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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

No G20, ministro do Turismo rebate críticas ao Brasil: ‘Dava vergonha alheia’

Fábio Matos

'Amazônia está preservada, não pegou fogo, não acabou. Eu faço questão de pagar para levar os senhores lá', diz Gilson Machado

O ministro do Turismo, Gilson Machado, aproveitou a reunião de cúpula do G20, há dez dias, na Itália, para desmistificar o discurso propagado por ONGs nacionais e internacionais e disseminado por governos de algumas das principais potências do mundo — de que o Brasil é o “vilão” do meio ambiente e responsável pelo desmatamento e por maltratar a população indígena.

Em entrevista à TV Brasil, Machado relatou como rebateu, com base em dados, críticas feitas por autoridades francesas durante o encontro do grupo que reúne as principais economias do planeta. Segundo o ministro, depois de sua fala, “o auditório veio ao chão, dava vergonha alheia”.

 Resposta do ministro Gilson à ministra da França no G 20 

“Eu cheguei à reunião do G20 depois de a ministra francesa querer responsabilizar o Brasil pelas mudanças climáticas do mundo. Depois que ela falou muito, eu pedi a palavra e disse perante o G20: nós somos responsáveis por 80% do dinheiro do mundo, do PIB mundial. E nós produzimos 78% dos gases de efeito estufa na atmosfera. Alguns países aqui produzem esses gases há mais de 200 anos. Vocês sabem quanto, desses 78%, são do Brasil? 2,9%. O auditório veio ao chão, dava vergonha alheia”, disse Machado. 

Fui além. Perguntei à ministra da França: quantos por cento do seu território estão iguais a quando Jesus Cristo veio à Terra? Menos de 5%. A senhora sabe quantos por cento do meu território, do meu país, estão iguais a quando Jesus veio à Terra? 66%”, prosseguiu o ministro do Turismo. “E a Amazônia brasileira está preservada, sim, não pegou fogo, não acabou. Eu faço questão de pagar para levar os senhores lá. Temos 84% da nossa Amazônia brasileira igual a quando Jesus Cristo veio à Terra.

No G20, Machado lembrou ainda que o Brasil alimenta grande parte da população mundial. Um em cada cinco pratos que nós comemos aqui, nossos países do G20, vem do meu país. Com apenas 7% do seu território usado para a agricultura. Os senhores sabem quantos por cento do meu país são usados por terras indígenas apenas? 14%, o dobro do que é usado para nossa agricultura”, [14% com Produtividade ZERO. Tais terras estivessem com o agronegócio produziriam o dobro do que produzimos atualmente, mais que suficiente para atender as necessidades mundiais quando o  'Um em cada cinco pratos' se tornar 'Três em cada cinco pratos'] afirmou. “Dava vergonha alheia. Eles não sabiam para onde olhar.”

Em sua conta oficial no Twitter, o ministro do Turismo compartilhou trecho de sua entrevista e escreveu: “Nenhum país se compara ao nosso. A ‘lapada’ que damos nos concorrentes é bíblica”.

Fábio Matos - Revista Oeste


segunda-feira, 16 de maio de 2016

O ministro do Turismo que ficou famoso por causa da mulher vai receber mais de R$ 14 mil por dia de trabalho



O primeiro ministro do Turismo de Dilma Rousseff transformou um motel em local de trabalho. O último transformou o local de trabalho numa espécie de motel

O primeiro ministro do Turismo nomeado por Dilma Rousseff, Pedro Novais, virou notícia por ter transformado um motel em local de trabalho. O último, Alessandro Golombiewski Teixeira, pousou nas primeiras páginas depois de transformar o local de trabalho numa espécie de motel particular.

Pedro Novais durou nove meses. Em setembro de 2011 foi demitido por uma série de irregularidades no uso das verbas oficiais quando exercia o mandato de deputado federal. A imprensa descobrira em dezembro de 2010 que o futuro ministro havia pedido à Câmara o ressarcimento de R$ 2.156 gastos no estabelecimento de alta rotatividade.

Neste 12 de maio, Teixeira deixou o posto menos de três semanas depois de publicada a  nomeação no Diário Oficial da União de 22 de abril, em pleno feriado de Tiradentes. Na segunda-feira, 25, a agenda do primeiro dia de trabalho do ministro camuflou com a anotação “sem compromissos oficiais” um evento sem vínculos visíveis com a pasta.

Nessa data, Teixeira e sua mulher, Milena Santos, protagonizarem uma sessão de fotos apimentadas por beijos de lua-de-mel, olhares repletos de promessas, decotes ousados e pernas expostas. Minutos depois de publicado por Milena no Facebook, o ensaio viralizava nas redes sociais.  A repercussão piorou ainda mais a imagem do governo. Em nota oficial, Teixeira repudiou “a divulgação da intimidade do casal” pela imprensa. Mas Milena virou celebridade. Descobriu-se que ela foi escolhida em 2013 Miss Bumbum Miami, e que já havia protagonizado um ensaio sensual em Brasília, em frente do Congresso Nacional. Nele, vestia apenas uma imperceptível calcinha branca e uma faixa com as cores do Brasil.

Nos outros 12 dias úteis do meteórico mandato, a agenda do ministro do Turismo encobriu três deles com a anotação “sem compromissos oficiais”. Os nove restantes foram preenchidos por duas reuniões internas, quatro externas e 14 visitas de deputados, senadores, governadores ou presidentes de associações ligadas ao turismo. Nada que pudesse tornar a rotina estafante. Somados todos os compromissos oficiais, Teixeira trabalhou em média menos de 4 horas por dia. As medidas que tomou no restante do tempo se resumem a nomeações e exonerações de funcionários.

Embora tenha permanecido no cargo pouco mais de duas semanas, Teixeira continuará a receber o salário integral de R$ 30,9 mil pelos próximos seis meses período em que o Conselho de Ética da Presidência determina que os 31 ministros afastados não exerçam outros empregos por terem “informações estratégicas para o país”. No fim da chamada quarentena, a conta bancária de Teixeira estará pelo menos R$ 185,4 mil mais gorda. Serão mais de R$ 14 mil para cada um dos 13 dias úteis trabalhados.

A generosidade dos cofres públicos é algo que esse gaúcho de 44 anos conhece faz tempo. Amigo de Dilma Rousseff desde os tempos da militância política no Rio Grande do Sul, Teixeira foi assessor especial da Presidência da República em 2013 e coordenador da equipe que elaborou o programa de governo à reeleição em 2014. Antes disso, trabalhou na Secretaria Estadual de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul durante o governo de Olívio Dutra e foi secretário executivo de Fernando Pimentel no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Também presidiu a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), foi secretário-executivo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), e conselheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Em fevereiro de 2015, assumiu a presidência da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), órgão vinculado ao MDCI, uma das mais notáveis caixas-pretas do governo federal no quesito transparência. Na Agência, Teixeira embolsava salários de R$ 39,3 mil e tinha a companhia de outros três militantes da campanha de Dilma, com remunerações que variavam de R$ 19,4 mil a R$ 25,9 mil.

Entre as mais notórias ações do amigo da presidente destacou-se o reajustemantido em sigilo do preço das diárias para viagens internacionais dos integrantes da diretoria executiva. No continente americano, o valor saltou de US$ 400 para US$ 700. Fora da América, as diárias passaram de € 320 para € 700. (Dependendo do destino, um ministro de Estado recebe entre 220 e 460 de diária, podendo optar por dólar ou euro).
Três dias depois de a resolução entrar em vigor, segundo o jornal O Globo, Teixeira recebeu € 11,9 mil (R$ 47,5 mil) em diárias por conta de uma viagem a Dubai e a Pequim. Se a ajuda de custo obedecesse à antiga tabela, a missão aos Emirados Árabes e à China teria custado € 5,4 mil (R$ 21,7 mil).

Embora tenha ajudado a esconder as atividades que o marido sempre exerceu nas sombras, o impacto do ensaio fotográfico da mulher acabou prejudicando a tia de Milena, Delfina Alzira da Silva Gutierrez. Nomeada por Teixeira para o cargo de secretária da ABDI em novembro de 2015 com um salário de R$ 19.488,60, Delfina foi exonerada pela nova direção do órgão dois dias depois da divulgação das fotos. “Em função da mudança de direção da ABDI, e consequente reestruturação do gabinete da Presidência, informamos que, a senhora Delfina Silva Gutierrez, foi desligada desta Agência”, informou assessoria de imprensa da ABDI em nota publicada no Globo.

Com a súbita notoriedade de Milena, a imprensa descobriu outras celebridades que cruzaram o caminho da Miss Bumbum. Em julho de 2013, por exemplo, ela apareceu em uma série de imagens abraçando e beijando Lula. “Esperei quase sete horas para conseguir me aproximar dele”, contou na ocasião. “Estou eufórica até agora, sempre tive um sonho de conhecer o Lula. Ele me deixou sem ar”.

Quando festejou fotograficamente a posse do marido, Milena se nomeou “primeira primeira-dama do Turismo”. No dia da queda do governo, preferiu não comentar nas redes sociais a perda do título, bem menos duradouro que o de Miss Bumbum.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes


terça-feira, 26 de abril de 2016

Ex-miss Bumbum, Primeira-dama do Turismo, é o retrato dos últimos dias do governo Dilma e do PT

Há coisas que viram, não tem jeito, retrato de uma época. Em si, não têm nenhuma implicação prática, mas acabam servindo como expressão de um tempo por seu simbolismo

 Milena em 2013, quando venceu o “Miss Bumbum”. Ao fundo, o Congresso Nacional
Adiante línk para vídeo
Há coisas que viram, não tem jeito, retrato de uma época. Em si, não têm nenhuma implicação prática, mas acabam servindo como expressão de um tempo por seu simbolismo. Suetônio (70 d.C.-141 d.C.) não retratou a vida dos Doze Césares dando relevo a sua medidas administrativas. Os hábitos, manias, obsessões e temperamento é que compõem a riqueza da obra. O que se faz lá é narrar uma mentalidade.
Milena Silva, Primeira Dama do Turismo, em mais um flagrante no gabinete do marido: “a mais bonita” da Esplanada, ela tem certeza
Abaixo LINK para um filmete em que Milena é a atração principal e inadequado para menores de 18 anos 
VÍDEO INADEQUADO PARA MENORES DE 18 ANOS
 

O país foi, vamos dizer assim, sacudido nesta segunda-feira por uma série de fotografias que Milena Teixeira, mulher do novo ministro do Turismo, Alessandro Teixeira, postou em sua página no Facebook, onde ela ainda assina Milena Santos — não sei se nome artístico ou de registro —, com uma foto, já na abertura, em trajes sumários. As outras todas se destinam a expor o que uma antiga música chamaria sua “saúde civil”, com tecidos que aderem à pele com uma impressionante eloquência.

Antes de se casar com Alessandro Teixeira, petista que foi um dos coordenadores das duas campanhas de Dilma à Presidência e braço-direito de Fernando Pimentel no Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Milena foi vencedora do concurso “Miss Bumbum Estados Unidos”, edição de 2013. As fotos que circulam, algumas tendo Brasília ao fundo, são de uma contundência que cala a boca de qualquer juiz.


Circula ainda nas redes um filmete sem inibições que ela fez para o siteXVideos”, intitulado “Milena Silva Making Of Sexy Premium 2007”.


Não pensem que estou aqui numa pegada, vamos dizer, moralista com a moça. Nada disso. Deve haver padres, coroinhas, pastores e, certamente, políticos que fizeram grande mal a terceiros e ao país. Até onde sei, a dita-cuja, se algum contratempo causou, foi só a si mesma. O meu ponto é outro. E vou chegar lá.

Nesta segunda, Milena publicou as fotos no gabinete no marido, com uma legenda, conforme está escrito lá: “Compartilhando com meus amigos meu primeiro dia de Primeira Dama do Ministério do Turismo do Brasil. Te amo meu amor, juntos somos mais fortes! Não é a toa (sic) que ao lado de um grande homem, existe sempre uma linda e poderosa mulher”.

Milena não tem receio de provocar inveja: “Sem dúvida, sou a primeira-dama mais bonita. Alguém duvida?”. Ninguém ousaria, acho eu.


No Facebook, ela mostra que é mais do que um corpo eloquente. Também emite opiniões políticas a que não falta nem mesmo o sabor do enigma e uma pegada filosófica. Escreveu por exemplo: “Isso tudo está acontecendo porque quem não mama, chora. O povo entende bem o que quero dizer”. Acho que entende.


A primeira-dama do Turismo também gosta de pôr a pouca roupa a serviço de causas políticas. Mas ela censura os de má-fé e má vontade. Explicou (segue conforme o original): “Não estou tirando a roupa para aparecer, estou usando isso para chamar a atenção sobre o que tenho para dizer. O povo brasileiro dá mais atenção a uma bunda de fora do que para o que precisamos realmente dar atenção. A mudança para que possamos eleger bem nossos representantes, começa em tentar melhorar a cultura do país”.

Quem pode negar que Milena tem razão, não é mesmo?

E se mostrar o traseiro não é importante para fazer triunfar uma ideia, a gente fica mais aliviado. Imaginem se a moda pegasse em Brasília. Seria uma hecatombe estética — a ética já aconteceu faz tempo.

Milena até pode ser uma boa senhora, esposa apaixonada e extremosa. Mas aí me ocorre: como é mesmo que ficamos sabendo de sua existência? Ah… Quem a trouxe ao mundo da política e de Brasília foi o seu marido, o, o, o… Como é mesmo? Ah, o Alessandro Teixeira, cujo maior talento para ocupar uma vaga no ministério de Dilma é ser petista, ter sido um dos coordenadores da campanha da presidente em 2010 e 2014 e ser aliado de… Fernando Pimentel o governador petista de Minas que acabará impichado, anotem aí.

A devastação política nos quadros do petismo é tal; a desordem é de tal envergadura; o desarranjo é tão evidente que todas as fronteiras vão desaparecendo.  Mais o marido de Milena do que ela própria, com seu ar embevecido no gabinete, num ato de exibicionismo explícito, explica, por intermédio do símbolo, um governo que chegou ao fim; que se arrasta na penúria política, ética, moral, conceitual, jurídica e, bem, por que não destacar?, também estética.


Milena, coitada!, tudo indica, continua a perseguir a fama. E ser a “primeira-dama do Turismo” e a “primeira-dama mais bonita” lhe parece um galardão digno de ser exibido. O governo Dilma, nos seus estertores, lhe proporcionou e ao marido mais esses instantes de notoriedade. Antes que tudo acabe e só reste na rua o barulho dos que cospem no estado de direito.


Milena está de parabéns. Ilustrou esse tempo com raro talento. É o governo Dilma e do PT vivendo seus últimos dias.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo