JUSTIÇA LENIENTE, GDF COVARDE, FROUXO
Com greve de ônibus, passageiros enfrentam outro dia de caos no transporte
Sem avanço nas
negociações, rodoviários seguem hoje com a greve. Ontem, categoria
descumpriu determinação da Justiça e não tirou nenhum coletivo da
garagem, deixando 1,2 milhão de brasilienses reféns dos piratas
No segundo dia de greve geral dos rodoviários, nenhum ônibus saiu das
garagens das empresas que operam no Distrito Federal. Os passageiros
enfrentam mais um dia de dificuldade para chegar ao trabalho. Os
reflexos já são sentidos no trânsito, que está congestionado em vários
pontos desde as 5h30, já que mais pessoas deixam suas casas de carro.
Nas paradas de ônibus, o cenário é o mesmo de ontem: muitas pessoas
aguardando algum tipo de transporte para conseguir chegar no horário.
Sem opção, muitos se arriscam em transportes piratas, que cobram valores
bem superiores aos cobrados nos ônibus convencionais. A equipe de
reportagem percorreu alguns pontos de ônibus em Ceilândia, próximo à
feira, onde vários passageiros embarcavam em veículos velhos e
irregulares, que circulam livremente pelas ruas do DF.
Impasse
A categoria decidiu pela manutenção do
movimento, que deixou 1,2 milhão de usuários sem transporte público. Ao
contrário do que determinou o Tribunal Regional Eleitoral da 10ª Região
(TRT 10), 100% da frota de coletivos não saiu das garagens ontem e a
mesma situação ocorreu hoje. A decisão judicial estabelece que 70% dos
ônibus circulem, em horário de pico, e 50%, em entrepicos, sob pena de
multa de R$ 100 mil por dia de descumprimento, mas a ordem não foi
respeitada pelos trabalhadores. [a ordem não é respeitada pelos trabalhadores (?) - baderneiros define melhor - por terem a certeza que a multa não será cobrada.]
A paralisação por tempo indeterminado foi decidida pela categoria no
domingo. Os rodoviários reivindicam 20% de aumento salarial para
motoristas e cobradores. A proposta dos empresários, por
sua vez, é de correção dos vencimentos pela tabela do Índice Nacional de
Preços ao Consumidor (INPC), o que significa aumento de 8,34%, ou seja,
taxa da inflação oficial. Sem avanço nas negociações, a categoria
sequer realizou assembleia ontem, assim como não houve reunião entre
empresários e trabalhadores.
As
empresas de transporte coletivo afirmam que vão entrar com pedido de
dissídio de greve junto ao TRT 10, mas ainda não deram prazo para que
isso ocorra. O tribunal, por sua vez, não recebeu ainda a documentação
dos empresários. A última decisão judicial é a de domingo, em que a
desembargadora Maria Regina Machado Guimarães deferiu os percentuais
mínimos de 70% e 50%. A multa salgada preocupa o Sindicato dos
Rodoviários. “Vai endividar o sindicato. Veremos se o tribunal revê esse
valor, pois o trabalhador tem direito à greve”, afirma o diretor José
Carlos da Fonseca.
As reivindicações
O que querem os rodoviários
20% de aumento salarial para motoristas e cobradores
30% de tíquete-alimentação e cesta básica [ao que é sabido os trabalhadores, em sua maioria, recebem ou ticket alimentação ou vale refeição ou cesta básica. Os dois beneficios, ou três, nenhuma categoria recebe.
Qual a razão de tratar os rodoviários de forma diferente?]
Plano de saúde complementar
O que oferecem os empresários
Aumento de salários e benefícios de 8,34%, pelo INPC — que mede a inflação oficia
Fonte: Correio Braziliense