O país tem a mais baixa taxa nominal de juros na vigência da Selic; desta feita, a queda também dos juros reais encontra uma inflação que está abaixo do piso da meta, não muito acima do centro, como ocorreu no governo Dilma, que caminhou para estourar também o teto
Não adianta. Por mais que se assanhe a
conjuração de idiotas, pessimistas interessados, vigaristas, fascistas
de esquerda, fascistas de direita e gente de cabeça preta e oca, o fato é
que a economia brasileira vai encontrando o seu caminho. O que não quer
dizer que não possa se perder. É claro que pode. Basta que o país não
faça, por exemplo, a reforma da Previdência, e os problemas virão,
estejamos certos disso como o suceder de dias e noites.
O Comitê de Política Monetária do Banco
Central baixou a Taxa Selic para 7% ao ano e sinalizou que, em
fevereiro, pode haver um novo corte de 0,25 ponto. Aí, dá a entender o
próprio Banco Central e, do mesmo modo, avaliam os operadores do
mercado, será preciso esperar. A eleição será um fator de estabilização
ou de desestabilização. Depende do que virá pela frente, não é? Haverá
um favorito com os meridianos no lugar? O país vai escolher um
doidivanas? Sua Excelência “O Povo” indicará o caminho. Na democracia, é
muito difícil negar a máxima de que cada povo tem o governo que merece.
Caso a Câmara aprove a reforma mitigada
da Previdência ainda neste ano, ficaremos por conta do Senado. Sendo
boas as perspectivas e não havendo pela frente terror eleitoral, a
trilha parece segura. Com a queda da Selic nesta quarta, os juros
nominais chegam a seu número mais baixo. Mas e a taxa real, descontando-se a
inflação? Bem, aí as coisas mudam um pouco de figura, embora as notícias
continuem boas. Não basta, leitor, descontar os praticamente 3% de
inflação de 2017 (o esperado é 3,03%) dos 7% da taxa de juros, caso em
que os juros reais seriam de 4%. A conta é outra: é preciso considerar
os 7% num período de 12 meses em face do IPCA (inflação) projetado
também em 12 meses. E este, estima-se, é de 3,96%. Ainda assim, também
não basta subtrair 3,96% de 7%, caso em que os juros reais seriam de
3,04%. Na verdade, eles são um pouco menores. Com a nova Selic, ficaram
em 2,92%.
Existe uma fórmula para o cálculo do juro real, a saber.
Taxa Real = 1 + Taxa Nominal – 1 X 100
1+ inflação
Se a Taxa Nominal é de 7%, podemos expressá-la em números decimais, a saber: 0,07 Fazendo-se o mesmo com a inflação, tem-se 0,0396
Vamos submeter os dados à fórmula:1+ inflação
Se a Taxa Nominal é de 7%, podemos expressá-la em números decimais, a saber: 0,07 Fazendo-se o mesmo com a inflação, tem-se 0,0396
Sim, em dezembro de 2012, no glorioso
governo de Dilma Rousseff, o país teve juro real menor: 1,39%. Acontece
que já estávamos sob o império da irresponsabilidade que redundaria no
desastre. Era o juro real mais baixo da história recente, mas com
inflação de 5,84%, bem acima do centro da meta, que era de 4,5%. Em
2013, ela saltou para 5,91%; 6,41% em 2014 e 10,67% em 2015. A síntese
daqueles anos do samba-do-petista-doido poderia ser esta: os
companheiros tentaram baixar juros na porrada porque, ora vejam!,
achavam que, assim, dinamizariam a economia, o que concorreria para
baixar a inflação. Que, por óbvio, subiu em vez de cair. Aí foi preciso
elevar juros, o que contribuiu para aprofundar a recessão, mas com
inflação nos cornos da Lua.
Não pensem que tanta incompetência é coisa corriqueira. Não é, não. O que estou dizendo é que o país, agora,
tem a menor taxa nominal de juros de sua história e a mais baixa taxa
de juro real que é, digamos, REAL: vale dizer: o presidente não resolveu
dar um murro na mesa para forçar a queda. Ademais, a inflação está
abaixo até do piso da meta.