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domingo, 23 de junho de 2019

"O mundo de fantasia do sindicalismo" - Gazeta do Povo



Enquanto exigem juros mais baixos, centrais sindicais sabotam o principal instrumento que pode garantir saúde fiscal ao Brasil


A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 6,5% pela décima reunião consecutiva irritou sindicalistas. A Força Sindical, por exemplo, emitiu nota assinada por seu presidente, Miguel Torres, afirmando que os membros do comitê “continuam insensíveis ao sofrimento de milhões de brasileiros desempregados ou submetidos à precariedade e à informalidade do mercado de trabalho”. Embora desta vez outras centrais não tenham feito comunicados semelhantes, a crítica aos “juros altos” é uma constante, ainda que a Selic esteja em seu menor patamar da série histórica.

Que juros mais baixos são um estímulo à economia não se pode negar. E também já ficou bastante evidente que o país tem patinado. A recuperação tímida iniciada após o fim da era lulopetista estancou, com a retração observada no primeiro trimestre deste ano. O Copom reconhece esse fato em seu comunicado, divulgado logo após a reunião encerrada no último dia 19, e também não vê ameaças à inflação no curto e médio prazo. Em tese, isso até justificaria uma redução, mas os membros do comitê optaram pela cautela, até porque continua bastante fresca na memória a fase de redução voluntarista dos juros, sem embasamento real, ocorrida durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff, e as consequências dessa política. Isso não quer dizer, no entanto, que os responsáveis por definir a Selic estejam fechados à possibilidade de novas reduções, se a estagnação continuar e o Copom verificar que há bases mais sólidas para novas reduções. O comunicado também menciona a melhoria no cenário externo. De qualquer maneira, um eventual novo afrouxamento terá de ficar para o segundo semestre, porque o principal fator que pode impulsionar uma nova queda dos juros ainda está por ser definido no Congresso Nacional.

E isso nos leva a um questionamento da nota da Força Sindical, que pergunta “em que país está o Copom?”, como se os membros do comitê estivessem simplesmente ignorando a realidade em vez de adotar uma postura cautelosa. Na verdade, faria mais sentido questionar em que mundo vive o sindicalismo, pois, enquanto exige – este é o verbo usado na nota – juros mais baixos, faz oposição ferrenha ao principal instrumento que pode garantir saúde fiscal ao Brasil e viabilizar a redução na Selic: a reforma da Previdência. As centrais sindicais estiveram na linha de frente da “greve geral” do último dia 14 de junho, e nunca será demais recordar as palavras do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que em 1.º de maio deixou clara a necessidade de “desidratar” a reforma para impedir a reeleição de Jair Bolsonaro em 2022. 

Ora, o raciocínio implícito é o de que, se o presidente colherá dividendos eleitorais em caso de uma boa reforma, é porque ela tem o poder, sim, de impulsionar a economia.

Leia também: APrevidência não aceita mais Keynes (artigo de Thomas Korontai, publicado em 13 de junho de 2019)

Em outras palavras: ou o sindicalismo vive em um mundo no qual necessidades urgentes e reconhecidas para estimular a economia e gerar empregos estão subordinadas a uma estratégia política de enfraquecimento de adversários, colocando as conveniências eleitorais acima dos interesses do país e dos brasileiros; ou as centrais sindicais esperam juros baixos enquanto negam a necessidade das reformas que darão as condições fiscais para que isso ocorra, algo que só pode ser explicado por algum tipo de pensamento mágico baseado na lenda da geração espontânea de dinheiro. Querer a recuperação da economia lutando contra as reformas nada mais é que viver uma fantasia perigosa para o país.

 

quarta-feira, 21 de março de 2018

BC reduz taxa básica de juros para 6,50% ao ano - e os bancos quando vão baixar os juros?

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira, 21, por unanimidade, reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto porcentual (p.p.), de 6,75% ao ano para 6,50% ao ano.

A redução confirma a expectativa da maioria do mercado financeiro. Segundo levantamento divulgado pelo Projeções Broadcast, a maioria das 65 instituições consultadas do mercado financeiro esperava corte nos juros. Do total consultado, 59 esperavam que a taxa básica caísse de 6,75% para 6,50%, enquanto seis estimavam manutenção no nível atual. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 15 e 16 de maio de 2018.

A nova taxa é a menor desde o início do regime de metas de inflação, em 1999, e a mais baixa de toda a série histórica do BC, iniciada em 1986 

IstoÉ 

 

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Por que o crédito continua caro?

Os juros básicos da economia estão no patamar mais baixo da história: 6,75% ao ano. Apesar disso, as taxas cobradas pelos bancos seguem extorsivas

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu na quarta-feira 7 a taxa de juros básicos da economia brasileira, a Selic, para 6,75% ao ano. Foi o décimo primeiro corte consecutivo, levando a taxa ao menor patamar da história. Há dois anos, estava em 14,25%. A queda constante da Selic é um ótimo indicador da saúde econômica do País: com juros menores, as empresas têm mais condições de financiar os investimentos necessários para crescer. Mas enquanto a taxa de juros básicos caiu pela metade, o mesmo não vem ocorrendo com o custo do crédito ao consumidor — pelo contrário. Os valores cobrados pelos bancos para quem usa cheque especial ou parcela a fatura do cartão de crédito continaram crescendo. Em dezembro de 2017 as taxas eram, respectivamente, 323% e 169,2% ao ano. O resultado prático dessas taxas é o aumento das dívidas de quem pega dinheiro emprestado e não consegue honrar os pagamentos. “Eu comecei com uma dívida de R$ 4 mil no cheque especial. Já paguei várias parcelas e ainda devo quase R$ 5 mil”, diz a designer Dayan Rubian, que precisou de um empréstimo bancário ao mudar de casa. A situação é semelhante à do médico Rodrigo Couto, que resolveu empreender e, após esgotar o crédito consignado, recorreu ao cheque especial e ao cartão rotativo. “Peguei R$ 40 mil e, em cinco meses, a dívida subiu para R$ 132 mil. Hoje gasto metade da minha renda com o pagamento dos empréstimos”, diz ele.



O custo do crédito é exorbitante no Brasil e suas consequências diretas são reprimir o poder de consumo das famílias e impedir o crescimento da economia. “O mercado nunca se orgulhou e não se orgulha das taxas”, diz Ricardo de Barros Vieira, diretor-executivo da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). “A realidade leva a isso porque, em caso de inadimplência, por exemplo, todo o custo recai sobre os bancos”, afirma. O argumento das instituições financeiras perde força quando os números mostram que a inadimplência está em queda. Mesmo com o consumidor honrando suas dívidas, as instituições financeiras não abrandam o valor dos juros. A diferença entre o custo do dinheiro para o banco e o quanto ele cobra do cliente é conhecido como spread bancário – e o Brasil possui um dos spreads mais altos do mundo. Por último, e esse pode ser o fator mais importante, está a concentração do mercado, que impacta no lucro das instituições. “Hoje os cinco maiores bancos respondem por mais de 80% das operações de crédito do País. Eles praticamente determinam as regras do mercado”, diz Ione Amorim, economista do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).

Para tentar tornar o sistema financeiro mais saudável, os agentes reguladores estão de olho no setor bancário. Foi assim, com uma resolução do Conselho Monetário Nacional, que caiu o número de clientes enforcados no rotativo do cartão de crédito, modalidade com um dos mais altos juros. Desde abril de 2017, os bancos devem transferir para o cartão parcelado os clientes há mais de 30 dias no rotativo. Agora se espera um posicionamento da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) sobre o cheque especial. “Estamos aguardando uma autorregulação”, diz Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central (BC). “O que se imagina são linhas de educação financeira que levem a não utilização do crédito mais caro, somadas a normas que limitem seu uso”, diz ele. Os bancos, por sua vez, parecem não estar com pressa. “A Febraban elabora propostas para melhorar o instrumento e as anunciará, neste ano, quando forem concluídas”, afirmou a instituição por meio de nota. A Secretaria de Comunicação da Presidência esclareceu que o governo não está preparando mais medidas além das já tomadas e que não existe a possibilidade de reduzir os juros dos bancos estatais para influenciar o mercado.

Enquanto os consumidores aguardam as regulações, há uma nova opção cada vez mais atraente: as fintechs, instituições que oferecem taxas mais baixas por trabalhar com custos menores do que os dos bancos e também por não deixar que os maus pagadores entrem. “Nosso spread também é muito menor, de apenas 5%”, diz Marcelo Ciampolini, CEO e fundador da Lendico, que oferece empréstimos de R$ 2,5 mil a R$ 50 mil por uma taxa que varia de 38,78% a 117% ao ano. É o momento dos bancos prestarem mais atenção em suas práticas de crédito, eis que novas alternativas estão surgindo como opção mais interessante para o consumidor, (aqui) já cansado de ser refém do endividamento. Entre as fintechs destaque para a associação NuBank e  Mastercard.

 IstoÉ

 

 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Juros reais são de 2,92%. Já houve taxa mais baixa? Já! No governo Dilma! Pena que os juros reais, então, fossem… irreais!!!

O país tem a mais baixa taxa nominal de juros na vigência da Selic; desta feita, a queda também dos juros reais encontra uma inflação que está abaixo do piso da meta, não muito acima do centro, como ocorreu no governo Dilma, que caminhou para estourar também o teto

Não adianta. Por mais que se assanhe a conjuração de idiotas, pessimistas interessados, vigaristas, fascistas de esquerda, fascistas de direita e gente de cabeça preta e oca, o fato é que a economia brasileira vai encontrando o seu caminho. O que não quer dizer que não possa se perder. É claro que pode. Basta que o país não faça, por exemplo, a reforma da Previdência, e os problemas virão, estejamos certos disso como o suceder de dias e noites.
 
O Comitê de Política Monetária do Banco Central baixou a Taxa Selic para 7% ao ano e sinalizou que, em fevereiro, pode haver um novo corte de 0,25 ponto. Aí, dá a entender o próprio Banco Central e, do mesmo modo, avaliam os operadores do mercado, será preciso esperar. A eleição será um fator de estabilização ou de desestabilização. Depende do que virá pela frente, não é? Haverá um favorito com os meridianos no lugar? O país vai escolher um doidivanas? Sua Excelência “O Povo” indicará o caminho. Na democracia, é muito difícil negar a máxima de que cada povo tem o governo que merece.

Caso a Câmara aprove a reforma mitigada da Previdência ainda neste ano, ficaremos por conta do Senado. Sendo boas as perspectivas e não havendo pela frente terror eleitoral, a trilha parece segura. Com a queda da Selic nesta quarta, os juros nominais chegam a seu número mais baixo. Mas e a taxa real, descontando-se a inflação? Bem, aí as coisas mudam um pouco de figura, embora as notícias continuem boas. Não basta, leitor, descontar os praticamente 3% de inflação de 2017 (o esperado é 3,03%) dos 7% da taxa de juros, caso em que os juros reais seriam de 4%. A conta é outra: é preciso considerar os 7% num período de 12 meses em face do IPCA (inflação) projetado também em 12 meses. E este, estima-se, é de 3,96%. Ainda assim, também não basta subtrair 3,96% de 7%, caso em que os juros reais seriam de 3,04%. Na verdade, eles são um pouco menores. Com a nova Selic, ficaram em 2,92%. 

Existe uma fórmula para o cálculo do juro real, a saber.

Taxa Real =  1 + Taxa Nominal  – 1 X 100
                          1+ inflação
Se a Taxa Nominal é de 7%, podemos expressá-la em números decimais, a saber: 0,07 Fazendo-se o mesmo com a inflação, tem-se 0,0396
Vamos submeter os dados à fórmula:

 



Sim, em dezembro de 2012, no glorioso governo de Dilma Rousseff, o país teve juro real menor: 1,39%. Acontece que já estávamos sob o império da irresponsabilidade que redundaria no desastre. Era o juro real mais baixo da história recente, mas com inflação de 5,84%, bem acima do centro da meta, que era de 4,5%.  Em 2013, ela saltou para 5,91%; 6,41% em 2014 e 10,67% em 2015.  A síntese daqueles anos do samba-do-petista-doido poderia ser esta: os companheiros tentaram baixar juros na porrada porque, ora vejam!, achavam que, assim, dinamizariam a economia, o que concorreria para baixar a inflação. Que, por óbvio, subiu em vez de cair. Aí foi preciso elevar juros, o que contribuiu para aprofundar a recessão, mas com inflação nos cornos da Lua.

Não pensem que tanta incompetência é coisa corriqueira. Não é, não.  O que estou dizendo é que o país, agora, tem a menor taxa nominal de juros de sua história e a mais baixa taxa de juro real que é, digamos, REAL: vale dizer: o presidente não resolveu dar um murro na mesa para forçar a queda. Ademais, a inflação está abaixo até do piso da meta.