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quinta-feira, 6 de julho de 2023

No Brasil, as cotas serviram para acabar com a universidade - Bruna Frascolla

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Gazeta do Povo - VOZES

 Progressismo

Milton Santos no Roda Viva. Um egresso da Universidade Federal da Bahia dos tempos em que ela era uma universidade de elite.| Foto: Reprodução do Youtube/Roda Viva

As cotas raciais caíram na sua terra natal, os EUA, graças a uma decisão da Suprema Corte. Como o Brasil é uma espécie de quintal dos EUA, em tese seria de esperar que caísse aqui também, e pelos mesmos moldes: decisão do STF
Nos EUA as grandes decisões morais são tomadas pela Suprema Corte afastada do povo; no Brasil, idem, só que por um STF que é conhecido demais por boa parte do povo.
 
Longe de mim saber o que está acontecendo nos bastidores dos EUA, mas num curto espaço de tempo caíram dois pilares do progressismo: a impossibilidade de proibir o aborto e a possibilidade de usar a raça como critério de admissão
Foram juízes indicados por Trump. Por que essas decisões saíram agora e não antes? Não sei. Haverá uma crise interna na tecnocracia dos EUA, ou tais decisões estavam previstas? Não sei.

De todo modo, é preciso observar que as cotas raciais do Brasil e dos EUA são bem diferentes e atendem a propósitos distintos. Nos EUA, as recém-extintas cotas serviam ao propósito de colocar o negro em posição inferior.  

No Brasil, as cotas serviram ao propósito de destruir a universidade pública.

    Na expressão de Sowell, o negro fica sempre mismatched (descasado) em relação à turma. É mais fácil dizer que as quotas nos EUA desenharam um sistema que garantia ao negro o posto de burro da sala.

Comecemos pelos EUA. O país tem um vestibular nacional único chamado SAT, do qual o nosso ENEM é imitação
Tal como aqui, instituições diferentes têm notas de corte diferentes – e as notas de corte das quotas são diferentes das notas de corte normais. 
O SAT é uma prova criada para refletir o QI. Digamos que um branco e um negro tenham o QI 100: o negro de QI 100, graças às quotas, ia para uma sala onde os brancos tinham um QI superior ao seu, enquanto que o branco de QI 100 ficará entre pares – sentindo-se superior, porém, ao cotista de QI inferior que, graças à política de quotas, era negro. 
Na expressão de Sowell, o negro fica sempre mismatched (descasado) em relação à turma. É mais fácil dizer que as quotas desenharam um sistema que garantia ao negro o posto de burro da sala. 
A única possibilidade de escapar disso seria ter uma nota altíssima, que colocasse qualquer um (independente da cor) no curso com a nota de corte mais alta de todas. Mas aí seria, naturalmente, exceção, já que nem todos podem estar no topo do pódio. A menos que esteja no topo do pódio, o negro sempre estaria na posição de inferioridade intelectual entre os colegas.
 
A polêmica obra The Bell Curve alegava que o QI decide o sucesso profissional e financeiro de um indivíduo nos Estados Unidos. 
Essa é uma afirmação bastante parcimoniosa, já que lá o diploma importava muito, e o acesso ao diploma era mediado pelo QI
Um efeito colateral previsível, inclusive, é o sucesso dos orientais, que costumam se sair melhor em testes de QI e açambarcam as vagas nas melhores universidades – que passaram então a fazer provas de personalidade para excluir os orientais, aflitos com a “sobre-representação” (o excesso) de orientais mais ou menos como os alemães se afligiam com a “sobre-representação” de judeus nas universidades.  
Se a obra The Bell Curve estiver correta, a política de cotas serviu precisamente para que o QI de um indivíduo negro fosse obstado pela sua raça.

Se as cotas raciais dos EUA eram anti-negro, podemos dizer que as cotas no Brasil – raciais ou não – são anti-universitárias.  A implementação das quotas aqui se deu no quadro mais amplo do Reuni, o Plano de Reestruturação do então ministro da Educação Fernando Haddad. Uma das primeiras medidas foi substituir a pluralidade de vestibulares locais por um exame único nacional: o ENEM, que deixou de ser uma avaliação do Ensino Médio e passou a ser o SAT brasileiro.

Diferentemente dos EUA, o Brasil até hoje não tem uma classificação racial clara e burocrática da sua população. Antes das cotas e depois das cotas os negros entraram na universidade sem usar cotas. À época da implementação das cotas, tentou-se criar um sistema de identificação racial de todas as crianças ainda no ensino básico (Demétrio Magnoli registrou isso na coletânea Divisões Perigosas). 
No sistema vigente, quem pleiteia uma vaga de quotas raciais precisa passar por um tribunal racial, que irá aprová-lo ou não. 
Ser considerado negro por uma banca não é garantia de nada; cada tribunal tem autonomia para dar um veredito diferente, de modo que a cada vestibular se pode ganhar, do Estado, uma classificação racial diferente. Há nesta Gazeta uma matéria preciosa detalhando o funcionamento de tal instituição-jabuticaba.

    No caso brasileiro, as cotas são uma seleção negativa de QI.

Quem viveu a mudança do vestibular para o ENEM há de se lembrar que uma das promessas do novo método de acesso era acabar com o decoreba para criar uma prova que qualquer pessoa inteligente e bem alfabetizada pudesse responder só com base no texto. 
Eu tenho memória privilegiada nesse quesito porque peguei os anos finais do vestibular como método de acesso à UFBA e era filha de professora de colégios particulares prestigiosos. Então eu me lembro bem disso. 
E uma prova que não precisa de decoreba porque pessoas inteligentes resolvem é isto: seleção segundo o QI. No caso brasileiro, seleção negativa de QI.
 
As federais hoje reservam incríveis 50% das vagas para as cotas. Seja você um branco rico que estudou em escola de elite, ou um preto pobre que estudou numa escola pública ruim, se você tirar uma nota boa no ENEM, você não entra por cotas e preenche as vagas de acesso livre, ou seja, a outra metade das vagas. 
Só se você não conseguir uma nota boa, é que vai usar suas cartas junto à burocracia – cartas essas que incluem a raça, mas não se limitam a ela; e que são variáveis de universidade para universidade
Por exemplo, além das quotas estritamente raciais (que são julgadas por tribunais), pode haver quotas para quilombolas, índios de aldeia, deficientes… Criam-se assim sinecuras para atestar, driblando o tribunal racial da universidade, que tal aluno é um quilombola ou índio aldeado, comprando certificados de lideranças.

Seja como for, o Reuni acabou com o vestibular rigoroso que cobrava conhecimentos da história local e substituiu-o por uma prova centralizada que exige QI e conhecimento do politicamente correto… para destinar metade das vagas aos burros. Um curso é feito de professores e alunos. O Reuni se certificou de que a universidade pública deixasse de ser a universidade de elite. Foi sabotagem. Quem ganha com isso? Logicamente, as corporações transnacionais de uniesquinas, que têm dinheiro para comprar políticos. Mas os vilões mais em evidência são os demagogos de esquerda, os docentes apedeutas e os discentes oligofrênicos. São vilões reais, ainda assim, é preciso dar a eles a sua real dimensão.

A direita liberal aponta o funcionalismo como o grande ganhador. Esta é uma meia verdade. A parte do funcionalismo que já tinha emprego antes do Reuni não ganhou nada; é mais fácil ter perdido por causa do congelamento de salários.  
No entanto, como o Reuni inchou o funcionalismo, podemos dizer que a maior parte desse funcionalismo que está aí hoje de fato ganhou com a destruição da universidade, pois deve o emprego à abertura exagerada de concursos. 
Um dos meus primeiros textos para esta Gazeta foi justamente para explicar que concurso docente é tudo menos impessoal
Aí entrou um monte de lacrador uspiano nas federais do Brasil todo.
 
Mas o fato mais importante é que os docentes, enquanto classe, se enfraqueceram com o Reuni. 
O professor universitário não pode mais ter ares de aristocrata independente; a classe agora é mais numerosa, menos remunerada, menos inteligente e, sobretudo, menos autônoma, porque o ambiente institucional foi tomado pela esquerda lacradora.  
Os bons professores se autocensuram porque temem a administração e o linchamento dos alunos burros.


    O que resta à maioria da população é a dívida estudantil, um problema crônico dos EUA que Haddad vigorosamente importou para cá ao mesmo tempo em que destruía a universidade pública. Há quem creia que isso é coincidência.

O professor que ganhou com o Reuni é um insignificante. Outro insignificante que ganhou foi o rentista pobre, um tipo social novo, criado pelo liberalismo (“imposto negativo”), que não quer saber de trabalhar e vive catando auxílio aqui e ali. 
É tanta bolsa que os alunos de federal recebem que é constrangedor perceber que as reitorias agora só falam de dinheiro. Ninguém mais quer estudar.
 
O Reuni começou a ser implementado em 2008; lá se vão quinze anos
De lá para cá, as universidades públicas deixaram de ser cobiçadas pelas famílias de classe média e média alta. Agora, quem pode, paga para os filhos irem estudar em universidades particulares caras de São Paulo
E o pobre dedicado, que já perdeu a escola pública boa na década de 70, perdeu a universidade pública boa nos anos 2010
Não tem mais como ascender por meio da educação pública em seu estado de nascimento.
 
O que resta à maioria da população é a dívida estudantil, um problema crônico dos EUA que Haddad vigorosamente importou para cá ao mesmo tempo em que destruía a universidade pública
Há quem creia que isso é coincidência. Eu, não. A marcha globalista sobre as universidades é real; essa marcha é ligada ao mercado financeiro (Soros não é exatamente um funcionário público); e ao cabo o que ela conseguiu, em 15 anos, foi fazer uma mídia amestrada comemorar a redução da carga horária do curso universitário mais antigo do Brasil.
 
De um lado, a esquerda americanizada diz que é racismo esperar que gato, cachorro, papagaio e periquito não entrem nas universidades públicas e combate a ideia de que deva existir uma elite intelectual no país. 
De outro, vulgata liberal da direita repete que os problemas do Brasil se resumem ao Estado, sem atentar à destruição da vida universitária brasileira concomitante ao ingresso do capital transacional no ensino superior.  
Meus senhores, sem investimento do Estado em pesquisa, não haveria agronegócio no Brasil! 
Vocês estão trocando Paolinelli por Lemann e acham bonito. 
É preciso superar essa terra arrasada e reerguer a ciência nacional.
 

 Bruna Frascolla, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 23 de janeiro de 2022

A reservada Rosa Weber chega à presidência do STF e já causa apreensão no governo - O Globo

Naira Trindade
 
Rosa Weber e Bolsonaro com o diploma de presidente

O fato, porém, já causa certa apreensão no entorno de Jair Bolsonaro, que lembra do discurso duro da ministra durante a diplomação dele como presidente em 2018, quando ela ocupava a presidência do TSE. Na ocasião, para o constrangimento de Bolsonaro, Rosa Weber afirmou: — A democracia é também exercício constante de diálogo e de tolerância, de mútua compreensão das diferenças, (...) sem que a vontade da maioria, cuja legitimidade não se contesta, busque suprimir ou abafar a opinião dos grupos minoritários, muito menos tolher ou comprometer os direitos constitucionalmente assegurados.

Naira Trindade -  Blog Lauro Jardim - O Globo


quarta-feira, 15 de maio de 2019

Professora Joana D'Arc Félix fala sobre diploma contestado: 'Não menti'

‘Eu não menti’, diz Joana D’Arc Félix após revelação sobre diploma

'A gente se empolga e acaba falando demais', afirma a química, que ganhou visibilidade ao narrar uma história de superação

Joana D’Arc Félix de Sousa, química brasileira, ganhou visibilidade na imprensa e em palestras como o TEDX por contar uma história de superação: a menina pobre, filha de empregada doméstica com operário de curtume, que entrou na faculdade aos 14 anos e concluiu um pós-doutorado em Harvard. Recentemente, a professora foi questionada sobre o seu currículo.


 Joana D'Arc Félix de Souza: "O meu legado não será apagado" (FEBRACE/Youtube)

Uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revela que a universidade negou ter emitido certificados que comprovem a formação e alertou para um erro de grafia no papel: estava escrito oofem vez de “of”. No suposto diploma, há duas assinaturas. Uma delas é do professor emérito de Química em Harvard Richard Hadley Holm, que, procurado por e-mail, teria dito: “O certificado é falso. Essa não é a minha assinatura, eu não era o chefe de departamento naquela época. Eu nunca ouvi falar da professora Sousa”.

No currículo Lattes, escrito pela própria pesquisadora, está publicado que ela recebeu bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação (MEC). A Capes também negou a existência do nome de Joana em seu sistema, segundo a publicação.
Há outra revelação na reportagem sobre o histórico da pesquisadora: ela fez a graduação, o mestrado e o doutorado na área de Química na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). No entanto, a data da matrícula na Universidade é de 1983, quando tinha 19 anos, e não aos 14 como informou.

A atriz Taís Araújo, que coproduz um filme sobre a vida da cientista, afirmou estar surpresa com a notícia. Joana falou com VEJA sobre a polêmica:

Qual é a história por trás da imagem do diploma?
Não tenho um diploma do pós-doutorado [em Harvard] porque eu voltei antes. Fui lá algumas vezes, mas tive muitas orientações à distância. Quando o jornalista do Estadão veio, no segundo semestre de 2017, ele pegou várias fotos e eu tinha feito uma encenação, em que a gente apresentava vários diplomas. Depois eu vi que ele estava com uma cópia daquilo e eu falei para ele ‘aquilo lá não é válido’, e ficou por isso mesmo, lá em 2017. Também falei recentemente que aquele diploma não era verdadeiro. Ele foi feito para uma encenação.

Com que idade a senhora começou a faculdade?
Passei no vestibular aos 14 anos. O que aconteceu foi que eu não consegui ir, não teria condições, então cursei mais tarde. Eu fui no primeiro momento, mas depois voltei. O TED, por exemplo, é uma coisa reduzida. Tem que falar em 17, 20 minutos. Não dá para falar em detalhes.


(...)
As palestras da senhora são sobre uma trajetória de superação e vitória, em Harvard. Isso não fica em xeque? 
 Eu tive orientações à distância. A gente se empolga e acaba falando demais. Mas fica a lição para nos policiarmos. O legado que eu construí, de reduzir a evasão escolar, de transformação social, de tirar crianças do tráfico de drogas e da prostituição, eu acho que não vai ser apagado.

Matéria completa, Revista Veja