Era forte, muito forte o sentimento de que estavam protegidos pela
capa da impunidade. Só isso explica João Santana e sua mulher, Mônica
Moura. Eles trabalharam em campanhas presidenciais, usaram técnicas
agressivas de publicidade e mantiveram contas secretas no exterior, onde
receberam recursos de empresas e lobistas. Isso, depois de Duda
Mendonça ter admitido que assim é que o PT lhe pagava.
Este não é o primeiro grande caso de corrupção investigado no Brasil.
O Mensalão colocou o ex-chefe de Santana diante de uma CPI e da
Justiça. Duda escapou do pior, mas ajudou a revelar o esquema. Disse que
foi forçado pelo PT a abrir uma offshore para receber parte do
dinheiro. Admitiu o caixa dois e pagou a multa.
De lá para cá, o país está claramente dobrando sua aposta no combate à
corrupção através do Ministério Público, da Justiça e Polícia Federal. A
Lava-Jato tem métodos e ação mais precisos, mais elaborados. Santana e
Mônica acham que poderão se livrar com a estratégia de admitir alguma
coisa para perder os anéis e ficar com os dedos. Eles reconhecem a
existência de contas no exterior não declaradas, mas Santana diz que não
sabe quem depositou nessa conta e seu advogado corrobora: “ele é um
criador.”
Na Pólis de Santana e Mônica, as criaturas não tinham limites. Elas
podiam subestimar a inteligência alheia, manipular os sentimentos,
mentir sobre adversários e escamotear a crise que agora nos consome. As
criações de João Santana fizeram mal ao país e à democracia brasileira,
mas isso não levaria o casal à prisão. Revela, contudo, a arrogância e a
sensação de impunidade que tinham. Ele fez tudo isso, enquanto dinheiro
duvidoso era depositado por lobista e por empreiteira em uma de suas
contas. A planilha da Odebrecht divulgada pela “Época” indica que pode
ter havido ligação mais direta. Santana orientava Dilma Rousseff a
mentir em debates e entrevistas, vivia na intimidade do poder como
conselheiro político mesmo após as eleições, enquanto tinha seis contas
não declaradas no exterior. Em novembro passado, diante dos avanços da
Lava-Jato, fez uma declaração retificadora na Receita admitindo cinco
contas, mas não a que recebeu o dinheiro de Zwi Skornicki e da
Odebrecht.
O que contaram Santana e Mônica nos depoimentos é risível. Receberam
no exterior porque trabalharam no exterior, não trouxeram o dinheiro,
mas pretendiam fazê-lo, receberam caixa dois, mas nunca no Brasil, e sim
em suas campanhas presidenciais em outros países.
Mônica cuidava de
toda a parte administrativa e financeira, a tal ponto que o distraído
criador nem sabe dizer quanto e quem lhe pagou. A estratégia clara é
admitir crimes menores para se livrar da cadeia e também proteger a
presidente Dilma Rousseff e seu mandato.
No exterior, eles trabalharam para presidentes como Hugo Chávez e
José Eduardo dos Santos e por essas campanhas admitem caixa dois. O que
liga os dois políticos é a prática antidemocrática. José Eduardo do
Santos é presidente desde 1979, seu governo é uma ditadura corrupta que
faz eleições para encobrir seu caráter autoritário. Sua filha Isabel dos
Santos é considerada a mulher mais rica da África, com fortuna avaliada
em US$ 3,7 bilhões pela revista “Forbes”. Sua riqueza tem relação
direta com o ambiente de corrupção instalado pelo governo para o qual
João Santana trabalhou. Hugo Chávez tinha, como todos vimos, a decisão
de se eternizar no poder, golpeando as instituições. Ele morreu, mas
deixou seu ectoplasma que governa o país rumo à ruína.
Pela versão das primeiras horas após a prisão, eles aceitaram
dinheiro de origem duvidosa, mas só no exterior. No Brasil, tudo foi
feito dentro da lei. Uma delinquência com limites geográficos. No início
da campanha, ele concedeu uma entrevista ao jornalista Luiz Maklouf na
“Época”, em que disse que a presidente Dilma ganharia fácil no primeiro
turno, enquanto haveria com os outros candidatos uma “antropofagia de
anões”, e explicou: “eles vão se comer lá embaixo e ela, sobranceira,
vai planar no Olimpo”. A história não foi assim, houve segundo turno,
mas o que o país quer saber agora é o que aconteceu no Olimpo. Ele diz
de si mesmo que tem ideias muito rápidas. Agora é a hora de mostrar
isso, mas que a ideia seja crível, porque os velhos truques não
funcionam mais. O país está mudando.
Fonte: Coluna da Míriam Leitão
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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domingo, 28 de fevereiro de 2016
Criaturas de Santana
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