De acordo
com o delator da operação Acrônimo, Benedito de
Oliveira Neto, Fernando Pimentel e o presidente da entidade que
representas as indústrias no país acertaram R$ 1 milhão em caixa dois
O delator Benedito de Oliveira Neto, o Bené, acusa o
governador de Minas Fernando
Pimentel de
fazer um acordo com a Confederação
Nacional da Indústria, a CNI, para ganhar R$ 1 milhão em caixa dois na campanha de 2014.
Preso
pela operação Acrônimo, Bené admitiu à PF que operava para Pimentel, arrecadando propina para a campanha
vitoriosa de 2014. Segundo o delator, o presidente da CNI, Robson Andrade, usou um contrato para desviar dinheiro do
Sistema S e abastecer a campanha de Pimentel, que era ministro do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Trata-se do evento bianual "Olimpíada do Conhecimento", a
maior competição de educação profissional das Américas. A última edição foi em
2014 em Belo Horizonte e, na delação, o delator chama o evento de "olimpíadas da matemática".
ÉPOCA teve acesso aos depoimentos de Bené prestados à Polícia Federal em sua delação e já revelou que o delator
disse que o Palácio do Planalto foi usado para arrecadar dinheiro de campanha. O
delator cita nominalmente o presidente da CNI, Robson Andrade. “Em agosto de 2014, FERNANDO PIMENTEL comunicou
ao colaborador que havia se reunido com ROBSON ANDRADE, presidente da
Confederação Nacional da Indústria - CNI, e que havia acertado uma contribuição
de tal entidade sindical no valor de 1 (um) milhão de reais para a campanha eleitoral
de 2014 de FERNANDO PIMENTEL para o governo de Minas Gerais”.
Segundo Bené, a solução
encontrada foi usar o evento para pagar as despesas. “O colaborador deveria solicitar a algumas
empresas com débitos por serviços prestados na campanha eleitoral de 2014 de
FERNANDO PIMENTEL para o governo de Minas Gerais que emitissem notas fiscais em
nome da empresa SAMBA PRODUÇÕES. A empresa SAMBA PRODUÇÕES estava executando
serviços relacionados à olimpíada da Matemática em Belo Horizonte com recursos
do SESI/SENAI”.
Em nota, o advogado de
Fernando Pimentel, Eugênio Pacelli, critica a delação de Bené. “Tudo indica que
delações como essas constituem o cardápio principal servido nas prisões
nacionais. Criminosos de carreira vêm sendo beneficiados com leves prisões domiciliares
e perdas irrelevantes de seu patrimônio constituído em ações delituosas. Por
isso, nessas delações "Mega-Sena" fala-se pelos cotovelos, que nem
tornozeleiras ostentarão”, afirmou.
A
CNI disse que não comentaria por desconhecer os termos da delação.
Fonte:
Época