Bolsonaro conformou-se,
fechou a boca e resistiu o quanto pôde. Até que não deu mais. Seria
contrariar a própria natureza. Na semana passada, agrediu a ativista
ambiental sueca Greta Thunberg chamando-a de “pirralha”. Greta havia
lamentado o assassinato na Amazônia de três índios no período de um mês. Sem mais nem menos, uma
vez que Lula anda calado, Bolsonaro aproveitou uma entrevista coletiva
na porta do Palácio da Alvorada para referir-se a ele como “o dos noves
dedos”. Quando era torneiro mecânico em São Bernardo do Campo, em São
Paulo, Lula perdeu um dos dedos em acidente de trabalho.
O alvo mais recente dos
seus insultos foi Paulo Freire, cujo método de alfabetização é estudado
no mundo inteiro. Freire morreu depois de ser homenageado com 34 títulos
de doutor honoris causa por universidades famosas daqui e do exterior. É
o patrono da educação brasileira por decisão do Congresso. [após o presidiário, temporariamente em liberdade, vulgo 'nove dedos', ter, quando conspurcava o cargo de presidente da República, recebido vários títulos doutor 'honoris causa', - tendo em conta que um dos seus orgulhos era o de nunca ter lido um livro - tendo aquele condenado sido cogitado para o Nobel da Paz, tais honrarias se tornaram dispensáveis.
Da mesma forma, perdeu o valor 'pedra fundamental' de universidade - o condenado lançou várias e nenhuma deixou de ser apenas uma pedra.]
Bolsonaro chamou-o de
energúmeno, que quer dizer imbecil, ignorante, idiota, inepto, estúpido,
tapado, besta e burro. Ou então uma pessoa desequilibrada,
descontrolada, desatinada, desnorteada, fanática, furiosa e arrebatada.
Culpou-o pelo mau desempenho dos estudantes brasileiros nas provas
escolares.
É um belo desfecho de ano
para quem em tão poucos meses já foi capaz de ofender a mulher do
presidente francês Emanuel Macron, zombando da beleza dela. [pergunta que não quer calar: é possível zombar do que não existe?] Bolsonaro é o
que sempre foi e será. Não aprende. E não esquece o que aprendeu.