Presidente teve vitórias mesmo com a rejeição do voto impresso. Entenda quais são elas…
É assustadora, para não dizer outra coisa, a força que Jair Bolsonaro ainda tem no Congresso, com a popularidade em queda e a economia em frangalhos. Parte deste “sucesso” tem a ver com a aliança junto ao presidente da Câmara, Arthur Lira, que tem o centrão na mão. A outra parte é o fracasso da oposição, claramente sem um trabalho organizado. Um dos aliados da gestão Bolsonaro na Câmara, deputado Vitor Hugo, tentou adiar a votação nesta terça-feira, 10, porque o governo tinha em mente que poderia virar ainda mais votos.
Diante dessa votação, os números enterram qualquer possibilidade de impeachment no momento. A conta é simples. [Bolsonaro não precisa de nenhum voto para impedir o impeachment; os inimigos do presidente Bolsonaro = inimigos do Brasil é que precisam de 342 votos a favor do impeachment. Com 341 votos, ainda que todos fossem favoráveis ao impeachment a sessão sequer seria aberta.] Dilma Rousseff não conseguiu somar 177 votos, Bolsonaro ainda tem 229.
Continuará a forçar a mão contra o processo eleitoral de 2022, mesmo acuado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF)? Alguma coisa o presidente vai inventar. Podem esperar.
Relator do inquérito das fake news no STF voltou a ignorar a PGR ao decidir sobre pedido da Justiça Eleitoral
O ministro Alexandre de Moraes ignorou nesta semana a PGR de Augusto Aras ao decidir incluir Jair Bolsonaro como investigado no inquérito das fake news. O relator só determinou a manifestação do procurador-geral depois de ter acolhido a queixa-crime do TSE contra o presidente.
Cármen Lúcia, que foi designada relatora de outra ação contra Bolsonaro, fez diferente e ainda mandou um recado: “Necessária, pois, seja determinada a manifestação inicial do procurador-geral da República, que, com a responsabilidade vinculante e obrigatória que lhe é constitucionalmente definida, promoverá o exame inicial do quadro relatado a fim de se definirem os passos a serem trilhados para a resposta judicial devida no presente caso”.
Matheus Leitão e Radar- Blog em VEJA