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segunda-feira, 29 de junho de 2015

Agenda de gênero, uma agenda bem programada!



Neste artigo, Pe. Rafael Solano, faz um alerta muito sério acerca de uma agenda de 8 itens que vem-se instaurando sorrateiramente nas mentalidades e culturas mundiais.

Quando ouvimos falar em ideologia de gênero, pensamos que estamos diante de uma situação definitiva. Tenho ouvido muitos se manifestarem contra e tantos outros se manifestarem a favor. O que muitos talvez não saibam é que a ideologia de gênero, faz parte de uma agenda muito bem montada; dentro da qual há diversos passos e momentos que aos poucos vem-se instaurando nas mentalidades e culturas.

Em 1885 se deu o primeiro dos passos para a elaboração desta agenda. O trabalho desenvolvido por Lewis Henry Morgan e continuado por Frederich Engels, foi muito bem tematizado. Primeiro, colocar em questão o valor da família como estrutura privada e capaz de formar a consciência da pessoa. Tanto um como o outro criaram um modelo no qual as pessoas dentro da família, não tivessem nenhum tipo de relação. Eliminando as relações familiares se destrói o conceito de pessoa.
O segundo passo foi dado em 1968, Robert Stoller, define e especifica a necessidade de fortalecer o conceito e a definição do termo gênero, em detrimento da definição do termo sexo. Segundo Stoller, utilizar o termo sexo masculino e feminino constituía uma séria problemática para a identidade sexual do próprio individuo.
Em 1975, Elisabeth Clarke e Simone de Beauvoir, são sem dúvidas as maiores promotoras do feminismo ocidental, no qual a ideologia de gênero e o aparecimento de um novo sexo, atrai a atenção sobre a situação que se vivia desde os alvores do século XX quando, em Nova York, um grupo de mulheres decidiu sair nas ruas exigindo o direito ao sufrágio e este movimento lhe deram o nome de “Feminismo ideológico”.
Desde o ano de 1999, iniciamos um quarto momento, que é aquele no qual nos encontramos. Diante da situação vivida pelos apelativos do gênero e pelos novos movimentos sexuais, no século XXI, tornou-se mais relevante o processo educativo que países como Holanda, Bélgica e Suécia iniciavam a viver.
O quarto ponto da agenda é criar um sistema educativo, pedagógico dentro do qual um dos passos, seja permitir que a pessoa não se sinta reconhecida na sua natureza; que simplesmente com o passar do tempo, ela mesma possa descobrir qual é o seu estado natural e assim mesmo “decidir” se é homem ou mulher. Esta suposta decisão, vem acompanhada de uma aniquilamento da pessoa; substituindo ela por alguém sem identidade.
 
Qual deve ser o tempo que se deve esperar e quais os modelos que esta pessoa não definida deve seguir dentro da sociedade? Nos países supra citados, hoje as pessoas que optaram por este sistema, não conseguem encontrar uma forma acertada para o tal desenvolvimento da identidade; pois os estudiosos da ideologia de gênero não tem a suficiente certeza se ela levará em conta a liberdade genuína da pessoa, que nasce nas mesmas relações, que eles se permitem proibir.
A meu ver existem mais quatro passos a serem cumpridos e bem desenhados dentro desta agenda. O próximo será a desconstrução do significado do termo pessoa e até mesmo o termo indivíduo, sendo assim quem decide no seu lugar não é mais alguém autônomo, e sim alguém que poderia deixar nas mãos de um outro essa decisão.
O seguinte passo seria o mais próximo de todos. Eliminada a pessoa, se eliminam suas relações e seus efeitos. Uma tendência em forte atualmente é o assim chamado “poli amor”. Onde as pessoas podem estabelecer matrimônios ou uniões de fato, mas sempre abertas à outro tipo de relações, sem compromisso definitivo ou sem a exigência da estabilidade ou unicidade.
O último dos itens desta agenda é de caráter anti-metafísico. Qualquer tipo de relação com a transcendência, com a religião, ou com o ser Criador, deve ser simplesmente anulada. O homem do século XXI, dono e senhor do seu poderia mais precioso a sua identidade. Os passos a seguir só serão evitados se percebemos que existe algo mais profundo e delicado quando se fala em ideologia de gênero.

Padre José Rafael Solano Durán.
Doutor em Teologia Moral, especialista em Bioética, professor da PUC – PR, Assessor de Bioética do Regional Sul II da CNBB – Post Doutorado em Teologia Moral e Família pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, Instituto João Paulo II. É autor do livro: Família, Novo Sinal dos Tempos, pela Editora Canção Nova