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terça-feira, 16 de maio de 2017

Saída da recessão aparece no horizonte

Não é o número oficial. O PIB sairá apenas em primeiro de junho, mas é um sinal de que a saída da mais longa recessão da nossa história está na linha do horizonte. Já dá para ver. Mas como essa crise é severa e tem outros componentes de incerteza, não será uma recuperação linear, haverá altos e baixos ainda. O resultado positivo do primeiro trimestre, quando ele for divulgado pelo IBGE, e que já está nesse índice do BC, tem um motivo principal: a agricultura. A safra de grãos conseguiu recuperar tudo o que havia caído no ano passado e crescer mais ainda. O IBGE calcula em 26% o crescimento da produção de grãos, e por isso ela está sendo chamada de supersafra.

Os dados positivos da agricultura se esgotam no primeiro semestre, e tem um peso maior no primeiro trimestre. O segundo trimestre será de crescimento menor do que o primeiro. Já na segunda metade do ano, a queda da inflação que permitiu a queda da taxa de juros ajudará a estimular o crescimento.  Mas este não será um ano de resultado positivo forte. O Santander prevê alta de 0,7% em 2017. Será apenas o fim da queda, a estabilidade, e o começo do crescimento.

A previsão é de uma alta pequena no PIB do ano, mas claramente o pior ficou para trás quando se fala em nível de atividade.  Só a queda do desemprego fechará completamente esse ciclo de mais de dois anos de recessão, mas como todos sabem, o desemprego é o último a piorar e o último a melhorar. Este ano ainda será de desemprego alto, pode haver melhoras nos dados do IBGE ao longo dos próximos meses, mas a retomada mesmo dependerá do grau de confiança que os empresários tenham na economia. O país ainda está com muitas incertezas em diversas áreas, que vão além da economia.

Agora um detalhe importante: a lei de teto de gastos estabelece que as despesas só podem crescer no limite da inflação em 12 meses terminada em junho. Agora, na hora de fazer o Orçamento do ano que vem, o governo terá que obedecer a este limite. A inflação continua caindo e deve estar em junho abaixo de 4%. Será um desafio fazer este orçamento.

Fonte: Míriam Leitão - O Globo