Ex-presidente
é acusado de interferir para atrapalhar as investigações da Lava Jato
O Ministério Público Federal no Distrito Federal
apresentou nesta
quinta-feira denúncia
contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-senador Delcídio do
Amaral, o pecuarista José Carlos Bumlai, o banqueiro André Esteves e outras
três pessoas sob a acusação de
interferir para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. O processo
corre em sigilo.
O caso foi encaminhado ao MP do
DF depois que Delcídio do Amaral perdeu o foro privilegiado,
ao ter o mandato cassado pelo Senado. Também foram denunciados Diogo Ferreira
Rodriguez, Edson Siqueira Ribeiro Filho e Maurício Barros Bumlai.
Em
dezembro do ano passado, o
procurador-geral da República Rodrigo Janot já havia denunciado o grupo com
base na delação de Delcídio. Segundo Janot, ficou
claro que Lula é que coordenava a operação de compra de silêncio de Nestor
Cerveró, então prestes a fazer um acordo de delação premiada. As
tratativas acabaram por colocar Delcídio na cadeia.
Como VEJA revelou em maio, o
depoimento de Delcídio do Amaral, combinado a provas como mensagens eletrônicas
e extratos telefônicos, reforçam a convicção dos investigadores de que o
ex-presidente coordenou operação para comprar o silêncio de uma testemunha que
poderia comprometê-lo.
Após
analisar quebras de sigilo bancário e telefônico e cruzar essas informações com
dados de companhias aéreas, além de depoimentos de delatores da Lava Jato, Janot concluiu que Lula exerceu papel de mando
numa quadrilha cujo objetivo principal era minar o avanço das
investigações do petrolão. Disse o procurador-geral na denúncia: “Ocupando papel central, determinando e
dirigindo a atividade criminosa praticada por Delcídio do Amaral, André Santos
Esteves, Edson de Siqueira Ribeiro, Diogo Ferreira Rodrigues, José Carlos Costa
Marques Bumlai e Maurício de Barros Bumlai (…), Luiz Inácio Lula da Silva
impediu e/ou embaraçou a investigação criminal que envolve organização
criminosa”.
Fonte:
VEJA –
Carolina Ferreira