Folha de S. Paulo
Presidente perde popularidade, mas mantém base fiel em grupos cobiçados por rivais
O tabuleiro da direita
Além do aumento do índice de reprovação de Jair Bolsonaro, a pesquisa
Datafolha mostrou que a versão radical de sua plataforma tem sustentação
numa fatia considerável do eleitorado. O presidente parece ocupar
terreno firme o suficiente para puxar parte do jogo político para a
direita nos próximos anos. Mesmo sob retórica agressiva, sem concessões à moderação, Bolsonaro
construiu apoio relativamente estável em grupos-chave. Um terço dos
brasileiros de renda média e quase 40% daqueles com renda mais alta
dizem que o governo é ótimo ou bom.
No Sul e no Sudeste, embora índices negativos tenham subido, a avaliação
positiva ficou praticamente estável desde abril, acima dos 30%. Os números não são vistosos, mas indicam que Bolsonaro conta com a
fidelidade de parte desses segmentos até quando chega ao ponto de
defender torturadores e de desdenhar da preservação do meio ambiente. O presidente decidiu montar guarda nesse extremo da régua ideológica.
Acreditando ter dominado o território, ele tenta expurgar potenciais
adversários para o campo oposto. Bolsonaro trabalha para jogar para a esquerda rivais que podem disputar
espaço naqueles nichos, como João Doria. A declaração de que o tucano
"mamou" em governos do PT ao comprar um jato é um empurrão inicial. O
movimento segue a doutrina bolsonarista que infla uma polarização
exagerada com a esquerda para espremer posições de centro.
Nas últimas décadas, quem ocupava parte das faixas de renda e das áreas
do país capturadas por Bolsonaro era o PSDB, em disputa com os petistas.
Candidatos desse campo político não terão abertura para reconquistar
espaço pela esquerda, então tendem a reagir pela direita. Doria testou as águas ao anunciar, nesta terça (3), o banimento de um
material que ensinava alunos de 14 anos a usar preservativos. De quebra,
atacou a "ideologia de gênero", que nada significa e nada tem a ver com
saúde pública, mas é um emblema da extrema direita. O concurso de
obscurantismo começou. [a maldita 'ideologia de gênero' tem tudo a ver com a saúde, tanto física quanto psíquica de nossas crianças;
qual o sentido de ensinar a uma criança de 14 anos a usar camisinha?
aliás, até os 14 anos a criança em matéria de qualquer abuso ou assédio sexual é vulnerável. Talvez seja conveniente indiciar o autor, ou autores, desse material no Código Penal.
PARABÉNS à PF e Policia Civil de alguns estados pelo êxito da Operação Luz da Infância, combatendo pornografia infantil - no Brasil ocorrem mais de 3o prisões e também Michigan, EUA.]
PARABÉNS à PF e Policia Civil de alguns estados pelo êxito da Operação Luz da Infância, combatendo pornografia infantil - no Brasil ocorrem mais de 3o prisões e também Michigan, EUA.]