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sexta-feira, 8 de julho de 2022

A Bíblia e a prática homossexual - VOZES

Gazeta do Povo - Franklin Ferreira

O livro A Bíblia e a prática homossexual: textos e hermenêutica, publicado em 2021 por Edições Vida Nova, se tornou obra de referência na área – talvez o livro acadêmico recente mais importante sobre o tema. Nesse livro, publicado originalmente em 2001 nos Estados Unidos, o autor trabalha com base nas culturas do mundo antigo e na exegese dos textos bíblicos do Antigo e Novo Testamento para mostrar que tanto a ética bíblica quanto das culturas antigas que orbitaram em torno do mundo bíblico condenam a prática homossexual.

“A destruição de Sodoma e Gomorra”, pintura de John Martin (1852).| Foto: Wikimedia Commons/Domínio público

Segundo dados compilados em 2019, num levantamento inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 94,8% dos entrevistados se afirmaram heterossexuais. Outros 1,2% disseram ser homossexuais e 0,7% bissexuais. Já 1,1% não sabia responder e 0,1% mencionou outra orientação sexual, como assexual ou pansexual
Além disso, 2,3% não quiseram identificar por qual gênero ou sexo se sentiam atraídas. 
E a fatia da população que se identifica como homossexual ou bissexual também é maior conforme o aumento da escolaridade e da renda. 
No período analisado, o Brasil tinha 159,2 milhões de cidadãos maiores de idade. Diante desses números, a obra indicada se torna ainda mais relevante para os cristãos brasileiros.
 
O testemunho do Antigo Testamento                                               Dividida em cinco partes, a obra começa analisando como as diversas sociedades e culturas no período do Antigo Testamento entendiam a questão homossexual
Sua análise cobre a Mesopotâmia, o Egito e o império hitita. 
Gagnon chega à conclusão de que o intercurso homossexual acontecia em algumas situações, das quais se destacam: em primeiro lugar, tendo por objetivo a dominação, ou seja, o homem tinha o papel ativo na relação, e geralmente o fazia como símbolo de humilhação e subjugação do outro; em segundo, em relações homoeróticas no contexto do serviço dos prostitutos cultuais, que aconteciam como forma de adoração aos deuses pagãos.
 
Outro ponto destacado pelo autor é o fato de as leis mesoassírias considerarem que um homem se deitar com outro homem era um ato intrinsecamente degradante para aquele que era penetrado
Nesse sentido, ele mostra que o estupro homossexual tinha como penalidade a castração, ou seja, eles enxergavam o intercurso homossexual de forma tão degradante que aquele que cometeu o estupro era castrado como punição
Por outro lado, seria possível que tais leis permitissem o estupro homossexual de um homem de condição social inferior ou de um homem que não pertencesse ao clã ou à aldeia do estuprador, o que faz com que a penalidade aplicada ao estupro homossexual se destinasse somente aos casos em que o estuprado fosse do mesmo clã ou aldeia, ou fosse de uma posição social igual à do estuprador. Tudo isso demonstrava que as relações homossexuais não eram tidas como normais, ou como uma das maneiras de expressar sexualidade – muito pelo contrário.

Quando Deus diz que “não é bom que o homem esteja só”, Ele não soluciona a questão considerando os animais adequados para o papel, nem criando outro homem, uma réplica do primeiro, mas criando um ser complementar de uma parte do próprio corpo de Adão

Além da questão contextual e cultural, Gagnon passa a analisar o texto bíblico do Antigo Testamento. Uma das primeiras passagens bíblicas abordadas é a história de Sodoma e Gomorra, registrada em Gênesis 19,4-11. 
 Ele demonstra que uma das características da pecaminosidade de Sodoma e Gomorra era a prática homossexual, evidenciada no desejo dos homens daquela região de abusarem dos visitantes na casa de Ló. 
O autor desmonta o argumento de que o pecado que levou à destruição das cidades foi o fato de deixarem de proporcionar justiça social ou falta de hospitalidade, mostrando que vários textos, tanto pseudepígrafos quanto Judas 7 e 2Pedro 2,6-10, ligam o pecado de Sodoma a desejos ávidos de imoralidade sexual. Além de Sodoma e Gomorra, o autor também analisa as passagens de Gênesis 9,20-27, Juízes 19,22-25, Levítico 18,22 e 20,13.

O cerne da análise dos textos do Antigo Testamento está no trecho em que o autor esmiuça o texto de Gênesis 1–3, que fala da criação, mostrando que Deus cria homem e mulher como seres complementares. Segundo ele, quando Deus diz que “não é bom que o homem esteja só”, Ele não soluciona a questão considerando os animais adequados para o papel, nem criando outro homem, uma réplica do primeiro, mas criando um ser complementar de uma parte do próprio corpo de Adão. E ele afirma: “Somente um ser feito a partir do homem deve se tornar alguém com quem o homem anseia se unir em intercurso sexual e casamento, uma união que não somente proporciona companheirismo, mas restaura o homem a sua totalidade original”.

O intercurso homossexual como prática “contrária à natureza” no judaísmo primitivo

A segunda parte é uma introdução histórico-cultural para a análise dos textos do Novo TestamentoAqui o autor se detém no judaísmo e na cultura greco-romana, cobrindo o período entre 200 a.C. e 200 d.C. As obras mais relevantes do período, que o autor analisa, são as de Filo e Josefo. Filo foi um filósofo judeu de Alexandria, no Egito, que viveu entre cerca de 10 a.C. e 45 d.C.; Josefo foi um sacerdote judeu, general e historiador, que viveu entre cerca de 37 e 100 d.C. De acordo com esses escritos, o judaísmo primitivo foi unânime em sua rejeição da conduta homossexual. Não se tem conhecimento de nenhuma voz dissonante.
 

Gagnon aponta que os judeus, à semelhança dos críticos gregos e romanos do intercurso homossexual, rejeitavam a conduta homossexual com base no fato de que era “contrária à natureza”.  

Além do fato óbvio e central de que a lei proibia o intercurso homossexual, havia quatro motivos pelos quais somente o intercurso entre homem e mulher era considerado “de acordo com a natureza” ou “natural”: Em primeiro lugar, o intercurso homossexual é incapaz de levar à procriação; em segundo, o intercurso homossexual, ao unir dois seres sexuais não complementares, representaria uma afronta à identidade sexual que Deus deu a homens e mulheres; em terceiro, o desejo homoerótico constituiria um excesso da paixão; e em quarto, o intercurso homossexual não seria praticado nem mesmo por animais. 

Expandindo o conceito citado no segundo motivo, sobre a descomplementaridade de gênero, o autor afirma: “Na prática, o homem penetrado voluntariamente está se queixando da natureza por não lhe ter proporcionado uma vagina. Na cultura imperial helenística e romana, ‘o parceiro passivo’ em um relacionamento homoerótico, seja por sua própria iniciativa, seja por incentivo ou coação do ‘parceiro ativo’, levava o processo de feminização um passo adiante, fazendo tranças no cabelo, enfeitando-o ou deixando-o crescer, maquiando-se e perfumando-se, adotando maneirismos femininos, usando roupas femininas, arrancando pelos faciais e do corpo ou (em casos extremos) submetendo-se à castração”.

[Por se tratar de uma matéria longa, será publicada na integra, em partes.
A presente matéria também pode ser lida, desde já,  na íntegra, clicando aqui.

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