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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Só uma entradinha, para postar algumas pérolas da ignorância, da burrice e do esforço de alguns jornalistas...

... na vã tentativa de livrar a cara do ignorante mor

Também  apresentamos  postagens de ilustres autores que mostram a clara e completa INCOMptÊNCIA  e  INCONVENIÊNCIA  'líder' global brasileiro.
 
Tarefa dificil visto a inesgotável prolixidade e verborragia do presidente 'da Silva'.
 
Com as bênçãos de DEUS, 
logo estaremos de volta ao Brasil e ao nosso convivio diário.

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sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

ESTAMOS VOLTANDO !!!

Não estamos abandonando o barco.
 
Apenas para aumentar a certeza, a confiança e a fé de  que os danos causados ao nosso Brasil pelo governo desastroso, maléfico, do presidente "da Silva", são temporários e cessarão tão logo tal DESgoverno acabe - o que ocorrerá, no MÁXIMO, em 31 dezembro 2026 - é que decidimos passar alguns dias revendo  países do PRIMEIRO MUNDO (o que exclui, sem exceções,  os países esquerdistas, os comunistas, os autointitulados 'progressistas''). 
 
O contato, a vivência, ainda que temporária, com/em  países desenvolvidos, que além do progresso, da qualidade de vida dos seus naturais, roubar é crime e as punições aos ladrões são severas e aplicadas, a corrupção é combatida e punida, nos confere a certeza que a crise que assola o Brasil - causada pelos eleitores 'dedos podres' que fizeram o L - é temporária, com duração máxima, constitucionalmente definida.
 
até breve
 

Blog Prontidão Total

BRASIL acima de todos!   DEUS acima de tudo! 

 

domingo, 31 de dezembro de 2023

Feliz Ano Novo - Feliz 2024

 

Feliz Ano Novo - Feliz 2024


Que DEUS nos abençoe e proteja, que 2024 seja um ano repleto de muita SAÚDE, PAZ, FELICIDADE, SUCESSO e PROSPERIDADE. Repleto com todas as Bênçãos CELESTIAIS, DIVINAS e MISERICORDIOSAS. 

São os sinceros votos  dos editores do Blog Prontidão Total


quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Um único objetivo - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino - VOZES

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

"Parem com essa história de que 'Dino vai passar pelo Senado, já tá tudo certo, não há nada que possamos fazer, aceitem'. 
Isso é papo de derrotado que só desmotiva quando ainda há o que fazer, além da providência divina, claro. 
Deus faz os milagres, mas em nenhum momento disse que deveríamos ficar de braços cruzados, muito pelo contrário. 
Se Dino passar, que não seja mediante nosso silêncio".
 
Foi a mensagem da juíza compulsoriamente aposentada pelo sistema, Ludmila Lins Grilo. Ela está certa, claro. 
A esperança, afinal, é a última que morre. 
Nunca antes na história deste país uma indicação foi vetada na sabatina, ao menos não desde décadas. 
Mas para tudo há uma primeira vez, não é mesmo? 
Será uma tarefa deveras árdua, conhecendo o perfil do Congresso e vendo a postura de parte da oposição - rindo para Dino ou diminuindo a ameaça comunista que ele representa.

"Dia 13 de dezembro será a sabatina do Flavio Dino para o STF. Os senadores decidirão se entregamos o Brasil de vez para a ditadura da toga ou não. O que vc acha de voltarmos ]ás ruas no dia 10?", perguntou o deputado Gustavo Gayer. Eu acho uma ótima ideia. O deputado Delegado Paulo Bilynskyj resumiu bem: "O assunto do momento é como o SEU SENADOR vai se manifestar em relação à sabatina do Dino".

Essa deve ser a maior, quiçá a única meta no momento, a prioridade das prioridades, o único objetivo de curto prazo dos patriotas decentes. 
Flavio Dino tem mudado o tom para enganar trouxas, diz que deixou as paixões políticas para trás, que uma vez indicado para o STF pelo presidente Lula já muda de "roupa", e que uma vez aprovado não teria "lado político". Para acreditar numa ladainha dessas tem mesmo que ser muito ingênuo...
 
Dino debocha do povo, pois debocha do Congresso, alega insegurança para não ir aos convites feitos por parlamentares, enquanto frequenta favela dominada pelo tráfico sem escolta policial. Dino é "comunista com orgulho". Dino prega a censura. 
Dino abre as portas de seu Ministério para a "dama do tráfico", esposa de líder do Comando Vermelho no Maranhão, terra de Dino. 
Reputação ilibada?

Ou todos sobem o tom para a gravidade dessa indicação, apoiada por comparsas supremos que entraram no lobby com vontade e despudor, ou o Brasil dará o maior passo rumo ao modelo venezuelano. 

Lula passa em alguns anos, apesar de o estrago ser gigantesco; mas Dino pode ficar por duas décadas! O STF já virou um puxadinho petista. Com Dino, seria filial do Foro de SP de vez. O Brasil não pode permitir um golpe desses!


sábado, 4 de novembro de 2023

Assassinos - Valdemar Munaro

       Os tristes episódios perpetrados em Israel por terroristas do Hamas podem já ser inferidos e contemplados na fundação histórica do Islã. Conforme biografia sobre Maomé, escrita por Barnarby Rogerson, a Arábia no nascente Islamismo do século VII d. C., era habitada também por muitos judeus. Centenas deles que resistiram à nova fé, foram mortos e degolados na presença do próprio Profeta e com sua aprovação.

A terra sagrada de Meca e Medina guarda, portanto, de modo silencioso e sôfrego, o sangue judaico de decapitados. Judeus e muçulmanos, sabemos, são descendentes e herdeiros do mesmo cavaleiro da fé (expressão de Kierkegaard), Abraão, e se tornaram irmãos pela benevolência e graça de Deus, mas, ao longo do tempo, vergaram-se à desgraça de uma fraternidade assassina que rasga os mantos da comunhão enchendo de dor e medo os amantes da paz e da concórdia.

O terrorismo fere o Islã tanto quanto fere qualquer outra expressão religiosa. A vida do Profeta, por sua vez, honestamente falando, não foi cem por cento limpa, nem pura. Ao se casar pela quinta vez, em 626, com Zaynad, sua linda nora, Maomé rompeu com o mandamento que ele mesmo tinha estabelecido para todos os muçulmanos: ter no máximo quatro esposas. Mas Ele resolveu o dilema com uma revelação que veio em benefício de si mesmo: a sura 33 lhe concedeu carta branca para se casar uma quinta vez: "Ó Profeta", diz o versículo 50, "tornamos legais para ti as tuas esposas (...) e qualquer outra mulher crente que se oferecer ao Profeta e que ele quiser desposar: privilégio teu, com exclusão dos demais crentes (...)".
 
O poeta, Ka'b ibn al-Ashraf, descendente de uma tribo judaica em Medina, ironizou um casamento anterior que Maomé tinha contraído com uma outra mulher, Hafsah, viúva de um homem que pereceu numa batalha muçulmana. O poeta comparou o comportamento de Maomé com aquele de Davi que enviou o general e amigo Jônatas à morte, pondo-o à frente de um conflito, para poder ficar depois com Betsabé, sua esposa. 
Ka'b foi oportunamente esfaqueado e morto por ofender e difamar o Profeta. 
Mas se o Alcorão do Profeta e o Profeta do Alcorão chancelam a eliminação de infiéis, o que se pode esperar de seus discípulos radicais?!

O século VII, nas regiões da Arábia, registrava a presença de muitos judeus, muito embora não existisse, naquele então, o estado de Israel. Na ocasião em que o exército muçulmano se aproximou de Medina para conquistá-la um dos seus guerreiros bradou: "Nós enfrentamos duas coisas: ou Deus garantirá a superioridade sobre eles, ou Deus nos destinará o martírio. Eu não me importo sobre qual seja o destino - pois existe o bem em ambos".

Em outras palavras, é este o leitmotiv da cruzada terrorista: no seu reino deve haver uma só cor, uma só cultura, uma só crença, um só livro, um só povo, um só modo de ser e de pensar. Nos seus ideais não deve haver lugar para meios-termos, meias-luas, pardos, mestiços e miscigenados. Deve ser o tudo ou o nada, a raça pura ou a impura, o fiel ou o infiel. "Os revolucionários", diz o historiador polonês Leszek Kolakowski, "não creem no purgatório; creem na via sacra, no inferno e no paraíso, no reino da libertação total e no reino do mal total".

Pode ser paradoxal, mas foi exatamente esse fundamentalismo extremista religioso que se acrescentou à atividade revolucionária marxista, ateia e materialista, temperando com tentações purificadoras as ações radicais que praticam, desdenhando excrescências maniqueístas de limpeza étnica e cultural. Assassinos, terroristas e revolucionários se assemelham em tudo com seus métodos e objetivos: estrangular violentamente as diferenças, abater sem piedade os desconfortos plurais, instalar pela força as hegemonias ideológicas culturais, políticas ou religiosas.

LER NA ÍNTEGRA,AQUI

*       Em Santa Maria, 03/11/2023

**     O autor é professor de Filosofia

 

domingo, 29 de outubro de 2023

A história se repete: decapitações como forma de terror islâmico - Gazeta do Povo

Thiago Braga

Thiago Braga


Entender a história da guerra é entender a história dos homens.

Decapitações em massa por terroristas islâmicosFoto: ABC News

No início de agosto deste ano, eu escrevi uma coluna aqui na Gazeta da Povo explicando como historicamente a decapitação fazia parte da cultura militar dos muçulmanos, e como essa prática foi usada indiscriminadamente na Península Ibérica a partir do século VIII. Estamos em outubro no meio de mais uma guerra sangrenta no mundo, e aquele artigo volta a ser relevante pelo mesmo terror aplicado há séculos: decapitações.

No sábado, dia 7 de outubro, os terroristas do Hamas, lançaram uma série de ataques contra Israel. 
Quem, com um mínimo de humanidade, não se chocou com o assassinato em massa e intencional que matou mais de 200 civis em uma festa próximo a Gaza? 
Eles foram atirando em banheiros químicos, um a um, sem saber quem estava dentro deles. Crianças e bebês foram assassinados e tiveram seus corpos queimados pelos terroristas; mulheres estupradas; os terroristas publicaram fotos e filmagens das vítimas mortas no próprio Facebook delas, e foi desse jeito bizarro que algumas famílias souberam da morte de seus parentes.
 
Mas os terroristas islâmicos mataram muitas pessoas usando um velho método bem típico deles: decapitação! Esse método repulsivo de matar tem sido muito usado não só nesses ataques do Hamas, mas em especial nas últimas duas décadas as decapitações têm sido usadas para chocar. Você deve se lembrar de várias cenas dos terroristas do Estado Islâmico divulgando filmagens de prisioneiros americanos prestes a serem decapitados em frente à câmera. 
E assim como todos os maiores grupos terroristas islâmicos do mundo, eles justificam seus ataques nos procedentes históricos registrado em crônicas islâmicas. Os terroristas islâmicos estão entre os maiores exemplos de como a história pode se repetir... E da sua forma mais terrível possível.

A decapitação de reféns tem a intenção de transmitir duas mensagens. A primeira é o puro horror, direcionado ao público ocidental. A segunda, dirigida ao mundo islâmico, é aquela através da qual os terroristas pretendem mobilizar as massas muçulmanas

E a professora Maribel Fierro, nesse mesmo estudo que mencionei anteriormente, o “Decapitation of Christians and Muslims in the Medieval Iberian Peninsula: narratives, images, contemporary perceptions” (Decapitação de cristãos e muçulmanos na Península Ibérica medieval: narrativas, imagens e percepções contemporâneas) mostra as justificativas históricas e religiosas dadas por esses mesmos terroristas pra continuarem essas práticas literalmente medievais. 
Na p. 140 ela cita um especialista francês em radicalismo islâmico, o professor Gilles Kepel, e mostra como essa prática de “showbusinessinspira fascinação mórbida em especial em públicos mais jovens
Kepel mostra o maior impacto que decapitações podem ter na vítima e em quem assiste, comparado por exemplo a explosões, que não causam o mesmo tipo de conexão com as vítimas, como acontece com essas decapitações.

E aqui nós chegamos no ponto alto da correlação histórica feita por esses extremistas: a professora Fierro, ainda citando Kepel diz que “ele salientou como é importante para militantes islamistas reprojetar suas práticas políticas para o passado para onde eles consideram ser a verdadeira e original tradição islâmica.” Para eles, a decapitação “é a forma de execução mais islâmica”, particularmente a execução de homens que foram feitos prisioneiros. “Assim, a decapitação de reféns tem a intenção de transmitir duas mensagens. A primeira é o puro horror, direcionado ao público ocidental. A segunda, dirigida ao mundo islâmico, é aquela através da qual os terroristas pretendem mobilizar as massas muçulmanas e, assim, procurar legitimação numa perspectiva religiosa.” Portanto, o fator religioso está sempre presente na mente desses extremistas islâmicos, a política nunca é o único fator, a religião islâmica é um fator determinante nessas ações.

E agora na p. 141 a professora destaca a parte onde os terroristas defendem que a decapitação é a forma “mais islâmica de execução.” E aqui ela cita o terrorista Abu Mus ab al Zarqawi, ex-jihadista famoso do Al-Qaeda no Iraque... ex-jihadista porque ele já morreu, graças a Deus. 
Em maio de 2004, depois de ter decapitado o americano Nicholas Berg ele declarou a legitimidade do assassinato dizendo que “O Profeta (Maomé) ordenou a decapitação de alguns dos prisioneiros de Badr, que tinham suas mãos amarradas. Ele é nosso padrão e um bom exemplo a ser seguido.” 
Na imagem acima a gente pode ver como eles seguem exatamente esse precedente histórico: mãos amarradas para trás, e em seguida decapitação
E aqui no artigo a professora atesta esse precedente histórico relatado desde 822 por cronistas muçulmanos pioneiros, como Al-Waqid na sua crônica Maghazi, embora Saladino fosse contra a ideia de matar um inimigo com suas mãos amarradas.
 

Nas últimas décadas, muitos extremistas islâmicos têm aterrorizado o mundo com suas táticas macabras e literalmente medievais. Eles se consideram soldados de uma "Guerra Santa", e, portanto, os fins extremos sempre justificam os meios mais extremos ainda. E isso é um problema quando ondas e mais ondas de imigrantes muçulmanos chegam no Ocidente: no meio de pessoas de bem, milhares de terroristas estão camuflados... Até que não queiram estar mais; mas nesse caso, já pode ser tarde demais.


Thiago Braga, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 28 de outubro de 2023

O lar brasileiro de hoje está pior do que no tempo da escravidão - Bruna Frascolla

Vozes - Gazeta do Povo

A concepção de humanidade com a qual o Brasil foi formado fez dele um lugar melhor.

A concepção de humanidade com a qual o Brasil foi formado fez dele um lugar melhor.| Foto: Victor Meirelles/Domínio público 

Em seu As sinhás pretas da Bahia: Suas escravas, suas joias (Topbooks, 2021), Risério desfaz muitos mitos das historiografias oficiais do Brasil. Um deles, ao qual se dá pouca atenção, é relativo ao casamento de escravos. Cito-o: “Até à década de 1970, à maneira de Florestan Fernandes, nossos historiadores e sociólogos consideravam impensável a ideia de que escravos tivessem formado unidades familiares estáveis e duradouras em nosso país. Hoje, reconhece-se que eles foram capazes não só de estabelecer a família nuclear como de articular a chamada 'família extensa'. Filhos e filhas de negros escravizados chegaram muitas vezes a nascer e crescer sob os olhares conjuntos do pai e da mãe. 
Para trazer à luz um só aspecto, escravos que se casavam, sob a bênção da Igreja Católica, deixavam o ambiente promíscuo da senzala e passavam a ter um canto só para eles, marido e mulher, acompanhados somente pelos filhos, no crescimento da família conjugal” (p. 93).
 
Ou seja, a narrativa segundo a qual a escravidão impedia os negros de formarem família é a enésima importação indevida da realidade norte-americana para analisar o Brasil. 
Nos EUA, sim, as famílias dos negros eram desmembradas à medida que o proprietário ia vendendo os escravos. 
Nos EUA, a alforria era fenômeno raríssimo, e um racismo de origem religiosa, profundamente arraigado, vedava aos negros quaisquer possibilidades de ascensão social por meio da integração.
 
A diferença entre nós e eles tem origem teológica. A Igreja Católica leva a sério a afirmação de que o homem, sem predicações raciais ou étnicas, é feito à imagem e semelhança de Deus.  
A diferença entre um índio canibal, um escravo africano e um português era que os dois primeiros ainda não receberam a boa nova e ainda não foram batizados. 
Uma vez batizados, todos eram igualmente filhos de Deus.
 
A racialização do cristianismo, ao menos na modernidade, começa com Lutero, que considerava os espanhóis indiscerníveis dos mouros, turcos e judeus
Lutero, como se sabe, era um tremendo antissemita no sentido literal do termo: odiava a descendência de Sem, que incluía árabes e judeus. 
A Península Ibérica, a seu turno, tinha muito sangue semita graças ao período que permaneceu sob o Califado Omíada.

    As crianças do mundo liberal vão se parecendo cada vez mais com as crianças da Romênia comunista, que foram largadas em orfanatos estatais depois de os dirigentes resolverem aumentar a natalidade a qualquer custo

Com o calvinismo, porém, inicia-se (e aprofunda-se) uma racialização em sentido oposto: com a doutrina da predestinação, Deus tem dentre os homens uns poucos eleitos. 
Reaviva-se, assim, a ideia primitiva e anti-universalista do judaísmo, segundo a qual Deus tem um único povo eleito, alguns filhos prediletos. Em Os judeus e a vida econômica, Werner Sombart considera que puritanismo é judaísmo (ao menos uma imitação), e recolhe evidências de que uma verdadeira adulação aos judeus surgiu na Inglaterra pouco após a chegada do séquito de sefarditas que acompanharam Catarina de Aragão. Menciona, por exemplo, que os levellers se referiam a si mesmos como judeus – coisa impensável tanto no mundo católico quanto no mundo luterano. 
E hoje vemos os descendentes dos puritanos na América bancando um Estado judeu como uma espécie de exclave sagrado no Oriente Médio.
 
O Destino Manifesto é outra emanação do calvinismo: Deus escolheu o povo que colonizou os EUA; e este tem direito a dominar o mundo. No mundo calvinista, o fiel pode dizer “nós, os eleitos”, e vós (resto do mundo), os rejeitados do Pai. 
É um convite à dominação do homem pelo homem e à desumanização do dominado. 
E isso se refletiu na história dos EUA, que mataram ou expulsaram do seu convívio todos os índios (que tinham, sob o México, uma boa relação), e consideraram os negros uma raça inferior, que deveria ou ser mantida escrava (segundo os sulistas escravocratas) ou deportada “de volta” para a África (segundo o Norte abolicionista).  
Com a vitória do Norte, criou-se a Libéria para deportar negros. Isso de deportar segundo a raça, como se vê, não foi invenção dos nazistas.
 
Apesar da difusão do ateísmo pelo ocidente pós-protestante, o espírito do calvinismo não morreu; em vez disso, tornou-se ainda mais materialista. Veja-se por exemplo o casal Collins, “que se identifica como calvinista secular, é particularmente atraído pelo princípio da predestinação, que sugere que certas pessoas são eleitas para serem superiores na Terra e que o livre arbítrio é uma ilusão. Acreditam que o pró-natalismo é uma consequência natural dos movimentos filosóficos que tomam o polos de tecnologia como as colinas de Silício em Austin, Texas.” Como vocês podem ler em português nesta Gazeta, o pró-natalismo do casal, e não só dele, se baseia na crença em QI.  
Desta maneira, pode-se até negar que se seja racista, já que existem negros com QI alto. 
Por outro lado, usa-se uma via secular para cultuar judeus do mesmo jeito, apontando-se o alto QI médio de judeus asquenazitas.
 
Mas o mais curioso, mesmo, é que (como apontei ano passado) essa crença na determinação do QI pela genética não se sustenta sequer cientificamente. 
Afinal, QI é uma junção de matéria (genética) e interação humana. 
Criar um ser humano não é a mesma coisa que preparar uma sopa Maggi. Os dados do QI de negros vêm dos EUA, onde tais famílias são especialmente desestruturadas. 
Por outro lado, as famílias asquenazitas são estruturadas. 
Resolver que a raça funda a diferença populacional é uma decisão arbitrária. 
Nos EUA, os negros foram submetidos a um exército de assistentes sociais voltados ao aborto e à dissolução da família; logo, era de esperar que o QI fosse mais baixo mesmo.

    Hoje, o que as Big Techs vêm consolidando é aquilo que na Idade Média se chamava de “comunismo de mulheres”: nenhum homem tem direito a uma mulher só sua, porque todas são socializadas

No século XXI, estamos, cada vez mais, virando aquilo que os negros eram nos Estados Unidos: os enjeitados de Deus, sob a opressão dos eleitos autoungidos. 
A queda de QI já é uma realidade generalizada e, até onde se saiba, inédita. 
E a explicação não é uma piora no stock racial; em vez disso, trata-se de redução das relações humanas na formação das crianças. 
As crianças do mundo liberal vão se parecendo cada vez mais com as crianças da Romênia comunista, que foram largadas em orfanatos estatais depois de os dirigentes resolverem aumentar a natalidade a qualquer custo.
 
Era mais fácil, portanto, um filho de escravos brasileiros casados esperar ter o pai em casa do que um filho das classes média e baixa de hoje
Agora deixemos as crianças e vejamos então o escravo negro adulto dos calvinistas: ele tinha direito a uma esposa? Não. 
A mulher tampouco tinha direito a um marido. 
Hoje, o que as Big Techs vêm consolidando é aquilo que na Idade Média se chamava de “comunismo de mulheres” (e que surgiu na Reforma protestante também, com João de Leyden): nenhum homem tem direito a uma mulher só sua, porque todas são socializadas. 
O resultado disso, num regime capitalista, é a prostituição universal
Para implementar isso, a propaganda progressista apelou para duas frentes: aos homens jovens, disse que seria muito bom ter uma porção de mulheres; às mulheres, disse que se não desejassem uma porção de homens, eram reprimidas e problemáticas. 
(Louise Perry abordou o assunto pouco tocado, que é a pílula ter deixado as namoradas sem um pretexto para dizer “não” sem magoar. As mulheres foram talhadas pela natureza para serem mais seletivas e, portanto, quererem menos parceiros sexuais do que os homens.)  
 
Acabar com a limitação do sexo ao âmbito do casamento foi relativamente fácil, com a pílula; e foi possível tocar a sociedade com famílias estruturadas assim. Primeiro os casais namoravam (com sexo), depois casavam. Mas o que estamos vendo agora é, também, o fim do namoro.  
Os rapazes são seduzidos pela ideia de que podem ver qualquer moça pelada por uma modesta quantia de dinheiro, e as moças são seduzidas pela ideia de que podem ganhar dinheiro fácil – e só uma problemática e reprimida não acharia ótima a ideia de ganhar dinheiro pelada com fotos descoladas.
 
O caso mais recente é o do viral “Beiçola do Onlyfans”: uma moça de Porto Alegre ficou famosa nas redes pelo marketing ousado, e o clube do bolinha não tardou em apelidá-la de “Beiçola do Onlyfans”, por sua pouca lisonjeira semelhança com o dono da pastelaria de A Grande Família. 
Ao cabo, a jovem Beiçola se encontrou com o ator que interpretava Beiçola e anunciou alguma doação para ele, passando assim a ser vista como boa moça e ganhando muita simpatia dos (outrora) haters. 
Em seguida, a plataforma na qual ela vende as fotos (uma tal de Privacy, não Onlyfans) anunciou que ela ganhou 500 mil reais com as fotos. 
Bom, ao menos no mundo anglófono, é sabido que o boom do Onlyfans, em 2020, se valeu muito da divulgação de valores inflados para convencer as mulheres de que se vender assim era bom negócio.
 
Pois então: uma escrava do Brasil colonial podia viver em paz sem sequer imaginar que milhares de homens deveriam vê-la pelada, ou que ela deveria querer transar com vários homens
Por outro lado, um escravo no Brasil colonial poderia ter para si, grátis, uma mulher que lhe desse atenção, e que não fosse dividida com nenhum outro homem.

Bruna Frascolla, doutora em filosofia - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 23 de setembro de 2023

Aborto ADPF 442: bruxaria no STF - Gazeta do Povo

Vozes - Guilherme de Carvalho

Ao retirar o status de pessoa constitucional dos nascituros, o direito à vida só caberia após o nascimento deles
Se acatado pelo Supremo, o argumento dará brechas para pedidos de legalização do aborto até o nono mês de gestação.

Ao retirar o status de pessoa constitucional dos nascituros, o direito à vida só caberia após o nascimento deles. Se acatado pelo Supremo, o argumento dará brechas para pedidos de legalização do aborto até o nono mês de gestação.
Ao retirar o status de pessoa constitucional dos nascituros, o direito à vida só caberia após o nascimento deles. Se acatado pelo Supremo, o argumento dará brechas para pedidos de legalização do aborto até o nono mês de gestação.| Foto: Unsplash

“Tanto para a bruxaria quanto para a ciência aplicada, o problema é como subjugar a realidade aos desejos dos homens, e a solução encontrada foi uma técnica; e ambas, ao praticarem essa técnica, se põem a fazer coisas até então consideradas repulsivas e impiedosas – tais como desenterrar e retalhar cadáveres... A verdadeira finalidade é expandir o poder do Homem para o domínio de todas as coisas possíveis. Ele rejeita a bruxaria porque ela não funciona; mas o seu objetivo é o mesmo da bruxaria.”
(C. S. Lewis, A Abolição do Homem)

No coração do movimento abortista habita uma “bruxaria”:
a afirmação da dignidade humana através da indignidade humana. Trata-se, é claro, de uma contradição, uma ruidosa marcha da liberdade rumo ao nada.

À superfície, é um movimento por “direitos humanos” – direitos das mulheres, especificamente. 
Sua alegação básica é a de que a autodeterminação da mulher se sobrepõe à vida do nascituro. 
Sendo dela o corpo e o ventre, e estando eles a seu serviço, pertenceria unicamente a ela o direito de decidir sobre a continuidade da gestação e, por conseguinte, sobre o direito de existência do nascituro.
 
Direitos versus deveres
O texto da ADPF 442, impetrada pelo PSol, afirma que “hoje, o Estado brasileiro torna a gravidez um dever, impondo-a às mulheres, em particular às mulheres negras e indígenas, nordestinas e pobres, o que muitas vezes traz graves consequências ao projeto de vida delas”. É notória a raiz profunda da ansiedade abortista: o peso de um “dever” da maternidade sobre uma mulher grávida. 
O objetivo da ação, inteira, é ampliar direitos negando deveres: inexistindo um núcleo ético que obrigue a mulher e a sociedade à proteção do nascituro, expande-se a liberdade.

    No coração do movimento abortista habita uma “bruxaria”: a afirmação da dignidade humana através da indignidade humana

Um dos fundamentos da ADPF 442 é um julgado anterior sob o ministro Marco Aurélio Mello, sobre o aborto de anencéfalos, que cabe citarmos aqui: “A criminalização viola, em primeiro lugar, a autonomia da mulher, que corresponde ao núcleo essencial da liberdade individual, protegida pela dignidade humana [...] a autonomia expressa a autodeterminação das pessoas, isto é, o direito de fazerem suas escolhas existenciais básicas e de tomarem as próprias decisões morais a propósito do rumo de sua vida [...] Quando se trate de uma mulher, um aspecto central de sua autonomia é o poder de controlar o próprio corpo e de tomar as decisões a ele relacionadas, inclusive a de cessar ou não uma gravidez. Como pode o Estado – isto é, um delegado de polícia, um promotor de Justiça ou um juiz de Direito – impor a uma mulher, nas semanas iniciais da gestação, que a leve a termo, como se tratasse de um útero a serviço da sociedade, e não de uma pessoa autônoma, no gozo de plena capacidade de ser, pensar e viver a própria vida?”

Essa é a questão básica: reforçar “o núcleo essencial da liberdade individual, protegida pela dignidade humana”. Essa liberdade, notoriamente, não é qualificada; é liberdade no sentido negativo, como liberdade de “dar rumo à sua vida”, seja ele qual for. 

Não é uma liberdade moralmente qualificada, mas a liberdade do arbítrio, cujo único limite, aparentemente, é o arbítrio do outro. 
Nesse caso, como o nascituro não tem arbítrio, não pode impor qualquer limite. Nesse universo há apenas arbítrios num infinito vácuo moral.


O texto propriamente dito da ADPF 442 é límpido sobre o conteúdo dessa liberdade, no parágrafo 72: “Não importam as concepções de bem íntimas a cada mulher; direito ao aborto é condição para a plenitude de um projeto de vida. Projeto de vida é ter condições sociais e políticas para dar sentido à própria existência, em respeito à ordem constitucional vigente: o respeito aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres é um núcleo essencial do projeto de vida para as mulheres. Mesmo que, por convicções privadas, uma mulher não venha a realizar um aborto, a oferta descriminalizada do serviço de saúde é um ato de neutralidade do Estado em questões morais. A gravidez coercitiva, isto é, a ‘maternidade compulsória’, nos termos de Siegel, representa um regime injusto de controle punitivo com potenciais efeitos disruptivos ao projeto de vida das mulheres.”

A imaginação abortista procede assim:
retirando da gravidez qualquer sentido moral superior, independente da felicidade pessoal, e assim removendo a proteção legal do nascituro em nome da autonomia individual. Para haver liberdade, é necessário que haja diante dela um vazio, um nada. Se for possível provar que algo é, moralmente, um nada, aumenta-se ali a liberdade humana. Arrastando-se o nascituro e a maternidade para o nada, realiza-se a “justiça social reprodutiva”. Pois contra o nada, a liberdade pode tudo. O niilismo fornece as preliminares da bruxaria.

Quanto à alegada neutralidade moral do Estado: uma falácia, evidentemente, uma vez que toda a questão da prioridade da liberdade sexual e da participação no mercado de trabalho sobre outros bens humanos é, desde sempre, uma agenda moral. Instaura-se o liberalismo moral (e com ele, o epicurismo) como a moralidade oficial do Estado. Não é perceptível o cheiro da contradição?

Liberdade versus natureza
Pois bem:
a ministra Rosa Weber postou seu voto de despedida da casa à zero hora de hoje, 22 de setembro. Depois de negar, para todos os efeitos, que a Constituição Federal e os sistemas regional e internacional de direitos humanos forneçam proteção efetiva à vida humana intrauterina (ela nega-lhe o status de pessoa), a ministra passa a seu ponto principal, os direitos das mulheres. Cito os parágrafos 62 e 88: “Gradualmente... a partir da Revolução Francesa, em especial, durante o século 20, o processo de emancipação e libertação das mulheres passou a ganhar espaço e força nos mais diversos locais e nas mais distintas arenas decisórias. Um caminho ainda hoje trilhado, a acarretar maior integração das mulheres à sociedade e o reconhecimento de seus direitos.” (62)

“É preciso reconhecer que a autonomia, entendida como a capacidade das pessoas de se autodeterminarem, ou seja, capacidade dos indivíduos de definirem as regras de regência de sua própria vida particular, consubstancia o núcleo essencial e inviolável do direito à liberdade, que se inclui a liberdade reprodutiva.”

“A autonomia, associada à própria liberdade, é, pois, a aptidão para tomar decisões, escolher os caminhos e direções da própria vida, adotar concepções ideológicas, filosóficas ou religiosas. Em outras palavras, definir, sob os mais diversos ângulos, as características básicas e individuais de cada um, bem como o itinerário a seguir, segundo a consciência particular e única em busca do que se considera viver bem, sem a possibilidade de interferência indevidas por parte de terceiros (seja particulares, seja o Estado).”
(66)

    A alegada neutralidade moral do Estado é uma falácia, evidentemente, uma vez que toda a questão da prioridade da liberdade sexual e da participação no mercado de trabalho sobre outros bens humanos é, desde sempre, uma agenda moral

Embora se argumente que a decisão foi proposta no melhor interesse da proteção do feto e da vida da mulher, é claro que a questão suprema é a extensão da liberdade individual da mulher, de modo que ela possa ter uma participação cívica tão plena quanto a do homem, livre do obstáculo de uma maternidade indesejada. De resto, trata-se da mesma marcha emancipatória moderna, simbolizada pelos ideais da Revolução Francesa: o ideal moderno de personalidade livre. O individualismo expressivo, que temos criticado sistematicamente nessa coluna, nada mais é do que uma versão tardia, ou hipermoderna, desse velho ideal secular.

O pastor e pensador reformado Francis Schaeffer, principal responsável por convencer os evangélicos a passarem para o lado dos católicos na luta pró-vida, trabalhou por muitos anos na comunidade L’Abri, na Suíça, procurando mostrar os problemas dessa concepção moderna de liberdade, e a superioridade da compreensão cristã do ser humano, e não é possível compreender sua luta sem ter clareza sobre a sua crítica cultural.

O ponto de Schaeffer, basicamente, era de que o homem moderno é uma espécie de “filho pródigo” do cristianismo. Ele tomou a herança judaico-cristã da dignidade, liberdade e direito humano natural, e a abstraiu de Deus. Seu anseio era afirmar a plena autonomia da pessoa humana em relação a qualquer divindade, igreja, ordem social ou natural, e esperar grandes coisas dessa exaltação antropocêntrica do ser humano.

Para efetivar essa “recriação” do humano, naturalmente, seria necessário expandir ao máximo a capacidade humana de entender e controlar o mundo ao seu redor. Mas sem um Deus no céu, o homem estaria livre para ser ele mesmo, e a natureza poderia ser explorada e manipulada sem impedimentos morais; ela nada teria de sagrado, nem um propósito superior. Afinal, como o homem moderno poderia impor seus significados sobre um mundo já ocupado com nomes e significados divinos? Um mundo sem sentido seria um imperativo necessário para a plena autonomia humana.

Daí começam nossos problemas: a tecnociência emerge com a esperança de colonizar toda a natureza e a sociedade, tornando-as expressões da vontade livre do indivíduo. Emerge a religião secular do progresso. Mas enquanto a técnica, o conforto e a liberdade individual aumentam, o sentido, o valor e o propósito diminuem na mesma taxa. Tudo ao redor do homem vai aos poucos se tornando uma “coisa”, um objeto a ser explorado. Como disse Schaeffer, “o humanismo moderno tem uma necessidade inerente de manipular e brincar com os processos naturais, incluindo a natureza humana”. Diante do Self moderno, nada é sagrado, exceto ele mesmo.

Mais cedo ou mais tarde esse processo se voltaria contra o próprio ser humano, uma vez que ele também é feito de barro, e parte do mesmo universo colonizado pela racionalidade técnica. E assim começaram os abusos especificamente capitalistas, tecnicistas, e especificamente modernos contra a natureza: a escravidão moderna, como argumentou William James Jennings, a exploração de mulheres e crianças na Revolução Industrial, o colonialismo, e o racismo branco – tudo com a conivência vergonhosa de grupos cristãos ainda que, em última análise, sob o controle do mesmo liberalismo moral e político que hoje, completamente secularizado, dirige a civilização moderna. Os líderes da sociedade liberal moderna, no século 20 – os maiores responsáveis pela nossa crise ambiental são qualquer coisa, menos alunos de Jesus Cristo e de São Francisco. A verdade é que desde a Revolução Francesa os cristãos praticantes têm sido uma minoria decrescente na condução dos rumos da civilização.

Dignidade versus dignidade
Mas vamos ao nosso ponto central
: o ideal humanista de personalidade autônoma, com sua absolutização do princípio da liberdade individual, é incompatível com o controle total da natureza, porque o ser humano também é natureza; e o humanismo não tem um fundamento objetivo para distinguir a natureza humana do resto da natureza. Como é possível que a mera natureza produza a sua transcendência? Onde o ser humano levantará do chão a sua dignidade e seus direitos especialíssimos, se não há um teto moral onde pendurá-los?

Mas o ser humano moderno não pode renunciar à sua autonomia, nem pode abrir mão de manipular a natureza para afirmar essa autonomia.
A solução é restringir a definição do que é sagrado e do que é humano.
O que é uma floresta? Nada, a não ser fonte de madeira e obstáculo à expansão agrícola. E assim chegamos, para encurtar a história, à ADPF 442 do PSol (e ao voto da ministra Rosa Weber): o nascituro é “uma criatura humana intrauterina”, carente do status de pessoa humana e, assim, passível de abortamento
Para que nada impeça a mulher de ser integrada no sistema moderno do capitalismo emocional.

    A afirmação dos direitos humanos, capturada pelo individualismo expressivo, se degrada em uma epidemia de narcisismo

A luta abortista é,
nesse sentido, uma das mais nítidas expressões da contradição fundamental do individualismo expressivo: ele se justifica o tempo inteiro alegando o princípio da dignidade humana, mas a subverte progressivamente, à medida que desconstrói toda ordem moral objetiva além desse mínimo, a saber, a liberdade do Self, que subsiste suspenso, quase como uma alma platônica, uma ilha subjetiva de dignidade em um oceano de niilismo moral.

E quanto à dignidade humana do nascituro, como ninguém sabe quando e como ela se apensa àquela massa de células, decidem os juristas constituir uma pedra filosofal reversa, que determinará o limite dessa passagem. O que a imaginação moral não consegue fazer, a técnica jurídica o fará. Bruxaria.

Sonhando com uma ciência transformada e regenerada, C. S. Lewis diria: “A ciência regenerada que tenho em mente não faria nem mesmo com minerais e vegetais o que a ciência moderna ameaça fazer com o próprio homem”. De fato, historicamente, a dessacralização da natureza acaba atravessando a fronteira e atingindo a sacralidade da vida humana.

Ora, ou coisas sagradas existem independentemente da liberdade humana, ou nada é sagrado, nem mesmo a liberdade. Essa esquizofrenia moral parece cada vez mais plausível do ponto de vista do direito contemporâneo, mas nem por isso se faz mais consistente. Pelo contrário, a legitimação dessa absurdidade nas cortes faz ressaltar a condição patológica das democracias liberais.

Aplicando uma reductio ad absurdum a esse padrão geral de raciocínio, chegamos rapidamente ao direito ao suicídio. E antes que alguém me acuse de alarmismo: o conceito de “accomplished life” nas discussões contemporâneas sobre morte voluntária assistida já vem sendo empregado para casos nos quais não há nem mesmo a justificativa (perigosa) da doença ou da idade avançada.  
Jovens e adultos comuns, mas deslocados socialmente, terão em breve o caminho aberto para o autodescarte. 
Esse foi o coração do argumento antiaborto de Francis Schaeffer em Whatever Happened to the Human Race?“Se o homem não foi feito à imagem de Deus, não há obstáculo no caminho para a inumanidade. Não há boa razão pela qual a humanidade possa ser percebida como algo especial. A vida humana é barateada. Podemos ver isso em muitos dos grandes temas em debate na sociedade hoje: aborto, infanticídio, eutanásia, o crescimento do abuso infantil de todos os tipos, a pornografia (e suas formas particulares de violência, como evidente no sadomasoquismo), a tortura rotineira de prisioneiros políticos em muitas partes do mundo, a explosão da criminalidade, e a violência aleatória que nos cerca.”
 
É nesse sentido que a modernidade é uma espécie de “filho pródigo”; sua lógica e suas instituições, uma vez afastadas do cristianismo, exploram, desgastam e desnaturam a herança cristã. A dignidade humana, por exemplo, se torna o fundamento para um epicurismo moral desenfreado, que não apenas recusa o princípio agápico do autossacrifício, mas o combate intensamente como uma violação do direito individual à felicidade. A afirmação dos direitos humanos, capturada pelo individualismo expressivo, se degrada em uma epidemia de narcisismo. 
E assim os modernos se tornam cada vez mais ricos, enquanto rumam para uma morte solitária.

O padrão se repete, desde o movimento internacional de direitos humanos até o Judiciário brasileiro: os direitos se alargam, os deveres se contraem, e a soberania do indivíduo cresce à custa de tudo o que é sagrado – incluindo o sangue infantil. No espírito, ainda é bruxaria.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Guilherme de Carvalho, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 19 de setembro de 2023

Comunismo ou Deus - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo 

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Lula, que passou quase dois meses dos nove de governo fora do Brasil, viajando com sua mulher deslumbrada e torrando o dinheiro público em hospedagens caríssimas, esteve em Cuba para evento de ditaduras e simpatizantes. Lá, resgatou toda a cantilena típica de DCE condenando os embargos americanos pela miséria causada pelo socialismo do seu falecido companheiro Fidel Castro.

O sujeito mais cínico do planeta é aquele que assinou cartinha
"pela democracia" para condenar Bolsonaro e apoiar, ainda que indiretamente, seu único adversário viável, que fundou o Foro de SP com o ditador comunista da ilha caribenha. Lula idolatra o regime nefasto que escravizou milhões de cubanos desde sempre, e foi lá uma vez mais culpar os Estados Unidos pelo inferno socialista.

Seria o caso, então, de resgatar relatos de como era viver no "paraíso" dos petistas. Li vários livros sobre o assunto, mas recomendo, em especial, Contra Toda Esperança, de Armando Valadares, que passou 22 anos no "Gulag das Américas", um preso político de Fidel submetido ao tratamento mais desumano possível.

Valladares nunca sucumbiu, pois tinha Deus como guia. Ele mesmo relata: "Era só chamar o comissário político e dizer que queria ir embora, para que tudo mudasse no mesmo instante. Mas isso significava rendição incondicional. No entanto, salvaria minha mãe, me salvaria e tudo seria mais agradável. Mas, depois, poderia escapar da minha consciência, do meu próprio juiz, do ser íntimo que me reprovaria sempre por ter agido de maneira contrária às minhas ideias e critérios, mesmo tendo sido sobrepujado pela dor e a angústia?"

Ele responde: "Novamente recorri a Deus e me confiei a Ele, à sua infinita sabedoria, pedindo-Lhe que me escutasse. E, como sempre, me escutou". Foi em sua fé cristã que Valladares encontrou forças para resistir à tentação, para não se curvar diante do Diabo, ali encarnado na figura do seu algoz, do ditador comunista amigo de Lula.

A juíza brasileira Ludmila Lins Grilo, que foi aposentada compulsoriamente pelo sistema que apoia Lula e o ajuda a levar nosso país na direção de Cuba, escreveu: "Alexandre de Moraes ordenou a queda de 2 sites usados pela empresa da qual sou sócia e professora. Podem tirar minhas fontes de renda, meu cargo, minha liberdade, e até minha vida, mas JAMAIS A MINHA DIGNIDADE. Eu só tenho Um a Quem agradar, e a Ele toda honra e toda glória".

Sua fibra também vem de sua fé em Deus. Não é algo incomum. Pessoas desprovidas dessa fé costumam sucumbir mais rápido, ceder em nome do "pragmatismo" e contemporizar com o inimigo. Não é por acaso que os revolucionários comunistas odeiam o Cristianismo, ainda que tentem destruí-lo de dentro, aparelhando as igrejas e enfiando marxismo no lugar de Jesus Cristo.

São vários relatos de dissidentes fuzilados no paredón cubano a mando de Che Guevara e Fidel que estufaram o peito e gritaram sua crença em Deus no momento final de suas vidas corajosas. O melhor resumo que existe para o fenômeno do comunismo assassino prosperar foi feito pelo dramaturgo Alexander Soljenítsin, autor de Arquipélago Gulag, o relato sombrio do inferno soviético: Há mais de meio século, quando eu ainda era criança, lembro-me de ter ouvido várias pessoas mais velhas oferecerem a seguinte explicação para os grandes desastres que aconteceram na Rússia: ‘Os homens se esqueceram de Deus; é por isso que tudo isso aconteceu.’

Desde então, passei quase 50 anos trabalhando na história de nossa revolução; no processo, li centenas de livros, coletei centenas de testemunhos pessoais e já contribuí com oito volumes meus para o esforço de limpar os escombros deixados por aquela agitação. Mas se me pedissem hoje para formular o mais concisamente possível a causa principal da revolução ruinosa que devorou cerca de 60 milhões de pessoas de nosso povo, não poderia ser mais preciso do que repetir: ‘Os homens se esqueceram de Deus; é por isso que tudo isso aconteceu.’

O comunismo é incompatível com a fé em Deus. Por isso que quando um comunista como Flavio Dino "brinca" que é ateu, graças a Deus, sabemos se tratar de puro escárnio, de deboche, mas um deboche que tenta mascarar essa realidade: quem tem Deus no coração jamais vira defensor de comunista, pois sabe que o comunismo representa a destruição de Deus.

Temos a guerra política, que ocorre no dia a dia, e a guerra cultural, que se trava em esferas mais profundas e influencia a política. Mas, acima de ambas, não resta dúvida de que lutamos uma guerra espiritual. Não há qualquer exagero em utilizar linguagem religiosa para explicar o que acontece no Brasil de hoje.

Gente sem qualquer resquício de Deus em seu coração resolveu declarar guerra mortal a tudo que é Bom, Belo e Verdadeiro
E o líder dessa turma está de volta à cena do crime, como diria Alckmin. Reduzir o perigo do lulismo comunista ao aspecto da corrupção é fazer o jogo do Diabo. 
A corrupção que assusta muito mais é aquela da alma...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sábado, 16 de setembro de 2023

O império da lacração - Percival Puggina

        Outro dia, dei-me conta de que um novo mal havia acometido o país e que eu apresentava, por vezes, sintomas desse mal. Refiro-me à “lacração” como peça do debate político.

A lacração não é uma síntese, um concentrado de sabedoria. Ela é um diminutivo da Razão, que ganha R maiúsculo, estatura necessária e cumpre papel importante na formação de ideias quando, no conteúdo e na forma, se expressa apta e consistente para o natural contraditório.

Por conta desse vício, as ideias ganham o tamanho da frase com que se apresentam. Forma-se o hábito da brevidade. Do textão para o textinho e do textinho para a frase lacradora que em segundos de leitura arranca um sorriso ou uma gargalhada. Nesses poucos segundos, de algum modo, o debate político se atrofia.

A lacração é parente muito próxima da maledicência, que é outro vírus que infesta o ambiente nacional, tendo seus principais hospedeiros na comunicação social e no mundo político. Desqualificar o adversário tornou-se o dever número 1 de quaisquer antagonismos como forma de vencer sem ter razão.
 
Esse é um terreno perigoso, moralmente desastroso se a epidemia se alastra e toma conta do ambiente acadêmico e cultural, porque a pessoa humana é um ser em construção. 
Ela deveria buscar, pelo exercício da liberdade, a perfeição de sua natureza. 
Quando negligenciado esse dever, com o abandono da leitura de bons autores, porque uma tuitada é a coroa da verdade que se quer apresentar, há uma perda individual com consequências sociais.
 
Deus nos fez dotados de inteligência que nos permite conhecer o bem, de liberdade que nos possibilita escolher o bem, e de vontade para resistir a tudo que nos pode afastar do bem. 
Sim, caros leitores, a palavra vontade tanto designa aquilo que queremos quanto significa a força para renunciar ao que queremos para fazer aquilo que devemos
Comumente chamamos a isso de força de vontade. 
Muito embora a primeira regra moral afirme que devemos evitar o mal e buscar o bem, quem evita o mal está cumprindo a metade mais neutra e mais comum da regra. 
Difícil é fazer o bem; e mais difícil, ainda, é fazer todo o bem que se possa. Na vida pública, isso é especialmente significativo. 
Ali, não fazer o mal – tarefa dos medíocres, segundo José Ingenieros – já é difícil. Fazer o bem é a missão de estadistas, dos quais estamos tão carentes! Os que temos, por poucos que são, não atendem a demanda nacional.
 
Por isso, me desgosta vê-los, tantas vezes, perdidos em lacrações que valem tanto quanto duram
A vitória dos conservadores e dos liberais só terá a extensão necessária se as respectivas ideias e as correspondentes ações alcançarem com clareza os corações e as mentes que andam por aí, vazias por falta de quem lhes proporcione bons conteúdos.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

 

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Os frutos da terra - Sílvio Lopes

         Tudo, absolutamente tudo o que vem de Deus, a esquerda demoniza. E o que é do capeta, por outro lado, endeuza e idolatra em prosa e verso.

O agronegócio brasileiro, hoje, é dos mais modernos e eficientes do planeta.  
Alimenta boa parte da população mundial. Pau nele. Até fascista é chamado... Afinal, é das coisas que deram certo e para a esquerdopatia isso é crime inadmissível.Tem que ser combatido. 
 
Lá atrás, na eleição de Collor, o agro mostrou, afinal, a sua cara. Forjou o  embrião de um movimento estrutural e político via UDR( União Democrática Ruralista), para defender nossos produtores e o seu negócio do preconceito e da perseguição esquerdopata. Figuras como Ronaldo Caiado ( hoje governador de Goiás), à época candidato presidencial, mostraram a força do campo e sua importância estratégica na geopolítica mundial. Aqui, no RGS, figuras como Gilberto Scopel de Moraes, Carlos Eduardo  Borba Nunes, Ana Maria Sartori e tantos outros, tornaram-se  ícones da representatividade rural gaúcha.

O campo, até então avesso à arena política percebeu a necessidade - e aproveitou a oportunidade- para fazer valer seu papel primordial na construção de uma nação pujante e autosuficiente na produção primária. Os frutos, hoje colhemos. Somos respeitados no mundo todo e graças a essa gente e sua determinação e amor ao trabalho e ao País, temos muito a comemorar.

Se a política mesquinha e destruidora de nossos valores e das nossas riquezas for neutralizada, logo o Brasil poderá alçar ao panteão das grandes nações do planeta terra. O agronegócio merece nosso total apoio e aplauso.

Conservadores e Liberais - O autor, Sílvio Lopes, é jornalista, economista, professor e palestrante.

 

sábado, 2 de setembro de 2023

No país de Lula, ministra do Planejamento terceiriza orçamento para Deus - Gazeta do Povo

Vozes - J.R. Guzzo

Uma ministra do Planejamento, para fazer um mínimo de sentido, tem de planejar. Pode até planejar errado, mas tem de planejar alguma coisa; é por isso, pensando um pouco, que o público em geral é obrigado a lhe pagar mais de 41 mil reais por mês, além da frota de carros com chofer, o homem do cafezinho e todas aquelas pequenas espertezas que os gatos gordos de Brasília sabem inventar em seu próprio proveito [saiba mais  aqui.].

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O que uma ministra do Planejamento não pode fazer, nem no governo Lula, é dizer que o plano de orçamento depende de Deus. Se for para isso, é mais barato contar com o padre, ou com o leitor de tarô que anuncia seu negócio nos postes de rua.

A ministra [também conhecida pelo vulgo 'estepe' que lhe foi atribuído pelo próprio maligno que preside o Brasil.] é uma figura de anedota desde que se pendurou furiosamente no presidente da República para arrumar um cargo no governo; 
parece fazer questão, à medida que o tempo passa, de se tornar uma piada cada vez mais completa. Ao terceirizar o orçamento para Deus, como acaba de fazer, ela não pensou, como de costume, no que estava dizendo.

    Ela achou que tinha de informar ao Brasil que está tudo bem, mas que pode rolar um “imponderável” aí.

Teria,
pelo menos, de fingir que acredita no orçamento do ministro Fernando Haddad, que prevê “déficit zero” para o futuro – se entrarem, é claro, as receitas que o governo não tem, mas aposta que vai ter. Ela achou que tinha de informar ao Brasil que está tudo bem, mas que pode rolar um “imponderável” aí. “O futuro a Deus pertence”, avisou a ministra. Quer dizer: seja o que Deus quiser. [ter ciência e reconhecer que Tudo depende de DEUS, é uma verdade imutável; porém, certos assuntos profanos, entre eles o de efetuar um planejamento, elaborar um orçamento, são coisas que DEUS disponibiliza os meios para os homens executarem, usando a inteligência que DEUS concedeu aos seres humanos - claro que por razões que só DEUS sabe, a categoria  petista/esquerdista é desprovida daquele atributo.

Não melhora as coisas em nada, é claro, a maneira como conjuga o verbo “receber” e atribui a si predicados que não tem, nem poderia ter. “Eu recebi receitas suficientes para zerar o déficit fiscal”, disse a ministra, antes de pedir a intervenção de Deus nas contas de Lula. Como assim, “eu recebi?”. Ela não recebeu nada, nem vai receber; quem recebe é a Receita Federal, e a possibilidade de que a ministra seja convidada a dar algum palpite no uso esse dinheiro está entre o zero e zero absoluto.

É o vício de sempre dos barões da alta burocracia brasileira, sobretudo dos que ganharam seus empregos no governo pela sua capacidade, em modo extremo, de bajular o chefe – e não pela competência para fazer qualquer tipo de trabalho útil. É assim que este país funciona.


J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Brava gente brasileira! - Percival Puggina


         Perdi a conta do número de vezes. Ao longo de décadas, foram muitos os 7 de Setembro aproveitados para produção de manifestos, discursos, eventos e nos quais estava ausente o verde e amarelo das bandeiras. Para uma parte da nação, a data era marcada pelo conhecido “Nada a comemorar!”. Era assim se a esquerda não estava no poder.

Sempre me opus a isso e continuo a me opor.  É a pátria ou é o poder? A data é nacional e patriótica, não é militar! É de cada um e de todos. Ninguém é dono do 7 de Setembro. A data é também muito minha e não abro mão. Não tenho o hábito de assistir desfiles ou ir às ruas nessa data, mas sempre uma bandeira no coração e outra na sacada.

Por isso, periodicamente, escrevi artigos buscando trazer luz para a toxidez daqueles sentimentos e mobilizações. Como compreender que o amor à Pátria, à Pátria Mãe, o deslumbrante chão onde pisa, vive, ama e labora a brava gente brasileira, dependa da sintonia de cada um com o grupo político instalado no Planalto Central? Que tem a ver uma coisa com a outra?

O amor filial não é assim. Não é saudável o sentimento daquele cujo amor à mãe depende da satisfação de seus desejos. Maus filhos esses para os quais o aniversário da mãe só é comemorável quando estão “de boa”! A Pátria, mãe, fala comigo no belo idioma que aprendi dos meus pais, me educa na herança cultural, me revelou a Fé que a anima e, onde vou, me apresenta meus irmãos, os brasileiros.

Sei que há um esquerdismo, infelizmente dominante entre nós, que não apenas vive dos conflitos que gera, mas para o qual o patriotismo é tiro no pé da revolução proletária internacional. O grito do Manifesto Comunista – “Proletários de todos os países, uni-vos!” – cruzou o século passado e continua a suscitar o interesse na derrubada de fronteiras. O vermelho da revolução não combina com as cores de outras bandeiras.

Aproveitemos este Sete de Setembro para refletir sobre o que certos conterrâneos estão a fazer com nossa gente. Eles não podem continuar transformando o Brasil numa casa de tolerância, desavergonhada como nunca se viu igual. 
Nela, o banditismo das ruas é justificado em sala de aula e nos livros de Direito. 
Nela, as bandalheiras deslavadas e sorridentes de uma elite rastaquera e debochada, que conta dinheiro e votos como se fosse a mesma coisa, não mais escandalizam a tantos. 
Nela, impõe-se uma tirania, a Constituição é derrotada no aggiornamento de suas leituras, a liberdade de expressão é reprimida e a repressão festejada em ruidosas manifestações acadêmicas.

Dedicam-se, há bom tempo, à tarefa de corromper o próprio povo porque são milhões e milhões que já não se repugnam, que já não reclamam, que sequer silenciam, mas aplaudem, mas agradecem, mas reverenciam e se declaram devotos.

Não é apenas na vilania das práticas políticas que a nação vai sendo abusada e corrompida. Também no ataque frontal às mentes infantis (!), nos costumes e no desprezo à ética, à verdade e aos valores perenes, sem esquecer o trabalho dos catadores do lixo histórico dedicados a despejar seus monturos nas salas de aula, suscitando maus sentimentos aos pequenos brasileiros. 
Também nas novelas, na cultura, nas artes. 
Nas aspirações individuais e nas perspectivas de vida. 
Incitaram o conflito racial numa nação mestiça desde os primórdios. 
À medida que Deus vai sendo expulso, por interditos judiciais e galhofas sociais, instala-se, no Brasil, cheirando a enxofre, o tipo de soberano que se vê pela TV.

Na frente de minha casa, como nos versos de Castro Alves, a brisa do Brasil beija e balança o auriverde pendão da minha terra.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

8 de janeiro: G. Dias foi avisado sobre a chegada de quase 100 ônibus

Rute Moraes

 "Vamos ter problemas', respondeu o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República

 Às 8h53 da manhã de 8 de janeiro deste ano, o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Gonçalves Dias (também conhecido como G. Dias), recebeu uma mensagem avisando que quase cem ônibus chegaram a Brasília. Esse era o prenúncio do que estava por vir com as invasões aos prédios públicos na Praça dos Três Poderes.

A mensagem, que foi enviada ao celular pessoal de G. Dias pelo então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, continha a placa de cada veículo. A conversa foi obtida com exclusividade por Oeste. “Quase cem ônibus já. Bom dia“, escreveu Cunha. Ao tomar ciência da gravidade da informação, o então chefe do GSI respondeu: “Vamos ter problemas”.

  

O general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI, durante seu depoimento à CPI do MST | Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados [G. Dias mostra ser um legítimo petista, = transpira por todos os poros, mostrando uma característica típica de um petista : padecer de  'excesso de inteligência'.]

Redação - Revista Oeste

 


quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Lula ressuscita PAC e ameaça Petrobras: De onde virá o dinheiro para pagar a encomenda? - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Governo anuncia investimentos jamais vistos na exploração de petróleo no momento em que empresa começa a perder dinheiro e cortar dividendos

O “PAC”, três letras ressuscitadas de um passado funesto, está de volta. Em sua versão original, no primeiro governo Lula e no de Dilma Rousseff, fez parte do colapso geral que acabou levando o Brasil à maior recessão econômica da sua história
Na encarnação atual, recém levada ao conhecimento do público pagante, não está claro ainda se o resultado vai ser o mesmo, ou pior. 
Vai se saber com o tempo, mas os primeiros sinais são ruins; mais uma vez, os barões do governo anunciam verbas imensas para projetos incertos, com fundamentos frouxos ou simplesmente imaginários. 
É a conversa clássica. Vamos investir tantos trilhões nisso, mais outros trilhões naquilo, e a partir daí seja o que Deus quiser.
 
O PAC ressuscitado ameaça sobretudo a Petrobras – ou, mais exatamente, o cidadão que paga as contas da Petrobras. 
De acordo com o que foi anunciado, haverá investimentos jamais vistos em refinarias, plataformas marítimas, estaleiros, exploração de petróleo na Amazônia, sondas de perfuração e sabe-se lá o que mais
O Brasil, sem dúvida, está precisando aumentar a sua capacidade de refino – a produção atual, em boa parte gerada em refinarias de tecnologia superada, não é suficiente para atender o consumo interno de combustíveis. 
É importante também extrair mais petróleo, e dar impulso à produção em alto mar, área em que a empresa concentra hoje a sua principal competência. Mas ninguém é capaz de explicar de forma coerente a pergunta essencial: de onde virá o dinheiro para pagar a encomenda?
Teria de vir, em qualquer quadro racional, dos resultados da empresa. 
No caso, a Petrobras estaria em boas condições para investir: fechou o ano de 2022 [não esqueçam. 2022, sob o governo Bolsonaro - bem diferente do atual DESgoverno , comandado por um petista ignorante e boquirroto.] com lucro de quase R$ 190 bilhões, o maior de toda a sua história. Mas o quadro do Brasil de hoje não é racional. 
Depois de passar a campanha eleitoral inteira dizendo que a Petrobras estava “quebrada”, quando ela nunca ganhou tanto dinheiro para o Tesouro Nacional, Lula fez com que começasse a perder já a partir do seu primeiro dia de governo. Para isso, aplicou um método infalível: fez a empresa vender combustível por um preço menor do que paga para comprar petróleo no mercado internacional. 
Só pode dar prejuízo – quanto mais a Petrobras vende, mais dinheiro perde. É a demagogia de sempre: vamos falsificar o preço da gasolina para defender o bolso do “trabalhador brasileiro”. 
Mas o trabalhador brasileiro é quem vai pagar, na hora do imposto, até o último tostão desse prejuízo.

Aí vem o “PAC”: [´conto do PACO'.]  justo na hora em que a Petrobras começa a perder dinheiro e cortar dividendos, o governo anuncia bilhões de reais em investimentos na empresa. É puro Lula.

J. R. Guzzo colunista - O Estado de S. Paulo