Falta água no Distrito Federal e sobram prejuízos para população
Com a ampliação do racionamento, empresários têm sentido no bolso os efeitos da falta d'água. Para se adequar à nova realidade, alguns estabelecimentos fecham as portas nos dias de rodízios, investem em reservatórios e até recorrem a carro-pipa
Banhos suspensos para cachorros em pet shops. Restaurantes usando copos descartáveis para evitar louça suja. Salões de beleza dispensando clientes que querem serviços que demandem água, como escovas e tinturas. Empresas investindo em mais caixas-d’água. Esses são alguns exemplos das mudanças de hábitos que o empresariado do Distrito Federal vem fazendo com a ampliação do racionamento. Além da queda de vendas e de serviços, os comerciantes trabalham com a possibilidade de aumento da tarifa de água a partir de junho, deixando os custos operacionais ainda mais altos.
A falta de água uma vez por semana
preocupa o setor produtivo. Até então, os cortes expressivos estavam
centralizados na agricultura, que teve queda na produção em 2016 para
garantir que o recurso chegasse a todos os produtores rurais. Com a
ampliação do rodízio para 26 regiões, setores como o da construção
civil, do comércio e de serviços passam a ser diretamente atingidos. Na
análise das entidades representativas desses segmentos, o racionamento é
necessário, mas vai trazer prejuízos, uma vez que muitos empresários
terão que fechar as lojas nos dias sem água ou, então, investir em novas
tecnologias de consumo em um período de forte recessão econômica. O
setor de comércio e serviços, por exemplo, já vem de uma sequência de
quedas e registrou índice negativo de 13,38% nas vendas em janeiro.
[talvez, os empresários das ex-áreas nobres do DF e parte da Imprensa queiram ser poupados do racionamento e para compensar defendam que na periferia se adote o sistema água DIA SIM, DIA NÃO.
O esquema acima corre o risco de ser adotado em todo o DF, se o incompetente Rollemberg e a turma da CAESB, insistirem nesse racionamento fajuto UM DIA SEM ÁGUA e SEIS COM.
Permanecer este esquema aind ano final deste ano teremos que ter em todo o DF racionamento DIA SIM, DIA NÃO.
Senhor Governador, turma da CAESB, a conta é simples: se em FEV/2016 os reservatórios estavam com 80% e agora estamos sob 'rodízio' e os reservatórios com menos de 50%, continuar essa política fajuta de fingir racionamento em SET/2017 vamos estar com os reservatórios com menos de 20%, já que tudo indica que São Pedro vai deixar a população de Brasília pagar, sem água, pela incompetência dos governantes que escolheu.
A saída é três dias com água e um sem - para todo o DF; ajustar a sobre taxa de forma a penalizar mais o desperdício, reduzir a captação por particulares e IMPORTANTE: COMBATE SEM TRÉGUAS ÀS LIGAÇÕES CLANDESTINAS, em outras palavras, aos LADRÕES DE ÁGUA.]
Como o rodízio passou a atingir o Plano Piloto, a situação
mostra-se ainda mais grave porque é no centro da capital que o comércio é
mais pujante, por receber um fluxo diário de 500 mil pessoas de todas
as regiões administrativas e de cidades do Entorno goiano. “A gente pede
a colaboração também da atividade comercial. Estamos fazendo o máximo
esforço para diminuir o impacto negativo para a população”, afirma
Maurício Luduvice, presidente da Companhia de Saneamento do DF (Caesb).
Em
2016, mais de 2,5 mil lojas no DF encerraram as atividades por causa da
crise financeira vivida pelo Brasil, de acordo com dados da Federação
do Comércio do DF (Fecomércio-DF). O presidente da entidade, Adelmir
Santana, é incisivo: o corte semanal trará prejuízo econômico. “Ainda
não sabemos como andar com essa situação. Será uma época de adequação. O
que a gente sabe é que a crise hídrica vai ajudar a manter o cenário de
queda da atividade comercial”, acredita.
Na
opinião de Adelmir, comércios que dependem diretamente de água, como
bares, restaurantes e lavanderias, além de grandes centros de compra,
serão os mais atingidos. “Shoppings centers costumam ter grandes
reservatórios de água, mas o consumo é bem grande. Além do uso da água
para consumo e higienização do ambiente, os locais costumam ser
refrigerados, um ato que leva a gastar muita água”, explica.
Mesmo
concordando com a necessidade do racionamento, o presidente da Câmara
de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CLD-DF), José Magalhães
Pinto, prevê um cenário ainda mais pessimista. “No momento em que a
economia começava a melhorar, essa situação chega como um jato de água
fria. Com o racionamento, empresas que dependem de água para produzir
seus produtos poderão pisar no freio, reduzindo horário de trabalho, e,
com isso, diminuindo o faturamento, o que, inegavelmente, pode implicar
em demissões”, aponta.
Porém, o presidente da
CLD-DF pede calma aos comerciantes. “É preciso manter os números na mão,
acompanhar quanto de água está sendo gasto e motivar a equipe a poupar
mais. Antes de tudo, é necessário fazer uma revisão na empresa,
descobrir se máquinas e torneiras não estão apresentando vazamentos e,
daí, seguir para a parte prática — utilizando menos água na hora de
passar um pano e tendo consciência de que cada centavo a menos na conta é
um passo importante.”
O Sindicato da Indústria
da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF) garante que o
setor otimiza o uso da água, entretanto, vem sendo prejudicado com a
tarifa extra de contingência — ainda mais em um período em que o
segmento passa por crise gerada pela queda de lançamentos de imóveis por
causa do alto estoque. “A crise hídrica acaba vindo em má hora, em que
os esforços por economia já estão maximizados, pois qualquer gota
derramada em vão é, literalmente, dinheiro jogado fora”, justifica
Marcontoni Montezuma, diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade do
Sinduscon.
Para se preparar para o período sem água, os administradores de um restaurante de comida japonesa da 303 Sul tiveram que comprar uma caixa-d’água de 2 mil litros. A medida teve que ser tomada porque o local não tinha recipiente de armazenamento. “Um gasto de mais de R$ 3 mil para não prejudicar as vendas”, apontou o gerente Gelson de Souza. A culinária específica com peixes e outros ingredientes frescos impossibilita aos cozinheiros adiantarem a produção. “A preocupação é que, se ficarmos sem água, temos que fechar as portas, o que diminui o nosso faturamento”, disse.
Mesmo tendo se preparado, no dia seguinte após o corte, a água
ainda não tinha retornado. A solução foi comprar 2 mil litros de água de
um caminhão-pipa para encher a caixa d’água — mais R$ 200 retirados do
orçamento para não ter um prejuízo maior. “A preocupação é ocorrer isso
todas as vezes, mesmo com as medidas que tomamos. Juntamos os pratos
para lavar de uma única maneira, assim garante um pouco mais de
economia.”
A casa de café de Valéria Charbel,
na Asa Norte, vai fazer adaptações nos dias do rodízio. Como o prédio
tem apenas uma caixa-d’água, a empresária decidiu suspender o almoço
executivo. A estimativa é de uma queda de 30% no faturamento do dia. “A
produção dos alimentos gastam mais água e gera louças sujas. Não podemos
arriscar ao ponto de ficar sem nenhuma água e ter que fechar o comércio
mais cedo.”
Safra reduzida
Na
seca de 2016, houve queda de 70% na produção de grãos e diminuição de
30% da área plantada. As produções de milho e de feijão foram as mais
afetadas, assim como as hortaliças sentiram o peso da falta de água. O
resultado começa a se refletir no preço de itens da feira, como tomate,
milho, chuchu e batata, que chegaram a subir até 100%.
Tudo azul
A Esplanada dos Ministérios e a Catedral de Brasília estão iluminadas de azul em alerta contra a crise hídrica.
Março é o mês das águas e, durante o período, a nova iluminação
conscientizará a população sobre a escassez do recurso enfrentada
nacionalmente. A campanha é do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e da
Agência Nacional de Águas (ANA). Além da iluminação, será realizada uma
série de atividades e seminários de conscientização.
Fonte: Correio Braziliense
[Nota de esclarecimento: em respeito aos nossos dois leitores - "ninguém" e "todo mundo" - deixamos claro que quando consideramos o Plano Piloto ex-área nobre do DF não é devido o rodízio e sim pelo descaso com a manutenção das boas qualidades que o Plano Piloto, especialmente as duas asas, dispunham até o inicio deste século.
De uns tempos para cá, a qualidade de serviços públicos no Plano Piloto caiu demais, especialmente na Segurança Pública.
Em tempo: a maior parte dos que colaboram com este Blog residem em Taguatinga e estão satisfeitos - assim, nosso comentários que podem parecer contrário aos que moram no centro de Brasília, não são contra nem a favor, expressam apenas a verdade atual.]