Das 16 medidas anunciadas, só uma não depende de aval do Congresso
Eduardo Cunha chama pacote de ‘pseudo corte’ de gastos; Renan apoia
O Congresso Nacional é imprescindível para a implementação do pacote
anunciado na segunda-feira pela equipe econômica. Das dezesseis medidas
anunciadas pelos ministros, apenas uma, a que altera a alíquota do
Reintegra (um programa de incentivo à exportação) e que prevê
arrecadação de R$ 2 bilhões, depende apenas de decreto da presidente
Dilma Rousseff para entrar em vigor.
A proposta de retorno da CPMF, com a qual o governo pretende
arrecadar R$ 32 bilhões, vai precisar passar pelo Congresso. No primeiro
semestre deste ano, o Parlamento impôs várias derrotas ao Planalto, que
já promovia o ajuste fiscal. Já nas nove medidas anunciadas para cortar R$ 26 bilhões dos gastos,
nenhuma depende apenas do governo. Medidas como o adiamento do reajuste
dos servidores e mudanças no Minha Casa Minha Vida vão exigir aprovação
de projetos de lei pelos parlamentares e alterações na peça orçamentária
encaminhada ao Congresso no fim de agosto.
O
governo anunciou ainda que contará com as emendas parlamentares para
suprir R$ 3,8 bilhões que previa gastar no Programa de Aceleração do
Crescimento (PACo) e outros R$ 3,8 bilhões que investiria na saúde.
Durante a apresentação dos cortes, Levy fez questão de ressaltar que o
corte de gastos não depende apenas da boa vontade do governo. — Eu acho que ficou evidente para todos a necessidade desse esforço. E
eu acho que agora, nós próximos meses, temos aí dois, três meses, para
que se possa converter em realidade essas medidas, principalmente
através da votação dos projetos de leis, eventualmente até das PECs.
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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), adotou um tom
ponderado, destacando que o Congresso terá a “palavra final” sobre as
medidas e que caberá ao Legislativo “melhorar” as propostas. — É melhor fazer alguma coisa do que não fazer nada, e o Congresso
vai dizer se a coisa que está sendo proposta é a coisa certa. O governo,
sem dúvida nenhuma, está demonstrando que está querendo vencer o
imobilismo, que está recuperando a sua capacidade de iniciativa, e isso é
muito bom — disse Renan.
Renan disse que o Congresso não pode se negar a debater a proposta de recriação da CPMF, mas admitiu que não se sabe o que vai ocorrer na sua tramitação. Ele esteve ontem com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto às 15h, antes do anúncio das medidas, após ter recebido em casa, das mãos do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), o pacote que seria anunciado mais tarde. Dilma fez um apelo a Renan no sentido de garantir a governabilidade e impedir aprofundamento ainda maior da crise econômica.[a garantia da governabilidade e redução da crise econômica depende apenas de uma coisa: da saída da Dilma.
E para garantir que em 2018 a situação não volte a piorar que junto com a saída da Dilma ocorra a neutralização do Lula.] — O Congresso não pode recusar o debate (sobre CPMF). O que vai acontecer no final da tramitação não sabemos, não cabe ao presidente do Congresso dizer. Só sabemos que tudo que passa pelo Congresso sai melhorado — disse.
Cerca de uma hora após encontrar-se com Renan, a presidente Dilma
Rousseff telefonou para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
para comunicar as propostas que seriam apresentadas. Na ligação, que
durou poucos minutos, Dilma disse que, apesar de saber que o presidente
da Câmara não concordava com a recriação da CPMF, esta seria uma das
propostas para cobrir o deficit. Cunha disse à presidente que acreditava
ser “muito difícil” a medida alcançar os 308 votos necessários para ser
aprovada na Câmara, mas garantiu que não iria atrapalhar a tramitação
da proposta.
Após o anúncio público do pacote, Cunha deu uma entrevista coletiva, na qual chamou o conjunto de medidas de “pseudo corte” de despesas e disse que o governo decidiu fazer ajuste “na conta dos outros”. — É muito pouco provável que passe (CPMF). O governo está com uma base muito frágil aqui. Se o governo perdeu a CPMF numa época que estava muito forte, não é agora que governo está com a base muito mais fraca que vai conseguir passar um aumento tributário, mesmo que a alíquota seja menor do que aquela que entrou em vigor naquele momento, ainda mais sem compartilhamento com estados e municípios e por um período muito maior — pontuou. [a vantagem agora é do Brasil, dos brasileiros. O neo convertido Renan - a propósito: quando o Janot vai denunciá-lo? - como aliado, por conveniência, de Dilma, pode retardar o andamento de projetos que não interessem ao governo.
Mas, nas medidas propostas qualquer uma das Casas Legislativas pode travar o andamento total de um projeto.
E é nisso que o governo da Dilma se ferrou.
a política covarde do governo Dilma de negar quórum para apreciação de projetos que não interessam ao desgoverno agora pode ser usada contra a trupe lulopetista.]
Renan disse que o Congresso não pode se negar a debater a proposta de recriação da CPMF, mas admitiu que não se sabe o que vai ocorrer na sua tramitação. Ele esteve ontem com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto às 15h, antes do anúncio das medidas, após ter recebido em casa, das mãos do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), o pacote que seria anunciado mais tarde. Dilma fez um apelo a Renan no sentido de garantir a governabilidade e impedir aprofundamento ainda maior da crise econômica.[a garantia da governabilidade e redução da crise econômica depende apenas de uma coisa: da saída da Dilma.
E para garantir que em 2018 a situação não volte a piorar que junto com a saída da Dilma ocorra a neutralização do Lula.] — O Congresso não pode recusar o debate (sobre CPMF). O que vai acontecer no final da tramitação não sabemos, não cabe ao presidente do Congresso dizer. Só sabemos que tudo que passa pelo Congresso sai melhorado — disse.
Após o anúncio público do pacote, Cunha deu uma entrevista coletiva, na qual chamou o conjunto de medidas de “pseudo corte” de despesas e disse que o governo decidiu fazer ajuste “na conta dos outros”. — É muito pouco provável que passe (CPMF). O governo está com uma base muito frágil aqui. Se o governo perdeu a CPMF numa época que estava muito forte, não é agora que governo está com a base muito mais fraca que vai conseguir passar um aumento tributário, mesmo que a alíquota seja menor do que aquela que entrou em vigor naquele momento, ainda mais sem compartilhamento com estados e municípios e por um período muito maior — pontuou. [a vantagem agora é do Brasil, dos brasileiros. O neo convertido Renan - a propósito: quando o Janot vai denunciá-lo? - como aliado, por conveniência, de Dilma, pode retardar o andamento de projetos que não interessem ao governo.
Mas, nas medidas propostas qualquer uma das Casas Legislativas pode travar o andamento total de um projeto.
E é nisso que o governo da Dilma se ferrou.
a política covarde do governo Dilma de negar quórum para apreciação de projetos que não interessam ao desgoverno agora pode ser usada contra a trupe lulopetista.]
Fonte: O Globo