Terá
consequências políticas e históricas a decisão do juiz federal Ricardo
Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara Federal de Brasília, que ontem
recebeu denúncia contra o ex-presidente Lula na investigação sobre a
tentativa de obstruir a Justiça. Lula é acusado pelo Ministério Público,
juntamente com o ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral, e mais
cinco pessoas, de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás
Nestor Cerveró.
Três consequências do despacho do magistrado já
podem ser sentidas pela reação do mundo político. Em primeiro lugar, a
pressão de vários setores sobre o juiz Sérgio Moro, que comanda a
Operação Lava Jato, está gerando outros Sérgios Moros. Isso
ficou claro quando, no mês passado, o também juiz federal Paulo Bueno de
Azevedo, de São Paulo, determinou a prisão do ex-ministro Paulo
Bernardo, marido da senadora petista Gleisi Hoffmann (PR), na Operação
Custo Brasil.
Agora, quando toda a atenção de Lula e de sua
defesa estavam voltadas para o juiz Sérgio Moro, que, anteontem, fora
denunciado pelo ex-presidente ao Comitê dos Direitos Humanos da ONU,
“por abuso de poder”, um juiz de Brasília torna Lula réu. Não se duvide
se em outras regiões do País mais juízes federais tomarem atitude
semelhante.
A segunda consequência da determinação do juiz
brasiliense diz respeito à movimentação das peças do xadrez político que
começa agora, nas eleições municipais de outubro, e se estenderá até as
eleições presidenciais de 2018. O futuro político de Lula passa
a ser incerto. Já réu em Brasília, ele pode seguir o mesmo caminho em
Curitiba. Caso seja condenado na primeira instância, por um ou por outro
juiz, o caminho natural é o recurso ao Tribunal Regional Federal (TRF)
da região onde a ação corre. No caso de Curitiba, as decisões do juiz
Sérgio Moro têm sido confirmadas pelo TRF da 4.ª Região, que fica em
Porto Alegre. Se, em Brasília, a tendência for a de confirmar a decisão
do juiz de primeiro grau, como ocorre em Porto Alegre, Lula se tornará
ficha-suja, conforme determina a Lei da Ficha Limpa.
Claro que
tudo está no terreno da suposição do que pode ocorrer. Mas, como é
possível que este seja o caminho, o raciocínio de que Lula poderá ser
impedido de concorrer à eleição de 2018 já não é ilógico. Portanto,
embora faltem dois anos e dois meses para a próxima eleição
presidencial, não dá para dizer que Lula será candidato. Mesmo combalido
pelas sucessivas denúncias de envolvimento dele em esquemas esquisitos e
tráfico de influência, o ex-presidente ainda é um candidato
competitivo.
Em terceiro lugar, a decisão do juiz Ricardo
Augusto Leite torna-se um golpe muito duro para o PT e para a presidente
afastada Dilma Rousseff. Para o PT porque o partido passa pelo pior
momento em seus 36 anos de vida e a tendência é que piore. Com Lula
empenhado em se defender numa vara no Centro-Oeste e em outra no Sul,
ele terá menos tempo para rodar o Brasil para pedir votos nos candidatos
a prefeito pelo PT.
Quanto à presidente afastada, a decisão do
juiz de Brasília também a atinge em cheio. O processo de impeachment é
político. Por mais que o advogado José Eduardo Cardozo insista em
detalhes técnicos na sua defesa, nessas alturas das coisas, a tendência é
que os senadores façam associação entre Dilma e Lula e as conversas que
tiveram para tornar o ex-presidente ministro, dar-lhe foro privilegiado
no Supremo Tribunal Federal (STF) e livrá-lo das mãos de Moro. O
conteúdo da conversa entre Lula e Dilma, vazado por Sérgio Moro, tem
muito mais força política do que a insistência de Cardozo em dizer que
Dilma não cometeu crime de responsabilidade.
Fonte: O Estadão - João Domingos
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domingo, 31 de julho de 2016
Lula réu
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sábado, 25 de junho de 2016
Visão conspiratória e vitimização lulopetistas
O PT, mais uma vez, deve se explicar diante da descoberta de outro caso de corrupção no primeiro nível da administração de seu governo
Desde março de 2014, quando foi lançada a Operação Lava-Jato, casos de roubalheira de lulopetistas e aliados se concentraram no grupo Petrobras e em alguma outra empresa pública. Golpes dados contra o Erário na administração direta, na manipulação de verbas de ministérios, em que os desvios no Dnit (Transportes) são grande exemplo, haviam ficado para trás.
Mas, vê-se agora, na Operação Custo Brasil, na qual foi preso o ex-ministro Paulo Bernardo, que a corrupção no primeiro nível da administração federal continuou campeando. O esquema montado no Planejamento, com Paulo Bernardo, é prova disso. Por ele foram ordenhados, segundo o MP de São Paulo, R$ 100 milhões em cobranças indevidas de servidores federais clientes de crédito consignado. Parte foi para o PT, sobraram R$ 7 milhões para o ex-ministro, e assim por diante.
A sede do partido, em São Paulo, também foi visitada pela Operação. Logo, parlamentares petistas e outros representantes do PT , inclusive a executiva nacional da legenda, reagiram de forma típicamente petista: pela vitimização e a partir de uma visão conspiratória.
Nessas circunstâncias, o partido sempre se apresenta como vítima de tenebrosas maquinações dos adversários e inimigos. Desta vez, tudo acontece porque o Planalto de Michel Temer enfrenta desgastes devido ao envolvimento, de alguma forma, de gente do governo interino com a Lava-Jato. Por serem investigados ou acusados pela operação, como também por tramarem para conter o desbaratamento do petrolão, com leis aprovadas no Legislativo e lobbies em Cortes judiciais.
Acham petistas — ou dizem achar — que o governo interino, jogado às cordas por gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, por exemplo, manobrou para que o Ministério Público e a Polícia Federal desfechassem a Custo Brasil. [se o Paulo Bernardo e outros da sua corja lulopetista não tivessem roubado, cometido os malfeitos, a PF não teria encontrado elementos para fundamentar a Custo Brasil e as prisões dela decorrentes.]
Acredite quem quiser que o MP, independente por determinação constitucional, e a PF, operacionalmente autônoma, aprontaram esta operação para prejudicar o PT e nesta hora. O partido se prejudica a si mesmo, sem ajuda. Ele precisa é, mais uma vez, se explicar. Há várias descobertas graves feitas pelas investigações: a Consist, empresa contratada, cobrou um sobrepreço na tarifa de serviço aos clientes do crédito e com isso arrecadou R$ 100 milhões, dos quais saíram propinas e dinheiro para o PT. Uma das ligações do caso com a senadora Gleisi Hoffmann (PT), mulher de Bernardo, é a participação no esquema do seu advogado em campanhas, Guilherme Gonçalves.
Um aspecto relevante em tudo isso é que a operação comprova que a “organização criminosa” do partido e aliados (PMDB, PP, PCdoB) não atuou apenas na Petrobras. Já haviam sido detectadas ramificações dela no setor elétrico (Eletronuclear, Belo Monte). Agora, na administração direta. E obedecendo ao mesmo padrão: financiamento eleitoral e bolsos pessoais.
Fonte: Editorial - O Globo
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