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sábado, 21 de março de 2015

Duque, o trapaceiro

Os esquemas do Duque

As operações nada nobres e a vida imperial de Renato Duque, o ex-diretor da Petrobras que fez fortuna ao alimentar o PT com milhões de reais desviados da estatal 

“Se o senhor é o duque, quem é o rei?” O questionamento foi feito pelo deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a rede de corrupção instalada dentro da maior estatal brasileira. Preso pela Polícia Federal (PF) na segunda-feira 16, o ex-funcionário da petrolífera prestou depoimento à CPI três dias depois. A PF prendeu Duque após a inteligência da instituição descobrir que ele tentou movimentar mais de 20 milhões de euros de uma conta da Suíça para vários países, entre eles o Principado de Mônaco – não poderia haver, afinal, lugar mais apropriado para um duque. Na comissão, o ex-diretor não revelou quem é o monarca supremo nem respondeu às outras perguntas dos parlamentares. Pelo menos momentaneamente, o silêncio confortou as hierarquias do Palácio do Planalto e do PT. Se confirmasse o teor da denúncia do Ministério Público Federal (MPF) sobre o aparelhamento da Petrobras por uma quadrilha, o reinado petista sofreria abalos irremediáveis. 

Segundo os investigadores da Operação Lava Jato, a rede de corrupção era integrada por parlamentares, empreiteiros e diretores da Petrobras. Em depoimentos prestados em regime de delação premiada, executivos e donos de empreiteiras revelaram como funcionava a complexa engrenagem montada para capitalizar as empresas e abastecer os cofres de partidos políticos e funcionários corruptos. Duque, ironicamente chamado de “nobre” pelos empreiteiros do cartel, negociava o montante de propina para os petistas. Nesse sentido, as declarações de Augusto Mendonça, do Grupo Setal, forneceram valiosas informações para o Ministério Público.

Documentos obtidos com exclusividade por ISTOÉ revelam o funcionamento detalhado do esquema que chegou ao topo do PT. Um caso narrado por Mendonça e acontecido na área de influência de Duque balizou a denúncia do MPF. A máquina montada para desviar dinheiro público se sustenta com o aumento ilegal dos custos das obras da Petrobras. O pagamento de serviços fantasmas era legalizado por notas fiscais de empresas de fachada. Mendonça relata que os aditivos fictícios na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR), renderam R$ 111,7 milhões a seu grupo de empresas. Desse montante, R$ 4,26 milhões foram repassados como doação oficial de campanha para diretórios do PT, por meio de 24 transferências financeiras realizadas entre outubro de 2008 e março de 2012. O dono do grupo Setal – que reúne as empresas PEM Engenharia, Projetec e SOG Óleo e Gás – apresentou comprovantes e datas destas movimentações financeiras. O contrato da Repar recebeu 32 aditivos, de acordo com o sistema de monitoramento da Petrobras.


Por: Josie Jeronimo, Helena Borges e Eliane Lobato
 

A culpa é só do tesoureiro?

De novo, a culpa é (só) do tesoureiro?

Josie Jeronimo josie@istoe.com.br

Como no caso Delúbio, o PT quer colocar toda a responsabilidade pela corrupção do partido apenas nos ombros dos arrecadadores de dinheiro 

João Vaccari Neto e Delúbio Soares nunca tiveram títulos na nobreza do PT. Na hierarquia da sigla eles pertencem, no máximo, à ordem dos escudeiros. A fidelidade inabalável de Vaccari e Delúbio ao projeto de poder da legenda os lançou em uma função inglória: a tesouraria do partido. Em 2000, o PT adotou um discurso mais ameno para ampliar o perfil do eleitorado. A mudança acarretou uma guinada de vida no partido, que começou a forrar seus cofres para financiar um duradouro projeto de poder. Delúbio assumiu a Secretaria Nacional de Finanças. Só saiu de lá em 2005, denunciado como um dos operadores do mensalão. Vaccari é o Delúbio da vez. Na segunda-feira 16, ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por corrupção e lavagem de dinheiro. 

Contra o tesoureiro pesam depoimentos de dois ex-funcionários da Petrobras e quatro empreiteiros que fizeram acordos de delação premiada. Todos unânimes em apontá-lo como recolhedor de propinas para o PT.  Com as acusações decorrentes da Operação Lava Jato, caiu por terra a defesa ferrenha que alguns petistas faziam da honra de Vaccari. Internamente, antigos companheiros pedem seu afastamento da secretaria de finanças para preservar o partido. As apurações da Polícia Federal e do MPF indicam que U$186 milhões em propina teriam passado pelas mãos do homem responsável por arrecadar dinheiro para o PT. Segundo os delatores, o dinheiro abasteceu o caixa de campanha da presidente Dilma Rousseff. Ainda assim, a degola de Vaccari pedida pelos correligionários sugere uma estratégia marota: colocar todos os malfeitos do partido nos seus ombros, evitando que as denúncias extrapolem para outros nomes.