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terça-feira, 6 de julho de 2021

Crise hídrica e outras confusões - Míriam Leitão

 O Globo

Governo Bolsonaro permanece negando a gravidade da falta de água

Sair da negação e falar a verdade. Esse é o primeiro passo para o país enfrentar a crise hídrica. Há 20 anos foi assim e deu certo. O governo Bolsonaro permanece negando a gravidade da falta de água. Fez uma MP para criar um comitê de gestão, que pode tudo menos decidir pelo racionamento. Ontem foi anunciado aumento dos combustíveis, isso também afetará a tarifa de energia. A inflação sobe, a popularidade despenca, a CPI revela desmandos e corrupção e o governo tem medo de dizer a verdade sobre a crise hídrica.
 [Informar sobre a crise hídrica faz chover?  
Ao que se sabe não, mas é um bom tema a ser manipulado e usado contra o Governo. Logo vão estar acusando o governo Bolsonaro de 'genocídio' de peixes - afinal, genocídio de seres humanos é uma das acusações que tentam colar no presidente Bolsonaro, devido a lamentável mortandade causada pela nefasta covid-19 = tentativa que resulta em fracasso total.
Quando a mortandade de peixes tiver inicio (normal em época de seca)  a mídia militante - contra o Brasil - iniciará seus trabalhos,  acusando o governo Bolsonaro de negacionismo; formarão um consórcio para acompanhar a crise hídrica e a TV Funerária passará a divulgar o número diário de peixes mortos, a média, etc. 
Sabem que o governo Bolsonaro não criou o coronavírus e que  chuvas são assunto de São Pedro - o que isenta o presidente de qualquer responsabilidade sobre a seca.  Indiscutivelmente, a Covid-19 causou uma dos maiores catástrofes que se abateu sobre o mundo - vidas humanas, representam perdas irreparáveis = jamais se substitui um ente querido morto por um outro = mas com o fim da pandemia, graças a DEUS, cada dia mais próximo, tentarão continuar o desmonte do governo Bolsonaro com a mortandade de peixes = o que importa é notícia ruim. Mais uma vez os inimigos do Brasil, fracassarão.]
Usina Hidrelétrica Belo Monte fica localizada no rio Xingu, no Pará

A crise de 2001 foi provocada pela falta de planejamento, mas apesar de ser conhecido com “o apagão”, transformou-se num “case” de sucesso de gestão. Um dos gestores daquela crise de 2001 foi David Zylbersztajn, que na época era presidente da Agência Nacional do Petróleo. Ele compara: Tem agora uma repetição do erro do passado que foi entrar em negação, no início. Mas lá o sinal vermelho apareceu em maio. No dia primeiro de junho foi decretado o racionamento. Agora estamos em julho, o período seco está mais agudo e já perdemos mais de um mês em relação à ação tomada em 2001.

Ele acha que o risco de racionamento está muito alto, muito além do aceitável. A grande vantagem é que em 2001 mais de 80% da energia consumida no Brasil era hidráulica. Agora, um pouco mais de 60%. Foram desenvolvidas as energias eólica e solar, juntas têm mais de 10%, e continuam crescendo. Além disso, foi instalado o parque térmico de energia fóssil, e essas usinas, apesar de serem caras e sujas, foram colocadas no sistema. Tudo isso atenuou o problema, mas ao mesmo tempo, aumentou o uso competitivo da água.

As hidrelétricas mais velhas eram com reservatórios, e as que foram construídas depois são a fio d’água. Nos anos 80 chegou a haver planejamento plurianual para cinco anos. – Agora não tem nem para um. E nem tem como ser diferente. Pegue Belo Monte, o lago que estava previsto iria inundar aldeias indígenas e uma parte da cidade de Altamira. Belo Monte segurou a produção de energia até agora, mas vai começar a cair drasticamente– disse David.

A construção da usina produziu um grande estrago ambiental mesmo sendo sem o reservatório previsto. E tem uma oscilação na capacidade de produção enorme, que começa a declinar justamente agora no período mais seco. Em agosto e setembro estará gerando em torno da metade da sua capacidade. O que mudou fortemente nesse período de vinte anos foi a eólica que chegou a segurar, em alguns dias, 100% da demanda do Nordeste. A escassez é principalmente no Sudeste, onde está 60% a 70% da acumulação necessária do Brasil todo. – O sistema de transmissão está mais parrudo hoje do que era em 2001, mas o problema é manter a transmissão nos horários de pico. O governo tinha que conseguir deslocar o horário de pico, ou, como se diz na pandemia, achatar a curva – explica David.

E como fazer isso? Como foi feito em 2001, quando o governo abriu o jogo e falou claro. Sob o comando do então ministro chefe da Casa Civil, Pedro Parente, o governo admitiu o tamanho do problema, assumiu o seu erro, e passou a mobilizar a sociedade.  Um livro lançado recentemente conta o que foi aquele período. “Curto-circuito”, de Roberto Rockmann e Lucio Mattos.  Uma coisa que fizemos naquela época foi distinguir os consumidores. A bandeira vermelha não pode ser igual para todo mundo, tem que ser proporcional ao consumo. Quem tem renda baixa, será muito prejudicado. O pequeno negócio, também. [desse aspecto é impossível discordar; a bandeira vermelha tem que ser aplicada acima de um determinado consumo mensal (tipo não ser aplicável aos consumidores com gasto até 100 kWh/mês.) 
A partir do consumo de 100 kWh/mês, deve começar a incidência da bandeira vermelha, em percentual menor do que o aplicado sobre quem gasta 200 kWh/mês - este deve pagar um pouco mais = ainda que abaixo do pago por quem gasta 300 kWh/mês . 
Mais importante que representar uma renda extra para o sistema, é que a bandeira vermelha incentive redução de consumo e penalize os gastadores.]

O que fez a diferença em 2001 foi um ambiente de diálogo permanente com o país. Parente e todos os integrantes da Câmara que geriu a crise falavam o tempo todo, com a imprensa, com todos os setores envolvidos. Virou uma mobilização nacional. O consumo demorou uns sete anos para voltar ao que era porque o país ficou mais eficiente.  – Ninguém tinha visto aquilo, reduzir a carga de um país em 20% pelo lado da demanda. Essa conversa franca com a sociedade ajudou. É como se a população dissesse, “vocês têm culpa, mas eu vou ajudar”. O sinal econômico funcionou, quem reduzisse o consumo pagava menos – conta David.

Agora, o governo prefere dizer que não vai ter racionamento. Só poderá evitá-lo se tomar as medidas certas. E nada será resolvido à moda militar, mas sim pela boa gestão. Se o racionamento for necessário e não for decretado, aí sim o país viverá um apagão. [como de hábito já insinuam uma catástrofe  ainda não certa.
Dão a entender que o meio eficaz para se evitar o racionamento, é divulgar o risco de catástrofe de ocorrência ainda não certa - exatamente como tentaram fazer na covid-19,com os fracassados distanciamento social  e isolamento meia-boca.]
 
Míriam Leitão, jornalista - O Globo