A reservada Rosa Weber chega à presidência do STF e já causa apreensão no governo - O Globo

Naira Trindade

 

Com perfil reservado e dona de uma invejável discrição, Rosa Weber se prepara para assumir a presidência do Supremo em setembro, véspera das eleições presidenciais. [o título da matéria nos obriga a algumas perguntas - claro, antecedidas das devidas vênias:    

- Rosa Weber está assumindo a presidência do STF, instância máxima do Poder Judiciário no Brasil?    

- ou estamos na Coreia do Norte e a ministra assumirá o cargo de Kim Jong-un? 

Se vivemos, como apregoam aos quatro ventos, em um 'estado democrático de direito', a ministra assumir o novo cargo é exatamente igual um senador assumir a presidência do Congresso Nacional - com a desvantagem da ministra, no cargo que assume, se tornar a quarta autoridade na linha sucessória do presidente da República - o presidente do Congresso é o terceiro.Fechamos o comentário, lembrando que o diploma abaixo lembra aos 'esquecidos' que o presidente foi eleito para o cargo que ocupa.]

 

Rosa Weber e Bolsonaro com o diploma de presidente -  Daniel Marenco

O fato, porém, já causa certa apreensão no entorno de Jair Bolsonaro, que lembra do discurso duro da ministra durante a diplomação dele como presidente em 2018, quando ela ocupava a presidência do TSE. Na ocasião, para o constrangimento de Bolsonaro, Rosa Weber afirmou: — A democracia é também exercício constante de diálogo e de tolerância, de mútua compreensão das diferenças, (...) sem que a vontade da maioria, cuja legitimidade não se contesta, busque suprimir ou abafar a opinião dos grupos minoritários, muito menos tolher ou comprometer os direitos constitucionalmente assegurados.

Naira Trindade -  Blog Lauro Jardim - O Globo