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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Aborto, crime injustificável - a criança não nascida já é um ser humano.

O respeito à vida

TEMA EM DISCUSSÃO: O perdão do Papa a mulheres que fizeram aborto

Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que, a cada ano no Brasil, são feitos de 800 mil a 1 milhão de abortos clandestinos, mais do que em outros países da América do Sul. [é uma infelicidade que ocorram abortos no Brasil e pior é que sejam em maior  número; desgraçadamente a ainda presidente, mantém em um dos seus inúteis ministérios (inúteis para o BEM) uma especialista em AUTO-ABORTO, também conhecida como 'VÓ DO ABORTO' a tal Eleonora Menicucci. ]  A Pesquisa Nacional de Aborto, realizada em 2010, informava que 15% das mulheres, entre 18 e 39 anos, abortaram. Uma em cada cinco mulheres fez pelo menos um aborto até os 40 anos. Anualmente, cerca de 250 mil mulheres são internadas, com grande número de mortes. Tal prática é hoje a quinta causa de internações femininas no SUS.

Esta é certamente questão complexa, não somente do ponto de vista religioso, mas também filosófico e moral. Agora, o Papa Francisco permite a padres perdoar o aborto no jubileu que será celebrado pelas dioceses até 2016. Sua decisão não modifica o que a Igreja pensa do aborto, condenado com a excomunhão pelas leis canônicas desde 1398. Contudo, o perdão de Deus não pode ser negado a alguém que se arrependeu e procura o sacramento da confissão com o “coração contrito para se reconciliar com o Pai”, escreveu o Papa.

Há três posições básicas sobre o assunto. A Igreja Católica vê no aborto um homicídio injustificável. Por outro lado, existem aqueles que o consideram justificável em algumas circunstâncias e os que não o veem como homicídio, pois o que está no útero não seria ainda humano. Matar uma criança para salvar a vida da mãe tem sido defendido por grupos pró-aborto há anos. Mas matar uma criança por uma contingência — relutância com a gravidez, dificuldade financeira ou preocupação com o desemprego —, e querer que se aceite isso, é pedir demais ao sentido humanitário de grande parte das pessoas.

É significativo que os defensores da livre escolha da mãe nunca mencionem as crianças não nascidas, mas sim “embrião” ou “feto”, e defendam que essa vida potencial só se torna humana a partir do nascimento ou do momento em que o feto está quase totalmente formado. Porém, como defender que o recém-nascido é humano, se, até algumas horas antes, ainda no ventre da mãe, não o era?

Segundo a Declaração dos Direitos da Criança, aprovada em 1959 pela ONU “a criança, em virtude de sua falta de maturidade física e intelectual, necessita de especial proteção e cuidados, incluindo adequada proteção legal, tanto antes como depois de seu nascimento”. Verdadeiramente, a criança não nascida já é um ser humano.

O direito à vida é um valor inviolável e a base essencial dos direitos democráticos. Decidir que alguém não é digno de viver seria um juízo totalitário, e não humanitário. Se alguém está vivendo em condições indignas, por que não fazer todos os esforços para melhorar essas condições? Se existe vida, mesmo ainda em formação, é porque existe uma fonte de infinita vida da qual aquela emana. Por isso, ela deve ser resguardada e respeitada.

Por: Carlos Alberto Rabaça é sociólogo e professor