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segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Depoimentos de funcionárias geram contradição em investigação da morte de Beto no Carrefour

Uma fiscal disse à polícia que que não conhecia o cliente. Já outra funcionária, disse que a fiscal já havia relatado casos de atrito de Beto em outras datas

Depoimentos prestados por duas funcionárias do Carrefour sobre a morte de João Roberto Silveira Freitas, de 40 anos, no estabelecimento, geraram contradições nas investigações da polícia. As informações são do portal UOL, que teve acesso aos depoimentos.

Uma fiscal, à qual Beto teria acenado enquanto ainda estava no caixa com a esposa, disse à polícia que nunca o tinha visto e que não entendeu por que ele estava agindo daquela maneira. Segundo a fiscal, ela estava na frente dos caixas acompanhada dos dois seguranças quando Beto chegou com a esposa para passar as compras e passou a "encará-los".

No relato da funcionária, Beto foi em direção a um dos seguranças e "fez um gesto com as mãos como se fosse empurrá-lo", e o segurança conseguiu desviar. Em seguida, os dois seguranças presentes, Borges e Silva, levaram Beto para o estacionamento da loja. Antes de sair da loja, Beto deu um soco no PM temporário e, a partir daí, teriam começado as agressões que terminaram com a morte dele. A fiscal também afirmou que polícia que não conhecia o cliente e não sabia o motivo da atitude dele.

Atrito com outros funcionários
Já uma agente de fiscalização, Adriana Alves Dutra, disse que a colega relatou para ela que Beto teria tido atrito com outros funcionários em outras ocasiões, em outras datas, e era uma pessoa agressiva, contradizendo o depoimento da fiscal. Adriana afirmou que acionou a Brigada Militar e ligou para o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao ver sangue durante a briga. E que pediu, várias vezes, "aos rapazes que largassem Beto".

Entretanto, Adriana aparece no vídeo do estacionamento pedindo, a um motoboy, que as imagens não fossem gravadas e é considerada investigada pela polícia.O motoboy teria rebatido a ação e dito que eles ( os seguranças) não poderiam estar fazendo aquilo, e Adriana diz "a gente sabe o que está fazendo". [Os depoimentos podem suscitar dúvidas sobre ser a vítima agressiva ou não - porém, existe um vídeo que mostra Beto aplicando um soco contra um dos seguranças,  e seus antecedentes (várias ocorrências, incluindo violência doméstica e porte ilegal de armas) não contribuírem para sustentar a imagem de uma pessoa pacata, cordata, ordeira.
Fato é que até agora nada mostra que tenha havido racismo ou injúria racial no ocorrido.]

Brasil - Correio Braziliense