Guerra à vista
Ou até o final de fevereiro próximo os Estados Unidos e a China chegam a um acordo ou a partir do primeiro dia de março o mundo sofrerá as consequências inimagináveis da guerra comercial a ser travada pelos dois países. Juntos, eles são responsáveis por dois terços do comércio mundial. É para os dois que o Brasil vende mais ou menos dois terços do que exporta. Se a guerra não for evitada, como se comportará o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro?Esse será seu maior desafio inicial. Reforma da Previdência Social, relações com os partidos, combate corrupção, ofensiva contra o crime organizado, Escola sem Partido, Acordo de Paris sobre o Meio Ambiente – tudo isso pouco importará. A Argentina, por exemplo, é o maior comprador dos produtos industrializados do Brasil. Cerca de 80% do que ela produz para exportação é comprado pela China. Numa economia globalizada, o choque entre gigantes não deixará nenhum país a salvo.
O governo do presidente Donald Trump ameaçou elevar de 10% para 25% os impostos sobre os produtos chineses comprados pelo seu país. O governo chinês reagiu dizendo que a ser assim ele faria a mesma coisa e na mesma proporção. É de supor que o governo Bolsonaro tenha um plano para enfrentar o que possa acontecer. Ainda há tempo para providenciar um. Será um duro teste para a retórica de alinhamento radical do Brasil com os Estado Unidos e de um certo distanciamento da China.
Blog do Noblat - Veja