Câmara aprova Estatuto da Família sem considerar relações homossexuais
Conceito de família, para os deputados, considera unicamente relacionamentos entre homens e mulheres
A comissão especial da Câmara aprovou o Estatuto da Família nesta quinta-feira (24), informou O Globo, sem considerar relações entre homossexuais como parte do conceito de família, que leva em conta apenas a união entre homem e mulher.O debate teve cinco horas e bate-boca. Parlamentares contrários ao conceito disseram que o relatório de Diego Garcia (PHS-PR), ligado a grupos religiosos, é retrógrado, intolerante e incompatível com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu relações entre gays. Os que apoiaram o conceito dizem que o STF atropelou prerrogativas do Congresso.
A votação do estatuto terminou na comissão. Agora, só será levado ao plenário para ser revisto se algum deputado recolher 51 assinaturas de colegas. "Quanto mais essa comissão caminha, mais tenho convicção de que está sendo tramado um golpe no país. Temos que ter liberdade nas nossas relações. Que lógica é essa que impede a relação de um com o outro. Esse estatuto nasce morto. Será barrado no STF", disse Erika Kokay (PT-DF), contrária ao texto. Nesta quinta, afirmou ela, a Câmara "mergulhou nas trevas".
"A senhora não vem de dois homens nem de duas mulheres. Homem com homem não geram. Mulher com mulher não geram", rebateu Takayama (PSC-PR). Ele também bateu boca com manifestantes.
"Quando fui candidato fui para as portas das minhas bases. Disse que a base da família é um homem e uma mulher. Não se trata de um golpe. A sociedade é quem decidiu que família é assim. E a sociedade elege seus representantes para defender aqui seus pensamentos", argumentou Gilvado Carimbão (PROS-AL), ligado à Igreja Católica, favorável ao texto.
Leia também o exemplo da pouca vergonha que a decisão absurda do STF - ignorando o texto constitucional que estava e está em plena vigência - permitiu: