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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Portadores do homossexualismo no Rio estão igual a cachimbo: só levam fumo Defensoria Pública entra com ação de danos morais contra ex-secretário de Direitos Humanos do Rio



A instituição pleiteia o pagamento de indenização no valor de R$ 1 milhão após declaração sobre cura gay
- A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Núcleo Especializado de Defesa da Diversidade Sexual e dos Direitos Homoafetivos (Nudiversis), ingressou nesta sexta-feira com uma ação de reparação de danos morais coletivos contra o ex-secretário estadual de Direitos Humanos, Ezequiel Teixeira. A instituição pleiteia o pagamento de indenização no valor de R$ 1 milhão a ser revertida em ações de promoção dos direitos da população LGBT no âmbito da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos. 

A medida foi motivada pela humilhação pública da comunidade LGBT, após declaração do Ex-Secretário em entrevista, em que manifestou ser favorável à chamada “cura gay” e comparou a homossexualidade à AIDS e ao câncer.

Além da indenização, a Ação Civil Pública também requer que o ex-secretário custeie a publicação de texto informativo da Defensoria Pública, esclarecendo sobre os direitos da população LGBT, em veículo de grande circulação no Estado do Rio de Janeiro, com o mesmo destaque e extensão da entrevista concedida ao jornal “O Globo” e publicada em 17 de fevereiro de 2016. A pena pedida para o descumprimento da decisão é de multa diária de R$ 10 mil. 

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, exonerou na quarta-feira o pastor Ezequiel Teixeira (PMB) do cargo de secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos. O cargo será ocupado pelo atual secretário de Governo, Paulo Melo (PMDB). [o novo secretário, Paulo Melo também não é favorável aos gays, tanto que já declarou no Plenário da ALERJ  não acreditar na existência de ex-gays; disse claramente: "garrafa que levou querosene não perde o cheiro jamais". 

O trecho completo está registrado nos arquivos da Casa: "Sr. Presidente, não gostaria de criticar. Penso que devemos acreditar na recuperação do ser humano em todos os níveis. Em alguns casos, exigem-se provas científicas. No interior, existe a "prova da farinha". Se não passar pela "prova da farinha de trigo", não há justificativa. Voto favoravelmente ao projeto, porque devemos investir em todas as propostas, mas "garrafa que levou querosene não perde o cheiro jamais".

O atual chefe de Gabinete do governador, Affonso Monnerat, ocupará a Secretaria de Governo. As mudanças serão publicadas no Diário Oficial desta quinta-feira, como confirmado em nota oficial do governo do estado. Na terça-feira, Ezequiel abriu o verbo para atacar uma das principais bandeiras da própria pasta, o Rio Sem Homofobia. Ao tentar explicar as razões do fechamento de quatro centros de assistência à população LGBT e da suspensão do serviço de teleatendimento, ele discorreu sobre sua posição contra o casamento homoafetivo. Afirmou ainda acreditar na cura gay e chegou a comparar a homossexualidade a doenças como Aids e câncer. 

Prefeito de Nova Iguaçu proíbe material didático sobre diversidade sexual
Nelson Bornier sancionou a lei que gerou revolta entre movimentos LGBT na cidade
O prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier, aprovou na última quarta-feira uma lei que proíbe o uso de qualquer material didático contendo orientações sobre diversidade sexual nas escolas do município. O texto, de autoria do vereador Denilson Ambrosio Soares (PROS), foi aprovado pela Câmara Municipal, por unanimidade, em setembro do ano passado, e sancionado anteontem. A medida, divulgada nesta quarta-feira, pela colunista Berenice Seara, do jornal “Extra”, provocou revolta entre pais de alunos e grupos que defendem o direito LGBT.


Lei sancionada em parte pelo prefeito de Nova Iguaçu - Reprodução

A lei 4.576 proíbe a distribuição, a exposição e a divulgação de livros, publicações, cartazes, filmes e faixas que contenham orientações sobre a diversidade sexual. No entanto, nesta quinta-feira, com a repercussão negativa da medida, Bornier excluiu o parágrafo único da lei, que proibia orientações, especificamente, sobre “a prática da homoafetividade, de combate à homofobia, de direitos de homossexuais, da desconstrução da heteronormatividade ou de qualquer assunto correlato”.

O prefeito justificou o veto parcial dizendo que o “conteúdo fere frontalmente as políticas públicas voltadas para o combate à violência e à discriminação por orientação sexual”. A Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu tem dez dias para apreciar o veto parcial. Caso seja derrubado pelos vereadores, a lei, que já está em vigor, voltará a ter o texto original.



NELSON BOURNIER, futuro governador do Rio

O vereador Denilson Ambrósio (PROS), autor da lei, afirmou que atua em defesa das famílias de Nova Iguaçu e que sua intenção, com a medida, é preservar as crianças contra apologias à homossexualidade.  — Acho que a escola não deve entrar nesse assunto. Essa lei se direciona a crianças, entre 5 e 12 anos de idade, que formam a maior parte dos alunos da rede municipal. Ainda são muito prematuras. Temos que preservá-las dessa informação tão cruel. Não podemos ferir o que há de mais puro no coração de uma criança. Não queremos que nossos filhos cheguem em casa, tendo descoberto uma coisa sobre sexo por meio do professor — afirmou o vereador, que é evangélico, defende aulas de educação sexual e nega ser homofóbico: — O que é ser homofóbico? O que o homossexual sofre que o negro não sofre? Quem defende a causa do operário que tem que pegar um trem 4h da manhã? Não é favorecendo uma minoria que você consegue mudar a história de um país ou de uma cidade.

BEIJAÇO CONTRA A LEI
Vice- presidente da Associação de Gays e Amigos de Nova Iguaçu e Mesquita, Marisa Justino disse que está organizando, para a próxima segunda- feira, uma passeata contra a nova lei. Os ativistas pretendem sair da Câmara Municipal às 15h e seguir em direção à estação ferroviária, passando pela sede da prefeitura. A ideia é, ao final, promover um beijaço: — Isso caiu como uma bomba nas nossas cabeças. Realmente não esperávamos. Nova Iguaçu não discute essa questão. Inclusive uma das lutas do movimento é poder entrar na escola para debater e promover palestras. A secretaria não permite. Não há discussão sobre a questão de gênero e sobre orientação sexual. Então, como querem proibir algo que não existe? — questionou Marisa.

Procurado, o prefeito Nelson Borrnier preferiu não dar entrevista. Em nota, disse que as escolas municipais atendem majoritariamente o público infantil, o que, na visão dele, tornaria prematura a discussão de conceitos sobre orientação sexual.

PROJETO NÃO TEVE OPOSIÇÃO NA CÂMARA
O projeto de lei foi aprovado por unanimidade pela Câmara de Vereadores em setembro do ano passado. A cidade possui 29 vereadores, incluindo o presidente da Câmara, Mauricio Morais Lopes (PMDB), que não participa das votações.
Na primeira votação, no dia 1º de setembro do ano passado, 25 vereadores votaram a favor. Os outros três (Marcelo Nozinho, do PSD, Jorge Marotti, do PHS, e Eduardo do Doce, do PMDB) não compareceram à sessão. Na semana seguinte, no dia 15 de setembro, os 26 vereadores presentes aprovaram, em segunda discussão, o projeto de lei. Dois faltaram: Marcelo Nozinho (PSD) e Marcelinho Amigo das Crianças (PTN).

Fonte: O Globo