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sábado, 15 de julho de 2017

O final melancólico do governo Temer


O governo Temer acabou na noite de 17 de maio quando o Brasil tomou conhecimento da delação premiada dos irmãos Batistas e dos cinco diretores da J&S. Desde então vem tentando de todas as formas se manter no poder. Tem usado nesses dois meses as armas tradicionais dos governos acuados: libera emendas parlamentares, coage deputados rebeldes às determinações do Palácio do Planalto, nomeia funcionários apoiados por políticos para importantes funções no aparelho de Estado — em suma, usa e abusa dos instrumentos de mando para a Constituição sem nenhum pudor. Os partidários do projeto criminoso de poder, parte dois, tentam demonstrar que sem Temer na Presidência as reformas não serão aprovadas e que o País, nessa hipótese, ficará ingovernável e a economiaque apresenta leves sinais de melhora – voltará ao vermelho. Os mais exaltados chegam a apontar um cenário de guerra civil, como se Temer fosse o homem escolhido pela Providência Divina para conduzir o Brasil à Terra Prometida.

Há também aqueles que insistem em retirar do baú da história recente do nosso País os fantasmas do PT e mais especialmente o de Lula. Nesse caso, o perigo representado pela queda de Temer seria o retorno do PT ao poder, como se isso fosse algo imediato e eleitoralmente inevitável. É a velha falácia, tantos anos utilizada pelo PSDB: como não queria lutar, transformava Lula e o PT em adversários invencíveis. Assim justificava a falta de combatividade e o desinteresse por enfrentar o partido mais criminoso da história do Brasil – e não faltam exemplos para justificar tal afirmação. Nada indica que o PT tenha a força eleitoral apresentada nas últimas eleições presidenciais basta recordar a fragorosa derrota no pleito municipal de outubro do ano passado nos principais colégios eleitorais.

Não faltam também argumentos que buscam um contorcionismo ético no campo da propina. Para alguns uma mala recheada de reais é irrelevante frente ao petrolão. Eu já ouvi a afirmação: “O que é uma mala frente ao superfaturamento de um navio-sonda? Um Loures é insignificante perto de um Barusco.” É insustentável no campo democrático e constitucional a permanência de Michel Temer no Palácio do Planalto. Mantê-lo a qualquer preço desmoraliza ainda mais a frágil democracia tupiniquim. Quanto mais rápido sair, melhor para o Brasil.

É insustentável no campo democrático e constitucional a permanência de Michel Temer no Palácio do Planalto. Mantê-lo a qualquer preço desmoraliza ainda mais a frágil democracia tupiniquim
[permitir o fracasso das reformas e a improvável, mas, sempre possível - especialmente com milhões de imbecis possuindo título de eleitor - volta de Lula é conspirar contra o Brasil.]

Fonte: Marco Antonio Villa - historiador - Isto É 
 

quarta-feira, 16 de março de 2016

Delação de Delcídio dirá até onde Janot está disposto a ir

Pra começo de conversa, qualquer decisão que iguale procedimentos sobre Lula, Dilma, Aécio e Temer é, no nascedouro, falaciosa

Rodrigo Janot, o procurador-geral da República, pode estar diante do seu “Moisés do Oficialismo”. Se realmente fizer o que se anuncia nos bastidores que está disposto a fazer, atingirá a perfeição. Estaremos diante da Grande Arte. Por que digo isso?

Janot estaria disposto a mandar investigar Deus e o mundo desta vez. Sim, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) deve ser um deles. O próprio tucano já expressou essa certeza e até esse desejo. Contra ele, Delcídio faz uma acusação direta, ainda que venda ao Ministério Público Federal o peixe que comprou de terceiros — no caso, de José Janene: Aécio receberia propina de Furnas. Sendo quem é, o presidente do PSDB sabe que não ficará livre de um pedido de inquérito ao menos. No mínimo, a Força Tarefa usará o seu nome para evidenciar a sua isenção.

Janot estuda também enviar ao Supremo um pedido de investigação de Dilma. Ela teria feito gestões junto ao STJ e ao STF para tentar livrar a cara de acusados do petrolão, em companhia de José Eduardo Cardozo, atual advogado geral da União — que, ora vejam, tem de entrar na lista.Se for apenas com base nisso, duvido que o Supremo aceite. Afinal, os presos estão presos, não é mesmo? Muito mais evidente, aí sim, é a ação do ministro Aloizio Mercadante, numa clara tentativa de obstrução da Justiça. E sobra a evidência, ao menos na conversa, de que falava com delegação de Dilma. Os dois negam. Bem, Mercadante não escapa, suponho.

Ah, sim: o procurador-geral ainda não sabe se pedirá que Lula seja investigado agora no petrolão propriamente. Dois delatores premiados dizem que ele atuou para que o Grupo Schahin, a quem o PT devia R$ 60 milhões, fechasse um contrato para aluguel de navio-sonda da Petrobras no valor de US$ 1,6 bilhão. Fernando Baiano e o próprio Nestor Cerveró afirmaram que este foi nomeado para a BR Distribuidora como agradecimento por ter viabilizado o acordo do navio-sonda. Salim Schahin admite que perdoou a dívida depois que conseguiu o contrato. José Carlos Bumlai, o amigo de Lula, assume que serviu de laranja no empréstimo. Agora é Delcídio quem diz que Lula participou pessoalmente da indicação de Cerveró — como sustentam Baiano e o próprio indicado.

Mas e Michel Temer? Bem, Delcídio afirma que ele referendava todos os nomes de diretores da Petrobras indicados pelo PMDB, incluindo dois investigados. É o que se tem contra ele. Venham cá: o presidente do PT à época em que o companheiro Renato Duque foi nomeado vai ser denunciado também? Ou ele não aprovava tais indicações? A Procuradoria Geral da República pode, desde sempre, pedir abertura de inquérito ou oferecer denúncia. A pior coisa que pode acontecer para a Lava Jato é Janot pedir abertura de inquérito para todo mundo, como se dissesse que as acusações contra Lula, Dilma, Aécio e Temer têm o mesmo peso. E não têm. Se é para pedir que todos sejam investigados, que ao menos se distingam, então, pedidos de inquérito de denúncia.

A propósito: por que, até agora, Lula não é um investigado no caso do navio-sonda? Já são quatro os delatores que o colocam na cena do acordo espúrio com o grupo Schahin. No caso de Temer, no entanto, o que se tem é apenas Delcídio afirmando que o peemedebista aprovou  a indicação de dois diretores da Petrobras flagrados, posteriormente, em malfeitos. Isso é suficiente para pedir uma abertura de inquérito?

Vamos ver: a delação de Delcídio força a Procuradoria-Geral da República a fazer distinções necessárias.  De todo modo, a última palavra sobre abertura ou não de inquérito ou aceitação ou não da denúncia contra todos esses nomes caberá ao Supremo. Dilma, Temer e Aécio já têm foro especial por prerrogativa de função. E Lula passará a tê-lo caso se torne mesmo ministro.

Por que essa questão é importante? Porque há gente doidinha pra sair por aí a dizer que todo mundo é mesmo igual e que, então, tudo fique como está.
Não caio nessa!

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo