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segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Defesa de genocídio da população de Israel mostra que stalinismo viajou de Moscou para Harvard - Estadão

J. R. Guzzo

Estudantes de três das mais sagradas universidades dos Estados Unidos defenderam assassinato em massa de judeus e diretores se recusaram a dizer que a pregação era contrária aos estatutos e aos princípios éticos das universidades

Todas as vezes em que o Brasil baixa a um novo patamar em matéria de falência moral e se ouve as pessoas dizerem “eu quero ir embora deste país”, é bom olhar um pouco para os paraísos de Primeiríssimo Mundo e os níveis superiores de civilização que lhes são atribuídos pelo imaginário brasileiro. 
Não diminui em nada os problemas do Brasil, é claro. 
Mas mostra que não estamos sozinhos em nossas tragédias, e que a miragem de um mundo ideal lá fora é apenas isso – uma miragem. 
Os avanços extraordinários que essas sociedades souberam construir e oferecer para a humanidade estão sendo desmontados por uma ofensiva sem precedentes contra os direitos fundamentais das pessoas – da liberdade de pensamento à liberdade de discordar. 
Tentam reduzir, agora, o direito à vida.
 
Grupos de estudantes de três das mais sagradas universidades dos Estados Unidos – Harvard, MIT e Penn State, com suas anuidades próximas a R$ 300 mil e os seus Prêmios Nobel estão pregando, em manifestações públicas, o genocídio da população de Israel
Dizem que é a única solução para o “problema da Palestina”. 
É chocante ver que jovens colocados nas esferas mais altas da educação mundial defendem o assassinato em massa de judeus, como na Alemanha de Hitler. 
Mas bem pior é o apoio que recebem da direção das universidades onde estão matriculados.  
Chamados a depor numa comissão de inquérito do Congresso americano, os presidentes de Harvard, MIT e Penn State se recusaram, pergunta após pergunta, a dizer que a pregação do genocídio em seus campi era contrária aos estatutos e aos princípios éticos das universidades que dirigem.
 
Se você não é contra o genocídio, qual é a dedução que se pode fazer? 
Os presidentes quiseram mostrar que são neutros; acham que podem manter uma posição isenta diante do homicídio em massa. 
É óbvio que só conseguiram provocar um escândalo – que não chegou às manchetes, é claro, mas continua sendo um escândalo. 
Em seus depoimentos à comissão, disseram e repetiram, do começo ao fim, que a condenação das propostas de genocídio contra os judeus dependia do “contexto”. Como assim?  
Pregar a morte de seres humanos pode não ser ruim, conforme for o “contexto”? 
É o que dizem os reitores. 
 
A defesa do genocídio, segundo eles, só poderia sofrer objeções se passasse do “discurso aos atos”; enquanto for uma questão de “opinião pessoal”, dizem, está tudo bem.  
Quer dizer que para receber uma sanção disciplinar o aluno teria, fisicamente, de matar um judeu? É a conclusão possível. [um comentário sobre FATOS, sem considerar nenhum aspecto ideológico - somos totalmente contrários à defesa do genocídio, mas consideramos mais  grave é que Israel pode até não defender o genocídio dos palestinos, mas o executa, quando  mata milhares de civis palestinos indefesos.]

Certos vinhos, segundo os peritos, “viajam mal”. Certas visões de mundo também. O stalinismo viajou mal de Moscou para Harvard.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


sábado, 9 de setembro de 2023

Eu já tinha visto isso. - Percival Puggina

         “Hoje é dia de concentração na praça", disse-me a senhora. "Começa às 17 horas, mas os policiais do presidente chegam antes e usam essa sacada para observação de segurança. Talvez o senhor se sinta melhor se retornar depois do fim do evento”. 
Prontamente respondi que sim. Preferi chegar depois, porque, no mínimo, teria que me identificar para poder permanecer e, se ficasse, certamente não poderia usar a sacada.  
 
Eu estava em Havana e tinha, nessa vez, alugado uma parte do apartamento de uma professora (quarto, banheiro e sala, enquanto ela usava a cozinha e uma outra dependência com acesso particular). O prédio estava muito bem localizado, junto à Praça da Tribuna Anti-imperialista, e o apartamento tinha a tal sacada a que se referia minha hospedeira. 
Professora de História, era pessoa de confiança do regime e, graças a isso tinha “permiso” para alugar o imóvel a turistas. 
Com a sala, deu-me acesso à sua biblioteca (pouco mais de um metro de livros em espanhol e em russo). Explica-se o conteúdo em russo pelo fato de se haver graduado em Moscou, na Universidade da Amizade dos Povos, conhecida como Patrice Lumumba.
 
Então, por volta das 16 horas, desci para a praça e assisti aos atos que se seguiram
Eles consistiram numa sequência de discursos voltados ao enaltecimento do Comandante Fidel, da Revolução e dos admiráveis êxitos do regime tanto na Economia quanto na Educação e na dignidade do povo cubano. Tudo, claro, embrulhado, por todos os oradores, no invólucro comum: o dever patriótico de espinafrar o imperialismo e os “guzanos” (vermes), cubanos que se atiravam ao mar e iam para Miami, num fluxo contínuo, desde 1960.

Como eu descera cedo, pude apreciar a chegada do distinto público. Eram trazidos em ônibus, em grupos cuja afinidade se podia perceber tão logo desciam pois tagarelavam entre si. Alguém, mais tarde, me explicaria que provinham dos locais de trabalho e eram acompanhados por um “compañero” que representava os olhos e os ouvidos do Estado.

Nesse dia, Fidel não apareceu, o que deve ter representado um alívio para aquela pequena multidão, pois quando o tirano comparecia, falava, e quando falava proferia aqueles discursos que ficaram famosos, não pelo conteúdo, mas pelo muito que lhe custava colocar um ponto final nas arengas que duravam horas.

Por que este relato? Porque o público, raro e ralo, presente à solenidade deste dia 7 de setembro em Brasília, por quanto a TV mostrou, era muito semelhante ao daquela tarde/noite na Tribuna Anti-imperialista. Funcionários públicos, sindicalistas e companheiros de partido, convocados pelo governo, cumprindo ordens e portando bandeirinhas numa estranha mistureba do verde e amarelo com convenientes detalhes vermelhos no vestuário. 
 A Pátria passava muito bem sem essa.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.


sexta-feira, 21 de julho de 2023

Suprema blasfêmia- Ana Paula Henkel

 Revista Oeste

Rosa Weber pode até desdenhar das páginas da nossa Constituição, mas não menosprezar as páginas da história



Cena do filme Pearl Harbor | Foto: Divulgação

As imagens da “invasão do Capitólio”, em 6 de janeiro de 2021, rodaram o mundo
É claro que ali havia baderneiros, infiltrados e também aqueles que queriam apenas protestar contra uma eleição presidencial cheia de perguntas e nenhuma resposta. 
Como a nossa em 2022. Mas, sim, “invasão” está entre aspas porque as imagens da “insurreição”, trancafiadas no baú do Partido Democrata por dois anos, já que eles tinham maioria na Câmara e no Senado, e obtidas pelos Republicanos em 2023 com a retomada da Câmara, não mostram bem uma invasão — mas portas sendo abertas por policiais do Capitólio e “terroristas que ameaçavam a democracia norte-americana” com câmeras fotográficas, garrafas de água e sendo ciceroneados por outros policiais para dentro do prédio, onde tiravam selfies com os “golpistas”.

Sim, eu posso imaginar o que você está pensando agora. Tivemos um Capitólio tupiniquim.

Mas as similaridades não param por aí. No aniversário de um ano do famoso 6 de janeiro, a vice-presidente da nação mais poderosa do mundo, Kamala Harris, decidiu incluir a data como um dos três dias mais sombrios da história norte-americana, e afirmou que o 6 de janeiro de 2021 viverá na memória do país comparando o dia ao episódio em Pearl Harbor, quando os japoneses atacaram a base militar americana no Pacífico, colocando os Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, e aos ataques terroristas de 11 de setembro às Torres Gêmeas em Nova York.



Do alto de sua absoluta ignorância e desonestidade, Harris, a campeã de impopularidade até dentro do Partido Democrata, proferiu: “Certas datas ecoam ao longo da história. Incluindo datas que lembram instantaneamente, a todos que as viveram, onde estavam e o que estavam fazendo quando nossa democracia foi atacada. Datas que ocupam não apenas um lugar em nosso calendário, mas um lugar em nossa memória coletiva. 7 de dezembro de 1941, 11 de setembro de 2001 e 6 de janeiro de 2021”.

Comparar 6 de janeiro com Pearl Harbor não mostra apenas desequilíbrio e estupidez, mas desrespeito à história e às vítimas de uma guerra real não esse fascismo imaginário imposto a todos aqueles que discordam do sistema e seus peões. Mas Kamala não está só. 
O 6 de janeiro tupiniquim, o nosso 8 de janeiro, traz similaridades além das narrativas emplacadas pelas assessorias de imprensa de partidos políticos na própria imprensa. 
A mesma idiotice de Kamala foi proferida esta semana, sem o menor pudor e com os mesmos ares de “defesa da democracia”, por uma ministra da mais alta corte do Brasil aquela corte que deveria reservar suas cadeiras a pessoas com notável saber jurídico, reputação ilibada e, pelo amor de Deus, é pedir demais o mínimo conhecimento de história?

Na última sexta-feira, 14 de julho, durante discurso no Seminário e Encontro Nacional da Associação de Advogados e Advogadas pela Democracia, Justiça e Cidadania (ADJC), Rosa Harris, digo, Rosa Weber, ministra do Supremo Tribunal Federal e atual presidente da Corte, comparou o vandalismo do 8 de janeiro no Distrito Federal — repudiado veementemente por todos nós da Revista Oeste — ao ataque à base naval de Pearl Harbor, nos Estados Unidos, feito pela Marinha japonesa, em 1941. “O presidente Franklin Roosevelt, em 8 de dezembro de 1941, perante o Congresso Norte-Americano, ao reagir ao ataque aéreo japonês, deflagrado na véspera, contra as Forças Navais Norte-Americanas, em Pearl Harbor, no Havaí, disse que aquela data, 7 de dezembro de 1941, pelo caráter traiçoeiro da agressão, viveria eternamente na infâmia. Para nós, 8 de janeiro de 2023 será eternamente o dia da infâmia. E não deixaremos ser esquecido, na defesa da democracia constitucional e do Estado Democrático de Direito”, regurgitou a ministra de Lula a bobagem dita pela vice de Biden.

 


Com todo o respeito, dona Rosa, vamos conversar. A senhora pode até desdenhar das páginas da nossa Constituição, que hoje em dia é facilmente moldada, amassada e rasgada eu diria até tratada com “caráter traiçoeiro da agressão” —, mas menosprezar as páginas da história não dá. Essas não se curvam a caprichos narcisistas infames.

(...)

Um dia antes do ataque a Pearl Harbor, em 6 de dezembro de 1941, os Estados Unidos interceptaram uma mensagem japonesa que indagava sobre movimentações de navios e posições de ancoragem em Pearl Harbor. O decodificador passou a mensagem a seu superior, que respondeu que entraria em contato na segunda-feira, 8 de dezembro. No domingo, 7 de dezembro, um operador de radar em Oahu, no Havaí, viu um grande grupo de aviões em sua tela indo em direção à ilha e ligou para seu superior, que lhe disse que provavelmente era um grupo de bombardeiros americanos B-17 e que não era para se preocupar.

O ataque japonês a Pearl Harbor começou às 7h55 daquela manhã, e todo o ataque levou apenas uma hora e 15 minutos. O capitão Mitsuo Fuchida enviou a mensagem de código “Tora, Tora, Tora” à frota japonesa depois de sobrevoar Oahu para indicar que os americanos seriam pegos de surpresa. Não sei se o “jênio”, com “J” mesmo, do assistente que teve a brilhante ideia de comparar o 8 de janeiro com Pearl Harbor lhe contou, mas a senhora acredita que a força de ataque japonesa consistia em 353 aeronaves lançadas de quatro porta-aviões pesados? 
No aparato militar do histórico ataque de 7 de dezembro de 1941, havia 40 aviões torpedeiros, 103 bombardeiros nivelados, 131 bombardeiros de mergulho e 79 caças. O ataque também consistia em dois cruzadores pesados, 35 submarinos, 2 cruzadores leves, 9 petroleiros, 2 encouraçados e 11 contratorpedeiros.

Agora imagine se os oficiais norte-americanos tivessem levado a sério a informação passada pela inteligência do iminente ataque? Dentro da esdrúxula comparação, seria como se a Abin tivesse avisado o ministro da Justiça e mais 48 agências do governo de um possível ataque e os envolvidos tivessem dado de ombros. 

 

A destruição do USS West Virginia, no dia 7 de dezembro de 1941, em Pearl Harbor, Havaí | Foto: Shutterstock

Dona Rosa, apesar das centenas de pessoas presas sem o devido processo legal e o amplo direito de defesa pelo 8 de janeiro, não houve feridos graves ou mortos no Brasil no que a senhora chama de “dia da infâmia”
Em Pearl Harbor, o ataque japonês, além de deixar 1.178 pessoas feridas, matou 2.403 militares norte-americanos, incluindo 68 civis, e destruiu ou danificou 19 navios da Marinha dos Estados Unidos, incluindo oito navios de guerra. Mais de 300 aviões da frota americana foram destruídos.  
Não sei se te contaram, mas o navio USS Arizona permanece no fundo do mar em Pearl Harbor com sua tripulação a bordo até hoje. 
Metade dos mortos naquele 7 de dezembro estava no Arizona e, por isso, há uma bandeira dos Estados Unidos tremulando permanentemente acima do encouraçado afundado, que serve de memorial a todos os norte-americanos que morreram no ataque. 
 
Não sei se a senhora se comove com facilidade como o ministro Gilmar Mendes, que chora desembaraçadamente diante de tanta emoção quando homenagens a advogados de corruptos são prestadas, mas vou deixar alguns pontos rápidos aqui para a senhora, caso ache pertinente dividi-los com o cérebro “jenial” que a aconselhou a comparar o 8 de janeiro com o Pearl Harbor.  
Coisa rápida, não quero tomar muito seu tempo, sei que a senhora é muito ocupada defendendo a demogracinha brasileira.
Os membros sobreviventes da tripulação que serviram a bordo do USS Arizona durante o ataque pediram a seus familiares que, após sua morte, suas cinzas fossem depositadas por mergulhadores sob uma das torres de artilharia afundadas no Arizona. Cerca de 44 sobreviventes do navio agora descansam com seus companheiros no fundo do Pacífico. 
 
(...)

Já que é o nosso dinheiro que sustenta muitas viagens, comes e bebes de vossas excelências, eu não me importaria se a senhora, em rota para um desses muitos congressos que os supremos costumam atender para falar mal do Brasil, desse uma parada no Havaí, quem sabe levasse o assessor “jênio”, e entendesse — de fato — o que foi e o que significa Pearl Harbor para o povo norte-americano que, aliás, também ouviu a comparação que a senhora vergonhosamente repetiu da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris.  

Não, dona Rosa, isso não é um elogio.

Numa recente viagem ao Havaí com a minha família, tive a oportunidade de visitar pela primeira vez Pearl Harbor e, claro, entrar no Memorial USS Arizona, um museu a céu aberto exatamente sobre um dos navios abatidos pelos japoneses. Sei que a senhora pensou que marcaria pontos extras com a turba que joga até amarelinha com a palavra “democracia”, mas, acredite, a infame comparação que a senhora fez é de um profundo desrespeito a um lugar que deve ser visitado por todos que desejem prestar verdadeiras homenagens a quem, de fato, lutou pela liberdade que temos hoje. Liberdade até para falar bobagens usando pronomes ridículos ou gritar “ameaça à democracia” toda vez que alguém chama um ministro de comunista ou traidor da pátria.

Ali, olhando para os destroços nas águas do Pacífico e andando sobre um dos navios abatidos, é impossível não se emocionar. Na parte final do memorial estão entalhados em uma parede de mármore os nomes de mais de 1,1 mil marinheiros e fuzileiros navais mortos no USS Arizona durante o ataque a Pearl Harbor. A maioria dos mortos tinha idade entre 17 e 23 anos. Há muitas fotos do ataque de 7 de dezembro de 1941, mas não encontrei nenhuma com generais servindo água aos japoneses.

Não sei se a senhora gosta de cinema, mas eu gostaria de deixar uma dica para o fim de semana da senhora, se a senhora tiver tempo, claro — defender o país contra terroristas que vendem algodão-doce durante uma tentativa de golpe sem tanques e sem políticos em Brasília em um domingo não deve ser tarefa fácil. 
No clássico e épico Tora! Tora! Tora!, filme de guerra de 1970 que dramatiza o ataque japonês a Pearl Harbor na Segunda Guerra Mundial, o almirante Isoroku Yamamoto, que comandava a Marinha Imperial Japonesa, diz, logo depois do ataque à base norte-americana: “Temo que tudo o que fizemos foi acordar um gigante adormecido e enchê-lo com uma terrível determinação”. Alguns historiadores defendem que Yamamoto não teria dito exatamente essa frase, mas escrito algo parecido, como “Posso correr livre por seis meses… depois disso, não tenho nenhuma expectativa de sucesso”, resumindo um sentimento geral entre os almirantes japoneses de que não demoraria muito para que o orgulho ferido do então gigante adormecido, aliado à enorme capacidade industrial dos Estados Unidos, garantisse a destruição do Império Japonês.
 
Pensando bem, há um ponto de convergência entre esse discurso sem pé nem cabeça que a senhora leu esta semana e a realidade no Brasil. O orgulho ferido. O nosso. O do povo brasileiro que vem sofrendo um ataque sem precedentes por parte de ministros que insistem em andar fora da lei. Que insistem em prender inocentes, cassar e caçar oponentes políticos. Silenciar cidadãos, jornalistas e qualquer um que cruze o espelho narcisista da Corte. Há um ataque surpresa covarde a cada dia que nasce. 
 
(...)

E a história deixa lições. Trinta dias após Pearl Harbor, 134 mil norte-americanos se alistaram nas Forças Militares. O ataque criou uma onda de patriotismo e indignação que levantou o país e ajudou a curar o orgulho ferido. Catástrofes unem pessoas. Desafios criam vínculos de honra, coragem, amor à pátria e resiliência para lutar pelo que é correto e para lutar contra qualquer projeto de poder nefasto. Se Adolf Hitler, com todo o seu poderio superior, foi derrotado, só há esperança em nosso caminho contra qualquer tipo de Gestapo.

Depois de um embate terrível nas páginas da história, japoneses e norte-americanos hoje têm uma sólida e profunda relação de amizade, e o Japão é um dos fortes aliados da América.  
Quem sabe um dia, mesmo diante da atual guerra abertamente declarada ao Brasil e suas leis, o atual Supremo Tribunal Federal se tornará um aliado da nação brasileira e defenderá seu povo. 
Pelo menos sonhar ainda não é proibido no Brasil.

Leia também “A escravidão do pensamento”

ÍNTEGRA DA MATÉRIA - CLIQUE AQUI - Revista OESTE

 

 Ana Paula Henkel, colunista da Revista Oeste

 


domingo, 9 de julho de 2023

Nova resolução dos EUA coloca o mundo à beira da 3ª Guerra Mundial - Gazeta do Povo

Daniel Lopez - VOZES

Mesmo com a Ucrânia não integrando a OTAN, novo cenário poderia trazer toda a Europa para a guerra

Todos sabem hoje que o argumento principal apresentado pela Rússia para invadir a Ucrânia (ou “fazer uma operação militar especial”, como dizem os russos) foi impedir que o país passasse a integrar a OTAN. Putin sabia que estava diante de uma contagem regressiva. 
Ainda que Zelensky não tivesse entrado com um pedido oficial para integrar a aliança ocidental, o líder russo estava ciente que, caso isso acontecesse, uma investida contra Kiev faria com que fosse acionado o Artigo 5 da Organização do Tratado do Atlântico Norte.  
Segundo o texto, os países membros do grupo “concordam que um ataque armado contra um ou mais deles na Europa ou na América do Norte deve ser considerado um ataque contra todos eles”. 
Dessa maneira, caso Kiev fosse admitida no grupo, uma investida russa contra ele acionaria todos os 32 países do tratado contra Moscou, o que muito provavelmente iniciaria uma 3ª Guerra Mundial.

O fato de a Ucrânia ainda não integrar a OTAN evita um cenário catastrófico como esse
. Mas, e se eu dissesse que uma resolução recente do Senado americano pode mudar isso tudo, fazendo com que, mesmo não integrando a aliança ocidental, os 31 países da OTAN estariam prestes a declarar uma guerra aberta contra a Rússia, colocando em perigo a segurança global?

    Poderia acontecer um desastre ou ataque contra a usina nuclear de Zaporizhzhia, que completou 16 meses ocupada pelos russos.

Entenda o contexto do novo problema. No dia 16 de junho, Putin anunciou que armas nucleares táticas (menos destrutivas) estavam sendo transferidas para a Bielorrússia.  
Em resposta, o presidente americano afirmou que a atitude era completamente irresponsável. Isso levou os senadores Lindsey Graham (republicano) e Richard Blumenthal (democrata) a apresentarem uma resolução propondo que ações da Rússia que conduzam a uma contaminação radioativa no território dos aliados seja considerada um ataque direto à OTAN, ativando, dessa forma, ativando o Artigo 5 da aliança e abrindo caminho para uma 3ª Guerra Mundial.

O problema é que não é apenas o uso das armas nucleares táticas armazenadas na Bielorrússia que poderia levar a este cenário. 
A preocupação atual está no fato de que poderia acontecer um desastre ou ataque contra a usina nuclear de Zaporizhzhia, que completou 16 meses ocupada pelos russos. 
Zelensky tem dito que Moscou poderia realizar um “ataque terrorista” contra a usina. Isso desencadearia um caos radioativo que traz à memória o desastre acontecido em Chernobyl em abril de 1986, que tinha o potencial para deixar a Europa completamente inabitável. 
Isso porque, alguns dias após a explosão, especialistas descobriram que o núcleo do reator ainda estava derretendo, o que poderia gerar uma nova explosão, com capacidade de destruir toda a usina, danificando os outros três reatores do local.

    Estaria o mundo prestes a presenciar um novo incidente do Golfo de Tonquim, em 1964, que deu aos EUA a justificativa para entrar na Guerra do Vietnã?

O físico nuclear Vassili Nesterenko afirmou que essa segunda explosão poderia atingir uma potência de até 5 megatons, deixando todo o continente europeu inabitável por centenas de milhares de anos. 
Veja o tamanho do pesadelo que retornou ao mundo agora. 
Quem poderia imaginar que, quase 40 anos depois, estaríamos vivendo o mesmo perigo?

O cenário ficou ainda mais tenso quando, no final do mês passado, Zelensky afirmou que seus serviços de inteligência identificaram que as tropas russas instalaram objetos semelhantes a explosivos no telhado de várias unidades de energia da usina nuclear de Zaporizhzhia. 
O problema é que isso abre margem para um ataque de bandeira falsa por parte de ambos os lados. 
Os russos poderiam destruir a usina como medida de retaliação, e culpar a Ucrânia. 
Os ucranianos, por sua vez, poderiam explodir a usina e colocar a culpa em Moscou.  
Ou até mesmo os Estados Unidos poderiam destruir as estruturas (talvez como fizeram com o gasoduto Nord Stream, segundo Putin tem defendido), culpar os russos e usar a situação para justificar a entrada da OTAN no conflito. Vejam que loucura.

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Tudo fica ainda mais tenso quando lembramos que recentemente foi destruída a usina hidrelétrica de Kakhovka, gerando prejuízos enormes à Ucrânia. 
Na ocasião, houve uma troca mútua de acusações entre russos e ucranianos. 
Pode acontecer a mesma coisa com a usina nuclear de Zaporizhzhia. Seria algo de proporções apocalípticas.

Estaria o mundo prestes a presenciar um novo incidente do Golfo de Tonquim? Essa foi a operação de bandeira falsa, acontecida em 1964, que deu aos EUA a justificativa para entrar na Guerra do Vietnã
Será que a usina de Zaporizhzhia será o estopim para a OTAN a entrar diretamente no conflito? 
Será que isso conduziria o mundo à 3ª Guerra Mundial? Espero que não. Que Deus nos proteja.


Daniel Lopez, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

domingo, 30 de abril de 2023

“Seja homem”: Rússia exalta masculinidade em campanha de recrutamento militar

Ao que parece, está de volta a estética de Vladimir Putin, no estilo “peito nu montando um cavalo”, como a imagem do presidente russo que supostamente deveria exaltar suas qualidades viris, mas que virou meme e viralizou nas redes sociais. Seja caminhando pelas ruas ou acessando as redes sociais, os russos em idade militar há vários dias não conseguem evitar as propagandas da campanha de recrutamento para se juntarem ao exército do país na ofensiva contra a Ucrânia.

“Você é um homem. Comporte-se como tal!”, diz uma das ações do exército russo, que têm o objetivo de dar um novo impulso ao alistamento militar – cada vez menor-, sem recorrer a uma nova mobilização forçada, um movimento impopular que o Kremlin adotou em setembro, após vários reveses militares.

Desde então, como forma de apaziguar a opinião pública, o governo lançou a maior campanha publicitária de recrutamento militar voluntário desde o início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022.

Em Moscou, propagandas se espalham por outdoors em rodovias, vitrines e pontos de ônibus, todos promovendo um “trabalho honrado e salários decentes”.

Embora as autoridades não tenham anunciado metas numéricas, a imprensa russa relata que o exército espera recrutar centenas de milhares de homens.

No site do município de Moscou, o salário prometido a um soldado enviado à Ucrânia é de 204.000 rublos (ou R$ 12.652 no câmbio atual), mais de 10 vezes o salário mínimo local.

Aos que participarem da ação ofensiva, é prometido ainda um bônus diário de 8.000 rublos (R$ 496) e outros 50.000 rublos (R$ 3.099) por cada quilômetro conquistado em uma brigada de assalto, a formação mais exposta ao fogo inimigo. “Na Rússia, é uma boa quantia para sustentar uma família, incluindo os pais. É lógico: se uma pessoa defende sua pátria, por que não a pagam?”, disse Piotr Lipka, um jovem de 21 anos.

“Alistar-se por contrato é melhor” do que ser mobilizado, acrescentou o estudante de Volgogrado.

“Defender a pátria” 

Nos cartazes não há imagens de combate, o conflito na Ucrânia parece distante. “Nosso trabalho: defender a pátria”, pondera um banner com três soldados sob um céu azul.

Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra um taxista, um corretor de seguros e um professor de educação física seguido da frase “esse é realmente o caminho que você queria escolher?”, questionando profissões tradicionais em detrimento da atividade militar.

No final da propaganda, os três homens ficam satisfeitos em optar pelo uniforme do exército e o rifle de assalto, sob o slogan “Você é um homem. Comporte-se como tal”.

Evgeny Krapivine serviu na Chechênia em sua juventude. O homem de 41 anos contou que gostaria de se alistar novamente, mas teme que sua idade seja um problema. “Quando perguntei, eles me responderam: ‘você tem 41 anos, não vamos levar você'”, disse. Posteriormente, o exército reconsiderou sua adesão e o informou que podem entrar em contato com o veterano “a qualquer momento”.

Ao lançar a campanha, o presidente russo, Vladimir Putin, teve uma lei aprovada em apenas dois dias para facilitar uma nova mobilização, o que gerou temores, à medida que a primeira convocação militar “parcial” em setembro fez com que dezenas de milhares de homens fugissem para o exterior.

Com as ações de recrutamento voluntário, o governo quer “evitar um novo susto”, disse Denis Volkov, diretor do centro de estudos independentes Levada, acrescentando que a propaganda deve ter mais força no interior do que nas principais cidades do país.

Em Moscou, os pais idosos dos soldados recrutados recebem assistência domiciliar e seus filhos possuem vagas gratuitas em creches.

Em caso de morte, estes recrutas recebem a promessa de abrigo para suas famílias e uma indenização de vários milhões de rublos.

DefesaNet - (Com AFP)

 

sábado, 15 de abril de 2023

Políticas semelhantes, cenários bem diferentes - Alon Feuerwerker

Análise Política

Toda tentativa de justificar política exterior com base em princípios tão bonitos quanto absolutos costuma terminar em impasse, quando não em comédia; ou tragédia.  
Pois os interesses frios sempre acabam prevalecendo, restando aos ideólogos dar aquela maquiada básica para salvar a face
Um exemplo recente é o conflito da Ucrânia.

Dois princípios nas relações internacionais são o direito à autodeterminação e o direito à integridade territorial. No conflito da hora, Kiev esgrime com o segundo, mas Moscou argumenta com o primeiro para as repúblicas do Donbass e as regiões sulistas do vizinho, Crimeia inclusive, que decidiram [autodeterminação.] se desligar.

Na dissolução e fragmentação da Iugoslávia, duas décadas atrás, os Estados Unidos e a OTAN invocaram o direito à autodeterminação, enquanto uma enfraquecida Rússia argumentava, imponentemente, em defesa da integridade territorial da Iugoslávia. No final, quem pôde mais chorou menos.

O observador razoavelmente atento notará que os EUA e a União Europeia retiraram dos arquivos o play-book da Guerra Fria 1.0 para conter a ascensão da China. Impor crescentes constrangimentos econômicos, deflagrar uma corrida armamentista e dar o golpe final por meio das tensões étnico-nacionais e do separatismo.

Entre as dificuldades na tentativa de repetir o roteiro, uma frequenta mais amiúde os pesadelos do Ocidente. Quando a URSS declinou e finalmente desapareceu, havia tempo que não era mais aliada da China, que na geopolítica estava até mais próxima dos EUA. Hoje, a ameaça existencial comum empurra chineses e russos a aliar-se estrategicamente.

Na economia e na esfera militar são nações que se complementam num encaixe quase perfeito.

Eis por que o Ocidente não pode nem pensar em conter a China, o objetivo central na Guerra Fria 2.0, sem atrair a Rússia para sua esfera de influência ou desmembrá-la, a exemplo do que foi feito com a URSS.
[não podemos olvidar, que a China conta agora com o apoio, que não pediu, nem precisa, do 'estadista' de todos os estadistas, ex-presidiário que preside o Brasil.]

Ou as duas coisas.

A Federação Russa permanece um dos poucos estados de fato plurinacionais no planeta, com potenciais tensões separatistas permanentes. Enquanto o Ocidente argumenta com o direito à integridade territorial da Ucrânia, usa a Ucrânia para desestabilizar a integridade territorial russa.

O que, aliás, somado à crescente simpatia ocidental pela tese de Taiwan independente e pelas pressões separatistas em Hong Kong e Xinjiang, ajuda a amalgamar a aliança entre Moscou e Beijing.

E o Brasil com isso? O cenário internacional para nós, também pelos motivos expostos, é incomparavelmente mais complexo do que quando Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao Planalto pela primeira vez, em 2003.

Naqueles tempos, 1) os EUA tinham o foco na guerra ao terror; 2) uma enfraquecida Rússia estava saindo do catastrófico governo de Boris Ieltsin; e 3) ainda prevalecia a esperança ocidental de que o desenvolvimento econômico chinês, orientado ao mercado e à globalização, faria entrar em colapso o poder comunista.

Assim, Lula pôde implodir o projeto norte-americano da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) sem maior consequência, teve espaço para projetar poder econômico-financeiro regional e o Brasil ajudou alegremente a construir os Brics. Mas os ventos começaram a mudar lá pelo final da década, acelerados pela crise de 2008/09, e quem acabou pagando o pato da insatisfação de Washington com o expansionismo e o independentismo brasileiros foi Dilma Rousseff.

Os EUA estão crescentemente nervosos diante da ameaça de um ocaso em seu reinado de única superpotência. E bem quando a história parecia ter chegado ao fim, dando razão a Francis Fukuyama, e quando o breve século XX, na definição de Eric Hobsbawm, tinha ficado para trás.

Mas as duas teses balançam. Fukuyama e Hobsbawn estão em xeque. O século XXI está cada vez mais parecido com o anterior.  Como Lula vai descascar o abacaxi? Até agora, recorreu aos velhos truques, de eficácia comprovada. Foi a Washington e disse coisas agradáveis aos anfitriões, depois dirigiu-se a Beijing para falar coisas que fizeram bem aos ouvidos dos chineses. Nas duas viagens, procurou extrair o melhor da relação.
[será que qualquer das partes acreditou no que ouviu? sabem que são palavras proferidas por um mentiroso patológico - .vide Lula se jactando para Jaime Lerner de que  mentia.]

Não deixa de ser inteligente como aposta para não queimar pontes.

Só é preciso saber até quando isso será suficiente. Pois de vez em quando chega uma hora em que os princípios, como tratado no início deste texto, e as declarações genéricas de intenções não dão mais para o gasto.

E 2023 não é 2003. 

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político 

 


terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Em discurso anual, Putin acusa Ocidente de ter começado guerra na Ucrânia

O presidente russo disse que o país está usando a força para tentar terminar a guerra e não para mantê-la

O presidente russo, Vladimir Putin, criticou o Ocidente em seu discurso anual sobre o estado da nação nesta terça-feira (21/2), em uma manifestação que deve lançar luz sobre como o Kremlin vê a guerra na Ucrânia, e definir o tom para o próximo ano. Putin frequentemente justifica a invasão do país vizinho acusando as nações ocidentais de ameaçarem a Rússia. "Foram eles que começaram a guerra. E estamos usando a força para encerrá-la", disse Putin, diante de uma audiência de legisladores, autoridades estatais e soldados que lutaram na Ucrânia.

Embora a Constituição exija que o presidente faça o discurso anualmente, Putin não discursou em 2022, quando suas tropas invadiram a Ucrânia. Agora, o discurso vem dias antes do primeiro aniversário da guerra, que acontece na sexta-feira (24/2). Antes do discurso, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o líder russo se concentraria na "operação militar especial" na Ucrânia, na economia e nas questões sociais da Rússia. Muitos observadores previram que a fala também abordaria as consequências de Moscou com o Ocidente - e Putin começou com palavras fortes para esses países.

O Ocidente está ciente de que "é impossível derrotar a Rússia no campo de batalha", por isso lança "ataques de informação agressivos" ao "interpretar mal os fatos históricos", atacando a cultura, a religião e os valores russos, disse Putin no discurso transmitido por todas as TVs e canais estatais do país. Ele também afirmou que suas forças estão protegendo civis em regiões da Ucrânia que Moscou anexou ilegalmente desde então. "Estamos defendendo a vida das pessoas, nossa casa", alegou. "E o Ocidente está lutando por uma dominação ilimitada."

Neste ano, o Kremlin barrou a mídia de países "hostis", cuja lista inclui os EUA, o Reino Unido e a União Europeia
Peskov disse que os jornalistas dessas nações poderiam cobrir o discurso assistindo à transmissão.  
O presidente russo já havia adiado o discurso anual à nação antes: em 2017, quando a manifestação foi remarcada para o início de 2018. No ano passado, o Kremlin também cancelou dois outros grandes eventos anuais - a coletiva de imprensa de Putin e uma tradicional maratona de telefonemas, em que as pessoas fazem perguntas ao presidente russo.
 
Mundo - Correio Braziliense

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Síndrome russa de morte súbita: a irônica “doença” de figurões apagados

Suicídios, defenestrações, ataques cardíacos e até uma intoxicação por veneno de sapo mataram 24 russos em posições importantes

Pode ser coincidência? Pode, mas a sequência de mortes de figurões russos no ano que acabou exige uma credulidade que desafia as probabilidades.

A revista The Atlantic inventou até um termo irônico para qualificar tantas coincidências, a Síndrome Russa de Morte Súbita e a Wikipedia tem um verbete específico, “As mortes misteriosas de homens de negócio russos em 2022”.

Nem todos foram oligarcas, embora haja uma frequência marcante de executivos da indústria de gás e petróleo. O penúltimo caso da lista impressionou pela reincidência: Pavel Antov, apelidado de “o rei da linguiça” por sua indústria de processamento de carne, caiu da janela de um hotel na Índia onde dois dias antes um amigo com que viajava junto tinha sofrido morte súbita ainda a ser esclarecida. 
Embora fosse deputado pelo mesmo partido de Putin, Antov tinha criticado a invasão da Ucrânia, o que depois desmentiu.

Janela parece ter virado uma coisa perigosa. O presidente do conselho da gigante petrolífera Lukoil, Ravil Maganov, “caiu da janela de um hospital em Moscou”, segundo informaram agências russas – um detalhe posteriormente desaparecido. A Lukoil falou em “morte depois de lutar contra uma longa doença”.

Não foi o primeiro caso do ano na empresa. O ex-diretor Alexander Subbotin morreu aos 43 anos depois de uma sessão com um curandeiro que injetou veneno de sapo em seu corpo para curar uma ressaca.

É claro que as mortes não podem ser colocadas oficialmente na conta de reações à guerra na Ucrânia e as graves consequências internas, provocadas pelas sanções ao país, com prejuízos e perda do estilo de vida internacional que os russos ricos desfrutaram durante as duas décadas em que Vladimir Putin efetivamente recuperou a economia da Rússia e fez um pacto com as elites – cada um na sua pista, com os devidos  e milionários pagamentos.“Imaginem o que acontece a um país globalizado quando cai a ficha das sanções. Alguns cometem suicídio”, disse à Atlantic o historiador Edward Luttwak.

Pelo menos dois casos dados como suicídio envolveram a família. A mulher e a filha de 13 anos de Vladislav Avaiev, ex-vice-presidente do Gazprobank, estavam junto de seu corpo num apartamento em Moscou. Sergei Protosenia, vice-presidente da gigante do gás Novatek, apareceu enforcado na viga da casa de veraneio na Espanha depois de, supostamente, matar a mulher e a filha a machadadas.

Michael Weiss, jornalista que está escrevendo um livro sobre o serviço militar de inteligência, acha que alguns suicídios podem ter acontecido depois do “telefonema” – um aviso, como na Roma antiga, de que o cidadão tinha a opção de tirar a própria vida. Ou ela seria tirada dele.

A dubiedade faz parte do jogo: suicídio, suicídio induzido, homicídio?

“Eles querem que nós saibamos que foi assassinato, mas não querem que possamos concluir definitivamente que foi isso”, disse Weiss à Atlantic.

A legendária eficiência dos serviços russos às vezes é apenas isso – uma lenda. Em dois casos notórios de envenenamento com Novichok, um dentro e um fora do país, as vítimas sobreviveram. 
 Alexei Navalny escapou com vida do agente que paralisa o sistema nervoso, aparentemente espalhado em sua cueca num quarto de hotel, porque o piloto do avião onde entrou em crise fez um pouso de emergência e ele recebeu tratamento médico na Alemanha. Hoje está preso e só se comunica por mensagens através de seus advogados. Os assassinos que deveriam ter despachado o ex-espião Sergei Skripal, que havia desertado e se transformado em agente da inteligência britânica, erraram na dose – ou provavelmente o atendimento médico foi mais eficiente do que o esperado. Skripal e a filha, Julia, escaparam com graves sequelas.

O percurso dos dois agentes russos foi quase que inteiramente reconstituído por câmeras de segurança.

Os agentes que envenenam Alexander Litvinienko, outro ex-espião que mudou de lado, foram mais desastrados ainda. O próprio Litvinienko viveu três dias, o suficiente para relatar como foi atraído para um chá letal num hotel de Londres. A substância usada, polônio-210, deixou traços radiativos em toda a trilha dos assassinos, inclusive no avião de volta para Moscou.

A infame reação de Putin à reconstituição comprovando o atentado contra Alexei Navalny ficou famosa: se os serviços secretos quisessem realmente matar o dissidente, “teriam ido até o fim”, disse ele.

A última morte “importante” do ano foi de Vladimir Nesterov, engenheiro espacial que continuava a trabalhar no novo sistema russo de foguetes mesmo depois de um processo por desvio de dinheiro, entre outras encrencas. Imaginem a quantidade de homens em posições importantes que não estão dormindo tranquilos. Esse é um dos instrumentos clássicos de controle dos regimes autoritários. Algumas das mortes suspeitas podem ter tido até causas naturais, mas o regime putinista quer que as pessoas tenham dúvidas.

Mundialista, Vilma Gryzinski  - Revista VEJA


domingo, 27 de novembro de 2022

Intentona Comunista de 35

 m 11 de julho de 1935, o governo Vargas decretou a extinção da ANL e de outras organizações de cunho marxista-leninista. Embora setores mais esclarecidos da sociedade reagissem às principais atividades desenvolvidas pelos comunistas - infiltração, propaganda e aliciamento - e o Brasil não estivesse preparado para uma revolução, os dirigentes da Internacional Comunista não pareciam se preocupar com tais fatos. O Komintern exigia ação. O grupo chefiado por Luís Carlos Prestes tinha a missão de implantar no Brasil uma ditadura comunista. Ordens vieram de Moscou para que o PCB agisse o mais rápido possível. Luís Carlos Prestes concordou com o desencadeamento do movimento armado que vitimou centenas de civis e militares. 


Os recursos de Moscou, para o financiamento da revolução, eram destinados a Celestino Paraventi, velho conhecido de Prestes no Café Paraventi, na Rua Barão de Itapetininga, em São Paulo.
Relação dos oficiais, sargentos, cabos e soldados do Exército Brasileiro mortos pelos comunistas:
Abdiel Ribeiro dos Santos - 3º sargento
Alberto Bernardino de Aragão - 2º cabo
Álvaro de Souza Pereira - soldado
Armando de Souza Mello - major
Benedicto Lopes Bragança - capitão
Clodoaldo Ursulano - 2º cabo
Coriolano Ferreira Santiago - 3º sargento
Danilo Paladini - capitão
Fidelis Batista de Aguiar - 2º cabo
Francisco Alves da Rocha - 2º cabo
Genaro Pedro Lima - soldado
Geraldo de Oliveira - capitão
Gregório Soares - 3º sargento
Jaime Pantaleão de Moraes - 2º sargento
João de Deus Araújo - soldado
João Ribeiro Pinheiro - major
José Bernardo Rosa - 2º sargento
José Hermito de Sá - 2º cabo
José Mário Cavalcanti - soldado
José Menezes Filho - soldado
José Sampaio Xavier - 1º tenente
Laudo Leão de Santa Rosa - 1º tenente
Lino Vitor dos Santos - soldado
Luiz Augusto Pereira - 1º cabo
Luiz Gonzaga - soldado
Manoel Alves da Silva - 2º cabo
Manoel Biré de Agrella - 2º cabo
Misael Mendonça - tenente-coronel
Orlando Henrique - soldado
Pedro Maria Netto - 2º cabo
Péricles Leal Bezerra - soldado
Walter de Souza e Silva - soldado
Wilson França – soldado
 
A polícia, convencida de que o dinheiro vinha pelo Uruguai, jamais descobriu. Paraventi recebia as remessas regularmente, por sua conta no Banco Francês e Italiano. Próspero industrial e muito rico, Paraventi movimentava grandes somas de dinheiro e se correspondia com o mundo inteiro, sem despertar suspeitas. O movimento deveria eclodir, simultaneamente, no Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Por erro de interpretação de um código, a insurreição começou, prematuramente, no dia 23 de novembro de 1935, em Natal, quando dois sargentos, dois cabos e dois soldados do 21º Batalhão de Caçadores (21º BC), cerca de 300 homens da extinta Guarda Civil e poucos civis assumiram o controle da cidade. Foram três dias e três noites de violência e terror. Saques, estupros e arrombamentos foram a tônica das ações desencadeadas pelos revoltosos.
“Vencida a resistência da polícia, a cidade ficou à mercê de uma verdadeira malta que, acéfala, passou a saquear desordenadamente os estabelecimentos comerciais e bancários. Na manhã de 24, sob a alegação de ter sido aclamado pelo povo, um incipiente “Comitê Popular Revolucionário” era dado como governo instituído e entrava em pleno exercício de mandato. O primeiro ato desse comitê foi a ordem de arrombamento dos cofres dos bancos, as repartições federais e das companhias particulares para financiar a revolução.”
O governador do Rio Grande do Norte refugiou-se no Consulado Italiano e o Consulado Chileno recebeu outras autoridades. A rebelião foi debelada, depois de quatro dias, pela polícia da Paraíba, juntamente com o 20º Batalhão de Caçadores (20ºBC) de Alagoas. Os revoltosos foram presos e responderam, perante a Justiça, por 20 mortes. 

Em Pernambuco, o movimento teve início dia 24 de novembro, pela manhã, quando um sargento, comandando um grupo de civis, invadiu a Cadeia Pública e roubou o armamento dos policiais. No Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, o sargento Gregório Bezerra, na tentativa de roubar o armamento do quartel, feriu o tenente Aguinaldo
Oliveira de Almeida e assassinou o tenente José Sampaio Xavier. Os revoltosos tentaram tomar o Quartel General da 7ª Região Militar e outras unidades do Exército, mas não o conseguiram, porque a antecipação do movimento em Natal prejudicou a surpresa e colocou a guarnição federal em alerta.

As Delegacias de Polícia de Olinda, Torre e Casa Amarela também foram atacadas por centenas de civis e alguns revoltosos. A reação partiu do 29º Batalhão de Caçadores (29ºBC), em Socorro, a 18 km de Recife, auxiliado pelas forças federais de Alagoas e Paraíba e pela Polícia Militar de Pernambuco. Esse foi o mais sangrento de todos os levantes. O número de mortos chegou a algumas centenas. O historiador Glauco Carneiro em Histórias das Revoluções Brasileiras, volume II, página 424, escreveu:
“... dos três levantes comunistas de 1935, foi o de Pernambuco o mais sangrento, recolhendo-se 720 mortos só na operação na frente de Recife.”

Em 26 de novembro, o presidente Vargas, ciente da gravidade da situação, decretou o estado de sítio em todo o País, após autorização do Congresso Nacional.  No Rio de Janeiro, a insurreição eclodiu no momento marcado, dia 27 de novembro, às duas horas da madrugada, na Escola de Aviação, no Campo dos Afonsos.  Segundo o plano, dominada a Escola de Aviação, as células comunistas de outros quartéis deveriam se insurgir, enquanto Prestes daria ordens aos civis, aliciados pelo Partido Comunista, para começar os combates de rua.

Apesar da rigorosa prontidão militar, a ação dos revoltosos, comandados pelos capitães Agliberto Vieira de Azevedo e Sócrates Gonçalves da Silva, teve êxito, inicialmente na Escola de Aviação. O tenente-coronel Eduardo Gomes, que fora ferido, resistiria heroicamente no 1º Regimento de Aviação.  O comandante da Guarnição da Vila Militar, general-de-brigada José Joaquim de Almeida, desencadeou, rapidamente, a reação, controlando o levante. O capitão Armando de Souza Melo e o tenente Danilo Paladini foram mortos pelo capitão Agliberto Vieira de Azevedo e pelo tenente Ivan Ramos Ribeiro.  O mesmo capitão Agliberto assassinou também o tenente Benedicto Lopes Bragança, depois de preso e desarmado.

No Rio de Janeiro, no 3º Regimento de Infantaria (3ºRI), na Praia Vermelha, o capitão Agildo Barata Ribeiro, que estava preso no Quartel, auxiliado pelo tenente Francisco Antônio Leivas Otero, aliciara inúmeros militares, formando uma célula comunista entre os oficiais e praças da unidade. Portanto, foi fácil para eles iniciar a rebelião na hora marcada. Às duas horas da manhã, apagaram-se as luzes. A escuridão favoreceu os amotinados que, assim, não podiam ser identificados. O tiroteio foi intenso e alguns militares que se opunham aos comunistas morreram ainda dormindo.

A ação determinada dos capitães Alexânio Bittencourt e Álvaro da Silva Braga impediu o sucesso comunista no Quartel da Praia Vermelha. Pela manhã do dia 27 de novembro, o 3ºRI estava cercado pelo Batalhão de Guardas (BG), pelo 2º Batalhão de Caçadores (2º BC) e pelo 1º Grupo de Obuses. Às 13 horas, atendendo a uma intimação do general Eurico Gaspar Dutra, os rebeldes se renderam.

O movimento, se vitorioso, teria duas fases. Na primeira, seria organizado um governo popular de coalizão. Na seguinte, viriam os sovietes, o Exército do Povo e a hegemonia dos comunistas. Derrotados, mudaram o estilo, a técnica e a forma de atuar, mas não se afastaram, jamais, dos seus desígnios de implantar no Brasil um governo marxista-leninista.

Como a direção do PCB não fora atingida, ela continuaria a agir, na clandestinidade e de forma mais cautelosa, visando à instituição de um Governo Popular Nacional Revolucionário. Na Praça General Tibúrcio, na Praia Vermelha, Rio de Janeiro, foi erguido um monumento em homenagem aos mortos pelos comunistas, em 27 de novembro de 1935.

Em 1989, a filha do capitão Danilo Paladini deu o seguinte depoimento:
“Vi, tive em mãos, cuidadosamente guardada para mim por minha mãe, a farda que meu pai vestia quando foi morto. Ali estava nítida, a marca do tiro que pelas costas lhe penetrara o pulmão, saindo pelo coração.”

As famílias dos mortos pelos comunistas, tanto civis como militares, jamais receberam qualquer indenização.
A família de Luís Carlos Prestes, que teve a patente de capitão cassada, em abril de 1936, por ter liderado a Intentona Comunista, foi indenizada pela Comissão de Anistia e recebe a pensão equivalente ao posto de general-de-brigada, além de R$ 180.000,00 de atrasados, segundo O Globo de 20/05/2005, 1ª página.
As famílias dos vitimados pelos seguidores de Prestes não tiveram tratamento semelhante do atual governo. 

As pensões não são as correspondentes aos postos que eles alcançariam se não tivessem sido assassinados no cumprimento do dever.


Editoria do site www.averdadesufocada.com
 
Fontes:
- Agência Estado. Aedata - William Waack.
- SOUZA, Aluísio Madruga de Moura e. Guerrilha do Araguaia -Revanchismo.
 
 
 

sábado, 15 de outubro de 2022

Cheque em Branco? - Carlos Alberto Sardenberg

 Coluna publicada em O Globo / Economia / Política
 
Há diversas maneiras de solapar a democracia. A mais tosca é o golpe militar. Um exército liderado por generais, mas também por políticos civis, simplesmente fecha as instituições.
Isso está fora de moda. Mesmo em 64, aqui, o regime tornou-se militar, mas sempre buscando ares de legalidade.
         
O primeiro presidente general, quer dizer, marechal, Castello Branco, foi eleito no Congresso Nacional, inclusive com o voto de muitos parlamentares que viriam a ser cassados. Juscelino Kubitschek, por exemplo.
Os demais presidentes também foram eleitos no Congresso, depois que os generais escolhiam um colega. A oposição permitida, o MDB, até apresentava candidatos, como a anti-candidatura de Ulysses Guimarães ou a candidatura de fato do general Euler Bentes.
 
Quando a oposição parecia crescer, era simples: o regime fechava o Congresso por um período, cassava parlamentares e juízes, censurava a imprensa e, pronto, logo voltava à rotina controlada. [Comentário: todas as punições aplicadas eram por violações aos ditames da legislação vigente - ninguém era punido sem o ato punitivo elencar as razões, incluindo as violações às leis.]
         
Hoje em dia, há modelo mais sofisticado. O exemplo perfeito está na Rússia de Vladimir Putin. Olha-se pelo alto e parece [se percebe que as normas democráticas são seguidas, respeitadas.] uma democracia: o presidente é eleito pelo voto direto da população, tem mandato fixo, o parlamento aprova as leis, os tribunais julgam, jornais circulam, rádios e tevês estão no ar.
 
Houve, é verdade, casos extremos. Adversários do regime que aparecem mortos, mas vejam a situação do mais popular líder oposicionista, Alexei Navalny. Ele sofreu um atentado, envenenado num voo da Sibéria para Moscou, mas foi salvo num hospital alemão.
Voltou para a Rússia e  aí foi preso, com mandato judicial e tudo, sob duas acusações: violação da liberdade condicional e fraude
Foi julgado num tribunal, que ouviu seu advogado, e condenado a nove anos de prisão.
 
Outro exemplo, o magnata do petróleo Mikhail Khodorkovski, que enriqueceu na era Putin, mas violou duas regras estabelecidas pelo presidente: não abrir meio de comunicação independente; não fundar partido político liberal.
Foi preso e condenado por fraudes contra o imposto de renda, em julgamento aberto e com direito a defesa.
 
Qual o truque? Controlar as instituições republicanas por dentro. Um passo essencial é controlar os tribunais, afastando juízes independentes e nomeando os amigos do rei. A ditadura brasileira fez isso: aumentou o número de juízes do STF, nomeou sua turma e depois ainda cassou “os outros”.
Repararam? Sim, o presidente Bolsonaro cogita exatamente disso: aumentar o número de ministros da Supremo para nomear os novos e fazer a maioria.
 
Só ele? Não. Em 2013, a então deputada Luiza Erundina, com apoio de advogados ligados ao PT, apresentou proposta de emenda constitucional que transforma o STF em Corte Constitucional e amplia o número de ministros de 11 para 15.
Outra forma de solapar a democracia é controlar/intimidar a imprensa. Na Venezuela, Chávez e Maduro não renovaram o direito de transmissão de emissoras independentes. É o que deseja fazer Bolsonaro. [nos parece - pensamos que o articulista se refere à renovação da concessão da TV Globo; dia 5, ao que sabemos, venceu a concessão e a emissora pediu sua renovação. O processo está sob exame e certamente até o final deste ano o presidente Bolsonaro, tomará  a decisão que lhe compete.] 
 
O PT, no governo, propôs controle social da mídia, ideia abandonada depois de reação da sociedade civil. Mas Lula já tentou expulsar o jornalista Larry Rohter, do NY Times. [entre outros comentários o jornalista destacou o estado permanente de porre que o petista vivia.] Mais, como ex-presidente, pediu publicamente a demissão de uma economista do Santander que, em análise técnica, disse que a perspectiva de reeleição de Dilma derrubava a economia. Prefeituras ligadas ao PT ameaçaram fechar contas no banco.
 
O Santander demitiu a economista, cujas previsões se realizaram inteiramente.
Eleitores de centro dizem que Lula e o PT estão em outra e que Bolsonaro é ameaça imediata de solapar a democracia.
Verdade. A prova é a tentativa do presidente de usar a PF e o Cade para ameaçar os institutos de pesquisa. [ameaçar??? quem não deve, não teme; se os institutos foram socorridos pelo TSE - sempre decide pró Lula -  o correto seria investigar e seria comprovado, nas eleições 2022,  o que foi provado em 2018 = as pesquisas mentem.] 

         Mas incomoda a resistência de Lula em acertar contas com aquele passado, incluindo a corrupção. Esse acerto e mais a definição de uma política econômica responsável, acho, consolidariam a vantagem do ex-presidente. [vantagem???baseada  em pesquisas realizadas por institutos que se apavoram em terem suas pesquisas 'pesquisadas]?].
Mas preocupa Lula querer ganhar com um cheque em branco.