Em entrevista ao UOL, um dos defensores da família do petista, o advogado Daniel Godoy afirma que a ação é uma manobra para culpar a vítima pelo crime: “é uma tentativa de criminalizar a vítima, justificar a versão de que se trata de briga de bar e de descaracterizar o crime de ódio por motivação política”.
A defesa do atirador inclusive solicitou o acesso às imagens de câmeras de vigilância para verificar se houve o consumo de bebida alcoólica pela vítima. Na tese sustentada pela defesa de Garanho, a ação do guarda municipal foi em legítima defesa, o que vai de encontro com as imagens registradas no local do crime. A advogada Marise Jussara Franz Luvison, indicada pelo Sindicato dos Agentes Federais de Execução Penal de Catanduvas (PR), onde Jorge trabalha, ainda diz que a vítima retirou a arma da cintura e a apontou para Guaranho. “Jorge Guaranho realiza passos para trás e, na busca de se defender, aponta a arma em direção a Marcelo”, cita a advogada no documento enviado à Justiça.
“As imagens mostram que o acusado Jorge profere algumas palavras, e pelo que indica, pedindo para que a vítima abaixasse a arma, o que é ignorado, e ainda assim, Marcelo contínua indo ao encontro do acusado com a arma em punho apontada na direção de Jorge, obrigando-o a efetuar dois disparos na busca de sua defesa”.
Como registrado nas imagens, Guaranho foi baleado após atirar em Arruda. O policial penal está internado da UTI do Hospital Ministro Costa Cavalcante, ele recebeu golpes na cabeça de dois convidados da festa.
Polícia segue com investigações
Até o momento, a Polícia Civil do Paraná já ouviu oito pessoas envolvidas no caso. A reconstituição do crime deverá acontecer nos próximos dias. Por conta do caso, a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sediada na capital Curitiba segues como responsável pela investigação, além de uma força-tarefa “para garantir celeridade na apuração dos fatos”, informou a Secretaria da Segurança Pública do Paraná.