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sábado, 2 de novembro de 2019

Quem matou, mandou matar Marielle e tentou encobrir o crime - Blog do Noblat - VEJA

Há mais coisas entre o céu e a terra do que imagina nossa vã filosofia

Sabe quando oficialmente o Ministério Público do Rio concluiu que mentira o porteiro do condomínio onde moravam Jair Bolsonaro e o ex-policial Ronnie Lessa? No dia seguinte à edição do Jornal Nacional que fez Bolsonaro protagonizar o maior ataque de um presidente da República a uma rede de televisão.  No último dia 17, quando um grupo de procuradores, sem conhecimento do juiz que preside o inquérito sobre a morte de Marielle Franco, voou a Brasília ao encontro do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, dava-se como possível que o porteiro pudesse ter contado verdades à polícia.

Em dois depoimentos, ele dissera que um homem pedira licença para ir à casa de Bolsonaro. O porteiro telefonou para o número que tinha da casa e “seu Jair”, segundo ele, autorizou a entrada. Em seguida, o porteiro voltou a ligar para dizer que o homem se dirigia a outra casa. E “seu Jair” respondeu que estava tudo bem. Daí a preocupação dos procuradores de informarem Toffoli a respeito. Porque nesse caso as investigações teriam que ser suspensas. Envolveriam o presidente que tem direito a foro privilegiado. Só o Supremo pode investigá-lo. E diz a lei que ele só pode ser investigado por crime cometido no exercício do cargo.


Mas aí veio a reportagem do Jornal Nacional. Aí o Ministério Público providenciou uma perícia técnica feita e concluída em menos de três horas. Aí o resto é história conhecida. O que falta conhecer é a história completa e verdadeira de quem matou Marielle, quem mandou matar e quem tentou encobrir o crime.







Moro desce mais um degrau

De Ministro da Justiça do Brasil a advogado de Bolsonaro

No balanço de perdas e ganhos, o ministro Sérgio Moro é o que sai pior até este momento no episódio do porteiro que ligou o presidente Jair Bolsonaro ao assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do seu motorista. Augusto Aras, o novo Procurador Geral da República, não se saiu bem. De cara, disse que tudo não passou de um “factoide” que só merecia ser arquivado – e arquivou. Mas Aras, por ter assumido o cargo recentemente, tem capital para desperdiçar.

As primeiras pesquisas de opinião encomendadas pelo governo mostram que não houve deserção entre os devotos de Bolsonaro que o veem como uma vítima inocente da Globo e como o santo guerreiro disposto a vencer sua cruzada contra os infiéis. Mas Moro, não – pelo menos no entendimento da parcela mais crítica dos bolsonaristas, e não somente dela. O ministro da Justiça não pronunciou uma só palavra em defesa do presidente da República e pediu a Aras que mandasse investigar o porteiro.

O silêncio em relação a Bolsonaro descontentou aqueles que esperavam de Moro uma defesa veemente do patrão. O pedido para que o porteiro fosse investigado contrariou os que acham que esse papel não caberia ao ministro da Justiça. Naturalmente, o juiz encarregado do inquérito que apura a morte de Marielle mandará – se é que ainda não o fez – investigar o porteiro para saber se ele disse a verdade, se apenas se enganou ou se mentiu. E se mentiu, por quê? Estaria a serviço de quem? [FATO: quem desmentiu o porteiro foi DECLARAÇÃO OFICIAL da Câmara dos Deputados de que no dia dos fatos, o então deputado federal JAIR BOLSONARO, estava em Brasília, votou no Plenário da Câmara por duas vezes.
Considerando que só DEUS é onipresente, ele não poderia estar em Brasília e ao mesmo tempo no Rio, atendendo o 'porteiro-fantasma' = aquele que nem o nome saiu na reportagem da Globo.]

Moro tentou dar uma de esperto, espertíssimo. Não poderá ser acusado de ter se prestado mais uma vez ao papel de advogado de Bolsonaro porque nada disse a seu favor. Ao mesmo tempo, de fato prestou-se a tal papel ao pedir para que o porteiro fosse investigado. Convidado para servir a quem se elegeu com a sua ajuda à frente da Lava Jato, Moro foi para o governo com a intenção de ser Ministro da Justiça do Brasil. Em 10 meses, viu-se reduzido à condição de Ministro da Justiça do governo e advogado de Bolsonaro. Isso pode não lhe custar um único voto por enquanto, mas corrói gravemente a sua reputação. Tanto mais se ele quiser voltar um dia à toga que abandonou por excesso de vaidade e erro de cálculo. [Bolsonaro e Moro são igual pão: quanto mais apanham, mais crescem.]

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - O Globo