Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador popularidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador popularidade. Mostrar todas as postagens

domingo, 14 de agosto de 2022

A democracia do imposto - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

O Supremo é hoje o inimigo número 1 da redução de impostos, por entender que isso dápopularidade

No Brasil desconexo, despótico e disfuncional criado nos últimos anos pela deposição dos poderes Executivo e Legislativo, e a ocupação das suas funções pelo STF, reduzir impostos tornou-se um ato “antidemocrático”
 É uma das aberrações mais grosseiras desta marcha batida rumo à degeneração. 
Numa democracia de verdade, o Estado existe para servir à população; tem de entregar o máximo, e o melhor, pelo menor custo para o cidadão.
No Brasil que está sendo fabricado pelos nossos altos tribunais de Justiça, o que vale é o exato contrário. Para salvar a democracia, dizem eles, é a população que tem de servir ao Estado e qualquer tentativa de aliviar um pouco essa servidão é imediatamente reprimida pela junta judiciária que hoje governa este país.  
Menos imposto não é mais eficiência; é “populismo”, dizem seus membros. É transferência de renda do Estado para as pessoas, e isso configura crime de demagogia. Na democracia do STF, só se admite que a renda nacional faça o caminho oposto seja transferida da população para o Estado.
 
WJSTF  BRASILIA DF  29.07. 2022   STF/BRASILIA DF (((EMBARGADO E EXCLUSIVO)))    POLITICA OE  -  Sede do Supremo Tribunal Federal, na praça dos três poderes,  em Brasilia-DF.  -  FOTO WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
WJSTF BRASILIA DF 29.07. 2022 STF/BRASILIA DF (((EMBARGADO E EXCLUSIVO))) POLITICA OE - Sede do Supremo Tribunal Federal, na praça dos três poderes, em Brasilia-DF. - FOTO WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
O veto à redução de 35% no IPI é a última comprovação desse disparate. A diminuição do imposto beneficiaria diretamente os brasileiros, ao levar à queda nos preços de centenas de produtos que as pessoas consomem em seu dia a dia
Mas, segundo o governo do Amazonas, e mais um partido anão da extrema “esquerda” que usa o STF como seu escritório de despachantes, a redução geral de preços iria diminuir a vantagem dos produtos fabricados da Zona Franca de Manaus, que custam menos por desfrutarem de isenção fiscal. 
O governo, então, fez uma lista excluindo da redução de 35% uma série produtos que são montados na Zona Franca – esses continuariam com os preços atuais. Não adiantou nada. 
Os militantes do imposto exigiram que não se tocasse na alíquota, de jeito nenhum, e o ministro Alexandre de Moraes ficou do lado deles
O Brasil tem 220 milhões de habitantes. O Amazonas tem menos de 4 milhões. É assim que funciona o Brasil democrático do STF.

Não se trata, aí, de uma exceção. É a regra: o Supremo é hoje o inimigo número 1 da redução de impostos, por entender que isso dá “popularidade” a um governo que detesta e quer ver derrotado nas eleições presidenciais de outubro. 
Não se salva, nem mesmo, a diminuição de tributos que levou a baixar os preços dos combustíveis – algo de interesse absoluto, direto e urgente para o cidadão. 
O Supremo sabota ativamente a gasolina mais barata, ao dar licença para que os Estados, forçados por lei a reduzir seus impostos sobre os combustíveis, não paguem as dívidas que têm com a União. É a “resistência” ao “autoritarismo”.
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S.Paulo 
 
 

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Situação-limite - Não é normal ter data marcada para golpe de Estado - Merval Pereira

O Globo

Sete de Setembro

Não é normal chegarmos ao ponto de ter data marcada com antecedência para um golpe de Estado. E, quando o dia chega, como hoje, não se sabe o que pode acontecer. É perigoso que se considere normal que um presidente da República faça ameaças aos componentes do Supremo Tribunal Federal, ao Congresso e que isso não seja motivo imediato para um processo de impeachment. [eventual pedido de impeachment seria arquivado, fortalecendo a posição do presidente, já que o arquivamento poderia ser interpretado como um suposto aval à conduta presidencial.]
 
Ainda estamos na fase de ver no que vai dar o discurso antidemocrático de Bolsonaro, de achar que ele ainda não atravessou nosso Rubicão. Às vésperas dos 200 anos de Independência — hoje é o 199º aniversário —, já deveríamos ter superado essa instabilidade política.

[finalmente a mídia militante se convenceu de que não existe golpe militar ou de Estado com dia e hora marcados; tampouco articulações pública, com divulgação nominal dos articuladores.
Alguns membros daquela mídia chegaram a perder noites de sono preocupados. 
Outra coisa que muitos esquecem é que quando ocorre um golpe militar, ou de Estado, o que menos preocupa os golpistas é o que a Constituição, as leis em geral e o tão falado 'estado democrático de direito' dizem sobre o assunto.
Aliás, consideramos sem sentido que autoridades se manifestem na imprensa com frases tipo: "as instituições estão alertas e não vão tolerar  golpes", "as instituições estão fortes e vigilantes", "a democracia e o 'estado democrático de direito' prevalecerão" e outras do tipo.
Como bem diz J. R. Guzzo, em O Estado de S. Paulo: "Golpe exige força – e o único que tem força, o Exército, não vai se meter isso"
 
Nunca participamos de golpe militar ou de golpe de Estado, nem pretendemos  - o que nos coloca entre os sem experiência no assunto - mas basta ler, pesquisar sobre o assunto, para deduzir que em golpes valem duas situações:
- uma das situações foi expressa na famosa frase de Stalin quando perguntou: "quantas divisões tem o Papa?";  
- a outra, se apresenta no terceiro parágrafo do Preâmbulo do 
Ato Institucional nº 1, editado pelo Movimento Revolucionário de 31 de março de 1964.]
Pela movimentação que vem sendo feita há tanto tempo e pelo engajamento do próprio presidente, os atos de hoje serão grandiosos, não no sentido de admiráveis, mas no de tamanho. Embora esteja caindo em popularidade, Bolsonaro mantém ainda um núcleo de apoiadores muito importante, cerca de 20%, 25%, e, se mantiver esse tamanho, tem lugar garantido no segundo turno da eleição presidencial do ano que vem. 
 
Importante é saber se esses números se manterão. Durante a campanha, ele pode se desidratar mais, mas, no momento, tem muita gente ainda que segue seus pensamentos e acredita nele. Minha dúvida e meu temor são quanto à possibilidade de violência e arruaças, e esses sentimentos têm sobretudo uma responsável, a retórica agressiva do presidente Bolsonaro. Receio que, diante de uma multidão ensandecida, ele não se controle e incite o povo contra o Estado de Direito e as instituições democráticas, o que poderá ter consequências.
[outro aspecto que entendemos sem sentido, sem sustentação,  é citar que o presidente da República está perdendo popularidade, quando sabemos que com o FIM DA PANDEMIA, o reinicio do processo de crescimento da economia, a redução do desemprego, a popularidade do Presidente irá bem próxima aos 100% - não chegaremos a tanto mas com as bênçãos de DEUS em 2022, em setembro a popularidade do Presidente da República Federativa do Brasil, JAIR MESSIAS BOLSONARO, também candidato a mais um mandato presidencial, estará mais próxima dos 100% do que dos 50%.
 
Aliás, qual a credibilidade de uma pesquisa nacional de popularidade que entrevista, por telefone, 1.000 pessoas?  
Sabemos que as pesquisas atuais são nos moldes da exposta na interrogação. 
As oscilações da popularidade do presidente da República não são consequência dos seus comentários, frases de efeito, etc, que são emitidas mais para fins políticos do que avisos. Não podemos olvidar que contra o capitão até São Pedro está segurando, temporariamente, as chuvas.]

Bolsonaro avança contra [sic]  marcos democráticos como liberdade de expressão e direitos humanos alegando estar defendendo essas mesmas liberdades, desconstruindo as palavras numa novilíngua que pretende transformar o indefensável em palatável, a anormalidade em novo normal.

O governo jogou tanta força da sua capacidade de mobilização nas manifestações que pode haver uma realidade contrária. Estão esperando muita gente — Bolsonaro chegou a falar em 2 milhões de pessoas nas ruas —, o que deve ser decepcionante para ele. Esse exagero numérico já o coloca como perdedor, pois, pelas modernas técnicas de medição do número de pessoas por metro quadrado, muitos eventos monumentais já foram desmoralizados. [detalhe: a mídia militante cuidará de minimizar o número de participantes  pró Bolsonaro e maximizar o dos inimigos do Brasil. Desenhando: se 1.000.000 comparecerem aos atos em apoio ao presidente Bolsonaro e 200.000 assumirem posição contrária ao Brasil, os números serão manipulados de forma a que a narrativa registre 300.000 pró Bolsonaro = a favor do Brasil = e 700.000 contra Bolsonaro.]

Então a situação de Bolsonaro começará a ficar insustentável. Mas nada disso é admissível numa verdadeira democracia. Não é aceitável que se tenha de medir forças nas ruas para saber que rumo o país terá, fora do resultado de eleições diretas. O que Bolsonaro está fazendo é querer levar o resultado das urnas em 2022 para um plebiscito antecipado.

A intenção declarada é ter uma foto da multidão para mostrar ao mundo sua força popular, como se essa suposta força fosse suficiente para autorizá-lo a transgredir a lei. A minoria barulhenta e arruaceira que apoia Bolsonaro é o oposto da maioria nem tão silenciosa que se opõe a seu desgoverno. E também oposta à maioria que irá às ruas hoje, querendo participar de manifestação pacífica que pode se transformar em tragédia insuflada por radicais. Essa minoria quer impor sua vontade como se majoritária fosse, transformar a democracia representativa em letra morta.

Nem que fosse maioria, poderia impor sua vontade, pois a democracia tem mecanismos para proteger as minorias. Mas não as minorias que querem tomar o poder à força. Esse é o paradoxo que temos de enfrentar, uma minoria antidemocrática que não aceita os poderes que impõem a ela os limites democráticos.

O engano vem de longe, de quando Bolsonaro foi eleito com quase 58 milhões de votos e incorporou a seus apoiadores todos os que votaram nele, mesmo sem gostar. [novidade: !!! agora ao se votar em determinado candidato, devemos informar se votamos naquele candidato, ainda que  a contragosto?]Ser antipetista não significa ser bolsonarista, e tanto um grupo quanto o outro têm de respeitar a regra democrática. Estamos numa situação-limite. Depois das manifestações, teremos uma visão clara do que pode acontecer no país.

Merval Pereira, colunista - O Globo

 


domingo, 11 de julho de 2021

Citando "crime de responsabilidade", STF responde a ataques de Bolsonaro

Em resposta às agressões e ofensas disparadas pelo presidente da República, ministros da Corte mencionam "crime de responsabilidade", além de "respeito às instituições" e à "honra de seus integrantes". 

Em uma escalada de acusações e ameaças de atos autoritários, o presidente Jair Bolsonaro vem desafiando o Poder Judiciário. Ao longo da semana passada, o chefe do Executivo afirmou reiteradas vezes que ocorreram fraudes nas eleições de 2014, e alega que Aécio Neves venceu o pleito. No entanto, convocado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apresentar provas do que diz, Bolsonaro ainda não se manifestou e ameaça atuar para aplicar um golpe, barrando as eleições de 2022. O comportamento do presidente é visto no Supremo Tribunal Federal como um ato de desespero diante da queda de sua popularidade. [queda de popularidade? desespero, se houver, é da parte dos inimigos do Brasil, dos que querem afastar o presidente Bolsonaro do cargo para o qual foi eleito pela vontade soberana de quase 60.000.000 de eleitores.
O desespero deles é tamanho, que fingem ignorar que a queda de popularidade do capitão é passageira, com o fim da PANDEMIA - que,  para desespero dos que são contra o presidente e o Brasil, está indo embora - e a volta do crescimento econômico, redução do desemprego e outras benesses que cairão sobre o Brasil e os brasileiros, logo a popularidade do presidente retornará aos níveis anteriores. Sugerimos que esqueçam o restante do mandato do presidente e concentrem suas preocupações em impedir que ele seja reeleito em 2022. 
Imagine... ter que engolir Bolsonaro por mais quatro anos a parte de 2023.]

Entre os ministros do Supremo, as ameaças de que “pode não ter eleição em 2022” caso não seja implantado o voto impresso situam-se no limite entre a liberdade de manifestação e a conduta criminosa, que enseja crime de responsabilidade. O custo da impressão das cédulas seria de R$ 2,5 bilhões ao longo de 10 anos, além dos riscos para o sigilo do voto. Na sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, que vai conduzir o TSE durante as eleições gerais do ano que vem, reagiu de maneira contundente. “Os brasileiros podem confiar nas Instituições, na certeza de que, soberanamente, escolherão seus dirigentes nas eleições de 2022, com liberdade e sigilo do voto. Não serão admitidos atos contra a Democracia e o Estado de Direito, por configurar crimes comum e de responsabilidade”, escreveu ele nas redes sociais. [a escolha soberana, com liberdade e sigilo do voto, já existe - o que preocupa é se o que o eleitor escolhe soberanamente e sob sigilo,  no momento do voto, é computado sem desvios = só o voto impresso pode garantir que o voto que seguiu para o cômputo digital é cópia fiel do que o eleitor digitou.]

O presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, respondeu aos ataques com um tom mais institucional, mas deixou claro que excessos não serão tolerados. Em nota, afirmou que o tribunal “rejeita posicionamentos que extrapolam a crítica construtiva e questionam indevidamente a idoneidade das juízas e dos juízes da Corte”. O presidente do STF demarcou, ainda, os limites da convivência entre os Poderes da República. “O Supremo Tribunal Federal ressalta que a liberdade de expressão, assegurada pela Constituição a qualquer brasileiro, deve conviver com o respeito às instituições e à honra de seus integrantes, como decorrência imediata da harmonia e da independência entre os Poderes”, escreveu.

Além de provocar desgaste institucional, as declarações do presidente Jair Bolsonaro podem gerar desdobramentos, inclusive na Justiça. O capitão da reserva do Exército chegou a dizer que o ministro Barroso se articula pessoalmente contra o voto impresso, e acusou-o de defender a prática de pedofilia, além de chamá-lo de “idiota” e “imbecil”. “Se nós queremos uma maneira a mais para mostrar transparência, por que o Barroso é contra? Ministro do Supremo Tribunal Federal, uma vergonha um cara desses estar lá. Não é porque ele defende aborto não, não é porque ele quer defender redução da maioridade por estupro de vulnerável. Com 12 anos de idade, tenho uma de 10 em casa, isso não é estupro, pode ser consentindo, segundo a cabeça dele. Um cara que quer liberar as drogas, um cara que defendeu um terrorista assassino italiano, Cesare Battisti. Esse é o perfil de Barroso que está à frente das eleições”, disparou o presidente. [o direito de ser contra o voto impresso e de apontar eventuais articulações realizadas por ministros do TSE, que podem prejudicar a imparcialidade que se espera dos magistrados, deve ser respeitado. (IMPORTANTE: O presidente Bolsonaro pode até ser acusado de ter se excedido, só que causa estranheza é que o criminoso Lula disse com todas as letras que o Supremo estava acovardado. E, ninguém protestou, o silêncio foi total. Já o excesso verbal do presidente Bolsonaro é criticado de forma implacável.) Mas, é INADMISSÍVEL, REPROVÁVEL, que ofensas pessoais sejam feitas contra ministros, juízes,magistrados e a qualquer pessoa. O ofendido tem o DIREITO, até mesmo o DEVER, buscar reparação junto ao Poder Judiciário, cabendo ao OFENSOR o DEVER, a obrigação inarredável,  de provar o que afirmou ou suportar as consequências.]

Barroso respondeu com ironia, ao postar na rede social um poema, falando sobre “insulto”, “mal” e recomendando a música Cálice, de Chico Buarque. No entanto, Rodolfo Tamanaha, professor de direito constitucional do Ibmec Brasília, afirma que o magistrado pode inclusive reagir na Justiça. “As declarações contra o ministro Barroso, por exemplo, poderiam caracterizar crime contra a honra, como calúnia, difamação, injúria, e o ministro poderia propor uma ação contra o presidente Bolsonaro por este tipo de crime. Mas seria inusitado, pois seria julgado pelo próprio Supremo, em razão da natureza do cargo envolvido”, diz.

Ele destaca que, em relação às acusações de fraude, o TSE pode responder como instituição. “Quanto ao voto impresso, o TSE tem função ativa, fiscalizatória e jurisdicional. Ele julga, normatiza as resoluções sobre as eleições e tem ação fiscalizatória por monitorar crimes eleitorais. Ele pode trazer para a opinião pública que o sistema eletrônico não tem falhas relevantes”, completa.

Eduardo Galvão, analista político, aponta que as relações entre os Poderes frequentemente passam por situações de crise, o que não representa rompimento democrático. Ataques de presidentes ao STF não são exclusividades do nosso momento atual. O ex-presidente Lula disse, quando estava no governo, que o Supremo estava acovardado. A harmonia entre os Poderes sempre é tensa. Os poderes democráticos têm suas funções típicas e atípicas, como fiscalizar os excessos dos demais. É uma relação em que sempre há uma observância. Isso não quer dizer, de forma alguma, que exista risco para as eleições. As eleições são base do sistema democrático, com instituições fortes”, destaca.

Novo ministro
A série de críticas ao sistema eleitoral disparadas por Jair Bolsonaro ocorrem na iminência da indicação de um substituto para o ministro Marco Aurélio Mello, que deixa a Corte nesta segunda-feira, ao completar 75 anos de idade. A tendência é de que o próximo indicado à Corte seja o atual advogado-geral da União, André Mendonça. Apesar de ter se envolvido em polêmicas, ao usar a Polícia Federal e a Lei de Segurança Nacional para perseguir opositores do governo, [Mendonça se limitou a cumprir o principio basilar do 'estado democrático de direito' de que as LEIS se aplicam a todos  e a LSN é uma LEI em PLENA VIGÊNCIA e qualquer pessoa que a desobedeça, opositor ou apoiador do Governo deve ser investigada, processada e julgada. Mendonça tem a OBRIGAÇÃO de cumprir a LSN e qualquer outra lei e, por ser uma autoridade constituída tem o DEVER de fazer cumprir toda e qualquer lei vigente.] Mendonça tem boa aceitação entre os integrantes do Supremo. “A avaliação é de que ele sempre atuou para reduzir o impacto das declarações e colocar panos quentes no que o presidente fala”, diz um interlocutor de magistrados do Supremo.

O próprio ministro Marco Aurélio declarou publicamente apoio ao ingresso de Mendonça na vaga que ele deixa na Corte. As ações do presidente até agora eram interpretadas como “bravata” para tentar manter o apoio de eleitores mais radicais e discurso político de inovação. Ele foi eleito declarando oposição ao que chamou de “velha política”. No entanto, ao ser eleito, além de manter alianças com o Centrão, derrapou em suas propostas e protagoniza uma agenda de escândalos de corrupção, como supostas fraudes envolvendo a compra de vacinas contra a covid-19. As alegações de irregularidades nas eleições seriam uma maneira de manter apoio dos eleitores.

Correio Braziliense 


sábado, 12 de junho de 2021

‘Motosseata’ com Jair Bolsonaro reúne milhares com aglomerações em SP

“Acelera para Cristo” vai de São Paulo até a cidade de Jundiaí, retornará à capital e será encerrada em frente ao Obelisco, nas imediações do Ibirapuera

O presidente Jair Bolsonaro participa de "motosseata" na manhã deste sábado //Reprodução
 Com o país próximo da marca de 500.000 mortos por coronavírus na pandemia, o presidente Jair Bolsonaro participa na manhã deste sábado, 12, de uma “motosseata” em São Paulo. Sem máscara, o presidente conduz uma moto à frente de um comboio com milhares de motociclistas que o apoiam – a maior parte também não usa o item de proteção contra a Covid-19.

O grupo saiu das imediações do Sambódromo do Anhembi, na marginal Tietê, Zona Norte da capital paulista, onde o trânsito foi afetado, e seguiu pela Rodovia dos Bandeirantes até Jundiaí, de onde retornará a São Paulo. A via está fechada no trecho entre as cidades, cerca de 160 quilômetros, para a passagem do ato. Na chegada à cidade do interior, no trevo de onde o comboio partiria de volta à capital, o presidente desceu da moto e houve aglomeração em torno dele. O retorno começou por volta das 12h.

O final da manifestação, que também vai percorrer vias importantes da cidade, está previsto para a praça do Obelisco, diante do Parque do Ibirapuera. Bolsonaro deve discursar no local ao lado de aliados. Horas após o início da ‘motosseata’, o governo do estado de São Paulo informou que Bolsonaro foi autuado no valor de R$ 552,71 por não usar máscara. Também foram multados o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ministro Tarcísio Gomes, que comanda a pasta da Infraestrutura. [o ex-governador das vacinas, precisa aparecer e a solução encontrada foi multar o presidente Bolsonaro - quando as aparições são por sua conta, o 'dorinha' sempre fica mal - é passeando em Miami enquanto prende os paulistas em casa ou curtindo  momentos com a mulher em hotel de luxo no Rio, enquanto deixa os paulistas sob lockdown,  e sem máscara.
O fracassado 'joãozinho' tem que pegar carona no vácuo do mito, para aparecer.]

No comunicado, o governo diz que foi encaminhado aos três um documento que “pontua a necessidade da manutenção das medidas preventivas já conhecidas e preconizadas pelas autoridades sanitárias internacionais, como uso de máscara e distanciamento”. O uso de máscaras é obrigatório no estado de São Paulo desde maio de 2020.

O primeiro trajeto divulgado era mais curto: ia apenas do sambódromo até a Avenida Paulista, mas Bolsonaro considerou curto. “Eles falaram quarenta quilômetros. Quarenta quilômetros para 100 mil motos? O cara vai ligar o motor e ficar parado”, ironizou em conversa com apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada na quarta-feira, 9. A expectativa daqueles que se apresentam como organizadores do evento é maior que a do próprio presidente – falam em 1 milhão de motos. Segundo o empresário Jackson Villar, que esteve na reunião com a PM, há 400 mil veículos inscritos no site da Embaixada do Comércio, entidade que preside. Segundo ele, um dia antes esse número era de 275 mil.

Organização polêmica
A organização do evento é um grande mistério. Batizada de “Acelera para Cristo” pelo próprio Villar, chegou a ser divulgado que o passeio teria a organização de lideranças evangélicas ligadas ao Conselho de Pastores de São Paulo, que, no entanto, não tem nenhuma menção ao evento em suas páginas. Jackson Villar – cujo verdadeiro nome é Jarkson Vilar da Silva – tem 41 anos de idade e é um personagem polêmico. Em 12 de março deste ano, organizou um protesto no Terminal João Dias contra o governador João Doria (PSDB) e as medidas de restrições adotadas para conter o coronavírus. Uma semana depois, também liderou uma carreata até as proximidades da residência do tucano, nos Jardins.

Antes, no dia 6 de março, divulgou vídeos em redes sociais desafiando agentes da Vigilância Sanitária e dizendo que manteria o seu comércio aberto apesar das restrições impostas pelo governo. Chegou a ser levado a um distrito policial pela Guarda Civil Municipal em razão do post. Em 2018, foi candidato a deputado federal pelo Pros, mas obteve apenas 1.824 votos e não se elegeu. Em seu nome consta uma empresa de armarinhos no Jardim São Luís, zona sul de São Paulo. Ele também já teve uma revenda de veículos em Itajaí (SC). Seu endereço residencial é de Campinas.


Presidente participou de ‘motosseata’ que reuniu milhares de apoiadores neste sábado, 12 Reprodução/Facebook

Questionado por VEJA sobre como tratou da organização do ato com Bolsonaro, disse apenas que enviou e-mails para o endereço eletrônico da agenda do presidente e que tudo foi combinado por esse canal. Ele também afirmou ter convidado a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que compartilha conteúdos divulgados pela Embaixada do Comércio.

Manifestações
O passeio em São Paulo será o terceiro de Bolsonaro com simpatizantes motociclistas — ele já fez eventos semelhantes em Brasília, no dia 9, e no Rio de Janeiro, no dia 23 de maio. A organização dos atos obedece sempre à mesma lógica: o presidente diz que participa se for convidado, depois diz que surgiu um convite, confirma a participação e a divulgação do evento viraliza nos perfis bolsonaristas nas redes sociais. A realização desses atos acabou provocando uma contraofensiva da oposição, que voltou a realizar protestos de rua no dia 29, após um longo hiato, e programa outro para o próximo dia 19 de junho. [nos protestos da oposição falta público; até as imagens veiculadas pela mídia militante, são de 'panelaços' passados e passeatas com imagens antigas.
Os do presidente Bolsonaro, sem nenhuma divulgação da mídia militante, juntam milhares e milhares.]

 Política - VEJA 

 

sábado, 19 de dezembro de 2020

Maia articula centro-esquerda - Nas entrelinhas

Do ponto de vista prático, o Centrão conseguiu se unificar em torno de Lira, e o bloco de centro-esquerda que Maia organiza ainda não tem um nome de consenso

O [ainda]  presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), articula com os partidos de esquerda um nome de centro que possa derrotar a candidatura governista de Arthur Lira (PP-AL), o candidato do presidente Jair Bolsonaro. Ontem, em reunião com os partidos de esquerda — PT, PDT, PSB, PSol e PCdoB —, fechou acordo para uma composição ampla, evitando candidaturas avulsas, para formar um bloco majoritário na Câmara. Com isso, fracassaram as articulações de Lira com setores desses partidos. O PT, com 54 deputados, ou seja, a maior bancada, teve um papel decisivo. Com o PSB (31), o PDT (28), o Psol (10) e a Rede (1), o bloco soma 124 deputados.

Entretanto, Maia ainda precisa coesionar os partidos do seu próprio bloco em torno dessa aliança. Caso consiga um nome de consenso, que também seja aceito pela esquerda, pode se formar um bloco majoritário na Câmara, pois o grupo de Maia soma 158 deputados, dos seguintes partidos: DEM (28), MDB (34), PSDB (31), PSL (53), Cidadania (8) e PV (4). Em tese, os dois blocos juntos podem chegar a 282 deputados, ou seja, a maioria da Câmara, que tem 513 deputados. O problema é que essa contabilidade é formal, pois os acordos de bancada precisam ser confirmados por cada deputado e o índice de traição é grande, principalmente quando envolve a negociação de cargos e a liberação de verbas federais, como está acontecendo.

Do ponto de vista prático, o Centrão conseguiu se unificar em torno de Lira, e o bloco de centro-esquerda que Maia organiza ainda não tem um nome de consenso. Baleia Rossi (SP), o líder do MDB, continua sendo o candidato mais forte, mas não é o que tem melhor trânsito junto aos partidos de esquerda. Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) teria mais passagem, porém não tem apoio de seu próprio partido, cujo candidato é Lira. Havia conjecturas em torno do nome do vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), mas ele descolou do bloco e decidiu apoiar Lira, supostamente em troca de uma vaga na Esplanada. Tereza Cristina (DEM-MS), atual ministra da Agricultura, com ampla passagem na bancada do agronegócio, por hora, é uma articulação da cúpula do DEM.

Aprovação
Uma das variáveis que influenciam a disputa na Câmara é a popularidade do presidente Jair Bolsonaro. Segundo pesquisa CNI-Ibope, divulgada ontem, a aprovação de Bolsonaro (bom e ótimo) caiu de 40% para 35%, de setembro a dezembro. No entanto, é seis pontos maior que a registrada em dezembro de 2019, quando chegou a 29%. Os números apontam, também, que a confiança no presidente praticamente não mudou, oscilando de 46% para 44%, dentro da margem de erro. A aprovação da maneira de governar do presidente diminuiu, no limite da margem de erro, de 50% para 46%, e a desaprovação subiu, de 45% para 49%. A pesquisa CNI-Ibope ouviu 2 mil pessoas entre 5 e 8 de dezembro, em 126 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e a confiança, de 95%.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo,jornalista - Correio Braziliense

 

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

As dúvidas sobre o frentismo em 2022 - Alon Feuerwerker

Confirmou-se que o primeiro turno das eleições municipais trouxe a capilarização dos partidos da base do governo, e que por isso tinham, e aproveitaram melhor, o acesso ao orçamento federal. Viu-se também um certo movimento de continuidade, natural e esperado em meio a uma pandemia. Notou-se ainda a resiliência da esquerda, fenômeno facilmente detectável na manutenção dos votos para vereador e na votação significativa nos grandes centros.

O debate agora é sobre o que o resultado de 2020 projeta para 2022. Com os necessários cuidados, pois não há transposições mecânicas. E falta muito tempo político. Feitas as ressalvas, a dúvida que fica é sobre os possíveis blocos e alinhamentos. E para esse debate é útil a observação do que vai se dar no segundo turno, daqui a uma semana. Pois ficará claro o estágio atual da disposição dos diversos atores para alianças e formação de coalizões. Informação essencial para definir a tática.

Já está explícito, por exemplo, que mesmo as frações mais resistentes a alianças e frentismos na esquerda estão dispostas a votar em qualquer candidato não bolsonarista para derrotar o bolsonarismo. A opção do presidente da República por manter o discurso e a prática alinhados ao que podemos chamar de núcleo ideológico facilita um agrupamento quase automático de forças contrárias quando só há duas opções.

Mas, atenção, desde que o adversário seja palatável aos que em 2018 votaram Bolsonaro ou se abstiveram, e agora procuram outro caminho. E se em 2022 o presidente for ao segundo turno contra alguém da esquerda? Neste momento, não é excessivo supor que ele deverá arrastar de volta pelo menos uma parte dos arrependidos. Ou será que não? Duas das disputas neste segundo turno são um termômetro para tirar a dúvida. Vitória (ES), onde o PT está no segundo turno, e Belém, onde o adversário do candidato bolsonarista é do PSOL.

Em Fortaleza, o cirismo parece ter formado com facilidade a frente antibolsonarista. Veremos o resultado na urna. Mas, e em Vitória e Belém, o autonomeado centrismo ficará de que lado? De todo modo, 2022 projeta forte pulverização de candidaturas majoritárias, pelos menos das forças com pouco acesso a orçamentos públicos. Porque o voto majoritário é uma ferramenta preciosa para puxar o voto proporcional, e não custa lembrar sempre que daqui a dois anos a cláusula de desempenho na votação para a Câmara dos Deputados estará colocada alguns centímetros acima do que em 2018.

E a votação para deputado federal, além de definir se o partido fica na Série A ou cai para a B, acaba também definindo quanto a legenda terá de espaço no horário eleitoral e verba do fundo eleitoral em 2024 e 2026. Não é pouca coisa em jogo.

Portanto, é ilusão imaginar alianças muito amplas na largada. Cada um precisará caminhar com suas próprias pernas. Talvez haja alguma convergência entre MDB, PSDB e Democratas, notam-se ensaios. E entre as legendas do chamado centrão, estrito senso, e talvez em torno do presidente da República. O que dependerá, obviamente, da popularidade de Jair Bolsonaro quando chegar a hora de tomar as decisões. [nós que queremos em 2022 a consolidação do melhor para o Brasil = reeleição do presidente Bolsonaro = precisamos focar em 2021 por uma melhora na economia ´- o bastante para asfixiar a turma do quando pior, melhor.

Apesar dos  maus brasileiros que torcem por uma segunda onda, esqueçam o repique da covid-19, neste mês foi fruto de uma excessiva flexibilização no feriadão do inicio do mês e do represamentos de dados devido problemas com o sistema do Ministério da Saúde.]

 Alon Feuerwerker, jornalista e analista político 

 

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

As riquezas dos maricas - William Waack

O Estado de S. Paulo

Bolsonaro é o pior inimigo de si mesmo quando se trata de ridicularizar sua autoridade

Era óbvio e esperado que, ao perder a aposta feita em Donald Trump, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro fosse incluído na coluna “perdedores” em todas as listas de governantes que se deram mal com a vitória de Joe Biden. [sic] Não são poucos, e incluem países tão diferentes entre si como Israel, Arábia Saudita, Turquia, Reino Unido e Hungria. Mas o que a língua solta do presidente está produzindo é uma rápida perda da própria autoridade

A popularidade que resulta de auxílios emergenciais é tão efêmera quanto a duração desses auxílios, e até aqui o governo não conseguiu dizer como vai incluir uma renda básica no Orçamento do ano que vem (que, aliás, não foi votado). Sim, é popularidade que pode ser reconquistada, ainda que a custo literalmente alto para os cofres públicos – e enquanto a economia não sofrer desarranjos maiores, fantasma que o próprio ministro Paulo Guedes anda alimentando.  

[Paulo Guedes deveria ter sido defenestrado do governo Bolsonaro antes da posse do presidente;

Paulo Guedes funciona na base de 'balões de ensaio' e manobras diversionistas. Exemplos: desde o inicio do governo que ensaia voltar com a CPMF, sob outro nome só que pior, ensaia, recua, volta a ensaiar, novo recuo e ao tempo que distrai os incautos com a CPMF, afunda com a caderneta de poupança - uma forma de desviar recursos daquela aplicação para os investimentos de risco. 

Tem  banco oferecendo investimento que rende quase 200% do CDI e diz que rende o dobro da poupança = ótimo, só que mesmo rendendo o dobro da poupança serão necessários quatro meses de investimento para repor o 'espirro' da inflação de outubro.]

A briga de Bolsonaro com a vacina “chinesa” conseguiu gerar desconfiança em qualquer vacina, justamente quando os especialistas alertam para o fato de que o Brasil provavelmente enfrentará uma segunda onda de covid-19, tal como acontece no momento na Europa e nos Estados Unidos. E a politização afeta a confiança em duas instituições essenciais para saúde pública: as que produzem a vacina (como o Instituto Butantan) e as que regulam sua aplicação (como a Anvisa). O resultado geral é péssimo para todos os governantes e causou séria apreensão nos governadores.[a 'briga' pela vacina é estúpida, independente dos brigões, por ser uma peleja por algo que não existe.

O presidente Bolsonaro pode, e deve, acabar com essa discussão por uma vacina inexistente, calando a boca de todos. Para tanto, basta convocar as redes sociais e ao vivo e em cores chega, desfere um murro na mesa - daqueles que fazem o que estiver em cima mesas saltar mais que pipoca - e declara que na condição de presidente  do Brasil decreta que no dia em que for apresentada oficialmente ao seu Governo, uma vacina contra a covid-19 ela será comprada. 

O produto ofertado, deverá ser uma  vacina comprovadamente testada, segundo protocolos científicos específicos, apresentando uso seguro e eficácia comprovada. Atendido esses requisitos, seu governo comprará a quantidade de doses disponíveis, limitadas a 50% do total atual da população brasileira. 

Assumindo tal compromisso o senhor cala a boca de todos - incluindo a do deputado que preside a Câmara, de todos que insistem em dar pitacos no seu Governo, dos que querem governar sem votos e sem mandato para tanto.]

Da mesma maneira, pode-se argumentar indefinidamente sobre quem atrasa mais a aprovação das reformas que lidem com a questão fiscal, se é o Congresso ou se é a equipe do Ministério da Economia. Mas, no sistema político brasileiro, é o presidente quem tem o poder de ditar a agenda política, e a pergunta cada vez mais pesada no ar é se alguém sabe o que Bolsonaro pretende além de manter popularidade a um custo que a passagem do tempo só torna mais caro do ponto de vista fiscal.

O grau de isolamento internacional do Brasil por conta das apostas de Bolsonaro é inédito, ainda que lhe reste o consolo de estar na companhia de países como China, Rússia e México, que até aqui se recusam a parabenizar Joe Biden pela vitória nas eleições presidenciais. Ocorre que esses três países tem contenciosos importantíssimos com os Estados Unidos, enquanto Bolsonaro está aparentemente ávido para encontrar um: a Amazônia.

Biden mencionou US$ 20 bilhões de possível ajuda, o agronegócio tecnológico e nossa matriz energética têm tudo para ganhar num impulso rumo à economia “verde”, mas o presidente prefere falar de “pólvora” quando esgotar a diplomacia em relação à pressão americana em questões ambientais. No caso brasileiro, nossa diplomacia esgotou-se ao exercer a ridícula opção preferencial de se subjugar a Donald Trump. Os que realmente possuem “pólvora”, como China e Rússia, não ficam falando disso. De qualquer forma, faltou Bolsonaro esclarecer como pretende usar eventualmente pólvora para enfrentar os malandros de olho nas nossas riquezas, se ele considera que preside um país de maricas. 

William Waack, jornalista - Opinião - O Estado de S. Paulo



domingo, 16 de agosto de 2020

A derrota da realidade - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Se os fatos não correspondem às versões, danem-se os fatos; Bolsonaro agradece

A realidade e os fatos vão para um lado, a popularidade do presidente Jair Bolsonaro vai para o outro, confirmando que a propaganda é a alma do negócio e que o grande desafio dos governantes em processo de reeleição não é dar bons exemplos, agir estrategicamente e tomar as decisões mais adequadas ao País, mas manter um eleitorado cativo, cooptar o indeciso e atacar sem piedade qualquer tipo de opositor.

[as versões, em sua grande maioria, distorcem os fatos, adaptando-os com a maximização de 'erros', supostamente do governo.
Quem interpreta os fatos é quem os manda se danar.
O que se percebe é sempre considerado realidade e a percepção depende em muito da versão.] 


Não importam os princípios, importa o que bate diretamente no bolso. Não importam os fatos, importam as versões. Os esquemas da família Bolsonaro, de rachadinhas, funcionários fantasmas e do vício de pagar em dinheiro vivo escola, plano de saúde e até apartamentos não têm efeito na popularidade nem na rejeição do presidente. Diminui daqui, soma dali, o resultado é que Jair Bolsonaro continua sendo o único candidato à Presidência em 2022 e está em ascensão.

Também não interessa o desempenho trágico do presidente no combate ao coronavírus, que até aqui matou perto de 110 mil brasileiros. Como não importam o desmanche do Ministério da Saúde, a disparada das queimadas na Amazônia, o desdém pelo meio ambiente, o abandono da Educação, a exclusão da cultura da pauta nacional e a política externa desastrosa. Sergio Moro, Lava Jato e órgãos de combate à corrupção? Já vão tarde. Quem está interessado nisso? Em Polícia Federal? Coaf? Receita? PGR? Só essa mídia “esquerdista”, “petista”, para desmistificar o “mito”. O “povo” tem mais o que fazer e com o que se preocupar.
[IMPORTANTEa pesquisa tenta forçar uma resposta desfavorável ao presidente Bolsonaro, mas não consegue.
VEJAMOS:
1 - apresenta duas perguntas sobre a responsabilidade do presidente Bolsonaro pelas mortes resultantes da covid-19 - a pergunta tinha que ser apresentada de forma neutra;
2 -  faz outra pergunta tentando atribuir aos governadores a responsabilidade .
CONCLUSÃO: por questionar de forma explícita a responsabilidade de um dos Poderes da União e não questionar a dos outros dois Poderes, a parcialidade, contra o Poder Executivo = presidente BOLSONARO = se torna evidente, indiscutível.
3 - Por uma questão de Justiça deveria constar uma pergunta sobre a responsabilidade do Poder Judiciário e do Poder Legislativo.
Gostem ou não, os dois Poderes praticaram atos que ajudaram e/ou atrapalharam o combate à peste maligna.] 
Igualmente pouco importa se Bolsonaro assassinou as promessas de campanha e voltou à “velha política” e ao Centrão. Os bolsonaristas raiz, de memória curta, continuam fiéis e o número de desgarrados é compensado nas pesquisas por outro tipo de rebanho: o dos que precisam do Estado para sobreviver, até para comer. Para esses, não interessa se Bolsonaro apenas cedeu ao Congresso, mas sim que é ele quem distribui os R$ 600 e o socorro a empresas.

Além desse fator objetivo, que muda a percepção no Nordeste e entre os desempregados e os que ganham até dois salários mínimos, houve também uma guinada estratégica que estancou a sangria na classe média e entre os escolarizados: Bolsonaro parou de prejudicar Bolsonaro. [esta é uma das poucas versões que combina com os fatos.] Pôs de lado a metralhadora giratória contra tudo e todos, saiu das manchetes e reverteu a curva: deixou de cair, passou a subir.

Portanto, a nova pesquisa Datafolha, apurando que Bolsonaro atingiu o melhor índice de aprovação desde a posse – 37% - e reduziu sua rejeição em dez pontos porcentuais – para 34% - pode ter definido dois jogos internos no governo: a favor de estourar o teto de gastos para vitaminar a campanha do presidente e, portanto, contra Paulo Guedes.

Se Rogério Marinho, Tarcísio de Freitas e o time militar têm o Datafolha para convencer Bolsonaro de que gastança garante reeleição, o que Guedes tem para contrapor? Um crescimento econômico pífio em 2019, antes da pandemia, e... mais nada. Ah! Mas foi o presidente quem atrapalhou a reforma tributária e vetou a administrativa! Ok, é verdade. Mas quem quer saber da verdade, se a versão bolsonarista é que importa?

Moro foi dormir ídolo e acordou Judas, [qualquer traidor ganha o codinome Judas, e o ex-juiz e ex-ministro não seria a exceção.]Luiz Henrique Mandetta era um poço de popularidade e secou, [o ex-ministro médico, traiu os dois lados:
 - o presidente da República nos comícios, que chamavas de entrevistas, quando era contra o seu chefe - criticar o presidente era a regra;
- traiu os seus admiradores quando pregava o isolamento social e se despediu de servidores sem máscara, sem nada do que diz wser essencial para combater a pandemia.]  o general Santos Cruz era líder e virou uma ilha entre militares. Guedes pode ir se preparando. Os “gabinetes do ódio” (no plural) não atuam só contra críticos e esquerdistas, mas para apagar a verdade e massificar versões e fake news. As pesquisas depois colhem o resultado. Descobrem, por exemplo, que Bolsonaro não tem nada a ver com as 106 mil mortes!!! [por favor !!! quem souber de um só ato - unzinho que seja - do presidente Bolsonaro que atrapalhou, prejudicou, o combate ao coronavírus, por favor, nos informe. Que resultou em uma morte que seja. 
Não valem, comentários e opiniões do presidente  que não se transformaram em ações.] Bolsonaro e bolsonaristas vão muito bem. Não se pode dizer o mesmo do Brasil e dos brasileiros. 

Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo


segunda-feira, 15 de junho de 2020

Change partners - Valor Econômico

 Bruno Carazza

Pode estar em curso uma troca de base popular na qual se ancora o presidente

Logo após a derrota para Collor no segundo turno das eleições de 1989, Lula fez a seguinte avaliação sobre o resultado das urnas: “A verdade nua e crua é que quem nos derrotou, além dos meios de comunicação, foram os setores menos esclarecidos e mais desfavorecidos da sociedade. Nós temos amplos setores da classe média com a gente, mas a minha briga é sempre esta: atingir o segmento da sociedade que ganha salário mínimo. Nós temos que ir para a periferia, onde estão milhões de pessoas que se deixam seduzir pela promessa fácil de casa e comida”.

De outro, o escândalo do mensalão afastou do PT parte de seu eleitorado cativo na classe média, decepcionada pelo partido ter rasgado a bandeira da ética - num processo que acabou se aprofundando alguns anos depois, com a operação Lava Jato. A reeleição de Lula em 2006 evidencia essa guinada nas preferências por Lula: segundo os cálculos do Datafolha, na parcela do eleitorado que ganhava até 2 salários mínimos, o petista batia seu rival Geraldo Alckmin (PSDB) de lavada (por 64% a 25%), enquanto entre os mais ricos (com renda familiar mensal superior a 10 SM), o tucano aparecia à frente nas pesquisas com 54% a 36%. “No lulismo a polarização se dá entre ricos e pobres, e não entre esquerda e direita”, de acordo com Singer. Daí em diante, esse padrão foi mantido em todas as eleições presidenciais.

Na última sexta-feira, a pesquisa XP/Ipespe atestou que, mesmo após a saída de Sergio Moro e o acúmulo de mortos pela pandemia, Bolsonaro conseguiu, pelo menos por ora, estancar a sangria da sua popularidade. Analisando os dados desagregados, é possível identificar um expressivo crescimento na avaliação positiva do presidente nos segmentos mais vulneráveis da população, como jovens, indivíduos com baixa e média escolaridade, desempregados, com renda de até 2 salários mínimos e localizados no Nordeste e em cidades pequenas.

A melhoria da imagem de Bolsonaro perante um eleitorado que nunca foi prioritariamente seu pode ser atribuída, entre outros fatores, à concessão do auxílio emergencial de R$ 600 durante a pandemia. E a mensagem foi captada pelo presidente e sua equipe, a ponto de Paulo Guedes ter anunciado, na última reunião ministerial, a intenção de lançar o programa Renda Brasil.

É verdade que, em tempos de covid-19, com arrecadação em queda e dívida crescente, há pouco espaço fiscal para algo muito revolucionário. Mas, por mais paradoxal que possa parecer, a própria pandemia pode ajudar a viabilizar um amplo programa bolsonarista voltado para os mais pobres, pois uniu economistas e políticos de diversos matizes no apoio a iniciativas de renda mínima. Pode surgir daí, portanto, um clima propício para uma remodelação de políticas sociais esparsas e mal focalizadas, a serem concentradas num único “Bolsa Família turbinado” que pode dar a Bolsonaro um grande capital político com vistas a 2022.

Nas últimas semanas o presidente tem alternado movimentos de defesa e ataque buscando não apenas manter seu eleitorado cativo mobilizado, mas também ampliar seu capital político para, assim, sobreviver à tempestade em que, de certa forma, ele próprio se colocou. Numa frente de batalha, fustiga os demais Poderes e investe com a Polícia Federal em investigações que tendem a enfraquecer os governadores, enquanto na retaguarda coopta o Centrão e acena com benefícios à parcela mais pobre do eleitorado.

Ainda é cedo para afirmar que Bolsonaro será bem sucedido em manter e ampliar sua aprovação junto aos mais desfavorecidos - não podemos perder de vista que Lula conseguiu fazê-lo não apenas com o Bolsa Família, que era apenas um dos ingredientes num processo que envolvia ainda PIB, emprego e renda em alta. Mas uma eventual estratégia do atual presidente em deixar de lado a dicotomia esquerda e direita, pela qual foi eleito, para focar num público que condiciona seu voto mais à melhoria de suas condições do que em aspectos ideológicos, tal qual Lula fizera no seu primeiro mandato, pode tornar ainda mais complicadas as pretensões de uma “frente ampla” que deseja ver Bolsonaro fora do Palácio do Planalto - seja por meio de um impeachment, uma decisão do TSE ou no voto, em 2022.

Se Bolsonaro conseguir atrair para si parcelas mais expressivas do eleitorado mais pobre, uma “frente ampla” só será vitoriosa se, além de superar rivalidades e vaidades de seus protagonistas, conquistar também corações e mentes das classes média e alta insatisfeitas com o ex-capitão. E isso passa, necessariamente, pela cicatrização de feridas ainda abertas relacionadas à valorização do combate à corrupção, de um lado, e ao combate às desigualdades sociais, de outro.

Enquanto Bolsonaro chama os pobres para dançar, os integrantes de uma frente ampla precisam virar o disco com o qual estão acostumados a ouvir nos últimos 15 anos e entenderem que a defesa da ética está no mesmo compasso do progressismo social.

Bruno Carazza, mestre em economia -  Valor Econômico


quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Bolsonaro ocupa terreno e puxa o jogo político para a direita - Bruno Boghossian

Folha de S. Paulo

Presidente perde popularidade, mas mantém base fiel em grupos cobiçados por rivais

 O tabuleiro da direita

Além do aumento do índice de reprovação de Jair Bolsonaro, a pesquisa Datafolha mostrou que a versão radical de sua plataforma tem sustentação numa fatia considerável do eleitorado. O presidente parece ocupar terreno firme o suficiente para puxar parte do jogo político para a direita nos próximos anos. Mesmo sob retórica agressiva, sem concessões à moderação, Bolsonaro construiu apoio relativamente estável em grupos-chave. Um terço dos brasileiros de renda média e quase 40% daqueles com renda mais alta dizem que o governo é ótimo ou bom.



No Sul e no Sudeste, embora índices negativos tenham subido, a avaliação positiva ficou praticamente estável desde abril, acima dos 30%. Os números não são vistosos, mas indicam que Bolsonaro conta com a fidelidade de parte desses segmentos até quando chega ao ponto de defender torturadores e de desdenhar da preservação do meio ambiente. O presidente decidiu montar guarda nesse extremo da régua ideológica. Acreditando ter dominado o território, ele tenta expurgar potenciais adversários para o campo oposto. Bolsonaro trabalha para jogar para a esquerda rivais que podem disputar espaço naqueles nichos, como João Doria. A declaração de que o tucano "mamou" em governos do PT ao comprar um jato é um empurrão inicial. O movimento segue a doutrina bolsonarista que infla uma polarização exagerada com a esquerda para espremer posições de centro.



Nas últimas décadas, quem ocupava parte das faixas de renda e das áreas do país capturadas por Bolsonaro era o PSDB, em disputa com os petistas. Candidatos desse campo político não terão abertura para reconquistar espaço pela esquerda, então tendem a reagir pela direita. Doria testou as águas ao anunciar, nesta terça (3), o banimento de um material que ensinava alunos de 14 anos a usar preservativos. De quebra, atacou a "ideologia de gênero", que nada significa e nada tem a ver com saúde pública, mas é um emblema da extrema direita. O concurso de obscurantismo começou. [a maldita 'ideologia de gênero' tem tudo a ver com a saúde, tanto física quanto psíquica de nossas crianças;
qual o sentido de ensinar a uma criança de 14 anos a usar camisinha?
aliás, até os 14 anos a criança em matéria de qualquer abuso ou assédio sexual é vulnerável. Talvez seja conveniente indiciar o autor, ou autores, desse material no Código Penal.
PARABÉNS à PF e Policia Civil de alguns estados pelo êxito da Operação Luz da Infância, combatendo pornografia infantil - no Brasil ocorrem mais de 3o prisões e também Michigan, EUA.]

Bruno Boghossian - Folha de S. Paulo


terça-feira, 3 de setembro de 2019

Papai Noel existe - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Em vez de brigar com os dados e só ouvir os áulicos, Bolsonaro devia ouvir mais Terezas Cristinas

Quando os jornalistas perguntaram ontem ao presidente Jair Bolsonaro sobre a preocupante erosão de sua popularidade, com aumento bem fora da curva dos índices de rejeição, ele voltou-se para um deles e desdenhou, com seu jeitão “simples e transparente”: “Você acredita em Papai Noel?”. Não, presidente, acreditamos nas pesquisas de opinião, como no IBGE, Inpe, Ibama, Fiocruz, ICMBio, Ancine, na ciência, nas universidades, na educação que vai além do ensino, na diplomacia dos bons modos, nos direitos humanos e, claro, na defesa do meio ambiente.

[qual o valor de pesquisas faltando mais de três anos para as próximas eleições presidenciais? 

um ponto digno de ser evitado, desde agora,  pelo nosso presidente Jair Bolsonaro é insistir em medidas desagradáveis para os eleitores, entre elas a TENTATIVA da volta da CPMF - se voltar Bolsonaro perde as eleições de 2022 - o fim de deduções no IR e outras 'bondades'.

A demissão sumária do Marcos Cintra seria uma forma do presidente mostrar - fazendo, não dizendo - quem manda no governo.]

Todos os presidentes, em diferentes épocas, reagem mal a dados negativos sobre seu governo e sua popularidade e preferem se trancar nos palácios, ouvir os áulicos cheios de elogios ou circular em ambientes francamente favoráveis – como os militares e evangélicos, no caso de Bolsonaro. É uma fuga da realidade. Quem mais perde é o próprio presidente, além do seu governo. Melhor do que filhos, generais, assessores e a legião de “amigos” que frequentam palácios e melhor do que multidões selecionadas, seria o presidente chamar políticos experientes e de bom senso, com coragem e independência, para lhe dizer as verdades que ele não gosta de ouvir e os outros não admitem falar.

Um exemplo é a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Na crise doméstica e internacional das queimadas, ela jogou um balde de serenidade para apagar as labaredas reais e de comunicação. Enquanto outros atiçavam o fogo e as guerras do presidente, ela lembrou os danos que isso causaria à imagem e aos produtos brasileiros e sugeriu: em vez de botar mais lenha na fogueira, por que não apresentar soluções práticas e agir? Bolsonaro mudou de tom, convocou um gabinete de crise, chamou as Forças Armadas e o governo passou a anunciar providências. Lucraram todos, principalmente ele e a própria Amazônia. E a guerra particular contra Macron? Bem, é outra história, que foge à alçada de Tereza Cristina. Ela não pode tudo.

É preciso que mais Terezas Cristinas se aproximem do presidente, fazendo um contraponto aos que só dizem amém e debatendo os dados do Datafolha com seriedade e vontade de captar os recados, aprender e corrigir. Pela pesquisa, a rejeição a Bolsonaro disparou para 38%, um recorde absoluto para presidentes nessa fase de mandato. Pela primeira vez, a rejeição (ruim e péssimo) ultrapassou o regular e a aprovação (bom e ótimo), quebrando o equilíbrio anterior entre os três. Mas o mais importante é que essas conclusões não surpreenderam os analistas. Logo, não deveriam surpreender o Planalto e muito menos serem rechaçadas pelo presidente.

É só enumerar os absurdos que Bolsonaro diz, como a história do cocô, ou faz, como indicar o próprio filho, o “garoto”, para a principal embaixada do planeta. E o “herói” Brilhante Ustra? E remoer a dor do presidente da OAB diante da tortura e “desaparecimento” do pai? E as picuinhas contra a imprensa? E a manipulação, até emocional, de Sérgio Moro? E o ex-Coaf, a Receita, a PF? A cada uma delas, é natural que as pessoas se espantem e que a popularidade caia. Só o presidente e seu entorno poderiam achar que esse conjunto não afetaria sua popularidade.

Bolsonaro não admite que está errando. Ao contrário, dá de ombros, diz que ele “é assim mesmo” e tenta capitalizar a imagem de “transparência” e “simplicidade”. Como se vê, não está funcionando, mas o presidente, em vez de frear, mete o pé no acelerador, sob aplausos de quem parece que está ajudando, mas só está pensando no seu carguinho e em se manter nas graças do presidente. Assim como Bolsonaro muitas vezes não ajuda e só atrapalha seu governo, essa posição cômoda de muitos do governo não ajuda Bolsonaro, só piora as coisas.
 
Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo