O silêncio barulhento de Bolsonaro - Tudo conspira contra ele
[os adversários de Bolsonaro temem tanto o líder das pesquisas que estão a espreita para deturpar qualquer comentário que o futuro presidente do Brasil faça.
Se tiverem a menor chance vão tentar acusar Bolsonaro.]
Os políticos mais relevantes deste país, provocados ou espontaneamente, comentaram o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), e naturalmente o condenaram.Menos um – o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), candidato a presidente da República e o segundo colocado em todas as pesquisas de intenção de voto divulgadas até aqui. Seus devotos justificaram o silêncio com a desculpa de que a mídia costuma deturpar tudo o que Bolsonaro diz. Procurado, ele limitou-se a dizer que nada tinha a declarar.
Bolsonaro foi contra a intervenção federal no Rio. Só tem a perder se ela der certo. Marielle era a síntese perfeita de tudo o que ele combate – mulher, negra, defensora dos gays, ativista política.
Daí o seu silêncio.
A jornal, assessor do deputado disse que ele não se posicionou porque seria polêmico demais; outros postulantes lamentaram o crime e cobram investigação
De treze pré-candidatos à Presidência da República, doze se manifestaram a respeito do brutal assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), executada com quatro tiros na noite de quarta-feira, na capital fluminense. O único a ignorar o assunto foi o postulante do PSL, o deputado Jair Bolsonaro – que, ironicamente, é parlamentar pelo mesmo Rio de Janeiro e se associa a uma pauta de segurança pública.Ao longo do dia, Bolsonaro fez diversas publicações em suas redes sociais, nenhuma sobre o tema. O deputado se concentrou na sua defesa da criação de um campo de refugiados para resolver a situação dos venezuelanos que entram no Brasil a partir de Roraima. Ao jornal Folha de S.Paulo, um assessor disse que a opinião do parlamentar sobre o crime que vitimou a vereadora, uma defensora dos direitos humanos, seria polêmica demais.
Dos filhos do parlamentar que atuam na política, dois, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o deputado estadual do Rio Flávio Bolsonaro (PSL), falaram sobre o tema. Flávio chegou a dizer que lamentava a morte, em sua conta no Twitter, e que sempre tinha tido “relação respeitosa” com a vereadora. A mensagem, no entanto, foi apagada posteriormente. Ele chegou a ser questionado por usuários da rede sobre o motivo de ter apagado o tweet, mas Flávio não respondeu. Eduardo não lamentou a morte. O deputado por São Paulo se limitou a criticar as especulações sobre uma possível culpa de policiais militares no crime, cometido poucos dias depois de Marielle Franco ter feito duras críticas ao batalhão da polícia em Acari, na Zona Norte da cidade, o que mais mata no Rio de Janeiro.
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