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domingo, 16 de julho de 2023

Nem sempre é a economia - Alon Feuerwerker

Análise Política

A prevalência da economia sobre as demais variáveis numa eleição cristalizou-se na literatura a partir do “É a economia, estúpido”. Atribui-se a James Carville, na campanha em que seu assessorado e desafiante, William Jefferson Clinton, derrotou o incumbente, George Herbert Walker Bush (pai), na disputa presidencial americana em 1992. É dogma desde então.

E faz mesmo algum sentido, dado que as grandes maiorias movem-se na política por fatores conectados à vida material. Daí as pesquisas eleitorais e de avaliação de governo buscarem sempre saber se o entrevistado está melhorando de vida, tem esperança de melhorar de vida, acha que o país e a economia estão no caminho certo etc.

Mas, se a economia responde pelas tendências mais estruturantes do eleitorado, seria um erro subestimar os fatores subjetivos. São conhecidas as situações em que o incumbente mal avaliado na gestão derrota um desafiante. Caso clássico é a vitória de Mário Covas sobre Paulo Maluf em 1998 na disputa do governo de São Paulo. Uma campanha anticorrupção extremamente agressiva permitiu ao tucano virar no segundo turno uma corrida que tinha tudo para perder.

Há situações em que o líder se impõe mesmo quando as coisas não vão bem, e por uma razão simples: ele acaba sendo visto como o mais apetrechado para conduzir o barco a um futuro melhor ou então como quem melhor pode liderar o grupo na busca da sobrevivência. Em guerras, é bastante comum.

E no Brasil? A última eleição presidencial foi paradigmática quanto aos aspectos subjetivos. A economia vinha se recuperando ao longo do ano. 
O desemprego já caía desde meados do ano anterior, e a inflação começou a recuar no final da primeira metade de 2022. 
Efeitos também da normalização econômica do final da pandemia.

A economia manteve Bolsonaro competitivo na corrida, mas ele acabou perdendo. Por pouco, mas perdeu. E há um quase consenso de que os tais aspectos subjetivos foram decisivos para a derrota dele
Dois em particular: 
1) a atitude negativa diante das medidas contra a Covid-19, especialmente o antivacinismo; e,
 2) o combate ao voto eletrônico. [quanto as vacinas,  a queda da  covid-19, apesar de algumas vacinas terem sido até cassadas, reforça a condenação ao antivacinismo, mas, o voto eletrônico continua alvo de suspeitas.]

Bolsonaro ficou dois pontos percentuais atrás de Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente por ter recuado de maneira significativa no Sudeste em relação a quatro anos antes. No Nordeste, no essencial, o PT teve em 2022 o desempenho que tivera em 2018. Uma hipótese bem razoável é os fatores subjetivos terem ajudado essa lipoaspiração “sudestina” de Bolsonaro. [nas regiões em que a miséria impera, o PT se destaca favoravelmente quanto sua capacidade de manter o atraso e a miséria.]

O desempenho da economia concentra as atenções agora quando se trata de prospectar a política para 2026. Mas, num país dividido quase ao meio, talvez seja prudente levar também em conta a luta ideológica, simbólica e de valores. Entendê-la é essencial para medir em algum grau a sensação e a convicção de pertencimento, saber de que tribo alguém sente que faz parte.

Pode não ser o combustível da maioria dos eleitores, mas eventualmente é o motor daquela minoria que, indo para um lado ou outro, decide a eleição. 

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político 

 

domingo, 21 de agosto de 2022

Os fatos e os entraves - Alon Feuerwerker

Análise Política

Todas as pesquisas, algumas antes outras depois, vêm mostrando melhora na percepção popular sobre o estado da economia. A evolução mais acentuada é nas expectativas, especialmente sobre a inflação. Se houver mesmo segundo turno em outubro, será por esse sentimento. Toda eleição é, em última instância, uma disputa sobre continuar, porque está dando certo, ou mudar, porque está dando errado.

Mas eleição não é transformação automática, em votos, de percepções objetivas sobre a realidade. A transmissão não é linear, há assincronias e assimetrias. Tem gente que não vota no situacionismo, mesmo avaliando bem a situação. E tem gente que deseja a continuidade, mesmo reprovando o trabalho de quem ocupa o poder. “É a economia, estúpido”, mas ela não está sozinha no baile.

Isso fica bem evidenciado num certo atraso, ou dificuldade, de Jair Bolsonaro transformar em intenção de voto a melhora da percepção popular sobre o estado da economia. Na base da sociedade, o presidente enfrenta um cenário de apoio fiel a Luiz Inácio Lula da Silva, e o objetivo governamental aí não é sobrepujar o adversário, mas reduzir a diferença nesse principal estoque de votos. Quase metade do eleitorado ganha até dois salários mínimos.

A resistência dos pobres a Bolsonaro repousa em três fatores: 1) os governos do PT implementaram, ao longo de catorze anos, um leque de programas sociais; e, por isso, 2) não teria credibilidade o governo recorrer ao tradicional truque de dizer que, se a oposição ganhar, vai acabar com as medidas que beneficiam a base da pirâmide social; e 3) os recentes benefícios aos mais pobres só estão garantidos por lei até 31 de dezembro. [data máxima vênia, não é o governo que diz que se a oposição ganhar, vai acabar com as medidas que beneficiam a base da pirâmide social;
O Governo apenas divulga o que o próprio descondenado diz, expele em suas falas, - parte textualmente e parte como consequência inevitável de medidas que o 'coisa ruim' garante que, se eleito, vai implementar, especialmente quando comenta seu escatológico plano de governo  
Não vamos aos comícios do 'perda total'  - o veneno produzido pelas emanações malignas é mais forte do que o do 'coronavírus', por isso não constatei 'in loco', nem pretendo, a frequência àqueles eventos. 
Se observa no noticiário de uma conhecida rede de TV, ao exibir o dia a dia dos candidatos, as imagens do 'descondenado' - não inocentado - em eventos públicos, mostram sempre aquele indivíduo e uma área bem restrita  - evitando tomadas  panorâmicas.
É por falta de público no evento? ou excesso de falta?]

Bolsonaro vem sendo prejudicado pela percepção de que as medidas de seu governo a favor dos pobres costumam demorar, só saem a fórceps e, agora, não estão garantidas para o próximo ano. O governo pode até explicar que as dificuldades derivam da preocupação com o equilíbrio fiscal. Mas os fatos são teimosos: como, ao fim e ao cabo, ele acaba adotando as medidas, fica a impressão de ter feito a contragosto.

E isso é um veneno eleitoral.

No topo social, o problema é outro: a convicção disseminada de Bolsonaro pretender implantar um regime autoritário. [a tendência imposta pela esquerda,  pelo ativismo, é de impunidade, leniência com o crime - situação que amedronta tanto o topo social quanto ao piso da pirâmide = deixa patente a necessidade de medidas enérgicas de combate à criminalidade, à impunidade. 
Ao que entendemos tais medidas não significa implantação, ou desejo de implantar, um regime autoritário. 
É notório que golpistas não alardeiam suas intenções, o que motiva tais boatos - fake news -  é que muitas vezes o nosso presidente fala sem pensar, cai em certas provocações,  que são maximizadas pelos inimigos do Brasil = esquerda + establishment. Importa menos se esse fato está perto ou distante da realidade. Na política, especialmente em eleições, vale a percepção. Por ação ou omissão, o governo deixou a ideia cristalizar. E tal circunstância, ademais, oferece uma oportunidade única de o habitual adesismo, atraído gravitacionalmente pela expectativa de poder, revestir-se de desprendimento em defesa da democracia. Chega a ser irresistível.
 
A evolução do cenário eleitoral depende das taxas de transmissão das variações entre três índices: 
1) a percepção sobre a economia, pessoal e geral; 
2) como isso impacta a avaliação do governo; e
3) em que medida isso se transforma em voto. 
É razoável supor que a melhora no primeiro quesito impacte positivamente o segundo e, por tabela, o terceiro. 
Os números não mentem. A dúvida é quanto os entraves vão retardar essa transmissão.
 
Alon Feuerwerker,  jornalista e analista político

domingo, 13 de março de 2022

Uma barreira não trivial - Alon Feuerwerker

Análise Política

A cada eleição vem o desafio de tentar projetar qual será o fator decisivo para o eleitor. Desde a vitória de William Jefferson Clinton na corrida à Casa Branca, em 1992, o senso comum adotou o “é a economia, estúpido” celebrizado pela marquetagem dele. A economia, os empregos, a inflação seriam os vetores-chave para o eleitor oscilante definir em quem vai votar. Mas é sempre bom ter um pé atrás com o senso comum. Mesmo que seja para, ao final, concordar com ele. Sempre é bom dar uma olhada nas demais variáveis.

E a Covid-19? Desde a eclosão da beligerância armada na Ucrânia, ela desapareceu da tela das preocupações da opinião pública.   
Mas os números são objetivos, e teimosos. 
Neste momento, a média móvel diária de mortes nos últimos sete dias está na casa dos quinhentos. A de casos, em cinquenta mil
Das outras vezes em que bateu nesses patamares nos dois anos da pandemia adotaram-se, ou já estavam em vigor, medidas duras. 
Desta vez, a regra é o liberou geral, o abandono completo das providências sanitárias. Inclusive do uso das máscaras. 
Qual a racionalidade de abolir o uso de máscaras quando morrem quinhentos por dia de Covid-19?

Deve haver alguma explicação científica, mas não é disso que se trata. Se, eventualmente, as curvas continuarem elevadas ali no desfecho da campanha eleitoral, e se o liberou geral continuar a regra, como o eleitor vai reagir? 

Qual argumento ele vai aceitar melhor? Que o que tinha de ser feito, especialmente a vacinação, foi feito e que o negócio é tocar a vida ou que as providências draconianas adotadas nos dois anos anteriores foram exageradas, como certamente argumentará o presidente e candidato à reeleição?

E qual será o peso da agenda conservadora e das questões relacionadas à segurança pública? 
 Aqui eu arriscaria dizer que ambas vão ser relativamente menos importantes que quatro anos antes. No primeiro caso, é sensível que o conservadorismo arrefeceu em escala global, e no Brasil perdeu parte da substância de anos atrás. Perdeu “momentum”. No segundo, as pesquisas são unânimes ao apontar que saúde, inflação e empregos ganharam peso nas preocupações do eleitor. Efeitos da Covid-19 e das consequências.

Mas e se a tese de James Carville, o estrategista de Clinton em 92, estiver novamente certa? E se for “a economia, estúpido”?

Como previsto, esta passagem de ano está assistindo a uma recuperação, lenta mas recuperação, da atividade e do emprego, e as projeções de mercado apontam para um menor aquecimento dos preços, decorrente da política monetária.  
Qual será o impacto inflacionário do aumento no custo dos combustíveis decorrente da crise internacional? 
Como o BC vai reagir? 
Corremos o risco de abortar a recuperação e chegar à eleição com a economia patinando?
 
Todas as pesquisas mostram Jair Bolsonaro competitivo para outubro, indicam que a luta da terceira via para tirar o presidente do segundo turno é batalha morro acima. Mas os desafios, especialmente na economia, que o governo tem pela frente nestes meses não são triviais. 
O principal deles: como minimizar o impacto da crise planetária sobre a vida material dos brasileiros sem perder a marca de “defensor e protetor dos mecanismos do livre mercado”?

E tem a pauta da corrupção. Ela parece meio fora de moda. Mas vai saber... 

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político


domingo, 14 de fevereiro de 2021

Tentativa covarde, estúpida e fracassada de impedir Trump

O Globo

Minoria covarde e hipócrita salva Trump de condenação - Guga Chacra

[o primeiro e terceiro adjetivos do título dispensam comentários;  o segundo, apenas qualifica a ignorância, a burrice, de tentar impedir alguém de exercer um cargo qual se afastou há quase um mês.
Ao emprego acertado do adjetivo  covarde, no título,  cabe um pequeno reforço à conveniência do seu uso - os inimigos dos EUA se borram com a possibilidade de Trump voltar em 2024 = tem 74 anos, o que torna viável ser empossado para um segundo mandato com 78 anos.]

Sete senadores republicanos se juntaram aos democratas e votaram pela condenação de Donald Trump por incitar a uma insurreição contra o Capitólio. Foram 57 votos a favor e 43 contra. Infelizmente, apesar de serem a maioria, este grupo bipartidário não conseguiu o total de dois terços dos votos necessários como prevê a Constituição. Desta forma, o mais antidemocrático presidente da história recente dos Estados Unidos não perderá os direitos políticos.

[LEMBRETE aos inimigos do Brasil = adeptos do quanto pior, melhor, arautos do pessimismo, inimigos da democracia,  inimigos do presidente Bolsonaro e inimigos dos brasileiros. 
As coisas não andam bem para vocês: tentaram impedir o presidente Bolsonaro, mas não passaram da ridícula, absurda e não fundamentada tentativa;
torceram pelo impedimento de Donald Trump também fracassaram. 
Tentam agora uma CPI da covid-19 para investigar a conduta do governo do presidente Bolsonaro e vão fracassar. Tentar se valer da crise do Amazonas para prejudicar o Brasil, o nosso presidente e seu ministro Pauzuello é mais uma falta de noção, de imparcialidade, de justiça e de patriotismo = esquecem que quem comprou, em uma loja de vinho, respiradores inadequados, sem licitação e super faturados (316% acima do preço de mercado)  foi o governo do Amazonas. 
A tal CPI, tenta tornar um dos principais pontos contra o governo Bolsonaro a crise de oxigênio no Amazonas...( "Se instalada, a CPI do Coronavírus terá farto material de trabalho. O ponto de partida será o colapso dos hospitais em Manaus...")parece que além de inimigos do Brasil são também obtusos.] 

Os 43 senadores republicanos que votaram contra a condenação são covardes. Votaram contra o país e contra a democracia. Deveriam ter vergonha. Optaram por se posicionar a favor de um mentiroso compulsivo que colocou a vida deles próprios em risco. É repugnante a atitude destes políticos. Entram para a história por decidirem inocentar o ex-presidente. Todos vimos Trump incitando seus seguidores extremistas e supremacistas pouco antes de eles invadirem o Congresso. [fidelidade e lealdade são qualidades que exigem coragem e dignidade dos que as cultuam.]

O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, até detonou Trump, o responsabilizando pela invasão, em seu discurso logo depois da votação. Claramente, considera o ex-presidente culpado. Mas, minutos antes, votou contra a condenação por considerar o julgamento inconstitucional porque o republicano já deixou o poder. Hipócrita. Caso tivesse votado com a sua consciência, talvez o resultado fosse distinto.

ContextoTrump continuará incitando violência

(.....)

Não sabemos se Trump voltará em 2024. Impossível saber. Talvez volte como republicano, como independente, como candidato de um novo partido. Faltam quatro anos. O mundo será outro daqui quatro anos. O próprio Trump surpreendeu o mundo em 2016 ao vencer as primárias republicanas.

LEIA MATÉRIA COMPLETA, Guga Chacra,jornalista - O Globo


terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Ofensa pessoal a seus desafetos, a arma predileta de Bolsonaro - VEJA - Blog do Noblat