporizhzhia e vários outros territórios”, disse ele, em entrevista à agência de notícias estatal RIA Novosti, referindo-se a territórios muito além de Donbas que as forças russas conquistaram total ou parcialmente.
“Esse processo continua lógica e persistentemente”, observou o ministro, acrescentando que a Rússia pode precisar se aprofundar ainda mais. “Se o Ocidente, por raiva impotente”, continua fornecendo à Ucrânia armas de longo alcance, “isso significa que as tarefas geográficas se estenderão ainda mais longe da linha atual”, disse Lavrov.
“A Rússia não pode permitir que o presidente ucraniano ou quem o substitua” ameacem seu território ou as regiões de Donetsk e Luhansk com os sistemas de longo alcance”, alertou o ministro, referindo-se casualmente, e sem qualquer evidência, à possibilidade de que o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, pode não permanecer no poder.