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domingo, 6 de novembro de 2022

O teto de gastos na mira do governo [do eleito presidente] Lula - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo

Embora governadores que apoiaram Bolsonaro digam ter um diálogo aberto, Lula deve enfrentar resistência de eleitores.

Tem muita gente que quer entender a cabeça do eleitor e não consegue. Eu tento, também não consigo. Vejam só agora: ontem, a Procuradoria Geral da República apelou ao Supremo, para que o tribunal volte atrás no caso do governador Paulo Dantas, de Alagoas. Ele foi afastado por três crimes de seu governo, graças à decisão do Tribunal Superior de Justiça, que é quem trata de governadores, quem julga governadores, por desvio de R$ 52 milhões na Assembleia Legislativa quando ele era deputado. Ele ganhou uma liminar retornando ao governo, sob a alegação de que não podia responder, e que o Tribunal de Justiça não podia julgá-lo porque foi um crime cometido no tempo em que era deputado. A Procuradoria Geral da República está discordando disso. Foi Gilmar Mendes que deu liminar, e ele voltou ao governo.

Mas toda questão é o seguinte: ele foi reeleito, ele ganhou a eleição. Mesmo com o pai dele anunciando aos quatro ventos que seu filho tem que pagar pelos crimes que cometeu, que andou em más companhias. Até o pai!

Eu não sei como funciona a cabeça do eleitor na hora de tomar a decisão de apoiar uma pessoa, mesmo alguns já acusados e condenados e outros sendo investigados. É difícil a gente entender isso, e milhões de brasileiros têm essa dúvida na cabeça. [é geral; caso o eleitor pensasse o ex-presidiário, não teria sido eleito para ser presidente do Brasil. Nem o Ibaneis Rocha - um primor de incompetência, teria sido reeleito governador do DF. Atualmente três hospitais do DF se revezam sob bandeira vermelha (ora tem vaga, ora não tem = só que a doença não alterna o massacre dos pacientes). Por conta e risco o ENganês suspendeu a aplicação da Segunda Dose de Reforço contra a  covid-19, para menores de 35 anos.
Os eleitores 'dedos podres' do DF realmente gostam de sofres.]

Teto de gastos
Já começou a se realizar aquilo que Lula prometeu na campanha eleitoral: furar o teto de gastos. Ele nunca concordou com esse teto de gastos, dizendo que é limitativo. O teto de gastos foi a maior conquista das contas públicas, talvez na história do país. Aconteceu durante o governo Temer. Foi uma alteração na Constituição que limitou o teto de gastos, determinou limites vinculados à inflação. Então não pode sair gastando aí de qualquer jeito. E como a gente lembra, no período Lula anterior, [lembramos que por uma questão de lógica o período chamado pelo articulista de anterior, só honrará tal designativo, quando o eleito for empossado - previsão para 01 janeiro 2023.] foi uma gastança sem fim, criando ministério, aumentando folha de pagamento, o Brasil se endividou muito.

Mas agora, o que eu queria contar para vocês, é que ontem, aqui em Brasília, já houve uma reunião entre os representantes do futuro governo e parlamentares, para fazer um projeto de emenda à Constituição para furar o teto de gastos, usando um sofisma. E a mídia de cabresto, segue toda repetindo que é só despesa inadiável. Me engana que eu gosto. É muita ingenuidade, é um sofisma fácil de ser derrubado. Qual é a despesa que não é inadiável?

Tudo bem, digamos que haja despesas inadiáveis, então vamos gastá-las primeiro. Aí então nós já gastamos 100% do permitido, e então vamos furar o teto de gastos. Esse é o objetivo, né? Vejam que as coisas já estão começando.

E uma outra questão, só para registrar, o [o eleito presidente] Lula já recebeu as saudações, os aplausos do ditador da Nicarágua, do ditador da Venezuela, do ditador de Cuba, e ontem foi do ditador da Coreia do Norte, no dia em que ele lançou mísseis, que dispararam alarmes no Japão, mísseis intercontinentais, e mandou também os cumprimentos à Lula.

Aí eu fico pensando, se fosse Bolsonaro eleito, nenhum deles mandaria cumprimento.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo